domingo, 26 de fevereiro de 2012

Seu direito, nosso dever

Estou folheando um material produzido pelo Ministério Público Federal, que tive acesso durante o encontro Diálogo com a Mídia, realizado no ano passado. As publicações tratam da defesa de direitos, questão que sempre tive muito interesse em estudar. Atualmente tenho até, particularmente, uma necessidade maior de me dedicar a este tema. Enfim...

“É papel do Ministério Público, entre outros: proteger direitos sociais (relevantes para a sociedade como um todo), difusos (considerados indivisíveis, como paz, meio ambiente e segurança) e individuais indisponíveis (aqueles dos quais ninguém pode abrir mão, como a saúde e a vida); garantir o respeito às leis nacionais e aos tratados internacionais e à observância dos princípios e normas que garantem a democracia”.

São 11 encartes que falam sobre comunidades tradicionais, meio ambiente, defesa da democracia, do patrimônio cultural, entre outros. Por exemplo, no quesito respeito aos direitos da coletividade, o MPF recebe denúncias contra ameaças de direito que envolvam: recursos da União, órgãos, servidores, agentes públicos federais e representantes eleitos.

“As ações integradas do MPF nas áreas civil e criminal já resultaram na condenação de agentes políticos, servidores públicos e outros por: formação de quadrilha; fraudes em licitação, benefícios previdenciários do INSS e bancários, desvio de recursos públicos; contratação irregular de mão de obra; quebra de sigilo; irregularidades em desapropriações da reforma agrária”.

É pelo trabalho de órgãos como o do Ministério Público (o federal e o estadual) e o de diversas organizações - que buscam a defesa de conquistas históricas e das leis - é que atualmente temos mais acesso ao que é de todos nós cidadãos brasileiros. Basta realmente estar atendo sabendo que temos direitos e, além do mais, saber que a vida do setor público deve ter transparência.

Para mais informações sobre o trabalho do MPF ou mesmo para denunciar desrespeitos aos direitos da sociedade acesse o site www.pgr.mpf.gov.br pois “o MPF analisa os diferentes casos, propõe soluções e encaminhamentos”.

E que o seu direito seja realmente o nosso dever!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O Jornalista Mino Carta

Com o título “O (RE)INVENTOR” a Revista Imprensa (nº 275 – Jan/Fev de 2012) traz o perfil do jornalista Mino Carta, 78 anos: “A postura crítica, os comentários ácidos e a ironia fina usada para responder as perguntas que lhe são dirigidas são as características mais lembradas pelos jovens jornalistas e pelos pretensos colegas de profissão”, descreve Thaís Naldoni.

No site da Revista CartaCapital, que leva o sobrenome de Mino e que também é uma de suas criações, traz a seguinte descrição do jornalista:

“Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde.

Entre os que falam sobre “um dos mais comentados e conceituados personagens do jornalismo nacional” na reportagem de Imprensa, está Luis Nassif: “O Mino tem uma intuição para a notícia e para o ângulo da notícia que é fantástica. A parte mais difícil em uma revista é você definir a personalidade dela. Você tem que ter uma liderança muito forte”.

Para a Revista, Mino fala que:

“A geração à qual eu pertenço é uma geração de jornalistas que pelo menos tiveram a vantagem de ler muito, sabiam lidar com a informação de forma desembaraçada. O Brasil já teve repórteres como Rubens Braga e Joel Silveira, por exemplo. Era outra coisa. O jornalismo brasileiro hoje é de péssima qualidade”.



Bom, vale a pensa conhecer mais sobre a história deste jornalista de “gênio forte” e que “se notabilizou por comandar a fundação de veículos que ajudaram a escrever a história da mídia brasileira”. Fica a dica!

Aproveitando, selecionei duas passagens em que o jornalista Carmo Chagas fala sobre o Mino, no livro “3x30 – Os bastidores da imprensa brasileira” (Editora Best Seller, 1992):

Na revista Veja
“Mas naquele começo de 1971, minha admiração pela capacidade profissional do Mino multiplicou-se. Não conheci, em nenhuma outra redação, jornalista tão completo, tão talentoso. Um dos textos mais elogiados que assinei foi, na verdade, inteiramente remontado por ele”.

“Toda semana, durante quase dois anos, o Mino discutia comigo a pauta de cada matéria, a edição. Esclarecia a respeito de cada título que mandava refazer. Cada legenda”.

No Jornal da Tarde
“O Mino era o número 1, o chefe de redação. Diagramava a primeira e as páginas mais importantes de cada dia. Comandava a operação com classe e algumas explosões de temperamento italiano. Mostrava a importância da ilustração para a boa edição de uma reportagem, ensinava o cuidado com o uso adequado dos termos e conceitos (...) ‘Mais que exigente, o jornalista precisa ser criterioso ao noticiar, ao analisar’, insistia o Mino”.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Jornalismo, assessoria e propaganda

“Na estrutura de uma Assessoria de Comunicação, o setor de publicidade e propaganda tem função estratégica. Embora, na maioria das vezes, os termos ‘publicidade’ e ‘propaganda’ são citados como sinônimos, conceitualmente eles apresentam definições distintas”.

Esta foi uma das questões do concurso para jornalista da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em 2010. A resposta era:

“A propaganda visa persuadir e influenciar as opiniões, os sentimentos e as atitudes do público; divulga e propaga ideias, crenças, princípios e doutrinas. A publicidade divulga e promove produtos, bens e serviços, com objetivos e interesses comerciais”.

A Viviane Camelo, publicitária aqui em Porto Velho, escreveu sobre este tema em seu blog, confira em Impressões. Também estão lá outras reflexões sobre o setor publicitário.

Já eu puxei essa reflexão porque estava estudando sobre um dos produtos utilizados numa parceria entre assessores de comunicação e agências de publicidade, o publieditorial:

“O material produzido, por assessores de imprensa, a partir da encomenda de agências de publicidade e veiculado de forma paga, como matéria jornalística”.

A explicação acima também caiu em prova de concurso, explicando que são “anúncios feitos na forma de matérias editoriais em qualquer mídia”.

Diferente do editorial, meu assunto anterior a este – que é o texto jornalístico opinativo, escrito de maneira impessoal por um redator e publicado sem assinatura como opinião dos donos do jornal – o publieditorial é veiculado nos jornais a pedido das empresas anunciantes, uma forma de divulgação mais relacionada ao setor de PP.

Também descobri que eles podem ser usados na web, confira uma explicação do Brogui.

Publieditoriais são, o que alguns chamam de “post pago”, posts feitos para anunciar/divulgar/vender algum produto, normalmente eles são contratados por agências que escolhem determinados blogs para veicular este “anúncio”, alguns blogs são escolhidos pelo número de visitas, temas, tempo de permanência de leitores no blog, e por ai vai.

Portanto, se cair em algum outro concurso o “publieditorial”, será uma questão que vamos acertar juntos!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Editorial e a opinião no jornal

Terminei de ler hoje o livro “3x30 – Os bastidores da imprensa brasileira” (Editora Best Seller, 1992). Agora revisito algumas páginas que havia deixado com marcação para escrever sobre uma das seções que ocupam geralmente as primeiras páginas de um jornal: o editorial.

“A massa de leitores vai atrás das manchetes, das notícias mais quentes de cada dia. Atiram-se com sede à informação. A elite vai trás das páginas de opinião com a mesma sede”.

Assim Carmo Chagas associou às argumentações da direção de cada empresa jornalística a quem mantém o “poder” na sociedade.

“Para nós, safra nova da profissão, não havia o que discutir. A informação em primeiro lugar. Ponto final. De minha parte, naquela época pensava que a opinião só servia para atrapalhar. Às vezes, cabia a mim baixar a página dos editoriais. Morria de vontade de reescrever aquilo tudo. Mesmo os editoriais assinados por Ruy Mesquita, nosso patrão imediato. Aqueles longos períodos, a enorme distância entre sujeito , verbo e objeto, o estilo tortuoso de expor um ponto de vista, tudo aquilo parecia angustiante para o leitor. Por que tanto meandro, por que tanta cerimônia, em vez de ir direto ao tema?”

O texto se refere a uma época em que Carmo Chagas trabalhava no Jornal da Tarde, Rio de Janeiro, nos anos 60.

“Mas minha resistência aos editoriais não se devia apenas ao trabalho que às vezes me davam. Na verdade, eu nunca lia editoriais. Nem os do Jornal do Brasil, tão reverenciados entre os jornalistas. Eu estava convencido, também, de que pouquíssimos leitores se davam ao trabalho de ler a opinião de seu matutino ou vespertino”.

Será que os editoriais mudaram, será que possuem uma leitura mais “acessível” e será que estamos lendo as opiniões dos veículos que nos trazem notícias todos os dias? Segundo Carmo, os “pouquíssimos leitores” eram os “empresários mais sólidos, os políticos mais perspicazes, os economistas mais atentos”, são eles que “constituem a elite interessada na opinião que apare todo dia na imprensa”.

Para encerrar, num grupo de discussão de jornalistas de Rondônia no Facebook, colocaram a seguinte frase de Dad Squarisi, que acredito ser um pouco do panorama atual em torno do texto de editorial:

“O rádio exige coloquialismo. A tevê, agilidade. A web, síntese. O jornal, tudo isso e algo mais. O editorial pede terno e gravata. Nunca smoking. Reportagens, entrevistas, perfis vão bem de blazer e calça jeans. Nunca de bermuda e camiseta. Colunas, crônicas e blogues podem aparecer de sunga e sandália ou traje de baile”.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Fundação Rede Amazônica 13 anos


Na ocasião dos 13 anos da Fundação Rede Amazônica em Rondônia, final de 2011, a Monique Joner (companheira no Curso Técnico em Rádio e TV) escreveu sobre a escola que vem formando profissionais na área de comunicação. Conversei outro dia com a Coordenadora, Isabel, e ela disse que a expectativa é que até o meio do ano comecem as especializações técnicas, em Assessoria de Comunicação, Relações Públicas e outros. Em homenagem à Fundação e à minha amiga jornalista, trago o texto para compartilhar com você, amigo leitor:

A Fundação Rede Amazônica começou em Manaus (AM) no ano de 1996 com empreendedorismo do jornalista Phelippe Daou e depois foi criando as filiais, entre elas a de Porto Velho (RO).

Comprometimento, entusiasmo e regulamentação
Isabel Cristina, coordenadora da Fundação Rede Amazônica, relata para os alunos da Turma 2011 o início do curso técnico de Rádio e TV na cidade de Porto Velho. Segundo ela foi o empreendedorismo do jornalista Phelippe Daou que impulsionou o investimento, diante da necessidade de qualificar mão-de-obra a ser absolvida pela emissora de TV.

No ano de 1996, com apoio do Conselho Regional de Educação de Rondônia e do Ministério da Educação, Isabel Cristina começou o planejamento do curso, dois anos antes do seu lançamento, pois já atuava na tramitação dos documentos para o funcionamento e autorização do Curso Técnico em Porto Velho. Sempre trabalhando com a matriz Manaus, a coordenadora e o atual secretário geral da Fundação Rede Amazônica no Amazonas, Mario Costa, idealizaram o projeto de um curso de locução e apresentação, edição e cinegrafia. Esta era a demanda do mercado na época, que só atendia os técnicos em eletrônica.

Certificado Digital reconhecido pelo MEC
Até 2006 o aluno optava em fazer uma das áreas: edição, apresentação, produção, cinegrafia ou locução. Depois é que veio a adesão de Manaus, sugerida pelo Ministério da Educação, e se unificou o Curso Técnico de Rádio e TV devido à purificação identificada pelo Ministério em outros Estados. Agora a partir de 2011, ao fazer o curso completo, o aluno pode escolher depois de formado qual será sua atuação: locução, apresentação, noticiarista de rádio, organização e apresentação de eventos, coordenação de produção, produção executiva, operação de câmera ou edição de imagem. E no término desse ano o MEC irá cadastrar os alunos já reconhecidos pelo Conselho Estadual de Educação pela Fundação Rede Amazônica e emitir um registro digital capaz de ser localizado pelo acesso do próprio aluno. Em qualquer local do Brasil é possível identificar através do sistema do MEC o certificado digital chancelado pelo Ministério da Educação.

Ideias que fazem a diferença para um futuro de sucesso
Tudo começou com pesquisa e um processo burocrático no Conselho Estadual de Educação. Dentro de um espaço pequeno – era apenas uma sala – foram ofertadas 10 vagas no curso de eletrônica, totalizando 600 inscritos. Isabel Cristina era a professora de língua portuguesa e trabalhava com mais o professor de matemática, o engenheiro técnico, responsável Belarmino Eustáquio, uma merendeira, uma projetista que fomentava as ideias, Josélia, e o apoio de Mario Costa de Manaus, lembra Isabel.

O futuro da Fundação
Ainda há muito projetos inovadores e perspectivas de trazer para Porto Velho o curso técnico de administração e uma especialização técnica em edição e cinegrafia, tendo em vista a necessidade de mercado. “Tudo regulamentado pelas normas do Conselho Estadual de Educação”, afirma Isabel Cristina. O objetivo hoje da Fundação é contribuir e complementar as necessidades de mercado e profissionalizar. “Bom para Fundação, bom para sociedade de Porto Velho”, diz Isabel.


Procura-se profissionais
“As emissoras de rádio e televisão, produtoras e agências de publicidade e propagandas nos procuram solicitando profissionais formados em nossa instituição”, cita Isabel, que também lista o crescimento do mercado de comunicação e da procura por profissionais capacitados. “Muitos de nossos ex-alunos retornaram formados em jornalismos e hoje são colaboradores da Instituição”, diz a pedagoga da Fundação Rede Amazônica, Socorro Guedes.

Texto: Monique Joner

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Concurso, recurso e estratégias... mais Press-Kit

Trabalhei como fiscal num concurso na manhã de hoje. Olhando as pessoas fazerem as provas, em como cada um enfrenta o desafio de ficar algumas horas concentrado durante o teste, fiquei pensando na tensão que é estar ali. Muitos não levantam nem pra dar uma desestressada, saem até com dor na coluna de ficar muito tempo sentado. Outros levam chocolate, balinhas, água e outros alimentos. Eu tenho mania de caneta, levo o máximo delas possíveis, sempre acredito que pode acabar a tinta pode acabar.

Como você encara este momento? Qual sua estratégia para uma prova?

Enquanto pensa em uma resposta para deixar na seção de comentários, vou falar de um recurso que fiz na prova do Instituto Saber, no mês de abril de 2010, para o cargo de jornalista do Instituto Federal de Rondônia. Vamos primeiro à questão:

32) Analise as afirmações sobre Press-kit e assinale a alternativa correspondente:
I- É usado para anúncios e lançamentos de novidades que a Assessoria tem interesse em que virem notícia.
II- É um pacote de Press release com brindes promocionais, uma amostra/réplica do produto ou o próprio produto, fotos de divulgação, credenciais de imprensa e outros itens que facilitem a cobertura jornalística sobre o que se quer divulgar e estimulem os jornalistas a publicar a intenção do assessorado.
III- É uma lista de endereços de destinatários aos quais a Assessoria de Imprensa envia comunicados, notas, credenciais ou brindes com o propósito de incentivar a publicação de determinada informação.
a) Todas as afirmativas estão corretas.
b) Somente a afirmativa II está correta.
c) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
d) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
e) Somente as afirmativas II e III estão corretas.

Com a argumentação de que era necessário alterar o gabarito para alternativa “C” (no primeiro gabarito a considerada correta era letra "B"), pois o item I também está correto, a Banca Examinadora enviou como resposta que concordava “com a argumentação da candidata e já efetuou a troca da resposta de “b” para ‘c’. A correção dos cartões de reposta será efetuada de acordo com esta alteração no gabarito definitivo”. Portanto, considerou que “o recurso é procedente”.

Utilizei como base o seguinte embasamento:
De acordo com o livro “Obras Jornalísticas – Uma Síntese”, de Ellis Regina Araújo e Elizete Cristina de Souza, Editora Vestcon 2008, Brasília, 3ª Edição, página 341:

“Press-kit

O Press-Kit é o conjunto informativo composto de textos, fotografias e outros materiais destinados à divulgação do fato jornalístico.
É mais usado em entrevistas coletivas ou eventos.
Elementos de um Press-Kit em Eventos
1) Release padrão (dados mais importantes do evento);
2) Release convocação (convocação para abertura, entrevista coletiva);
3) Histórico do evento;
4) Levantamento estatístico sobre os temas abordados;
5) Sugestão de pautas;
6) Programação detalhadas.

Elementos de um Press-Kit em Entrevistas
1) Release convocação;
2) Informações sobre a instituição que o assessorado representa;
3) Levantamentos estatísticos e dados complementares sobre o tema da entrevista;
4) Sugestão de assuntos a serem abordados durante a entrevista;
5) Normalmente, é acondicionado em uma pasta de papel, organizada de forma sequencial.

Press-Kit para Lançamentos de Livros
6) Releases convocação para noite de autógrafos;
7) Biografia do autor;
8) Resumo de livros;
9) Relação de outras obras já publicadas.”

Verificamos, então, que o Press-kit é um item da assessoria de imprensa que pode ser usado antes, durante ou após de algum evento, servindo de base para subsidiar os profissionais da imprensa com dados para divulgação ou não de matérias.

Também busquei informações em outros sites, para embasar este recurso, entre os quais o da Wikipedia, em que mostra o texto utilizado na questão I para o uso de releases, mas que na verdade extrapola o release, podendo ser usados nos kits de imprensa:

a) “PRESS-KIT - Conjunto de informações, textos, ilustrações, fotografias e até amostras do produto entregues à imprensa nos trabalhos de relações públicas e assessoria de imprensa.” (Dicionário Publicitário)

b) “Geralmente, releases são usados para anúncios e lançamentos de novidades, que a Assessoria tem interesse em que virem notícia. Um release bem estruturado pode ser o mote para uma pauta.” (Wikipédia)

c) “Pasta de Imprensa (Press Kit) – Textos e fotos para subsidiar os jornalistas de redação com informações, normalmente usadas em entrevistas coletivas, individuais ou feiras e eventos.” (FENAJ)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Mais sobre as revistas brasileiras

Depois de ter escrito no mês passado sobre a história das revistas brasileiras, vi que ainda tinha algumas anotações sobre o tema que mereciam vir para o blog. A primeira era sobre Diretrizes, que foi lançada em 1938 pelo jovem paulista Samuel Wainer, sob forma de revista mensal, se transformando depois em jornal semanal. Essa informação consegui no livro do Fernando Morais: “Chatô – O Rei do Brasil” (1995, 2ª Edição, Companhia das Letras). Já a passagem abaixo é de algum concurso púbico:

“A emergência de revistas ilustradas representou a primeira manifestação de produções editoriais baseadas nos pressupostos efetivos da cultura de massa, nos moldes norte-americanos. Entre essas revistas destacou-se O Cruzeiro, uma das pioneiras do gênero, que começou a ser publicada no final da década de 20, pelos Diários Associados de Assis Chateaubriand”.

Lançada em 10 de dezembro de 1928, nas bancas de Belém a Porto Alegre, “quase metade das suas 64 páginas estava repleta de anúncios”. Seus 50 mil exemplares impressos na primeira edição mostravam um produto pensado para alcançar o Brasil inteiro e ampliar a rede de Chateaubriand em direção ao Sul, logo se firmando como a grande revista nacional.

Segundo o livro de Fernando Morais, por 500 contos de réis Chateaubriand assumiria a direção da Empresa Gráfica Cruzeiro S.A. Daí colocando em andamento o projeto iniciado pelo jornalista português Carlos Malheiros Dias. Diga-se de passagem que não era tão alto este valor, mas de qualquer forma Chatô não tinha a grana, aliás, “nunca tinha dinheiro nenhum. Tinha prestígio”. E foi Getúlio Vargas quem fez a “mediação” com o dono do Banco da Província (que depois foi nomeado presidente do Banco do Brasil), Antônio Mostardeiro.

Do declínio do periódico, Fernando Morais escreve que “até a fatalidade parecia contribuir para o incêndio: nos primeiros dias de 1962, suicida-se o humorista e cartunista Péricles de Andrade Maranhão, criador de ‘O Amigo da Onça’, uma das seções de maior sucesso de O Cruzeiro. Poucos dias depois as vacas magras pareciam chegar aos diários”.

Quer saber um pouco mais sobre O Cruzeiro, encontrei um resumo neste link, de onde também partilhei a foto de capa da revista de lançamento para ilustrar essa postagem de hoje.

Para encerrar, resolva essa questão do MPU/2007 baseada em uma imagem/matéria da Revista O Cruzeiro:

Jean Manzon convenceu o deputado Barreto Pinto a posar de cueca para O Cruzeiro em 1946. Sua Excelência ficou também sem o mandato.

Fonte: ENC 2003 / MEC / INEP / DAES (2006).

Jornalista obscuro que fizera carreira política, Barreto Pinto era dono de um rendoso cartório quando se elegeu deputado federal pelo PTB do Distrito Federal em 1945 (foi de sua autoria a emenda que propôs a cassação do registro do Partido Comunista). A pretexto de escrever sua biografia, Nasser e Manzon conseguiram convencê-lo a posar para uma fotografia (publicada em página inteira), vestindo apenas casaca e cuecas. O escândalo ocasionado pela foto redundou em um processo na Câmara Federal que terminaria, pela primeira vez na história do Brasil, com a cassação de um mandato por quebra de decoro parlamentar.

(Fonte: Moraes, Fernando. Chatô, o rei do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1994, p. 473).

Os trechos grifados na citação sugerem três princípios éticos importantes no jornalismo, de acordo com os quais seriam desaprovados os métodos empregados pela dupla, assim como o enfoque dado ao tema. Identifique esses três princípios.

a) é dever do jornalista opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão; o jornalista deve permitir o direito de resposta às pessoas envolvidas ou mencionadas em sua matéria, quando ficar demonstrada a existência de equívocos ou incorreções; o jornalista deve ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, todas as pessoas objeto de acusações não comprovadas, feitas por terceiros e não suficientemente demonstradas ou verificadas.

b) a divulgação de informação é dever dos meios de comunicação; a informação divulgada pelos meios de comunicação pública terá por finalidade o interesse social e coletivo; o acesso à informação pública é um direito inerente à condição de vida em sociedade, que não pode ser impedido por nenhum tipo de interesse.

c) sempre que considerar correto e necessário, o jornalista resguardará a origem e identidade das suas fontes de informação; é dever do jornalista divulgar todos os fatos que sejam de interesse público; é dever do jornalista combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando exercida com o objetivo de controlar a informação.

d) é dever do jornalista defender o livre exercício da profissão; em todos os seus direitos e responsabilidades o jornalista terá apoio e respaldo das entidades representativas da categoria.

e) o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos; respeitar o direito à privacidade do cidadão; o jornalista é responsável por toda a informação que divulga.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Comunicação e padrões de qualidade

Dentro de cada empresa, de cada organização, a comunicação exerce um papel essencial, visto ser ela um processo ora mecânico (trabalho realizado pelas máquinas), ora humano (o nosso papel de pensadores). É por meio da comunicação que as informações seguem o fluxo dentro de cada entidade até chegar ao destinatário final. Desta forma, como falar de padrões de qualidade sem que todos estejam cientes do que é almejado para cada setor e para a instituição como um todo?

Para que a informação leve com qualidade a mensagem de um emissor para o receptor, sem criar equívocos ou sofrer ruídos, é necessário sintonia. Saber qual o papel a ser cumprido dentro da missão da organização.

E a comunicação também se inclui quando se seleciona, observa, se capacita para utilizar as ferramentas disponíveis e se referencia um padrão de qualidade como meta para todos os colaboradores, na construção de uma imagem empresarial e de um produto/marca forte e reconhecida.

Visto ser o padrão de qualidade uma regra organizacional, todos devem caminhar na mesma direção, estar sintonizados para consolidação de um processo. Mais que usar o tempo a favor desta construção, é preciso usar a comunicação como trampolim na conquista deste padrão de qualidade.


PADRÃO DE QUALIDADE NO IFRO

Antes de falar de um padrão de qualidade na instituição em que trabalho há mais de um ano em Porto Velho (RO), primeiro tenho que recorrer a um documento primordial para o IFRO (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia), que é o PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional), que prevê:

1. PERFIL INSTITUCIONAL

1.1. Missão

Promover educação científica e tecnológica de excelência, por meio das atividades de ensino,
pesquisa e extensão, para a formação de cidadãos comprometidos com a sustentabilidade da sociedade.

1.2. Visão

Consolidar-se como uma instituição de educação científica, profissional e tecnológica no âmbitoregional, nacional e internacional.

1.3. Valores

Compromisso
Transparência
Ética
Respeito
Responsabilidade social e ambiental
Valorização Humana

Como estudamos que Padrão de Qualidade, matéria no Curso Técnico em Rádio e TV, se refere ao conjunto de regras, estando elas às vezes mais e às vezes menos aparentes. Então, para entender uma instituição pública é preciso também recorrer às leis que a criaram, como no caso da Lei Federal Nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que instituiu os IFs no Brasil. Isso sem contar com a lei máxima, que é a Constituição Federativa do Brasil de 1988. E num caso mais específico, o documento Concepção e Diretrizes dos Institutos Federais de Ciência e Tecnologia, do MEC e da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, editado em junho de 2008. Afinal, podemos fazer o que a lei nos permite, conforme princípios assumidos na posse como servidores efetivos de cada órgão.

Especificamente para a área de comunicação, internamente trabalhamos com a lógica da divulgação, transparência e prestação de serviço público essencial, pois a finalidade maior do Instituto é o Ensino, em consonância com a Pesquisa e com a Extensão.

Atuando em uma Assessoria de Comunicação e Evento, somos nós responsáveis pela divulgação da imagem, da missão e das ações e objetivos estratégicos do IFRO. A Assessoria está estruturada em Jornalismo, Atendimento à Imprensa, Relações Públicas e Publicidade. A Redação de Jornalismo produz conteúdo a fim de informar o cidadão sobre as ações desenvolvidas e os resultados alcançados, além de coordenar o portal institucional. O atendimento à imprensa responde às demandas da mídia.

Já as Relações Públicas organizam eventos de iniciativa do próprio Instituto e auxiliam aqueles dos quais participa. A área de Publicidade coordena as campanhas publicitárias, com o objetivo de divulgar ações e projetos institucionais. É também a ASCOM a responsável por administrar as mídias sociais: Twitter, Facebook, Youtube e outros. Para mais informações, o e-mail é ascom@ifro.edu.br

Outros pontos que aprendemos em nossa aula sobre etiqueta profissional e padrão de qualidade estão organizados nos itens a seguir:

Pessoal: ter boa aparência ou cuidar da própria apresentação, ser carismático, gostar do que faz, saber se expressar, não pode ter vergonha, manter o foco no trabalho, gostar de ler e assistir a vários tipos de programas.

Profissional: ter boa leitura/dicção, saber escrever e falar corretamente, ser ágil e ter qualidade para executar as matérias, fazer todas as pautas sabendo cumpri-las, passar confiança em que te ouve ou te vê, cumprir horário, ser ético, ser observador, ter ambição de fazer boas pautas, correr atrás de um furo jornalístico.

Técnico: ter bons equipamentos de filmagem/edição, saber filmar e editar, ter programas eficientes de edição e equipamentos de iluminação, continuar a se capacitar para saber as novidades de sua área, entender de tecnologia, saber pelo menos o básico da manutenção do próprio equipamento.