segunda-feira, 22 de junho de 2015

Redação

Este ano tenho sofrido “horrores” para escrever textos relacionados à ciência e à pesquisa. A escrita científica requer muito conhecimento, muita leitura e muito embasamento. Lógico, se for retornar no tempo, lembrarei que também já tive muita dificuldade em iniciar qualquer outro formato de texto (só em pensar da época do vestibular, então, que arrepios!).

Lendo “Língua, texto e ensino: outra escola possível”, de Irandé Antunes, me deparei com o seguinte questionamento:

Será que a escrita de texto não tem sido uma tarefa duramente penalizada porque mal compreendida?

De acordo com a professora, “o insucesso tem raízes em espaços e momentos anteriores àqueles da elaboração de um trabalho escrito. Tem raízes na ausência de uma condição básica, insubstituível, necessária, que é o ter que dizer”. Sim, como vou escrever um texto científico se minha leitura na área ainda não é suficiente para tal, preciso ler e reler textos técnicos para melhorar esse meu lado “científico”. Até o momento minhas bases são de texto jornalístico, para o qual me orientei tempos atrás ao decidir seguir a profissão.

“Nossa competência mais significativa para escrever textos relevantes não se esgota com simples resolução de pequeníssimas questões, como evitar a expressão ‘a nível de’ ou a outra ‘entrega em domicílio’. Essas e outras são questões pontuais que se resolvem com simples consultas aos manuais específicos. Ter ideias para desenvolver um texto, saber estruturá-las e ordená-las, é que constituem competências significativas. Nessas, a escola deveria concentrar a melhor de suas atenções.”

Irandé Antunes mostra que há operações que são seguidas para redigir um texto:
- Recapitulação, ou que partes do que eu já sei podem ser trazidas para o texto que escrevo no momento?
- De remontagem, ou como posso dar a esse saber acumulado um novo rosto, uma nova formulação?
- De reenquadramento, ou em que pontos ou sob que outras perspectivas posso avançar na inserção dos saberes recapitulados e remontados?

Como afirma a autora: “A escrita de um texto não começa nem no espaço e nem no momento em que são ‘traçadas’ as primeiras linhas’”. E não começa mesmo, fosse assim que esforço sobre-humano seria cada escrita. Um inventar a roda todos os dias. Disso, tenho certeza, a intertextualidade é nossa aliada.

Professora, estou tentando fazer meu dever de casa. Estou lendo e escrevendo, tentando me adaptar a esse novo desafio. Prefiro errar tentando, que desistir sem nem mesmo me lançar ao desafio:

“(...) necessidade, a curto e a longo prazos, de aquisição, de ampliação de repertórios, amplos, diversificados e relevantes, a partir dos quais possa ser possível a construção de novas exposições, de novos comentários, de novas análises. Não só: é necessário que sejam explicitadas as regras desse jogo, desse quase ritual de recuperação e de reaproveitamento das ‘lições’ anteriormente aprendidas".

Nenhum comentário:

Postar um comentário