domingo, 28 de junho de 2015

Incentivo à leitura

No Brasil, o dia dedicado a celebrar o incentivo à leitura é 23 de abril. Mas independente da data comemorativa, qualquer hora é hora de levar essa indicação a todos. Há diversas iniciativas de instituições e de pessoas para incrementar o gosto pela leitura (afinal, somos um país em que ainda se lê pouco – livros, para deixar bem claro. Porque ler, vejo que lemos muito no Facebook e outras mídias sociais, por exemplo, ou mesmo lemos revistas de “fofocas”).

O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.
(Mark Twain)

Ler é interpretar! Isso mesmo, ao mesmo tempo que vamos conhecendo novos “mundos”, precisamos também ir interpretando e traduzindo aquele conhecimento para o nosso universo de pensamentos (ontem mesmo eu pensava que se fosse verdade que o cérebro masculino é composto por várias gavetas, que ele abre uma a cada vez, minha cabeça é um grande guarda-roupa, que jogo tudo lá dentro e quando abro para procurar algo, despenca tudo sobre mim ... risos!).

Segundo a professora Irandé Antunes (no livro Língua, Texto e Ensino), a leitura é capaz de promover inclusão social, pois trata-se de condição do exercício pleno de cidadania.

E ela fala sobre isso não apenas para as disciplinas Língua Portuguesa, mas também em Ciências, Geografia, História, Matemática...

“É bom lembrar que pobreza de informação, de ideias, que o fato de não ter o que dizer sobre determinado tema, afinal, são problemas que só se resolvem com a ampliação de nosso repertório de informações e de ideias; com a nossa capacidade de, criticamente, ler, ouvir, refletir, tirar conclusões, estabelecer relações entre os fatos”.

E já que o tema de hoje foi leitura, tem um blog que gosto de visitar e procurar poemas (já que é bom ler, leia-se também bons autores). Fica a dia... POEMBLOG



Ler não é decifrar, escrever não é copiar.
(Emilia Ferreiro)

terça-feira, 23 de junho de 2015

Calúnia, difamação e injúria

Se recordar é viver...
Em 2010 eu já havia estudado o trio “calúnia, difamação e injúria”. Mas hoje relendo o Manual de Jornalismo da EBC (Brasília, 2013) revi os conceitos. De acordo com o documento da Empresa Brasil de Comunicação:

“São práticas que compõem os crimes contra a honra, todos previstos em lei com as respectivas sanções. Caluniar é acusar uma pessoa de um fato ou crime que ela não cometeu. A calúnia é crime e pode resultar na prisão por até três anos e multa a quem cometer esse crime”. 

O exemplo dado pela EBC como calúnia é o de “acusar alguém falsamente por corrupção, violência, tráfico, entre outras coisas”.  Ressaltando que é no objeto da acusação que está a diferença entre a difamação e a calúnia.

“Tratando-se de uma acusação de crime, a ofensa é considerada calúnia. Difamação é atribuir a alguém um fato ou característica que ofende a sua reputação e a forma como a pessoa é vista nas suas relações sociais”.
“Se não há acusação de crime, mas a ofensa altera a maneira como os outros veem o acusado, é difamação. Também é considerada difamação a lembrança de um delito cometido pela pessoa cuja pena já tenha sido completamente cumprida”. 

Para completar, vamos à explicação de injúria:

“A injúria, de modo simplificado, é a prática intencional da ofensa e, geralmente, ocorre com a enunciação de conceitos e preconceitos”.

Parabéns ao jornalismo da EBC e de todas as emissoras que trabalham buscando não cometer esse tipo de erro.

Quer mais informações sobre o tema, pode rever meu post de dezembro de 2010, CLICANDO AQUI. 




segunda-feira, 22 de junho de 2015

Redação

Este ano tenho sofrido “horrores” para escrever textos relacionados à ciência e à pesquisa. A escrita científica requer muito conhecimento, muita leitura e muito embasamento. Lógico, se for retornar no tempo, lembrarei que também já tive muita dificuldade em iniciar qualquer outro formato de texto (só em pensar da época do vestibular, então, que arrepios!).

Lendo “Língua, texto e ensino: outra escola possível”, de Irandé Antunes, me deparei com o seguinte questionamento:

Será que a escrita de texto não tem sido uma tarefa duramente penalizada porque mal compreendida?

De acordo com a professora, “o insucesso tem raízes em espaços e momentos anteriores àqueles da elaboração de um trabalho escrito. Tem raízes na ausência de uma condição básica, insubstituível, necessária, que é o ter que dizer”. Sim, como vou escrever um texto científico se minha leitura na área ainda não é suficiente para tal, preciso ler e reler textos técnicos para melhorar esse meu lado “científico”. Até o momento minhas bases são de texto jornalístico, para o qual me orientei tempos atrás ao decidir seguir a profissão.

“Nossa competência mais significativa para escrever textos relevantes não se esgota com simples resolução de pequeníssimas questões, como evitar a expressão ‘a nível de’ ou a outra ‘entrega em domicílio’. Essas e outras são questões pontuais que se resolvem com simples consultas aos manuais específicos. Ter ideias para desenvolver um texto, saber estruturá-las e ordená-las, é que constituem competências significativas. Nessas, a escola deveria concentrar a melhor de suas atenções.”

Irandé Antunes mostra que há operações que são seguidas para redigir um texto:
- Recapitulação, ou que partes do que eu já sei podem ser trazidas para o texto que escrevo no momento?
- De remontagem, ou como posso dar a esse saber acumulado um novo rosto, uma nova formulação?
- De reenquadramento, ou em que pontos ou sob que outras perspectivas posso avançar na inserção dos saberes recapitulados e remontados?

Como afirma a autora: “A escrita de um texto não começa nem no espaço e nem no momento em que são ‘traçadas’ as primeiras linhas’”. E não começa mesmo, fosse assim que esforço sobre-humano seria cada escrita. Um inventar a roda todos os dias. Disso, tenho certeza, a intertextualidade é nossa aliada.

Professora, estou tentando fazer meu dever de casa. Estou lendo e escrevendo, tentando me adaptar a esse novo desafio. Prefiro errar tentando, que desistir sem nem mesmo me lançar ao desafio:

“(...) necessidade, a curto e a longo prazos, de aquisição, de ampliação de repertórios, amplos, diversificados e relevantes, a partir dos quais possa ser possível a construção de novas exposições, de novos comentários, de novas análises. Não só: é necessário que sejam explicitadas as regras desse jogo, desse quase ritual de recuperação e de reaproveitamento das ‘lições’ anteriormente aprendidas".

domingo, 21 de junho de 2015

Comunicação empresarial

“A comunicação exerce um extraordinário poder no equilíbrio, desenvolvimento e expansão das empresas” é o que ensina o professor Gaudêncio Torquato. Por que, então, temos tanta dificuldade de que gestores/administradores incluam os setores de comunicação como parte do planejamento (do verdadeiro planejamento), destinando atualmente aos comunicadores apenas a parte de correr para reverter o prejuízo?

Para Wilson da Costa Bueno há uma etapa a ser vencida: consolidar a comunicação como instrumento de inteligência empresarial, assumindo seu caráter estratégico, de tomada de decisão e profissionalizada. Bueno conceitua a comunicação empresarial/organizacional como um conjunto integrado de ações, planos, estratégias, políticas e produtos planejados e desenvolvidos por uma organização para estabelecer relações permanentes e sistemáticas com os diversos públicos de interesse.

Assim, teremos que a cultura organizacional de uma instituição não pode estar atrelado apenas aos gestores, mas sim a toda sua estrutura.

Daí que entra a tal da “accountability”, ou prestação de contas, responsabilização (e aqui entendo que não só em órgãos públicos, porque as empresas privadas também são acompanhadas pelo poder público e pela própria sociedade).  Vivemos no mundo que a transparência, a ética, a descentralização ganham espaço. Não estamos mais no final da década de oitenta, nossos receios dão lugar a outras reivindicações, muito mais democráticas que em períodos passados.

Encerro com uma questão de prova aplicada pela banca Cesgranrio em 2007, para o cargo Profissional Básico - Comunicação Social do BNDES:

Num comunicado empresarial ou numa informação de caráter geral, qual a expressão correta a ser usada, quando se quer remeter o leitor, ouvinte ou espectador a um detalhamento da notícia?
a) Maiores informações.
b) Melhores informações.
c) Mais informações.
d) Novas informações.
e) Outros detalhamentos.


A resposta segundo o gabarito é letra C. Afinal, sim, precisamos passar cada vez mais e mais informações à sociedade!

sábado, 20 de junho de 2015

História Oral

Há um tempo, iniciei estudos sobre História Oral para um projeto de pesquisa. Acredito que tenha muito de jornalismo nesta forma de encontrar e contar história de pessoas.

Neste post, vou me resumir a deixar arquivado o que estudei no dia 02 de novembro de 2012, em um encontro do Grupo GET/IFRO.

Polêmica da seletividade: historiadores, sociólogos, psicólogos e escritores (ainda me pergunto se há técnicas e pesquisas que são aceitas sem críticas? Como avançar sem o “cutucão” do outro?)
Não memorizamos tudo. É preciso escrever para lembrar (Funis, o memorioso)
Psicanalistas e determinadas correntes da neurociência
Todas as experiências são registradas (embora nem todas sejam acessíveis ao nível do consciente)
Ver “Freud além da alma”
A relevância da memória. A memória é o cerne da cultura ocidental (queremos que a memória permaneça: fotos...)
Somos povo da memória (nos tornamos historiógrafos)
Praticamos (ou somos herdeiros) de uma religião da memória (cristianismo)
Esquecimento é um dos nossos maiores medos
E melhor maneira de não esquecer é narrar: escrita se destacou nas sociedades moderas como o principal instrumento da narrativa. Sobrepõe-se à oralidade. Mas a escrita consegue o “engessamento da memória”, fica fiel ao texto. Por outro lado temos as perdas das habilidades narrativas orais.
Internet: memória, esquecimento, silêncio
- autores Michael Pollak e Ecleia Bossi
Com a narrativa de suas memórias os grupos constroem suas identidades
A memória parte do presente

“Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens”
Le Goff - 1990

Naquele encontro, a pedagoga Rosa Martins falou sobre a tipologia e os procedimentos da História Oral:
Ler trabalhos em história oral para saber quais caminhos seguir.
Origem da História Oral: Heródoto (pai também da geografia) – registros de testemunhos, história testemunhal, depoimentos.
O estudo do passado é um problema filosófico: Tucídides: desconfie da memória. Dê voz aos atores de um determinado evento histórico. História hibrida. Presença da contradição essencial que permite o acesso a indícios e testemunhos.
Em 1994 – Associação Brasileira de História Oral

História Oral – consiste em gravações premeditadas de narrativas pessoais feitas diretamente de pessoa a pessoa, em fitas de vídeo, tudo prescrito por um projeto que detalhe os procedimentos (Meihy, 2009)

Projeto em história oral: justificativa (importância, evitar entrevista pela entrevista) e colônia/rede (delimitação do projeto. Concepção da pesquisa)
Colônia – traços preponderantes que ligam a trajetória das pessoas a grupos sociais (escolha ampla sem considerar critérios específicos. Ex.: perseguidos políticos, congregações religiosas, imigrantes)
Rede – pessoas que efetivamente participarão da pesquisa. Descrever os critérios da seleção (idade, sexo, formação). Indicar como serão as entrevistas.

Fundamentos:
Na justificativa (com objetivos), definição da colônia, formação da rede e a hipótese de trabalho.

Procedimentos:
Detalhamento sobre a entrevista
- Pré-entrevista: preparação do encontro em que se dará a gravação. Gravar o nome do projeto, a identidade do entrevistado, a data e o local do encontro.
- Entrevista: jamais gravar sem o conhecimento e anuência do entrevistado. Sem mediador. O clima relacional é mais importante que a duração.
- Pós-entrevista: agradecer e fazer junto com a entrevista a conferência. Dar fluidez ao texto, sem alterá-lo.

Procedimentos:
Transcrição: oral para escrito
Textualização: suspensão das perguntas
Transcriação: interferência do autor no texto para torna-lo compreensível

Escolha o tom vital – frase que serve de epígrafe. Farol para guiar a percepção.
Transcrição não é reescrever, somente o que for negociado com o narrador.
Carta Cessão – se poder o texto ser público, se pode ser utilizado em partes ou em quais prazos.

Três tipos de relato:
Relato biográfico único
Pesquisa biográfica múltipla
Pesquisa biográfica complementar

Entrevista temática (não é de vida) – visa um tema específico

Lembre-se!
História Oral não é só uma entrevista. Ela tem uma relação com você.
É interdisciplinar.
O tempo da História Oral é o do tempo presente.
Predomínio da subjetividade.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Avançar, sempre!

“Corrigindo os nossos erros e reconstruindo com flexibilidade e determinação a nossa existência, vamos nos tornado, a cada dia, artífices de nosso próprio destino”
Marília de Freitas Maakaronn 

 A frase acima está num livrinho que ganhei de uma grande amiga pouco antes de meu filho nascer (livro da Paulus, escrito por Afonso Murad: o que Maria tem a dizer às mães de hoje). Ser mãe não é uma tarefa fácil, mas não é exatamente sobre este tema que escrevo hoje (está certo que com o cansaço da jornada de trabalho e da tentativa de continuar mais um livro técnico me faria bem desabafar sobre a criação de um adolescente na época atual!).

 O que me interessa neste momento é o modo pela qual nos tornamos senhores e senhoras de nossos destinos. Estando enquadradas todas as dimensões: espiritual, física, material, social e mental.

 Somos ou não somos aquilo que projetamos?
Colhemos ou não o que plantamos?

 “As emoções se parecem muito com as ondas. Não podemos impedi-las de vir, mas podemos escolher em qual queremos surfar”.
Jonatan Martensson 

Assim, acredito que podemos e devemos buscar o que almejamos, o que nos faz bem. Não fosse assim, a humanidade não evoluiria. E nós seríamos eternamente incompletos. O sol é nossa luz, vamos continuar a caminhada em direção aos nossos objetivos!

Afinal: medo, eu não te escuto mais!