segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

O homem e a guerra

Estou terminando a leitura de Homo Deus: Uma breve história do amanhã, de Yuval Noah Harari (Companhia das Letras, 2015), conforme recomendação de uma amiga. Entre as muitas partes que me chamaram a atenção na leitura do denso livro está relacionada à guerra.
Vou fazer um recorte pensando em me lembrar daqui mais um tempo dessas passagens e filosofias da obra.

Durante milhares de anos, quando olhavam para a guerra, as pessoas viam deuses, imperadores, generais e grandes heróis. Mas, nos últimos dois séculos, reis e generais foram empurrados para um lado, e as luzes da ribalta passaram a destacar o soldado comum e suas experiências. 

Isso me deixou em profunda reflexão sobre o como/quanto o ser humano é levado à guerra. A princípio, as massas eram levadas (convencidas ou qualquer palavra que se pareça com isso) por reis, nobres e sacerdotes, conforme explica o autor. Eles eram considerados deuses da guerra pela estratégia que utilizavam para vencer as batalhas. Quem morria, morria. Tinha servida à causa.

Se o soldado está lutando no lado protestante, sua morte é a justa retribuição à rebelião e à heresia. Se está com o exército católico, sua morte é um nobre sacrifício por uma causa justa. 

Sobre Hitler, Harari diz que “não tinha educação formal, nem aptidões profissionais, nem contexto político. Não era um homem de negócios bem-sucedido ou um ativista sindical; não tinha parentes nem amigos em posições elevadas, nem dinheiro digno de menção”. Ah, e o ditador alemão “nem sequer tinha a cidadania alemã. Era um imigrante sem um tostão” e mesmo assim conseguiu apoio do país naquela selva de disputa (e deu no que deu).

Só para constar, lógico que o que Hitler fez foi planejado no âmbito de um partido de extrema direita. No caso, eu considero extrema-extrema-extrema direita mesmo. Nas palavras de Harari, “Auschwitz deveria servir como uma advertência de um vermelho sanguíneo […]”. E não como bandeira a ser novamente hasteada por grupos extremistas brasileiros. Algo que o país precisa se unir é em favor da vida e não na destruição dela.

Mesmo o autor relembrando que “a guerra, embora ainda exista, mata nos tempos atuais uma fração do que matou até o século XX” nós não subestimamos o poder de extermínio que os países possuem. Sigamos unidos e fortes.