quarta-feira, 13 de março de 2013

Eu x nós, a empresa



"É bom ficar claro que um executivo, quando dá entrevista, não fala por si mesmo. Tudo o que ele disser é entendido como a posição da empresa que ele representa".

Essa é a boa dica de Heródoto Barbeiro em seu livro “Mídia training: como usar a imprensa a seu favor”, pois explica que aquilo que um representante fala é ligado à marca, "especialmente se tiver alguma participação na hierarquia da organização. Não importa se é CEO ou encarregado de um dos turnos de produção. A notícia sempre será atribuída à marca, cada vez mais conhecida, globalizada e familiar a todos. Assim, se alguém da direção Reserva Mahayana der uma informação, a mídia vai publicar Mahayana disse, falou, comprou, adquiriu, ou admitiu que... E por aí vai. A fonte perguntada não responde por si, responde sempre pela empresa, mesmo que o jornalista pergunte qual a sua opinião pessoal ou de cidadão. Todo o crédito vai para a marca. Não seja ingênuo porque o jornalista não é".

Quem já não ouviu sobre o falar em "off", em que a fonte é divulgada. Muitos pensam que as falas antes ou depois de uma entrevista dificilmente serão usadas. Ledo engano, pode estar aí o fio condutor de uma nova matéria (boa ou ruim) para sua marca. Por isso, cautela ao abordar assuntos pessoais ou relacionados à empresa.

O artigo quinto da Constituição Federal de 1988 garante que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. E que “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional” (Art. 5º / XIV).

Mas, um outro fator a ser lembrando, é que em uma denúncia "o jornalista tem o dever moral e ético de guardar um off. Porém, se ele souber que a fonte mentiu, pode divulgar o nome dela", como bem lembra Heródoto.

terça-feira, 12 de março de 2013

Modelos para escrever bem



Não é raro escutarmos que para escrever bem é preciso ler bastante, especialmente bons escritores. Em jornalismo temos também a tarefa de ler outras publicações, diferentes das quais trabalhamos diariamente: revistas, jornais de circulação nacional, outras publicações empresariais, literatura e uma infinidade de outros estilos.

Encontrei um texto do compositor/escritor Braulio Tavares que ilustra este exercício:

"Nas faculdades e nas oficinas os professores aconselham: 'leiam Machado de Assis... leiam Proust... leiam Garcia Marquez...'. Muitos estudantes imaginam que o objetivo desse conselho é fazer com que escrevam de maneira parecida à maneira desses autores, e já vi estudantes jovens dizerem coisas como: 'estou em dúvida se devo escrever como fulano ou como sicrano'.  Não se trata disso. O conselho para ler fulano ou sicrano pretende apenas tornar o leitor mais inteligente e mais familiarizado com diferentes maneiras de escrever, para que na hora de criar seus próprios textos ele tenha maior variedade de expressão. Podemos comparar esse aprendizado, grosso modo, à ginástica, fazemos aqueles exercícios para tornar nossos músculos mais fortes e mais flexíveis, não porque na vida diária tenhamos de repetir exatamente aqueles movimentos".

Portanto, a nós repórteres que escrevemos sobre diversos fatos, é muito importante essa obtenção de uma "maior variedade de expressão". Vai fazer diferença na hora em que formos lidos. Ah, se vai!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Jornalismo x Publicidade

Tenho visto muitos colegas jornalistas fazendo "extras" no ramo da publicidade e sempre me perguntei até que ponto considerava aquela aparição boa para a imagem profissional.

Na leitura de Heródoto Barbeiro, Mídia training: como usar a imprensa a seu favor, encontrei a seguinte afirmação no capítulo "Ética de lado a lado".

"Não contrate jornalista para gravar publicidade de sua empresa, ele está eticamente impedido".

E essa separação entre jornalismo e publicidade acontece exatamente para no momento de uma matéria o profissional ter a isenção de buscar a verdade dos fatos. Pois, cabe a ele, a divulgação de forma favorável ou não, a depender dos fatos.

Jornalismo é, antes de tudo, uma prestação de serviço público.

"Quando o interesse privado coincide com o interesse público, tudo passa a ser público", resume Heródoto.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Recordar é viver...



Há alguns dias, mexendo em material guardado, encontrei uma correspondência que me informava de minha inscrição a um dos primeiros concursos que fiz na área de jornalismo (naquele tempo se confirmava inscrição por carta, não havia tanto acesso a computador para dispensar essa forma de comunicação).

Foi o concurso público de provas e títulos de 2002, prova realizada em 10 de março, para a Fundação Estadual Jornalista Luiz Chagas de Rádio e Televisão Educativa de MS (Fertel). Eu e muitos de meus colegas recém-formados participamos desta seletiva feita pela Fapems.

Foram três concursos naquele ano para o cargo de jornalista, feito pelo Governo do Estado da época. Fiquei bem classificada. Nesse da Fertel especificamente fiquei em quinto lugar na prova escrita. Mas na prática, dancei.

Foi daí que passei anos sem tentar outros concursos, parando de acreditar que seria possível ser convocada em algum. Hoje em dia mesmo, fiz alguns concursos, que fiquei em segundo lugar, porém, não fui chamada. Bola pra frente. Bem ou mal estou hoje no serviço público, concursada. Trabalhando muito para divulgar as ações de um órgão ligado à área de educação e profissionalização técnica.

Mas este post foi mais para recordar que há mais de dez anos estava eu prestando concursos. O da Fertel foi exatamente um dia antes de meu filho nascer. Fiz o concurso de manhã e de noite, me internei às pressas porque entrava em trabalho de parto.

Uma semana depois, mesmo operada, fui fazer nova prova, nova tentativa de ser jornalista pública estadual.

Bons momentos aqueles. Sonhar vale a pena, acreditar nos sonhos, ainda mais.