domingo, 24 de março de 2019

Mídia Training

“Se você não tem o que esconder, não fuja do jornalista”, é o que aconselha Paulo Henrique Amorim na apresentação do livro de Heródoto Barbeiro “Você na telinha: como usar a mídia a seu favor” (São Paulo: Futura, 2010).
Minha pretensão este ano é voltar a refletir sobre os temas da comunicação aqui no blog. E livros como o do Heródoto estão na minha lista de (re)leitura.
Como sempre gostei, segue uma questão de concurso para o nosso ensaio sobre Mídia Training. Essa prova é de 2009, aplicada pela ESAF para ANA - Analista Administrativo - Comunicação Social – Jornalismo:

É orientação típica a ser dada a fontes de informações durante media training:
( ) fazer a contribuição tão completa e informativa quanto possível.
( ) ignorar os pressupostos do jornalista e responder objetivamente a questão colocada.
( ) preparar com o repórter as mensagens-chave a serem transmitidas durante a entrevista.
( ) valorizar o jornalista e atendê-lo diretamente evitando intermediação de secretárias e assessores.

Avalie os itens acima e marque a opção correspondente.
a) V, V, F, F
b) F, V, F, V
c) F, F, V, V
d) F, F, F, F
e) V, F, F, V

Como resposta para essa questão aplicada na disciplina Comunicação Social era dada pela banca a letra “D”.

Então, temos aí exemplos do que não fazer no atendimento à imprensa. Logicamente, a valorização do jornalista e da equipe que estiver com ele deve acontecer, a partir do cumprimento e posterior agradecimento a todos, da escuta atenta às indicações, e a conversa em tom respeitoso sempre com os profissionais.
Já as mensagens-chaves devem fazer parte de seu discurso durante a entrevista. Você deve ainda procurar ser informativo a ponto de transmitir a quem assiste ao programa o “recado” principal de sua participação. Além de buscar falar de forma clara e objetiva.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Há seis anos….


"O jornal - a informação jornalística em geral, em impressos, no rádio, na televisão ou na Internet - é atualmente produto de primeira necessidade, sem o qual o homem moderno não consegue gerir sua vida produtiva, programar ser lazer, orientar-se no mundo e, finalmente, formular suas opiniões. É uma forma de conhecimento e um serviço público essencial". (Robert Fisk)
Esta foi uma publicação que fiz há seis anos, usando uma frase de um jornalista renomado do The Independent, para atualizar o meu status na mídia social Facebook. Talvez hoje não o fizesse mais.
Lógico, não porque não acredite mais no poder de informação e de formação do jornalismo, mas pela atualidade das redes sociais em desenvolver boa parte desses quesitos. Vou tentar não falar na vilã “fake news”, tentando ter como ponto principal nesta postagem a importância que todos temos em poder “contribuir” com as notícias divulgadas.
Antes, nosso compartilhar de assuntos via boca a boca, ficava restrito a grupos menores. Com o advento e maior inovação da internet e das mídias sociais, foi ampliado esse disparo de novidades pelos ditos cidadãos comuns. Muita coisa ruim vem misturada, só que por outro lado, temos acesso muito mais ágil a temas diversos, transformando essa gestão da vida produtiva. Antes necessitávamos aguardar ou os informes extraordinários, ou as edições diárias de jornais impressos, televisionados, transmitidos via rádio e no anterior formato da internet.
Posso dizer que sinto falta é daquele ar mais intelectual dado aos temas jornalísticos, acho que é o resumo que eu poderia fazer. Talvez eu ande saudosista, talvez…
Perdemos, ganhamos, estamos empatados, ainda não consigo definir qual o saldo a partir da batalha do jornalismo versus propagação de informações a partir de tuitadas, de postagens no Instagram ou aparentados. Será que nos próximos seis anos a situação ficará mais precisa e com maior poder de análise? Aguardemos!



terça-feira, 5 de março de 2019

2019


Faz dias que quero retomar meu cantinho virtual, mas o pouco tempo para este “lazer” mental é resultado de muito trabalho e muito estudo, porque sempre encontro cursos e/ou formação nova a serem feitos. Coisas que não nego que eu gosto também (e é claro, daquele outro momento em que se vive uma vida mais livre)!

Porém, há temas que sinto necessidade de registrar. Assim como devo voltar fazer aqui com meus estudos do jornalismo, afinal, quem não afia as próprias ferramentas de trabalho, como conseguirá se manter um profissional de qualidade nos tempos atuais?

E um tema que me chamou a atenção foi um texto que li no mês passado no The Intercept. Escrito por Rosana Pinheiro-Machado, publicado no dia 12 de fevereiro de 2019, o artigo aborda definições de vagabundo. Precisava deixar ele registrado aqui para num futuro eu poder me recordar desse debate.

Para a autora, e eu concordo muito com ela, os brasileiros veem “ambulantes, desempregados, pessoas em situação de rua, pobres, nordestinos, putas, LGBTs, ativistas, bandidos” como "vagabundos". Logicamente, eu ainda incluiria neste rol outros públicos tratados como minoritários, desordeiros e como pessoas mal vistas perante a nossa “sociedade”. Coisas de um passado colonial e patriarcal que herdamos e que muitas vezes pensamos ter orgulho, pois há um fingimento geral de que somos heróis conquistadores. Na verdade, fomos os vencidos, mas as ideologias que nos moldam desde criancinhas tapam nossos olhos.

Passamos por cima de registros de horrores diversos a que foi imposto aos que aqui estavam e aos que permaneceram. Somos assujeitados por uma política de favores preestabelecida, religiões que tentam nos guiar às cegas, ou o retorno das escolas ditas apartidárias, mas que carregam grandes significados práticos de imposição de desfavorecimento a uma classe já previamente desfavorecida.
Ao taxar alguns grupos (e quem está alijado de ser enquadrado em um “grupo”) de vagabundo é possível tirar seus direitos (inclusive o direito à vida). Isso me assusta, e assusta muito.

O meu "eu mulher" é um dos que mais se preocupam com essa banalização e viralização do "vagabundo". Porque, por exemplo, em um caso de feminicídio a sociedade primeiro julga a vítima (estava de roupa curta, ela quem provocou, ela quem convidou, enfim, a mulher é condenadas várias vezes).

E o Brasil ocupa uma posição mundial nada agradável neste quesito, estando entre os que mais assassinam mulheres. 

Como estamos iniciando 2019, uma vez que o ano começa mesmo é depois do Carnaval, é momento de refletir e começar a escrever uma nova história. Coloaque-se no lugar do outro e descubra se você mesmo não é esse também esse outro.

Dar as mãos e ajudar o outro a se levantar deveria ser muito mais fácil/agradável/preferível que tentar o exterminar.