domingo, 25 de outubro de 2015

Continuar a escrever, um exercício

No dia que o ENEM coloca como tema de redação para sete milhões de estudantes a violência contra a mulher reafirmo comigo que, de fato, escrever é um ato revolucionário. Não posso parar de estudar!

E como tema para esse meu exercício, pensarei nos gêneros textuais. Afinal, preciso entende-los melhor para uma atividade no mestrado. Para iniciar vamos a uma lista dele antes de conceitua-los:


Como bem explica a professora Irandé Antunes (livro Língua, texto e ensino – 2009) apresentar uma lista exaustiva dos diversos gêneros escritos ou orais é até difícil, pois existem inúmeros.   A autora traz o conceito de Swales de que gênero seria “uma categoria distintiva de discurso de algum tipo, falado ou escrito, com ou sem propósitos literários”.

Os mais conhecidos são os tipos textuais (narração, descrição, dissertação), talvez porque a escola se fixou por muitos anos apenas neles. Vejamos o que o site Estudo Prático traz sobre a diferenciação entre gêneros textuais e tipos, com o aporte de gêneros literários:

É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma possui um significado totalmente diferente da outra. Veja uma breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual:
•Gênero Literário – nestes os textos abordados são apenas os literários, diferente do gênero textual, que abrange todo tipo de texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc.
•Tipo textual – este é a forma como o texto se apresenta, podendo ser classificado como narrativo, argumentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma dessas classificações varia de acordo como o texto se apresenta e com a finalidade para o qual foi escrito.

Assim, ao chegar ao fim deste texto, preciso voltar ao jornalismo, que é minha referência. Vamos a questões de concurso em que os gêneros dentro do jornalismo são cobrados.

No concurso do IFPI, em 2009:

Relato de fatos, em cuja estrutura predomina a sequência de narrativas, com marcas subjetivas do autor. O texto acima se refere a qual gênero jornalístico?
a) Notícia
b) Editorial
c) Reportagem de fatos
d) Reportagem documental
e) Crônica


A resposta é letra E.

Ainda em 2009, o IFPE questionou:

De acordo com os gêneros jornalísticos, os releases  do tipo artigo, dirigido, nota oficial e comunicado são classificados, respectivamente, em:
a) interpretativo, informativo, informativo e não jornalístico.
b) opinativo, informativo, não jornalístico e não jornalístico.
c) interpretativo, opinativo, informativo  e informativo.
d) opinativo, informativo, não jornalístico e informativo.
e) opinativo, interpretativo, não jornalístico e não jornalístico.


Resposta é letra B.

O IFCE em 2009 também trouxe questão do tipo:

Entre os gêneros jornalísticos, conforme definição de Luiz Beltrão, está o jornalismo opinativo. É correto afirmar que esta classificação engloba:
A) editorial, comentário, artigo, coluna, crônica e carta.
B) editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, carta e caricatura.
C) editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica e caricatura.
D) editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura e carta.
E) editorial, comentário, artigo, panfleto, resenha, coluna, crônica, caricatura e carta.


A “D” foi a resposta de acordo com o gabarito.

Na prova do CESPE, em 2008, para o INSS no cargo de Analista do Seguro Social - Comunicação Social, a questão era:


A respeito da técnica de redação jornalística e de gêneros de redação, julgue os próximos itens.
Um editorial expressa a opinião da organização jornalística e tem como uma de suas características a impessoalidade.
RESPOSTA: C


EMBASA-O jornalismo protocolado na Web está mais próximo do conceito de jornalismo público do que a forma tradicional de jornalismo de massa.
RESPOSTA: C


DATAPREV- Lage nos ensina que definir é restringir um conceito. No caso da linguagem jornalística, as restrições estão relacionadas aos fatores de registros de linguagem, o processo de comunicação, o tipo de informação e a modalidade da fala.
RESPOSTA: C


EMBASA- Quem diz o quê? Através de que canal? Para quem? Com que efeitos? São as perguntas que compõem o clássico axioma de Laswell acerca do ato de comunicação.
RESPOSTA: C


MBASA- Entre os cibergêneros jornalísticos incluem reportagens, crônicas, relatos infográficos, chats, fóruns e editorial.
RESPOSTA: C



segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Espelho?

De novo os dias passaram e eu fiquei sem alimentar meu blog no último mês. Só que a sementinha dos estudos deve ser sempre cultivada, portanto, vamos lá!

Comecemos por uma questão do IBGE:

Uma das primeiras teorias desenvolvidas para explicar por que as notícias são como são é a chamada teoria do espelho, segundo a qual as notícias são determinadas pela realidade. Essa teoria está ligada a uma visão do jornalista como um profissional que:
a) busca a verdade
b) procura na verdade as soluções para a sociedade
c) estimula a leitura subjetiva dos fatos
d) interpreta a realidade sem sensacionalismo
e) enriquece a notícia através da integração de informações

Gabarito tem como resposta a letra “E”.

Atualmente, esta é uma teoria superada, pois a proposta da Teoria do Espelho era que o jornalista trabalharia como um comunicador desinteressado. Sendo um profissional sem interesses  e  apenas contanto “o que aconteceu, doa a quem doer” (TRAQUINA).

Qual o profissional que consegue deixar em um baú a sua “formação ideológica”? Para mim somos sim espelho de nossa própria vontade e realidade. Não adianta querer esconder, porque é aquela superstição, se quebrarmos nosso espelho, serão pelo menos sete anos de azar!

Para fixar: Teoria do Espelho é inspirada no Positivismo do filósofo francês Auguste Comte (1798-1857). De acordo com o Blog de Jornalismo da Uniube, são dois momentos históricos, o primeiro na metade do Séc. XIX, época de nascimento do jornalismo informativo, que separa opinião de informação. E, posteriormente, início do Séc. XX, quando o jornalismo aparece associado a objetividade (método criterioso de pesquisa e checagem dos fatos). “Nas palavras de Walter Lippman eles trariam rigor do método cientifico aos jornalistas, evitando a subjetividade”.
http://teoriadojornalismouniube.blogspot.com.br/2010/11/teoria-do-espelho.html

sexta-feira, 10 de julho de 2015

“Sim, é verdade que o Sol nasceu para todos, mas também é verdade que aqueles que não saem da sombra não se beneficiam com sua luz” 
Carlos Hilsdorf 

 Acabei de ler que o poder está para o ser humano assim como água para peixe. É uma necessidade natural, por assim dizer. A relação de forças é encontrada até mesmo no amor, quando se convence o outro ou se impõe certas vontades.

E quantas coisas somos capazes de fazer em busca de mais domínio, posse, força e capacidade de fazer. Dependendo do uso, ter poder é bom, o problema está nos momentos em que se ultrapassa limites.

 E a comunicação é toda envolta em poder, ter/receber/repassar informação é uma forma de poder (e alguns seguram esse "osso" e não o largam de maneira nenhuma). Quem o detém é beneficiado por isto. Para ilustrar o poder da mídia, um vídeo que debate essa histórica relação de força:

 

 Verbo Poder...

Gerúndio: podendo

Particípio passado: podido

Morfologia do Verbo Poder: irregular

Semântica do Verbo Poder: verbo transitivo e intransitivo

Demais conjugações: http://www.conjugacao.com.br/verbo-poder/

 Um filme que gosto é O Quarto Poder, que trata dessa relação de manipulação, controle, audiência, de focos e escolhas:

 

O post de hoje foi apenas para relembrar o quanto é necessário se cuidar e ter a consciência do quanto estamos rodeados por questões de poder.  Seus sinônimos e seus antônimos mostram um pouco desta força, coerção, autoridade incluídas na palavra: PODER.


domingo, 28 de junho de 2015

Incentivo à leitura

No Brasil, o dia dedicado a celebrar o incentivo à leitura é 23 de abril. Mas independente da data comemorativa, qualquer hora é hora de levar essa indicação a todos. Há diversas iniciativas de instituições e de pessoas para incrementar o gosto pela leitura (afinal, somos um país em que ainda se lê pouco – livros, para deixar bem claro. Porque ler, vejo que lemos muito no Facebook e outras mídias sociais, por exemplo, ou mesmo lemos revistas de “fofocas”).

O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.
(Mark Twain)

Ler é interpretar! Isso mesmo, ao mesmo tempo que vamos conhecendo novos “mundos”, precisamos também ir interpretando e traduzindo aquele conhecimento para o nosso universo de pensamentos (ontem mesmo eu pensava que se fosse verdade que o cérebro masculino é composto por várias gavetas, que ele abre uma a cada vez, minha cabeça é um grande guarda-roupa, que jogo tudo lá dentro e quando abro para procurar algo, despenca tudo sobre mim ... risos!).

Segundo a professora Irandé Antunes (no livro Língua, Texto e Ensino), a leitura é capaz de promover inclusão social, pois trata-se de condição do exercício pleno de cidadania.

E ela fala sobre isso não apenas para as disciplinas Língua Portuguesa, mas também em Ciências, Geografia, História, Matemática...

“É bom lembrar que pobreza de informação, de ideias, que o fato de não ter o que dizer sobre determinado tema, afinal, são problemas que só se resolvem com a ampliação de nosso repertório de informações e de ideias; com a nossa capacidade de, criticamente, ler, ouvir, refletir, tirar conclusões, estabelecer relações entre os fatos”.

E já que o tema de hoje foi leitura, tem um blog que gosto de visitar e procurar poemas (já que é bom ler, leia-se também bons autores). Fica a dia... POEMBLOG



Ler não é decifrar, escrever não é copiar.
(Emilia Ferreiro)

terça-feira, 23 de junho de 2015

Calúnia, difamação e injúria

Se recordar é viver...
Em 2010 eu já havia estudado o trio “calúnia, difamação e injúria”. Mas hoje relendo o Manual de Jornalismo da EBC (Brasília, 2013) revi os conceitos. De acordo com o documento da Empresa Brasil de Comunicação:

“São práticas que compõem os crimes contra a honra, todos previstos em lei com as respectivas sanções. Caluniar é acusar uma pessoa de um fato ou crime que ela não cometeu. A calúnia é crime e pode resultar na prisão por até três anos e multa a quem cometer esse crime”. 

O exemplo dado pela EBC como calúnia é o de “acusar alguém falsamente por corrupção, violência, tráfico, entre outras coisas”.  Ressaltando que é no objeto da acusação que está a diferença entre a difamação e a calúnia.

“Tratando-se de uma acusação de crime, a ofensa é considerada calúnia. Difamação é atribuir a alguém um fato ou característica que ofende a sua reputação e a forma como a pessoa é vista nas suas relações sociais”.
“Se não há acusação de crime, mas a ofensa altera a maneira como os outros veem o acusado, é difamação. Também é considerada difamação a lembrança de um delito cometido pela pessoa cuja pena já tenha sido completamente cumprida”. 

Para completar, vamos à explicação de injúria:

“A injúria, de modo simplificado, é a prática intencional da ofensa e, geralmente, ocorre com a enunciação de conceitos e preconceitos”.

Parabéns ao jornalismo da EBC e de todas as emissoras que trabalham buscando não cometer esse tipo de erro.

Quer mais informações sobre o tema, pode rever meu post de dezembro de 2010, CLICANDO AQUI. 




segunda-feira, 22 de junho de 2015

Redação

Este ano tenho sofrido “horrores” para escrever textos relacionados à ciência e à pesquisa. A escrita científica requer muito conhecimento, muita leitura e muito embasamento. Lógico, se for retornar no tempo, lembrarei que também já tive muita dificuldade em iniciar qualquer outro formato de texto (só em pensar da época do vestibular, então, que arrepios!).

Lendo “Língua, texto e ensino: outra escola possível”, de Irandé Antunes, me deparei com o seguinte questionamento:

Será que a escrita de texto não tem sido uma tarefa duramente penalizada porque mal compreendida?

De acordo com a professora, “o insucesso tem raízes em espaços e momentos anteriores àqueles da elaboração de um trabalho escrito. Tem raízes na ausência de uma condição básica, insubstituível, necessária, que é o ter que dizer”. Sim, como vou escrever um texto científico se minha leitura na área ainda não é suficiente para tal, preciso ler e reler textos técnicos para melhorar esse meu lado “científico”. Até o momento minhas bases são de texto jornalístico, para o qual me orientei tempos atrás ao decidir seguir a profissão.

“Nossa competência mais significativa para escrever textos relevantes não se esgota com simples resolução de pequeníssimas questões, como evitar a expressão ‘a nível de’ ou a outra ‘entrega em domicílio’. Essas e outras são questões pontuais que se resolvem com simples consultas aos manuais específicos. Ter ideias para desenvolver um texto, saber estruturá-las e ordená-las, é que constituem competências significativas. Nessas, a escola deveria concentrar a melhor de suas atenções.”

Irandé Antunes mostra que há operações que são seguidas para redigir um texto:
- Recapitulação, ou que partes do que eu já sei podem ser trazidas para o texto que escrevo no momento?
- De remontagem, ou como posso dar a esse saber acumulado um novo rosto, uma nova formulação?
- De reenquadramento, ou em que pontos ou sob que outras perspectivas posso avançar na inserção dos saberes recapitulados e remontados?

Como afirma a autora: “A escrita de um texto não começa nem no espaço e nem no momento em que são ‘traçadas’ as primeiras linhas’”. E não começa mesmo, fosse assim que esforço sobre-humano seria cada escrita. Um inventar a roda todos os dias. Disso, tenho certeza, a intertextualidade é nossa aliada.

Professora, estou tentando fazer meu dever de casa. Estou lendo e escrevendo, tentando me adaptar a esse novo desafio. Prefiro errar tentando, que desistir sem nem mesmo me lançar ao desafio:

“(...) necessidade, a curto e a longo prazos, de aquisição, de ampliação de repertórios, amplos, diversificados e relevantes, a partir dos quais possa ser possível a construção de novas exposições, de novos comentários, de novas análises. Não só: é necessário que sejam explicitadas as regras desse jogo, desse quase ritual de recuperação e de reaproveitamento das ‘lições’ anteriormente aprendidas".

domingo, 21 de junho de 2015

Comunicação empresarial

“A comunicação exerce um extraordinário poder no equilíbrio, desenvolvimento e expansão das empresas” é o que ensina o professor Gaudêncio Torquato. Por que, então, temos tanta dificuldade de que gestores/administradores incluam os setores de comunicação como parte do planejamento (do verdadeiro planejamento), destinando atualmente aos comunicadores apenas a parte de correr para reverter o prejuízo?

Para Wilson da Costa Bueno há uma etapa a ser vencida: consolidar a comunicação como instrumento de inteligência empresarial, assumindo seu caráter estratégico, de tomada de decisão e profissionalizada. Bueno conceitua a comunicação empresarial/organizacional como um conjunto integrado de ações, planos, estratégias, políticas e produtos planejados e desenvolvidos por uma organização para estabelecer relações permanentes e sistemáticas com os diversos públicos de interesse.

Assim, teremos que a cultura organizacional de uma instituição não pode estar atrelado apenas aos gestores, mas sim a toda sua estrutura.

Daí que entra a tal da “accountability”, ou prestação de contas, responsabilização (e aqui entendo que não só em órgãos públicos, porque as empresas privadas também são acompanhadas pelo poder público e pela própria sociedade).  Vivemos no mundo que a transparência, a ética, a descentralização ganham espaço. Não estamos mais no final da década de oitenta, nossos receios dão lugar a outras reivindicações, muito mais democráticas que em períodos passados.

Encerro com uma questão de prova aplicada pela banca Cesgranrio em 2007, para o cargo Profissional Básico - Comunicação Social do BNDES:

Num comunicado empresarial ou numa informação de caráter geral, qual a expressão correta a ser usada, quando se quer remeter o leitor, ouvinte ou espectador a um detalhamento da notícia?
a) Maiores informações.
b) Melhores informações.
c) Mais informações.
d) Novas informações.
e) Outros detalhamentos.


A resposta segundo o gabarito é letra C. Afinal, sim, precisamos passar cada vez mais e mais informações à sociedade!

sábado, 20 de junho de 2015

História Oral

Há um tempo, iniciei estudos sobre História Oral para um projeto de pesquisa. Acredito que tenha muito de jornalismo nesta forma de encontrar e contar história de pessoas.

Neste post, vou me resumir a deixar arquivado o que estudei no dia 02 de novembro de 2012, em um encontro do Grupo GET/IFRO.

Polêmica da seletividade: historiadores, sociólogos, psicólogos e escritores (ainda me pergunto se há técnicas e pesquisas que são aceitas sem críticas? Como avançar sem o “cutucão” do outro?)
Não memorizamos tudo. É preciso escrever para lembrar (Funis, o memorioso)
Psicanalistas e determinadas correntes da neurociência
Todas as experiências são registradas (embora nem todas sejam acessíveis ao nível do consciente)
Ver “Freud além da alma”
A relevância da memória. A memória é o cerne da cultura ocidental (queremos que a memória permaneça: fotos...)
Somos povo da memória (nos tornamos historiógrafos)
Praticamos (ou somos herdeiros) de uma religião da memória (cristianismo)
Esquecimento é um dos nossos maiores medos
E melhor maneira de não esquecer é narrar: escrita se destacou nas sociedades moderas como o principal instrumento da narrativa. Sobrepõe-se à oralidade. Mas a escrita consegue o “engessamento da memória”, fica fiel ao texto. Por outro lado temos as perdas das habilidades narrativas orais.
Internet: memória, esquecimento, silêncio
- autores Michael Pollak e Ecleia Bossi
Com a narrativa de suas memórias os grupos constroem suas identidades
A memória parte do presente

“Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens”
Le Goff - 1990

Naquele encontro, a pedagoga Rosa Martins falou sobre a tipologia e os procedimentos da História Oral:
Ler trabalhos em história oral para saber quais caminhos seguir.
Origem da História Oral: Heródoto (pai também da geografia) – registros de testemunhos, história testemunhal, depoimentos.
O estudo do passado é um problema filosófico: Tucídides: desconfie da memória. Dê voz aos atores de um determinado evento histórico. História hibrida. Presença da contradição essencial que permite o acesso a indícios e testemunhos.
Em 1994 – Associação Brasileira de História Oral

História Oral – consiste em gravações premeditadas de narrativas pessoais feitas diretamente de pessoa a pessoa, em fitas de vídeo, tudo prescrito por um projeto que detalhe os procedimentos (Meihy, 2009)

Projeto em história oral: justificativa (importância, evitar entrevista pela entrevista) e colônia/rede (delimitação do projeto. Concepção da pesquisa)
Colônia – traços preponderantes que ligam a trajetória das pessoas a grupos sociais (escolha ampla sem considerar critérios específicos. Ex.: perseguidos políticos, congregações religiosas, imigrantes)
Rede – pessoas que efetivamente participarão da pesquisa. Descrever os critérios da seleção (idade, sexo, formação). Indicar como serão as entrevistas.

Fundamentos:
Na justificativa (com objetivos), definição da colônia, formação da rede e a hipótese de trabalho.

Procedimentos:
Detalhamento sobre a entrevista
- Pré-entrevista: preparação do encontro em que se dará a gravação. Gravar o nome do projeto, a identidade do entrevistado, a data e o local do encontro.
- Entrevista: jamais gravar sem o conhecimento e anuência do entrevistado. Sem mediador. O clima relacional é mais importante que a duração.
- Pós-entrevista: agradecer e fazer junto com a entrevista a conferência. Dar fluidez ao texto, sem alterá-lo.

Procedimentos:
Transcrição: oral para escrito
Textualização: suspensão das perguntas
Transcriação: interferência do autor no texto para torna-lo compreensível

Escolha o tom vital – frase que serve de epígrafe. Farol para guiar a percepção.
Transcrição não é reescrever, somente o que for negociado com o narrador.
Carta Cessão – se poder o texto ser público, se pode ser utilizado em partes ou em quais prazos.

Três tipos de relato:
Relato biográfico único
Pesquisa biográfica múltipla
Pesquisa biográfica complementar

Entrevista temática (não é de vida) – visa um tema específico

Lembre-se!
História Oral não é só uma entrevista. Ela tem uma relação com você.
É interdisciplinar.
O tempo da História Oral é o do tempo presente.
Predomínio da subjetividade.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Avançar, sempre!

“Corrigindo os nossos erros e reconstruindo com flexibilidade e determinação a nossa existência, vamos nos tornado, a cada dia, artífices de nosso próprio destino”
Marília de Freitas Maakaronn 

 A frase acima está num livrinho que ganhei de uma grande amiga pouco antes de meu filho nascer (livro da Paulus, escrito por Afonso Murad: o que Maria tem a dizer às mães de hoje). Ser mãe não é uma tarefa fácil, mas não é exatamente sobre este tema que escrevo hoje (está certo que com o cansaço da jornada de trabalho e da tentativa de continuar mais um livro técnico me faria bem desabafar sobre a criação de um adolescente na época atual!).

 O que me interessa neste momento é o modo pela qual nos tornamos senhores e senhoras de nossos destinos. Estando enquadradas todas as dimensões: espiritual, física, material, social e mental.

 Somos ou não somos aquilo que projetamos?
Colhemos ou não o que plantamos?

 “As emoções se parecem muito com as ondas. Não podemos impedi-las de vir, mas podemos escolher em qual queremos surfar”.
Jonatan Martensson 

Assim, acredito que podemos e devemos buscar o que almejamos, o que nos faz bem. Não fosse assim, a humanidade não evoluiria. E nós seríamos eternamente incompletos. O sol é nossa luz, vamos continuar a caminhada em direção aos nossos objetivos!

Afinal: medo, eu não te escuto mais!

sábado, 30 de maio de 2015

O erro nosso de cada dia

Há muitos anos aprendi com meu pai que “erro” não existe no falar das pessoas. Eu, estudante universitária na época, o corrigi dizendo que não era “veve” (a gente veve), mas “vive”. Ele que mal havia concluído o segundo ano primário simplesmente me repreendeu: está estudando pra ficar burra!?

Verdade meu pai, hoje estudando mais sobre linguística vejo que o “erro” está recheado de ideologia da exclusão social, que eu sempre combati e ao mesmo tempo era cega para verificar o quanto impregnava a nossa formação, nosso viver do dia a dia. Estou lendo Sete erros aos quatro ventos: a variação linguística no ensino de português (Parábola Editorial), em que Marcos Bagno analisa livros didáticos.

Em suma: ninguém no Brasil – nem sequer as pessoas das camadas socioeconômicas dominantes, de alto poder aquisitivo e de elevado padrão educacional – fala ou escreve a “língua” culta tal como descrita-prescrita pelas gramáticas.

Todo esse discurso de falar bem é uma maneira de perpetuar a ideia de que alguns são superiores, quem sabe por isso nossas aulas de língua portuguesa sejam tão distanciadas da nossa realidade... assim continuamos a pensar que tudo é dissociado da exploração do Homem pelo Homem a que somos submetidos há milhares de anos.

Meu pai estava com toda razão, em sua sabedoria popular, estudamos para nos tornar “caçadores” de um “erro” que não existe. Por diversas vezes emburreci. Não estudamos para mudar realidades. Mantemos desta forma a separação social, uma “elite letrada” a ser servida, enquanto os “ignorantes”, os “pobres de toda sorte” continuam fora do circuito social “superior”. Enquanto isso, o número de analfabetismo se mantém elevadíssimo no Brasil, cerca de 75% da população têm dificuldade de tirar de um texto sua mensagem principal. Em sala de aula nos prendemos a estudar “vós ides” como algo comum, a ser decorado para a prova que fechará o próximo bimestre escolar.

Bom, essa é uma outra história. Não vou apresentar a teoria do professor Bagno. Melhor, indico a leitura do livro, perfeito para nos questionarmos (não apenas os professores de português, mas todos nós da sociedade brasileira). Vou me deter ao que interessaria ao jornalismo (ou não – risos!)...

Nós jornalistas acreditamos que “dominamos” a língua... fazemos manuais e discutimos em defesa do bom e velho português culto. Só não observamos que somos reflexo de diversas outras ideologias, que perpassam a nós profissionais e outras que estão vinculadas aos veículos para os quais produzimos.

Vejamos dois exemplos de como a “gramática” de qualquer língua (culta ou popular) não é empobrecida, se mantém complexa e seguindo regras. Bagno apresentou em seu livro cinco exemplos trazidos da mídia, escolhi apenas estes para reproduzir aqui:

Da Folha/UOL em 2013 – “Inicialmente, um jornalista europeu que gravava o treino reclamou do pagode. Bastou alguns minutos para ele se juntar à imprensa japonesa, esquecer as atividades no gramado e exibir o ritmo brasileiro”.

E da CBN/Rádio Globo em 2013 – “Falta recenseadores para colher dados de moradores da capital.  

Na lição do professor, vemos que a tradição normativa do “bastaram alguns minutos” foi substituída por uma nova regra, de utilização comum na fala e na escrita (como se vê pelos exemplos acima). No uso direto “sujeito-verbo-complemento” a concordância seguiria o plural. Por outro lado, quando a “sintaxe se encadeia da direita para a esquerda (ou seja, ao contrário do movimento mais “natural” da fala brasileira), o vínculo de concordância deixa de ser percebido pelo falante”.

Com isso, o autor conclui mostrando que a “regra básica, portanto, é: . Essa regra está perfeitamente implantada na fala e na escrita das brasileiras e brasileiros mais letrados, urbanos, altamente escolarizados”. 

Eu poderia continuar acompanhando aqui a teoria trazida pelo livro, mas preciso continuar a leitura dele. Vamos?

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O verbo e o texto

“Verbo é a palavra que exprime ação, fenômeno natural, estado ou mudança de estado, situando esses fatos num determinado tempo”. 

Ao estudar classes de palavras, mais especificamente verbos na gramática de Nilson Teixeira de Almeida, encontrei desde a estrutura (radical e vogal temática, tema, desinências modo-temporais e número-pessoais...) a flexões (número, pessoa, modo e tempo) e classificações dos verbos (regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes), entre outros. Lógico, para compreender toda essa divisão é preciso muito estudo, e meu objetivo aqui é outro. Pretendo compreender a semântica dos verbos. Vamos ao que ensina Nilson Teixeira no item flexão dos verbos:

Número – o sujeito deve variar de acordo com o sujeito a que se refere:
Ex.: A criança brinca só. / Os amigos brincam na rua.

Pessoa – Indica as três pessoas do circuito da comunicação (emissor, receptor ou referente):
Ex.: Viajo hoje (eu) / Não voltei mais (tu) ? Mudou para Paraíba (ele)

Modo – Indicativo (exprime um fato certo, concreto e positivo); subjuntivo (exprime um fato hipotético ou optativo); imperativo (exprime ordem, pedido, súplica).

Tempo – presente (indica fato que se processa no momento atual); pretérito perfeito (indica um fato totalmente concluído no passado); pretérito mais-que-perfeito (concluído antes de outro também no passado); pretérito imperfeito (expressa um fato interrompido ou continuado no passado); futuro do presente (indica um fato vindouro em relação ao presente); e futuro do pretérito (exprime um fato posterior a um acontecimento já passado).

Assim explicado fica frio, parecendo muito técnico. Agora, se juntarmos às explicações do Guia do Estudante 2013 (Editora Abril), Edição Português, teremos novas formas de ver os verbos no texto jornalístico. Imagine a seguinte manchete:

Roseli Fishmann: Ensino Religioso na rede pública fere a constituição

Ao conjugar o verbo ferir no presente do indicativo, situa-se a atenção do leitor. “Em textos jornalísticos, usa-se o presente histórico para fazer referência a fatos ocorridos no passado, a fim de atualizar o problema e trazê-lo para o presente”, ensina o Guia.

Fui buscar informação sobre o presente histórico na internet e descobri a seguinte explicação no site Cyber Dúvidas: “O uso do presente do indicativo para descrever fatos ocorridos no passado é o chamado presente histórico ou narrativo. Trata-se de um recurso utilizado para dar mais vivacidade ao texto e realçar os acontecimentos que estão sendo descritos”.

O que muito se parece com a explicação do professor Luiz Gonzaga Motta sobre “Jornalismo, narrativa e história do presente” na página jornal Diário do Nordeste:

Os homens são contadores natos de histórias porque a narrativa é a forma natural de representar o tempo e o mundo. Ela traduz o conhecimento em relatos. Construímos o mundo em narrativas empalavrando continuamente a realidade. Por isso, as narrativas dotam o contexto social de significados e estabelecem consensos provisórios que fazemos e refazemos continuamente. Por exemplo, demarcando o tempo cronológico, as narrativas históricas e jornalísticas criam pontos superpostos de partida e chegada, nos situam e conectam ao mundo físico e social.

Imagine agora dentro do texto noticiado, contendo um trecho de lei: “(...) o ensino religioso, católico ou de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas (...)”.

No caso, o uso presente do indicativo (verbo constituir) é novamente empregado, “neste caso, como uma verdade absoluta”, assevera o Guia do Estudante.

Para encerrar, vamos à semântica dos tempos verbais, conforme ensinou o Guia em 2013.

Os verbos podem ser empregados em determinados tempos cujos significados nem sempre correspondem aos indicados pela nomenclatura oficial. É comum usar o verbo no presente do indicativo (por exemplo, ele fala) para referir-se a um evento futuro próximo (ele fala com você amanhã, pode ser?) ou até no passado remoto (naquela passagem, Platão fala que...). 

Também é interessante os demais exemplos trazidos pelo Guia do Estudante:


Presente do Indicativo: além do momento pontual (ex.: Robinho dribla, chuta, é gooooool!), ele também pode expressar:
Hábito – Costuma se repetir periodicamente em determinado momento. Estende-se de um passado a um futuro não marcado: Tomo banho diariamente.
Sentido durativo - Começou antes do momento da construção da frase e parece perdurar: Moro em Santo André.
Presente histórico -  Expressa a intenção de dar mais destaque a fato já concluído. É comum no texto jornalístico: Israel rejeita pressão dos EUA.
Futuro próximo – Exprime o desejo de que o fato futuro ocorra em breve: Sábado vamos ao Guarujá. 



Muito bom, vale a pena tentar entender (estou tentando daqui!).

terça-feira, 26 de maio de 2015

Linguística e Identidade Cultural

Fiz prova outro dia em uma seleção de mestrado. O tema sorteado para a avaliação teórica foi “Língua, linguagem, texto e contexto”. Um dos livros indicados para leitura era o de Stuart Hall (Identidade cultural na pós-modernidade, 11ª ed, DP&A editora). Me saí bem na prova – caso fiquem curiosos –, mas o que farei aqui no meu blog é reler o livro e estudar mais um pouquinho o que nem pensei em citar aquele dia. Afinal, ler um livro e ter todas suas mensagens na cabeça ainda não faz parte do que consigo fazer!

Vamos lá, ver o que dá?

Para este começo, imaginar que ligação teria entre essas quatro palavras com o debate sobre as mudanças ocorridas na sociedade (inserida na modernidade/pós-modernidade) e a identidade dada aos indivíduos.

A tal “crise” de identidade interfere na língua/linguagem? Bom, se ambas são sociais, então, o que ocorre no meio em que vivemos traz reflexos (e muito!).

E se as identidades estão sendo deslocadas, não são fixas como em alguma época anterior o foram: o discurso e a materialidade da língua também passam de alguma forma por “descentração”. Esse olhar histórico, que remete na atualidade para a globalização, nos leva ao que Stuart Hall recorre a Marx: “Tudo o que é sólido se desmancha no ar”.

Nestas novas condições de produção, analisa-se como os indivíduos não são “autores” de seus discursos ou de suas trajetórias sociais, pois é necessário  aos sujeitos fazer uso do que é imposto (por assim dizer) pelas gerações anteriores (todas as vozes que nos antecederam). Ideologia esta que também perpassa a língua:

Nós não podemos utilizar a língua para produzir significados apenas nos posicionando no interior das regras da língua e dos sistemas de significação de nossa cultura. A língua é um sistema social e não um sistema individual. Ela preexiste a nós.

Ancorado em Ferdinand de Saussure, Stuart nos mostra o quão complexo é tratar de autoria, texto ou linguagem, dada a “imensa gama de significados que já estão embutidos em nossa língua e em nossos sistemas culturais”.

Vejo que escrever sobre a questão da identidade traz ao tema da prova diversos enfoques para análise, ampliando o contexto a ser observado. Com o grau de relacionamento entre o global e o local hoje observados (algo que ocorre em uma comunidade pode causar grandes transtornos a outras regiões, os eventos se interligam), é de fato muito interessante se manter atento ao que se passa com o sujeito pós-moderno (nosso contemporâneo em todas as mudanças ocorridas e a ocorrer).

terça-feira, 31 de março de 2015

Contadores de histórias

Jornalistas são contadores de história... estava me lembrando de algumas das muitas narrativas que eu vivi. Vejo que de alguma forma passamos a fazer parte. Sim, porque depois de explodir uma panela de pressão no meio da madrugada e depois ter que responder a perguntas de repórteres, deve de alguma maneira ficar gravado na cabeça de quem passou por isso.

Ou o papagaio que morreu queimado e deixou muitas saudades para sua dona. Bom, não foram só situações tristes, teve também especial das mulheres, contando belas histórias de quem superou muito para alcançar êxito. Ou os momentos de entrevistas na feira central de Campo Grande (a feirona antiga, de barraca de lona e sobá delicioso). E como jornalismo é cheio de nuances, também tive que cobrir o lixão, cobrir inaugurações políticas, tive que quebrar a cabeça com editor osso duro de roer, buscar temas de cultura, esporte, lazer, economia, política...

Ocorreram momentos que me senti útil, como fazer matéria de campo de futebol da periferia e depois receber os agradecimentos da comunidade porque o poder público fez melhorias.

Ser jornalista é ir cobrir seções de hemodiálise, de fila de transplantes, se emocionar ou sentir raiva com o que se descobre. Ficar indignada mesmo com certas situações.

Mas não é só em redações que se vive boas histórias, há muitas coisas escondidas a serem contadas em assessorias de imprensa. Aprendi muito, sempre, em todos os lugares que passei. Aprendi e aprendo todos os dias.

E além do mais, acredito que não servimos apenas para contar a vida dos outros. Somos os capitães de nossas próprias escolhas. Eu todos os dias decido manter o rumo do meu barco conforme eu traço (logicamente, eu e Deus).


No comando da minha história, sempre!!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Por que mudar?

Encontrei uma frase que me inspirou a escrever este post: “Nada é permanente, exceto a mudança”.

Dita pelo filósofo Heráclito, há muitos anos antes de Cristo, essa reflexão precisa ser lembrada agora, na vida em geral e, em particular, nos círculos profissionais. Logicamente, não é aceitar tudo o que vier sem questionar (isso nunca, pois são as contradições que geram crescimento). Mas no curso Gestão de Conflitos que estou concluindo na modalidade a distância vejo que a resistência a mudanças é um dos fatores que desencadeiam desentendimentos e angústias em grupos do trabalho. A ansiedade faz gerar situações potencialmente conflitantes.


Por isso acreditei ser importante em pensar nos procedimentos em situações de mudança, conforme o curso da Prime. Assim, poderemos conviver melhor em grupo, sem crises tão profundas:

"Criar uma visão comum entre todos os envolvidos sobre o que se pretende em termos de futuro;
Explicar, baseado em fatos, qual a situação atual e o motivo por que se torna necessário mudar;
Mostrar quais os motivos que tornam o estado futuro o mais desejável;
Ouvir a opinião das pessoas envolvidas;
Reconhecer o valor das pessoas envolvidas;
Decidir quais os indicadores a utilizar;
Institucionalizar os símbolos de mudança;
Conceber um sistema de formação;
Informar todos os que vão ser abrangidos pela mudança a quem devem consultar caso tenham dúvidas sobre o processo;
Implementar uma fase de transição".


Quem sabe dessa forma nos tornamos mais resilientes, pois o equilíbrio emocional nos ensinará a lidar a melhor lidar com problemas relacionados ao ambiente organizacional. A orientação, portanto, é tirar lições das mudanças, minimizar conflitos e até mesmo  aproveitar o aprendizado em outros momentos.


No jornalismo como um todo estamos passando por mudanças, basta observar o poder de participação e até de produção para cidadãos ditos comuns. Por outro lado, para nós comunicadores é também um momento de aproveitar as mudanças e garantir lugar de destaque.  Afinal, isso é ter visão, é saber se sobressair e reconhecer oportunidades.

Reclamar menos, evoluir mais!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Retornando...

Puxa! Há quanto tempo não escrevo para o meu blog. Estou em falta comigo e com minhas anotações virtuais. Cobrança interna é o que não me falta, pois vivo me perguntando onde estão os textos para serem publicados. Por outro lado, a vida é mesmo assim, de altos, baixos e médios dias. Alguns mais produtivos e outros dedicados à reflexão ou mesmo ao descanso.

Buscando ideias sobre o que postar aqui, pensei em dividir minhas atuais atividades: estudar Análise do Discurso. No ano passado me matriculei nesta disciplina no Mestrado em Letras da Universidade Federal de Rondônia, a UNIR. Este ano, o desafio é um artigo (que estou ainda em fase de escrita).

Um dos livros que estou lendo é Por uma análise automática do discurso, organizado por Françoise Gadet e Tony Hak. Nele posso descobrir um pouco mais sobre a obra de Michel Pêcheux, um dos teóricos fundadores dessa forma de estudar não apenas a linguagem, Se em mas a subjetividade advinda do lugar da qual o sujeito fala e de todas as ideologias que perpassam esse ato.

Para iniciar, o livro mostra que antes de publicar Análise Automática do Discurso (AAD-69), Pêcheux publicou sob o codinome Thomas Hebert dois textos mais ligados ao materialismo histórico e à psicanálise. Entre o intervalo de tempo dessas publicações, lançou artigos sobre análise do discurso. Ele faz, com isso, uma grande crítica às ciências sociais (análise de conteúdo, o psicologismo e o sociologismo) e à psicologia social, em particular.

O interessante é que estudar Análise do Discurso também me abre um leque grandioso de estudo na comunicação social, porém, mais que isso, contribui na minha visão sobre a sociedade. Afinal, não há transparência no discurso, no que está aí como resposta pronta para nós cidadãos do mundo.

Encontrei esse site e deixo como sugestão para conhecer mais sobre Pêcheux: LABEURB da Unicamp.