sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Redação, lead e gol


Férias. Ótimo período de descanso. Com o ano terminando, nada melhor que rever e avaliar nossa atuação. Assim, voltei a algumas leituras antigas. Destas, o livro “Redação Jornalística de Bico”, de Alexandre Castro (Champagnat, 1991) sempre me chama a atenção.

Como o próprio nome diz, se o jogador está cara a cara com o gol, o que ele precisa é chutar para dentro das traves. Nessa hora não importa o estilo, o importante é fazer o ponto.

Dentro de uma redação, o jornalista precisa mostrar os fatos, para isso a escrita não precisa ser um “texto de placa”, “queremos um texto correto e eficiente”, “feijão-com-arroz”.

Castro recomenda o “lead”, ou cabeça/abertura da matéria, em que são respondidas as seguintes perguntas:

Quem?

O quê?

Por quê?

Como?

Quando?

Onde?

Lembrando que essas informações podem estar organizadas no lead e no sub-lead. Colocar o assunto mais interessante no início ajuda o leitor. Afinal, “é bom partir da hipótese pessimista, mas frequentemente real, de que só teremos o privilégio da companhia do leitor por um parágrafo, no máximo dois. É preciso, então, aproveitar o máximo esse pequeno espaço”.

Já para a hora de realmente colocar a notícia no papel, o autor traz algumas “fórmulas” adotadas por grandes jornais. Vamos conhecê-las:

Fórmula do “ao”

Relaciona dois fatos importantes, enfatizando o segundo acontecimento.

Ex.: “Ao reunir-se... disse que...”

“Ao se tornar o primeiro... foi ontem...”

“Ao comentar as declarações... lembrou que...”

Fórmula do “depois de”

A diferença para o modelo anterior é que os fatos não ocorreram simultaneamente. Seria como avivar a memória do leitor sobre algo passado.

Ex.: “Depois de 78 anos de proibição, o Parlamento inglês...”

“Depois de sediar, em 87, ... a cidade se prepara para receber...”

Fórmula do “enquanto”

Também associa fatos, “em especial quando contraditórios”, possibilitando textos contundentes.

Ex.: “Enquanto o papa..., a polícia...”

“Enquanto continuam os preparativos para a reunião... os norte americanos dão os últimos retoques...”

Para as três últimas fórmulas, existe o risco da informação se perder em um texto longo e desconexo. Para evitar que isso ocorra é bom ser crítico para julgar se é uma boa saída usar esses modelos de abre para as matérias, ou o modelo direto de escrita.

Nos próximos posts continuaremos com as dicas de Alexandre Castro.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sugestão para estudo


Fim de ano chegando e a gente começa a desacelerar o ritmo de estudo. Para quem continua com todo o gás, achei interessante deixar uma sugestão.

Aos concurseiros de plantão, na área de jornalismo que é o meu foco, minha dica é o site PCI Concursos. Lógico, acesso vários outros, mas ali tem um acervo muito grande de provas... de todas as matérias e possibilidades de estudo.

No caso dos comunicadores, é só acessar http://www.pciconcursos.com.br/provas/ e ir na busca por “jornalismo”, “comunicação” ou ir pela letra “j” e chegar até esses testes.

Para mim funciona assim: baixo a prova e o gabarito, vou apenas nas questões certas... Assim, como estudo sozinha, evito as dificuldades de muitas vezes entender porque uma outra resposta não foi aceita...

Lógico... não considere que se uma banca aceitou tal resposta, aquela seja sem dúvida nenhuma a melhor opção... lembre-se de que o erro é humano... portanto, estude com olhos críticos.

Faça blocos de anotação, assim, como candidato você também se qualifica para as provas dissertativas. A maioria das questões de redação em jornalismo vão mesmo é cobrar o conhecimento específico.

Caso tenha outra sugestão de estudo, eu gostaria de conhecê-la... deixe seu recado nos comentários...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Mártir


Quantos não morreram por uma vida melhor (liberdade, justiça, direitos humanos...)?

“Che, Zumbi, Antônio Conselheiro.
Na busca por justiça, nós somos companheiros”.

Lembrando da frase acima, resolvi guardar a história de Giovanni Battista Libero Badaró. Que a Revista Imprensa (nº 262 – Nov/2010) traz como o “primeiro mártir da liberdade de imprensa no Brasil”. Há 180 anos, ele foi assassinado a caminho de casa.

Em 1829, ele ajudou a fundar o periódico “Observador Constitucional”, de oposição ao regime monarquista de Dom Pedro I. Jornal esse que logo passaria a dirigir sozinho.

Um ano depois (20/11/30), Badaró foi morto em uma emboscada, provavelmente em função das críticas que fez contra o imperador ou a um de seus pares.

Badaró pode ter ficado registrado como o primeiro mártir, mas quantos antes dele não foram reprimidos pela inexistência de liberdade de imprensa? Pois é sabido que, até a chegada da Família Real ao Brasil, qualquer atividade de imprensa era proibida pela Colônia. Quem tentou abrir gráfica foi logo condenado.

Se buscarmos além, veremos que outros buscaram liberdade de imprensa (talvez por outros meios).

Quantos índios ou negros escravizados não gostariam de denunciar a barbárie que sofriam?

Como a história também se faz de pequenos atos, inseri este texto para reflexão...

São perguntas de uma operária letrada!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Explorando mais o tema manipulação

Continuando o estudo anterior, quando falei sobre a “editorialização”, vamos ao que alguns outros blogueiros falaram. Assim, estudamos o tema e veremos uma parte mais política da prática jornalística (afinal, tomar ou não decisões diz respeito à política).

Em setembro de 2004, Luiz Weis, escreveu sobre a tolerância zero que tem a prática do jornalismo editorializado. Ele comentava a campanha em São Paulo, em que o ombudsman da Folha de S.Paulo, Marcelo Beraba, criticou "o tratamento diferenciado" que o jornal dava aos candidatos a prefeito da Capital. Prova, segundo ele, de que a editorialização do noticiário na imprensa diária brasileira (nas revistas semanais, nem falar) está indo além do aceitável.

Naquele contexto, Weis achou que o termo editorialização parece mais apropriado do que os genéricos desequilíbrio ou parcialidade. A prática também estaria dentro da autocensura: “É a velha história: ou as coisas saem do jeito que o patrão gosta porque ele tomou a iniciativa de orientar a cúpula da redação – ou, o que é pior e talvez mais frequente hoje em dia – editores e mesmo repórteres se antecipam”.

Ele encerra o texto mostrando que “ênfase nos juízos de valor é própria dos editoriais e aceitável nos artigos das páginas Op-Ed” (ao lado oposto dos editoriais, na seção de artigos e opiniões). “Nas colunas (políticas, econômicas, esportivas), a análise dos assuntos do dia e o aporte de fatos novos devem predominar sobre o pensamento dos signatários – sem excluir a crítica. O que não se pode é vender opinião disfarçada de notícia ou de análise.”

O pensador Emir Sader, em Setembro de 2009, também se questionou “Informar ou editorializar?”.

Ele começa mostrando ser “uma pena que a falta de prioridade ou a disposição de vetar aos brasileiros a possibilidade de assistir, diretamente, fazendo seus próprios juízos políticos, sem depender das versões que os órgãos da mídia dariam do importante evento”, referindo-se aos debates da reunião da Unasul.

A editorialização é ligada à “forte dose de ideologização e de preconceito que carregam” os veículos de comunicação.

“Triste papel da imprensa que se faz, não instrumento de informação, mas de filtro pelo qual só passa o que lhe interessa, da maneira que lhe interessa. Pobres leitores, ouvintes e telespectadores, vítimas dessa imprensa mercantil e ideologizada, que confunde editorial com informação, editorializa tudo e se transforma em panfletos ideologizados no lugar de instrumentos para uma cidadania informada e capaz de construir democraticamente a opinião pública que o Brasil requer”.

Vejamos agora uma lição enviesada, que comenta como a Revista Veja ensina a editorializar uma reportagem, retirado do Observatório da Imprensa ((Luiz Antonio Magalhães, 12/12/2006). Segundo o autor, a "matéria" poderia ser utilizada como exemplo para as escolas de comunicação do que não se deve fazer, uma vez que a revista adotou um tom editorializado em seu lide.

Estes foram alguns exemplos do que li sobre editorialização, parcialidade ou manipulação das mensagens... quem sabe você que está lendo tenha outros exemplos...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Jornalismo editorializado


Ao ler a entrevista com o Diretor de Jornalismo da RedeTV!, Américo Martins, feita pela Revista Imprensa (nº 262 – Nov/2010) tive material para mais um post. O tema é o jornalismo editorializado.

A primeira vez que ouvi e fui buscar essa definição foi no meio deste ao, quando baixei uma prova do concurso do IFPR (Instituto Federal do Paraná) de 09 de maio de 2010. Uma das questões era sobre a teoria de Luiz Beltrão a respeito dos gêneros jornalísticos – que ele separa os informativos dos gêneros opinativos e interpretativos do jornalismo.

Mais precisamente, a questão correta era: “os gêneros informativos não devem sofrer a influência da opinião do veículo. Quando isso acontece, o texto está editorializado”.

E o questionamento dos repórteres da Revista Imprensa foi na mesma direção. Confira a pergunta e a resposta do representante da RedeTV!

“CONCORDA COM OS CRÍTICOS QUE DIZEM QUE A TV BRASILEIRA É MUITO EDITORIALIZADA? NÃO APENAS AO DAR OPINIÃO NO AR MAS DE COBRIR EDITORIALIZADAMENTE? ACHA ISSO UM PROBLEMA OU UMA ALTERNATIVA?
Existe espaço para ter opinião na mídia, mas acho que tem que ser muito limitado. O jornalismo opinativo, editorializado, parcial, é ruim. Existe espaço para isso, aliás. Na RedeTV!, com nossos comentaristas, há espaço para que, nas suas análises, coloquem opiniões, desde que expliquem isso. Eu não quero uma opinião do jornalista, eu quero que ele faça uma análise que leve a essa opinião. Mas eu acho que ele tem que ser muito controlado e limitado. O jornalismo opinativo o tempo inteiro, como acontece em todos os lugares do mundo inclusive no Brasil, é ruim. Eu sou de uma escola que está ligada à independência. Você vai me ver repetindo isso para o resto da vida. No final das contas, quem pode dar opinião é o analista, porque ele tem um grande conhecimento sobre determinado assunto. O que é muito diferente do cara julgar o VT que acabou de ser tocado. Qual é o grande embasamento prático, teórico que a pessoa tem para fazer isso? Não é que não tenha espaço para fazer isso nunca, mas tem que ser um pouco controlado.”




Levando em conta a separação de gêneros feita Luiz Beltrão, o ideal seria que no jornalismo informativo ficasse livre das opiniões, uma vez que existe espaço nos gêneros opinativos e interpretativos (quando abertamente estamos vendo que é um comentarista). Mas a quem o leitor/expectador vai recorrer quando a opinião do veículo vem “embutida”, disfarçada de informação? Afinal, técnicas e meios para isso é que não faltam.

As principais brigas que conheço da sociedade organizada contra a manipulação das notícias estão representadas nas imagens que ilustram este post.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Ferramentas de uma assessoria


Às vezes fazemos igualzinho ao ferreiro que tem em sua casa espetos de pau. Porque se estou atuando mais em assessoria de imprensa, o certo seria parar e refletir aqui neste espaço sobre o trabalho das ASCOMs (Assessorias de Comunicação).

Remexendo nas minhas anotações, encontrei uma relação das ferramentas que um assessor utiliza no dia a dia:
• Release;
• Press kit (pasta ou arquivo eletrônico);
• Mailing list, mas tem que ser um cadastro atualizado;
• Follow up (retorno por telefone);
• Clipping ou taxação;
• Acompanhamento on line;
• Media Trainning (teórico ou prático);
• Workshop (para assessorado conhecer melhor a imprensa);
• Websites, intranet, sala de imprensa e outros;
• Auditoria da imagem, mensuração de resultados e análise estratégica da mídia.

Lógico, ao chegar ao novo emprego, o jornalista precisa levantar as primeiras informações: para quem estou trabalhando? Quem é o meu novo assessorado?

Só depois é possível traçar estratégias e saber quais ferramentas utilizar e em qual momento. Se bem que comunicação não é uma ciência exata, portanto, muitas vezes é preciso estar sempre pronto para aplicar o plano B ou C.

Com esse direcionamento, vai se organizando o diagnóstico da imagem do cliente na mídia e o como a organização pretende ser reconhecida.

Confesso que neste exato momento estou passando por grande aflição: a falta de formação em gestão na faculdade. Afinal, na maioria das escolas de comunicação esse tema é pouco explorado, mas que na prática é muito necessário em tempos de empreendedorismo ou gestão compartilhada.

Preciso fazer a minha passagem de jornalista “tarefeira” para administradora de imagem. Eis o desafio.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Atualidades do jornalismo – legislação


Na prova para jornalista da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) de 2009, um tema de atualidade foi cobrado:

“A Lei de Imprensa foi objeto de pauta do STF no último mês de abril. Conforme ação do Deputado Miro Teixeira, que pediu a revogação dos 77 artigos da Lei de Imprensa em janeiro de 2008, por meio de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), o STF confirmou a liminar do Ministro Ayres Brito e suspendeu 22 artigos da Lei. No último dia 30 de abril, julgou definitivamente ação proposta pelo PDT. Qual foi o resultado do julgamento do STF?”

A alternativa correta foi letra “A” - revogou totalmente a Lei de Imprensa.


Restou a mim a pergunta: se foi derrubada a lei, então o que está valendo como parâmetro para julgamento dos abusos na comunicação? Outros códigos em vigor seria uma boa resposta. Pois, por exemplo, os denominados crimes contra a honra – que incluem difamação, injúria e calúnia – passaram a ser definidos pelo Código Penal.

Além do Código Penal, as outras referências são o Código Civil e a Constituição Federal (é claro!).

Outra informação interessante a acrescentar é que enquanto a Lei de Imprensa (1967) previa para o crime de calúnia uma pena máxima de três anos de detenção, o Código Penal prevê dois anos. No caso de injúria, a lei definia um ano e o Código, seis meses. Por fim, para difamação, caiu de 18 meses para um ano. Confira o Capitulo V do Código Penal:

Art. 138) Calúnia: detenção, de seis meses a dois anos, e multa;
Art. 139) Difamação: detenção, de três meses a um ano, e multa;
Art. 140) Injúria: detenção, de um a seis meses, ou multa.

Nesse estudo, acho interessante também falar do conceito dos três crimes:
Calúnia é atribuir, falsamente, a alguém a responsabilidade pela prática de um fato determinado definido como crime. O macete para lembrar é que calúnia começa com “C”, de CRIME.

Difamação consiste em atribuir a alguém fato determinado ofensivo a sua reputação. Se levarmos em conta que a sílaba “FA” da palavra está ligada a FATO, acertaremos a questão.

Por sua vez, Injúria é atribuir a alguém qualidade negativa, ofender sua dignidade ou decoro. Dica: “IN” JÚRIA – essa eu não sei porque quem me ensinou é muito “IN”GUINORANTE. Pronto, sem querer eu injuriei o meu professor.

Tentei dizer qual é a fonte deste tema de hoje, mas só essa última frase aparece em sete sites diferentes. Mas agradeço à Faculdade Fortium, Scribd, Fórum de Concursos do Correio Web, Wiziq, INF/UFSC e Advogada na Net. Caso alguém tenha sido pioneiro em postar essas ideias, muito obrigada.

domingo, 28 de novembro de 2010

90 anos do rádio


Se a TV chegou aos 60 anos, um pouco mais velho o rádio comemora 90. É o que mostra a Revista Imprensa deste mês. A publicação explica: “o mais próximo seria novembro, quando a primeira emissora, KDKA de Pittsburgh (EUA), completa 90 anos”, falando sobre o aniversário do veículo.

A informação sonora tem como referência histórica a descoberta da propagação das ondas hertzianas (alusão à Heinrich Rudolf Hertz). Porém, o título de “inventor do rádio” pertence ao italiano Guglielmo Marconi, que em 1896 “transmitiu e recebeu sinais a pequena distância”. É a partir dessa época começa a “telegrafia sem fio”.

Foi a década de 20 que tornou o novo meio de comunicação grande mobilizador das massas. A era do rádio, reinando absoluto até a invenção da televisão. No Brasil, a primeira transmissão ocorreu em 07 de setembro de 1922. Eram 80 receptores importados dos Estados Unidos, espalhados pela Capital Federal – Rio de Janeiro – que transportaram a fala do presidente Epitácio Pessoa.

Mas quem ficou famoso mesmo foi Roque Pinto, fundador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, o pioneiro do rádio.

Voltando um pouco no tempo, o padre brasileiro Roberto Landel de Moura, conforme o site Microfone, “construiu diversos aparelhos que foram importantes para a história do rádio e que foram expostos ao público de São Paulo em 1893”, um “precursor nas transmissões de vozes e ruídos”.

Mesmo tendo passado a época áurea (tempo das Rainhas do Rádio, altos cachês para artistas, rádio teatro, Repórter Esso...) não se esgotou o brilho do aparelho. Afinal, é um dos meios de comunicação de massa mais utilizado pelos brasileiros. São quase 90% dos lares em todo o País que possuem pelo menos um rádio (PNAD/IBGE/2009). Isso sem contar formas de acesso via celular, Web, ou no rádio do carro. Um estar presente nas diversas classes sociais, não visualizado com a TV ou com a internet, pois não exige atenção exclusiva durante a sua transmissão. Pode-se ligá-lo e continuar o serviço.

Seja AM (Amplitude Modulada), que tem como característica transmitir 70% de comunicação e 30% de música, seja FM (Frequência Modulada), que o ouvinte prefere mais música que fala, o rádio continua firme no gosto popular. Na cidade ou no campo.

TV WEB sob estudo


Há alguns dias reuni informações sobre TV Web, mais um item para o meu estudo. O interesse pela mídia televisão nestas últimas postagens é porque ela se tornou sessentona. Merece então ficar registrada, especialmente a sua evolução. Além do mais, é um tema que pode cair em provas de concurso. Portanto, precisa ser estudado.

A TVIP ou TV na Internet consiste na transmissão de uma grade de programação pela internet feita pelas tradicionais emissoras ou por canais especialmente pensados para a net. Ou seja, representa a fusão entre TV e internet.

Pode ser vista não só pela tela do computador, mas também pelo celular, televisor com decodificador e iPod. No Brasil, o pioneiro nesse tipo de mídia foi o jornalista Alberto Luchetti Neto, em 2002, com a AllTV. Nela o internauta participa por meio de bate-papos, sugerindo programação, interferindo com sugestões e críticas.

Outro exemplo de canal é a ClicTV (http://clictv.uol.com.br/), que é uma emissora de TV na internet criada com o objetivo de produzir um conteúdo exclusivo para os internautas e permitindo uma interação.

Já a TV Brasil (www.tvbrasil.org.br/webtv) também estreou na Web TV com uma programação própria. De qualquer lugar do Brasil e do mundo é possível acompanhar as atrações da emissora pública. São 24 horas diárias de programas musicais, jornalísticos e infantis para todas as idades. A emissora também pode ser vista via TV aberta analógica e digital, televisão por assinatura, recepção por antena parabólica, além da retransmissão via rede de emissoras parceiras em todo o país.

O diferencial da Web TV estaria realmente em permitir comentários dos usuários e a interação com outros telespectadores. Podendo ser vista ao vivo ou por download de arquivos.

Se você souber mais sobre a TV Web, qual é a melhor, a que possui maior interatividade, me envie informações. Eu agradeço.

sábado, 27 de novembro de 2010

Um pouco sobre a TV e os debates eleitorais


A campanha política já passou, no ano em que mais uma vez os brasileiros foram às urnas em dois turnos. Com esse período passou também o momento dos debates eleitorais televisionados.

Para manter registrado, procurei mais informações sobre a história dessa “Arena Eletrônica”, como denominou a Revista Imprensa do mês de setembro/2010.

O início da campanha (na verdade, aqui no Brasil começa dentro dos escritórios assim que um novo candidato é eleito) se dá nas ruas, mas é na telinha que ela pode esquentar. Neste ano, o primeiro confronto na TV aberta entre os quatro principais candidatos foi na Rede Bandeirantes, em 05/08/2010. Os presidenciáveis eram Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).

Historicamente, no Brasil, o debate mais polêmico foi entre Collor x Lula, no ano de 89. Tudo por conta da Rede Globo, que exibiu uma versão editada durante o “Jornal Nacional”. O restante da história todos se lembram...

De acordo com a Revista Imprensa, foi a TV Gaúcha (hoje RBS) que transmitiu o primeiro debate via TV no Brasil, em 1974, entre os “candidatos ao Senado Nestor Jost (Arena) e Paulo Brossard (MDB)”. Sendo que a regulamentação governamental desse tipo de programa veio no ano de 1985.

Em 22/03/1982, o SBT também colocou na pauta a realização de debates eletrônicos. Foi entre os candidatos a governador de São Paulo, seguido pela TV Bandeirantes/Folha de São Paulo.

Mundialmente, “em 1960, cerca de 70 milhões de pessoas assistiram ao embate entre o democrata John Kennedy e o republicano Richard Nixon. Enquanto o democrata mantinha a compostura, o republicano parecida irritado e rejeitou o uso de maquiagem”, registra a reportagem da Revista Imprensa. Para especialistas, esse episódio teria contribuído para a vitória de Kennedy.

Uma novidade em 2010 foi o primeiro debate exibido via internet, ideia do Portal UOL e da Folha de São Paulo.

A Wikipédia mostra que “atualmente, debates televisionados entre candidatos aos cargos majoritários de forma praticamente generalizada possuem duração próxima das duas horas, com espaço para anúncios publicitários, para seguir a legislação eleitoral brasileira vigente”.

Bom, a história ficou registrada... só falta o candidato decidir se vai se expor ou não em um debate eletrônico durante a campanha, especialmente em tempos de TV digital, com maior definição de imagem.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Apontamentos sobre convergência das mídias


Multimídia = convergência tecnológica do telefone ao computador e à televisão.

Vou partir desse conceito para a “ficha pública” de meus estudos de hoje. Até porque quero unir esse entendimento a algo que li sobre a televisão no livro “Meios de Comunicação de Massa – Jornal, televisão, Rádio” de Jésus Barbosa de Souza (Scipione, 1996).

Segundo o autor, em uma época que a Web 2.0 nem estava nos nossos planos, a TV era um “liquidificador cultural”. Algo como hoje se parece com a internet e a convergência das mídias (rádio, TV, internet, impresso, celular...), essa junção de meios de comunicação bem que pode ser comparado ao eletrodoméstico descrito por Jésus.

Para entender o que é a tal convergência volto a uma questão da prova do Concurso Público de 2010 da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), para o cargo de jornalista:

“Processo multidimensional, facilitado pela implantação generalizada das tecnologias digitais de telecomunicação, afeta os âmbitos tecnológico, empresarial, profissional e editorial dos meios de comunicação, propiciando uma integração de ferramentas, espaços, métodos de trabalho e linguagens anteriormente desagregados. Desta forma, os jornalistas elaboram conteúdos que são distribuídos através de múltiplas plataformas, por meio de linguagens próprias a cada uma delas. Esse conjunto de ações é chamado de convergência jornalística.”

Só fazendo um adendo, com a TV Digital o receptor pode interagir bem mais que no processo tradicional, deixar de ser passivo no processo comunicacional. Além de oferecer o retorno sobre o que está sendo transmitido, o telespectador pode enviar as informações que estão sendo transmitidas pela telinha para o celular ou para o e-mail. Uma evolução tecnológica ou uma vitamina cultural bem incrementada, feita naquele liquidificador que citei acima!

Estudado o tema convergência, agora só me falta utilizar mais dele também na prática e deixar este blog mais atrativo. No curso do Knight Center, aprendi a fazer edições de vídeo e de áudio para a web. Que sabe mais para frente me arrisco mais...

sábado, 20 de novembro de 2010

De um amontoado de dados a conhecimento

Estou em período de estudo. Por isso, peguei na biblioteca o livro “Gestão Estratégica da Informação” de Adriana Beal (2004, Editora Atlas). Especialmente porque concordo que “informação e conhecimento representam patrimônios cada vez mais valiosos”. E gestão informacional também é área de interesse para jornalistas. Afinal, também queremos participar do processo de tomada de decisão.

Diferentes definições para dado, informação e conhecimento: “um conjunto de dados não produz necessariamente uma informação, nem um conjunto de informações representa necessariamente um conhecimento”. (Acho que é isso que tento fazer com esse blog, pois quando faço/analiso/escrevo tenho maior capacidade de entender/fixar)

Nesse nível hierárquico podemos encaixar cada um desses conceitos dentro de um sistema, ou seja, “conjunto de elementos ou componentes que interagem para atingir objetivos”.

Só para me situar, recorri a um material que tenho do curso virtual do SENAC/SC sobre TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) que mostra a evolução dos sistemas de informação (quase um histórico para chegada à Web 2.0):

- Década de 70: infraestrutura, processamento de dados – apoiar o negócio.
- Década de 80: integração, sistema de informação – executar o negócio.
- Anos 90: arquitetura, tecnologia da informação – transformar o negócio.
- Anos 2000: redes, sistemas inteligentes – deixar o negócio competitivo.

Para encerrar a escrita de hoje, até porque estou só no começo do livro da Beal, recorri ao material do curso que fiz sobre EaD (Educação a Distância) pela UFPR, que também trata das TICs:

“Comunicar não é de modo algum transmitir uma mensagem ou receber uma mensagem. Isso é a condição física da comunicação, mas não é comunicação. É certo que para comunicar, é preciso enviar mensagens, mas enviar mensagens não é comunicar. Comunicar é partilhar sentido” (Pierre Lévy)

Isso é ser agente do conhecimento!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Televisão, como tudo começou...


No Amazon Sat sempre se repete uma gravação do Marcelo Tass falando sobre Mídias Sociais. Nela, o apresentador do CQC cita, entre outros temas, o “esquecimento” de Assis Chateaubriand de que para instalar a TV no Brasil era preciso que as pessoas tivessem aparelhos para ver. Foi preciso comprar duzentos televisores e distribuí-los aos telespectadores. Mesmo assim, houve uma rápida difusão da tecnologia pelo País.

Para saber mais a respeito dessa história do veículo que completou 60 anos agora em 2010, recorri novamente ao texto de Fernando Morais em “Chatô – O Rei do Brasil” (1995, 2ª Edição, Companhia das Letras).


Não havia nem aparelhos e nem experiência entre os profissionais chamados para aquela implantação, cuja data se comemora em 18 de setembro de 1950. Todos eram do rádio e apenas alguns possuíam alguma noção de cinema.

“E tampouco havia de onde copiar um modelo de sucesso, pois naquele ano só três canais de televisão funcionavam no mundo: um na Inglaterra, um na França e um nos Estados Unidos. Por ser o único canal comercial dos três, o norte-americano, da NBC (associada à RCA Victor), era o que mais se aproximava do que se pretendia fazer no Brasil”.

Pasmem: “Como os ensaios eram realizados sem os equipamentos, era impossível saber se aquilo ia ou não dar certo”.

Antes porém da data oficial da inauguração do primeiro canal brasileiro, Chateaubriand realizou a pré-estreia do novo veículo. Com a presença do então presidente Dutra, no dia 05 de julho de 1950 “um monitor foi instalado no amplo salão do edifício (sede dos Diários Associados, em São Paulo) e outro ao ar livre, na esquina das ruas Sete de Abril e Bráulio Gomes, a poucas dezenas de metros de distância”.

Discursos e a apresentação do frade-cantor mexicano José de Guadalupe Mojica fizeram parte da primeira experiência de transmissão em terras tupiniquins, que chegou a quase meia hora de duração. “Na falta de cadeiras para todos, Chateaubriand sugeriu que os convidados se sentassem no chão ‘como índios tupis’, no que foi imediatamente atendido por um dos mais ilustres deles, o milionário norte-americano Nelson Rockefeller, presidente do Museu de Arte Moderna de Nova York.”

Faltando um mês para a primeira transmissão oficial, surpreso por não haver aparelhos no Brasil, o engenheiro da NBC-TV questionou:

“_ Doutor Assis, o senhor está investindo 5 milhões de dólares na TV Tupi, e sabe quantas pessoas vão assistir à sua programação a partir do dia 18? Zero. Sim: zero, ninguém. Além dos que estão expostos em meia dúzia de vitrinas, não há aparelhos instalados na casa de ninguém, em todo o estado.

Chateaubriand disse para ele não esquentar a cabeça com aquilo, que no Brasil tudo tinha solução.”

Foi aí que o empresário solicitou a importação dos duzentos televisores, que entraram clandestinamente no País. Só que, como era muito esperto, Chatô entregou o primeiro para o presidente Dutra (aparelho que ficou só de enfeite até o ano de 51, quando enfim chegaram os primeiros sinais ao Rio de Janeiro).

Realmente no Brasil para tudo se dá um jeitinho. Só para fechar este texto, outra passagem interessante acontece no momento da inauguração, em que quase tudo foi cancelado quando uma das câmeras pifou. Para o representante dos EUA era preciso deixar para outro dia, não fosse por Cassiano Gabus Mendes e Dermival Costa Lima, sob pressão de Chateaubriand, que assumiram a responsabilidade:

“_ O programa vai para o ar com duas câmeras, com uma câmera ou sem câmara nenhuma. A partir desse momento a responsabilidade por tudo o que acontecer é minha e do Cassiano”, falou Dermival. Indignado o representante da NBC anunciou:

“_ O que vocês estão fazendo seria inadmissível nos Estados Unidos. Nenhum câmera, nenhum diretor de TV, ninguém assumiria a responsabilidade de colocar no ar uma estação nessas condições. Eu não tenho mais nada a ver com o que acontecer aqui. Se vocês querem colocar a estação no ar, façam-no por sua conta e risco. Eu vou para o meu hotel, onde há um receptor. Vou assistir à tragédia de camarote.”

O restante da história todos conhecem: a TV virou praticamente febre nacional pouco tempo depois...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Questão que a gente erra...

Em concurso público o candidato deve estar sempre atento. Mesmo com atenção redobrada, muitas vezes os deslizes acontecem. E o ponto perdido no gabarito fica marcado para sempre na memória. Mas considero positivo manter essa recordação, até porque da próxima vez o dever será o de acertar.

No concurso público de 2009 da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), prova para preenchimento de vaga para jornalista, caiu a seguinte questão:

“As fontes jornalísticas são fundamentais no processo de apuração da informação. A fonte que é consultada para a preparação de uma pauta ou construção de premissas genéricas ou, ainda, para construção de contextos ambientais é a fonte”

Marquei outra coisa, nada a ver, sendo a resposta correta: FONTE SECUNDÁRIA. Agora me parece óbvio, só não foi naquele momento!

Alguns exemplos que poderíamos emendar no texto de finalização da pergunta: livros, documentos, almanaques, relatórios, recenseamentos e outros.

Em outra prova de concurso, que não saberei precisar de onde, mostra que “fontes primárias são as testemunhas de algum acidente, documento original. Já o livro que cita outro livro, o político que revela o que outro político disse são fontes secundárias. O jornalista deve procurar, sempre que possível, privilegiar as fontes fidedignas. Assim, pode-se afirmar que as qualidades de uma boa fonte são a representatividade, a credibilidade e a autoridade”.

De outra prova tenho registrado em minha agenda que “na classificação das fontes, diz-se que a escrita com exatidão ou gravada sem deixar margem à dúvida é uma fonte tipo zero”.

Completando as anotações sobre o estudo das fontes, Jésus mostra a necessidade que temos delas na apuração das notícias. O autor as classifica em diretas, indiretas ou complementares.

“Fontes diretas são aquelas que se ligam justamente aos autores do acontecimento, às suas vítimas, aos que testemunharam. Pessoas envolvidas circunstancialmente em um fato, relatos parciais e elementos consultados constituem fontes indiretas. Complementares são as fontes que adicionam, referem, servem ao pormenor. Desempenham, portanto, papel fundamental.”

Foi um bom estudo o de hoje!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

De novo, o jornal


Resgatando um pouco da história, pesquisei sobre a imprensa moderna. Conforme Jésus Barbosa de Souza, em “Meios de Comunicação de Massa – Jornal, televisão, Rádio” (Scipione, 1996), essa nasceu com a criação da tipografia. Foi a partir de Gutenberg que surge o que hoje é a grande indústria gráfica...

“A composição de caracteres móveis prensados com tinta sobre papel” só surgiu por volta de 1450. Marco esse que possibilitou ter atualmente máquinas que duplicam a escrita em número cada vez mais ágil. Pode parecer fácil hoje, mas que digam os escribas antigamente, fazer um livro era mais que artesanal!!! E como estava restrito o conhecimento!

As princípio o novo meio de comunicação facilitou o contato entre as “metrópoles europeias e o ultramar”, no século XVI.

“Em 1642, recém-saído do jugo espanhol, D. João VI proibia a circulação das gazetas gerais, ‘em virtude do mau estilo de todas elas e em razão da pouca verdade’”. E se naquela época em Portugal a imprensa viveu sob forte censura, imagina no Brasil-Colônia. Aqui só foi autorizada a primeira atividade tipográfica a partir de 1800 e bolinhas, com a chegada da família real... (e mesmo assim, o controle era grande).

Nesta passagem de Jésus Barbosa se pode visualizar m dos porquês do controle: “O jornal sempre esteve cerceado pela censura, por se entender que a notícia divulgada logo seria dominada por todos e por se temer a influência do jornalismo na opinião pública”.

Caso fosse apenas cerceamento da informação, se daria até um jeito... mas cada vez mais vejo é que está tudo dominado, mesmo!!! Pois, o povo não tem informação e não pode avançar em direitos. Nisso vai cada vez mais crescendo as dificuldades da falta de formação...

Para fechar, entre os textos que fazem parte do livro editado pela UnB, “Jornal – Da Forma ao Sentido: Quem fala por trás do jornal e em seu nome”, consta uma passagem em que mostra o jornal como uma membrana viva, um verdadeiro campo de atividade “um real já domesticado”, porque a mídia não está face a face com o real do mundo. Se bem que esse será tema de um próximo post.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Do início...

Tudo tem um início. E para estudar a comunicação, nada melhor que defini-la.

Palavra latina (communicare) que nos sites da internet se encontra traduções como “pôr em comum”, “conviver”, “ato de fazer saber”, “tornar comum”, “participar”, “estabelecer ligação”, “unir”, “ligar” e outros.

Dentro do ato comunicativo observa-se a seguinte estrutura (muitas das vezes complexas, com ruídos, ainda por serem concluídas), mas o básico seria:

- Alguém envia mensagem (emissor);
- Outro recebe (receptor);
- A informação é transmitida por algum meio (canal);
- O destinatário entende (ou não) a mensagem (decodificação);
- É enviado um retorno (feedback);
- Com a retroalimentação, inicia-se/encerra-se a comunicação.

Nesse jogo, entram outras peças, porque normalmente há o envio de novas mensagens simultaneamente, outros comunicadores envolvidos, ambiente de cada um dos atores, enfim, todo um processo.

Processo esse que está dentro de um contexto (tempo, espaço, cultura, ...) e que permeia a comunicação. No caso de um diálogo, necessariamente deve haver contato mais direto e retorno (caso contrário, é monólogo).

Já quando se trata de uma comunicação mediada por TV, rádio, internet e impressos em geral há uma gama maior de fatores influenciando e, muitas vezes, modificando o contato. Aqui entra uma infinidade de teorias que teremos oportunidade de estudar em futuras leituras conjuntas.

Por enquanto, vimos o básico.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

As mulheres podem


Concordo com a Dilma: “Sim, ela (a mulher) pode”. Somos capazes de ser mãe, trabalhadora, companheira, amiga, dona de casa, enfim, polivalentes.



E nem quero ser bairrista. Acredito que tudo isso só pode acontecer ao lado de outras pessoas, homens e mulheres, porque vejo a mulher como ser social, humana.

Vivendo este momento histórico no Brasil, manchete em todos os jornais, em que mais de 56% eleitores votaram na presidenta Dilma, é digno ao menos de um registro aqui no meu blog sobre comunicação.

Nos dois turnos cumpri somente meu dever cívico de informar que estava fora do meu domicílio eleitoral. Apenas lembrando a quem me questionava sobre o retrocesso que seria uma eleição tucana (pois fui estudante de universidade federal na Era FHC e briguei muito pelo ensino público, gratuito e de qualidade para todos).

E já que falei dos tempos de faculdade, volto ao tema inicial. A carreira no jornalismo é extremamente feminina. Dos 40 alunos, não chegava a cinco o número de homens na minha sala. Imagino que o quadro tenha se alterado pouco. Lembrando que comunicação é poder, realmente nós podemos...

- Podemos ajudar a construir um mundo melhor;
- Podemos lutar contra as desigualdades e por uma economia mais justa e solidária;
- Podemos exigir maior dignidade ao povo brasileiro;
- Podemos defender a Reforma Agrária e outras políticas de transformação social;
- Podemos pedir a democratização da comunicação;
- Podemos defender os direitos indígenas e quilombolas.

Podemos isso e muito mais (até porque somente por meio das eleições não iremos alterar a estrutura de um País, mas com a mobilização de todos: as coisas podem ser diferentes).

Como vivo também outra fase de minha vida, mais intimista, de pensar mais em mim, deixo um trecho de Zé Ramalho, olhando com os olhos do coração:


"A mulher tem na face dois brilhantes
Condutores fiéis do seu destino
Quem não ama o sorriso feminino
Desconhece a poesia de Cervantes"

domingo, 31 de outubro de 2010

O que é mesmo um jornal?


“Jornal é um meio de comunicação impresso, geralmente um produto derivado do conjunto de atividades denominado jornalismo. As características principais de um jornal são: o uso de ‘papel de imprensa’ mais barato e de menor qualidade que os utilizados por outros materiais impressos”. Essa era a definição que constava na prova do Concurso Público realizado no mês de maio/2010 pelo IFRO (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia), para o cargo de jornalista.

Ao final do texto, estava a pergunta: “Como se denomina o formato de jornal que apresenta medidas entre 60cm x 38cm e 75cm x 60cm?” A resposta “tamanho standard”. Como exemplo podem ser citados “Folha de São Paulo”, Correio Braziliense, e, em Rondônia, o Diário da Amazônia.

Nem vou entrar no mérito de que entre as respostas constava “tamanho padrão”, que às vezes pode ser usado como um sinônimo de standard. Verifiquemos apenas as diferenças entre as demais alternativas.

O “tamanho Tabloide” mede cerca de 38 cm x 30 cm, ou seja, metade de um standard. E de acordo com a Wikipédia, esses “costumam ser jornais populares que utilizam profusão de recursos gráficos, pouco texto e muitas fotos”.

No “tamanho Tabloide Berlinense (ou Europeu)” tem-se cerca de 47 cm x 31,5 cm. Por fim, a última das opções era o “tamanho Microjornal”, aquele que possui metade do tamanho de um tabloide.

Só a título de comparação, o padrão de revistas é de 26,5 x 20 cm.

Para fechar, fui à página do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa pegar a definição do vocábulo jornal, confira:

jornal
(francês journal, do latim diurnalis, -e, diário)
s. m.
1. Publicação periódica diária. = diário, gazeta
2. Publicação periódica (ex.: jornal semanal). = periódico
3. Noticiário televisivo ou radiofónico transmitido geralmente a uma hora fixa.
4. Salário de um dia de trabalho. = diária, jorna

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Acordo Time Life-Globo no histórico da comunicação brasileira

"Era totalmente ilegal, no meu ponto de vista", essa é avaliação feita pelo Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho), "o mais conhecido diretor e criador da televisão brasileira", assim como a Revista Imprensa (nº260) o apresenta na reportagem "Afiado Bisturi", do mês de setembro.

Ele, que trabalha há 58 anos com TV (dos 60 em que o veículo está no Brasil), explica ainda que "Quando eu entrei, ainda existia o Time Life. O pessoal do Time Life era muito responsável e eles tinham ordem de não passar perto da redação para não contaminar o conteúdo, mas de acordo com a legislação brasileira era um acordo ilegal."

A Globo recebeu nessa negociação a construção do prédio para suas instalações, pois como lembra Boni, o aluguel pago era exorbitante. Porém não deve ter sido somente isso.

Assinado em 1962, segundo a Wikipédia, proporcionou a Roberto Marinho "o acesso a um capital em torno de 6 milhões de dólares, o que lhe garantiu recursos para comprar equipamentos e infraestrutura para a Globo. Em troca, Time-Life teria participação em 30% de todos os lucros auferidos pelo funcionamento da TV Globo. Como comparação, a maior TV brasileira na época, a TV Tupi, tinha sido construída com um capital em torno de US$ 300.000."

A Constituição Brasileira da época "proibia qualquer pessoa ou empresa estrangeira de possuir participação em uma empresa brasileira de comunicação. O acordo foi investigado por uma CPI em 1967", descrevem os usuários da Wiki. Mas que a exemplo de outras Comissões de Inquérito deve ter sido arquivada ou qualquer coisa do tipo...

A vedação estava no artigo 160, que impedia estrangeiros de propriedade ou participação acionária em empresas jornalísticas e de radiodifusão. Fato, que na atual CF/88, mudou de escrita no ano de 2002, veja artigo 222:

"A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos 70% (setenta por cento) do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação."

Em "Chatô O Rei do Brasil", Feranando Morais falou desse caso em 15 diferentes páginas. A citação vem em uma crescente, mostrando desde reportagens em que a Revista Time "cutucava" Assis Chateaubriand e o seu "império". Bem que o Chatô tentou acabar com a festa global, só de artigos (e olha que ele sempre “caprichava” no palavreado) ele escreveu 50, exclusivamente sobre a dobradinha Globo e Time-Life. Além de dez em que atacava diretamente Roberto Marinho.

Aqui gostaria só de abrir um parêntesis e comentar que foi no meio dessa briga que o famoso jornal "Repórter Esso" (da empresa norte-americana e que era cliente dos Diários Associados em São Paulo) pula para a concorrente Globo.

E foi a partir do ganho de capital proveniente do acordo, do apoio aos militares, entre outros fatos, que as organizações Globo começaram a superar o pioneirismo dos Diários Associados na TV e no poderio nacional. Seja pelas dificuldades de administração que passaram os discípulos de Chatô (que enfrentava graves problemas de saúde e posteriormente sua morte), seja pelas jogadas políticas que se sucediam, o fato é que um império se firmou durante a derrocada do outro.

Esse foi só um capítulo na briga pelo comando da comunicação brasileira, sempre nas mãos de poucos...

Relendo a cartilha de Redação Web

Li mais uma vez os "Padrõe Brasil e-Gov - Cartilha de Redação Web", de abril/2010. Desta vez imprimi para facilitar a marcação dos pontos mais interessantes e porque deve ser meu guia de trabalho. Incrível, como ler na tela do computador é desconfortável (garanto que daqui a pouco vão desenvolver tecnologias para melhorar isso).

Mas indo ao que interessa: "objetivo de aprimorar a comunicação, o fornecimento de informações e serviços prestados nos meios eletrônicos pelos órgãos do Governo Federal." Como estou em um Instituto Federal, então me enquadro diretamente na destinação do texto.

Concordo em gênero, número e grau: "Mais que um compromisso, prover informação ao cidadão é prova da transparência de um governo." Isso tanto é verdade que quando disponibilizamos a notícia perdemos a noção de seu acesso/uso. E isso é contribuir com a "transparência", facilitar que se torne de conhecimento público (seja retuitado, enviado, impresso, repassado, comentado...).

Entre os conceitos do mundo multimídia, o documento fala da distribuição das informações no sítio eletrônico no formato "cebola": "ela é a metáfora perfeita para demonstrar como os níveis de um sítio funcionam."

As camadas dessa cebola estariam assim divididas:

1ª camada - Apresentação (persuasão)
2ª camada - Genérica (lead claro: quê, quem, quando, como, onde e por quê?)
3ª camada - Detalhamentos (tabelas, gráficos, links para documentos)

A maior dica é procurar não passar de quatro camadas, "é importante ter noção de que quanto mais profunda é a camada onde está a informação, maior é o risco dela não ser encontrada pela navegação do cidadão."

A cartilha também fala das mídias sociais, arquitetura da informação, usabilidade, acessibilidade, sistemas de busca e direito digital. Fechando com dicas de ortografia e gramática.

Para quem vai escrever para web é uma leitura básica. Afinal, quando compreendemos melhor, sabemos tirar mais proveito.

A cartilha está no seguinte endereço: http://www.secom.gov.br/sobre-a-secom/internet/governo-eletronico/padroes-brasil-e-gov

domingo, 10 de outubro de 2010

Revendo a história: Jornal do Brasil


Continuando a partilhar as minhas "Noções de Jornalismo Comparado", encontrei uma boa conexão entre o livro e a passagem neste ano do Jornal do Brasil exclusivamente para a versão on-line.

Visto ter sido exatamente esse veículo que A. Vivaldo de Azevedo escolheu para apresentar o funcionamento de um jornal. Segundo ele, à época que foi escrito, era aquela uma das maiores empresas do ramo no mundo. Fundado em 09 de abril de 1891, o JB fez história no País com a "revolução gráfica e editorial da publicação" nos anos 50. Nisso, o escritor vai explicando como era cada fase de preparação, incluindo a ação das rotativas, atividade de cada editoria e distribuição. Sobre a forma de entrega, vale enfatizar que no seu início o JB inovou com a utilização de carroças, agilizando a chegada dos exemplares até as mãos do leitor.

Na Wikipédia consta que "o Jornal do Brasil é um tradicional jornal brasileiro, publicado diariamente na cidade do Rio de Janeiro" (e que agora só pode ser lido via internet, de forma paga). Além de mostrar que o jornal apoiou o golpe militar de 1964, conforme editorial publicado no dia 1º de abril de 1964: "Desde ontem se instalou no país a verdadeira legalidade... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas".

Por outro lado, Miriam Leitão (O Globo) ao relembrar a história do JB, fala de algumas capas históricas e outras formas que os profissionais de lá utilizavam para driblar a censura. Entre estas, está o dia em que estavam proibidas "fotos no dia da morte do presidente do Chile, Salvador Allende. Então o JB não colocou foto alguma na primeira página, que veio toda só com texto".

Sobre a crise, a Wikipédia remete ao ano de 2001, quando "a família Nascimento Brito arrendou o título do jornal para o empresário Nelson Tanure por 60 anos, renováveis por mais 30. A intenção do empresário, conhecido por comprar empresas pré-falimentares, saneá-las e depois revendê-las, era recuperar o prestígio do jornal. Naquele ano, as vendas do jornal eram de 70 mil em média durante a semana e 105 mil aos domingos. Recuperou-se a partir de 2003, atingindo 100 mil exemplares em 2007, quando então as vendas novamente começaram a cair, chegando a 20.941 em março de 2010.

Mais interessante ainda foi o blog , da jornalista Cristina P. Rodrigues, que trouxe: "Torço para que morram todos os veículos de comunicação patronal, oligárquicos, baseados em uma hierarquia antiga e donos de uma voz consoante com a da elite, que coordena todos os meios de comunicação considerados de massa. Torço pela disputa de poder na internet, pelas redes sociais, pela interatividade, multidirecionalidade da informação, que se produz de forma horizontal. Que, como o JB, caiam todos."

Pude, dessa forma, comparar desde movimentos contra e pró JB. Quem sabe as lições que podemos tirar desse exemplo sejam de um jornalismo mais plural... Que caiam todos sim, mas que quem suba seja o povo!

sábado, 9 de outubro de 2010

A Nossa Senhora Aparecida, minha padroeira também


Dia 12 de outubro está chegando. Dedicado às crianças e a Nossa Senhora Aparecida, é uma data a ser lembrada. Afinal, serve como homenagem à Padroeira do Brasil.

Eu particularmente gosto desse momento de reflexão, pois há alguns anos minha mãe confiou a Nossa Senhora Aparecida o meu nascimento. Tanto que meu nome é Rosália APARECIDA da Silva. Naquele tempo, a medicina ainda não era tão avançada e nem estava tão acessível a todos assim. Mas graças àquele pedido, hoje estou aqui, acho que "firme e forte"!

O número 137 da Revista Almanaque Brasil, mês de setembro passado, entre as reportagens noticia essa ligação do brasileiro com os santos. Em tom descontraído a matéria fala dessa íntima relação que temos com as divindades. E olha que são bastantes (José, Francisco, Paulo, João, Benedito, Maria, Pedro...).

Acredito até que se minha mãe soubesse, teria naquela época também sido devota da italiana Santa Rosália. O dia dela foi há pouco, 04 de setembro. Iria combinar muito comigo, afinal fui registrada: Rosália Aparecida. Protegida duas vezes.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

É direito do jornalista: trabalhar 25 horas semanais

Na semana passada tive uma notícia ótima da direção de pessoal. Descobriram que a função de jornalista é regulamentada, portanto, é direito profissional nosso trabalhar cinco horas diárias, sem redução de salário. Eu já havia escutado algo, tido a confirmação alguns dias antes, mas mesmo sem solicitar, recebi a minha nova orientação de horário.

Aproveitei e fui procurar na internet... descobri que o assunto é muito comentado. Tanto, que na página da Federação Nacional dos Jornalistas consta que no último dia 09/09/2010, a "Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento emitiu a nota técnica 762/2010, confirmando, a pedido da Fenaj, que a carga de trabalho dos jornalistas empregados nesta condição em órgãos da administração pública federal é de 25 horas semanais".

Outro documento que trata do tema é a portaria SRH 1.100/2006 (alterada pela Portaria 222/2008). Com tantos concursos que foram realizados recentemente para a função de jornalista, muitos deles contendo no edital a carga horária de 40 horas semanais, normal que tenha gerado a dúvida.

A Fenaj também orienta aos jornalistas do serviço público federal que, "caso esteja sendo cobrada jornada acima das cinco diárias, ingresse com processo administrativo solicitando o cumprimento da Portaria SRH 1.100/2006". Além de enfatizar que a esta jornada dos "servidores estatutários nas demais esferas da administração pública (Estados e municípios) depende de regramento próprio".

Havia certo desconforto, pois a carga horária semanal de trabalho prevista no Estatuto do Servidor, a Lei 8.112, é de 40 horas semanais. Porém, essa mesma legislação respeita a existência de legislação específica.

Vale lembrar, que historicamente tivemos no Brasil a seguinte regulamentação: Decreto-Lei nº 1.445/76, art. 16; e Decreto-Lei nº 972/69, art. 9º. Mais antigo é o Decreto-Lei nº 910, de 30/11/1938, que no artigo 34 previa: "A duração normal do trabalho dos empregados compreendidos neste Decreto-Lei não deverá exceder de cinco horas, tanto de dia como à noite".

Lógico, tudo isso muda em relação aos ocupantes de Cargo de Direção ou Função Gratificada, que deverão cumprir o regime de integral dedicação ao serviço, podendo ser convocados sempre que houver interesse da Administração.

Outro lembrete a ser feito é: “os ocupantes da categoria funcional de Técnico em Comunicação Social (jornalista) deverão apresentar o registro de Jornalista expedido pelo Ministério do Trabalho, conforme preceitua o Art. 4º do Decreto Lei no 972, de 17/10/69”.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Saber adquirido é uma riqueza imensurável


Partindo do texto anterior, resolvi pesquisar algo mais sobre alguns termos jornalísticos. Digo isso porque revisitei o termo “copidesque”. Sabia que ele já ocupou lugar de destaque nas redações dos jornais.

Para quem não sabe, o copidesque era encarregado de “pentear a matéria”, ele dava “a forma gramatical e jornalística ao texto”. O que incluía encurtar ou adequar a redação, retirando comentários pessoais emitidos pelo repórter e criando títulos.

Comparando esses termos de A. Vivaldo de Azevedo, sei que em “Jornalismo Digital”, de Pollyane Ferrari (Editora Contexto – 2009), o copidesque é ponto de partida para comparar o que ela chama atualmente de “empacotador”. Aquele cuja função é preparar um texto de outras mídias para a internet.


Só que eu começo a me ver como uma copidesque na função de assessora de comunicação. Isso porque quando chega um texto do pessoal da casa para publicação, temos que mexer, adequar para inserir nos veículos de comunicação institucional.


Mesmo que sejam pequenas alterações, a “fonte” sempre vai entender as... não diria correções, mas o tratamento conforme o meio a ser atingido.

O certo é que hoje em dia é profissional praticamente extinto, sendo substituído por outros profissionais. Pessoas que fazem o trabalho de redator ou revisor de textos, mas nada ccomparado com o destaque de antes, até porque jornalista tem que no mínimo escrever com correção.

Partindo de algo que já havia escutado...


“A luta contra o erro tipográfico tem algo de homérico. Durante a revisão os erros se escondem, fazem-se positivamente invisíveis. Mas, assim que o livro sai, tornam-se visibilíssimo, verdadeiros sacis vermelhos a nos botar a língua em todas as páginNegritoas. Trata-se de um mistério que a ciência ainda não conseguiu decifrar...”

Monteiro Lobato


A pérola acima garimpei no livro de A. Vivaldo de Azevedo, Noções de Jornalismo Aplicado (Editora Tecnoprint – 1979). Não vou dizer que seja um livro antigo (porque tem quase a minha idade), mas realmente não é um livro atualizado.

Tanto, que a tecnologia citada ao longo da obra é bem ultrapassada: grandes agências de notícias ainda usavam “teleimpressoras de alta velocidade para a emissão de palavras diárias”.

Caso tenha se perguntado o porquê de se fazer esse tipo de leitura, é simples, estou em busca de respostas.

“Mas existem países onde o progresso ainda não chegou. Nesses, o velho processo do telégrafo comum é bastante usado e supre as necessidades. O importante é que a notícia surja, seja de que maneira for” – grifo meu.

Tirando o que ficou mais como registro histórico, de como era o jornalismo no fim dos anos 70, aprendi mais sobre o processo comunicativo lendo o livro. Acredito também que é importante que o conhecimento surja...

E é o que pretendo, lendo e comentando aqui. Assim, vou acumulando informações sobre a minha profissão, refletindo em como usá-las no meu trabalho diário.

Vamos enfrente!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Imprensa e eleições

Texto escrito em 17-09-10

A Revista Imprensa do mês de agosto trouxe um panorama das eleições de 2010, enfocando os candidatos que são profissionais da comunicação. Mais de 400 em todo o Brasil (ou 2% dos inscritos).

Eles são apresentadores, radialistas, jornalistas, artistas e outros que fazem parte da mídia.

Na matéria, é exposto a vantagem e a desvantagem desses candidatos mais “conhecidos” do grande público. É no Distrito Federal que eles estão em maior número, chegando a 2,92% do total de 1.027 candidatos, uma vez que 30 são da área.

Em Mato Grosso do Sul, meu Estado natal, seis candidatos são ou jornalista, ou publicitário, ou relações públicas. Dentro de um universo de 361 inscritos, eles representam 1,66 dos possíveis novos representantes sul-mato-grossenses.

Já em Rondônia, minha nova morada, o número é um pouco maior: de 481, nove são comunicadores, ou seja, 1,87 dos candidatos.

Eleitos ou não, o bom seria que fizessem uma campanha além do “Ficha Limpa”, em que não sujassem mais o plano político e sim buscassem a concretização de uma comunicação realmente democrática e participativa. Qualificação para isso, teoricamente, teriam.

Mídias digitais para público interno e externo – em busca de soluções

Vamos pensar nas vantagens de se utilizar as mídias digitais voltadas para a comunicação organizacional.

Com certeza para o público externo encontraremos mais materiais teóricos disponíveis para consulta. Mas e para o público interno, o chamado “chão de fábrica”, este também precisa ser diariamente conquistado. Como alcançar resultados sem capital humano?

Primeiro, analisando os meios que poderemos disponibilizar enquanto assessoria de comunicação. Os instrumentos seriam a intranet (com acompanhamento da mídia, notícias de interesse da área de atuação e sobre a própria instituição, e-mail institucional, grupos de discussão, fotos e boletins internos etc.); além de criação de espaços como blogs, MySpace, Facebook, Orkut, Newsletter e outros.

Com um pouco mais de estrutura, talvez se organize uma rádio interna ou um circuito fechado de tv.

Mas o que deve ser colocado na balança é e apenas a disponibilização desses meios de comunicação serão suficientes para alcançar participação. Afinal, diálogo é “olho no olho”, o que jamais será substituído como forma de motivação e de verdadeiro diálogo com todas as esferas da instituição.

Afinal, deve-se prezar é uma relação honesta com qual público seja. Devemos trabalhar com os funcionários e colaboradores de forma ética e transparente, sem deixar de transmitir a verdade sempre.

Jornalismo, internet e cidadania

Texto escrito em 15-08-10

Estava analisando o sonho de muitos estudantes que chegam aos bancos universitários pensando em mudar o mundo. No caso das faculdades de comunicação, depois de formado se descobre que a última palavra é a do patrão.

Qual jornalista nunca ouviu que para ter opinião é preciso ser dono de um jornal?

Muita coisa vem mudando. Ao menos aqui no mundo virtual. Atualmente está muito mais “palpável” uma comunicação horizontal. Isso em conseqüência das ferramentas disponibilizadas pela Web 2.0, de convergência das mídias, que inclui um código aberto, aguardando a participação e inserção de todos que navegam na internet.

As redes sociais (blogs, Orkut, Twitter, Facebook, entre outros) e as wikis (de comunicação colaborativa) colocam a web e a troca de informações ao alcance do cidadão comum. Em oposição ao que tínhamos até pouco tempo atrás (acesso discado, Web 1.0). Lembro-me que nos deslumbrávamos só de enviar um e-mail.

Entretanto, ainda falta pensar em como transportar toda essa facilidade de comunicação e esse modo mais democrático de divulgar notícia para que realmente chegue a todas as faixas econômicas da população. É o que entendo como aumentar ainda mais a promoção da cidadania dentro dos meios virtuais.

Lógico, penso nessa maior abertura sem querer a criação de novos monopólios midiáticos. E, ainda mais, quero que esse “colocar a boca no trombone” tenha limites éticos sim, mas não a tirania da censura.

Neutralidade das tecnologias – alguns apontamentos

Texto escrito em 21-08-10


Conseguimos nos comunicar de forma horizontal? Nesta fase da Web 2.0 é estimulada a participação/opinião por diversos canais – mas essa inserção é realmente horizontalizada e consciente?


Falta de acesso/universalidade física, como, por exemplo, condições de manter a internet. Esse ponto eu sei como é, afinal não é de hoje que estou sem computador e internet em casa ou no trabalho...

Falta de conhecimento do código. Há treinamento? As diversas gerações têm o conhecimento da língua, linguagem. Aqui estava pensando em quantas pessoas não dominam nem a utilização de um aparelho dvd. Quantas pessoas tem dificuldade em fazer mais do que discar e ligar/desligar um celular. Não tenho números aqui, mas estou falando de pessoas não-alfabetizadas ou analfabetas funcionais (que leem um texto de jornal ou de manual de utilização e não compreenderam as informações). Ainda somos uma sociedade que utiliza-se muito mais da oralidade: conversa, rádio, telefone etc.

Expandir o uso das novas mídias para mais pessoas, ampliando a democratização da comunicação. Esse ponto precisa de urgência. Tenho ouvido muitos projetos, mas é preciso ampliar mais, mais...


Por uma comunicação pública, democrática e participativa!

É isso!

Retomando o poder de expressão

Há quase um ano criei esse blog. Quem passou por aqui pôde notar, afinal, faz quase o mesmo período que também parei de escrever.

Já me interroguei várias vezes por quê? Algumas respostas variam entre “escrever é correr o risco de ser lida!” e, mesmo, o simples fato de não ter internet ou computador em casa!

De qualquer modo, agora pretendo retomar esse processo (por que não dizer difícil) de escrita e de análise da mídia e da internet. Motivo principal da criação desse espaço em 2009.

Andei rascunhando algumas ideias. Eu me comprometo ao logo desse processo oferecer mais lógica aos textos. Juro! Fiz um acordo comigo mesma de voltar aos meus estudos, por enquanto, em casa, autodidata! Depois tenho planos de seguir minha qualificação.

Bom, o futuro só Deus dirá... Então, vamos caminhar (escrever)!