quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Lead (ou lide) e a Cabeça

Outro dia encontrei essa questão de concurso: “a cabeça da matéria em telejornalismo é o texto que vai ser lido pelo apresentador em estúdio, introduzindo a matéria gravada”. Daí me lembrei de um alternativa que caiu no concurso da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) no ano passado.

A opção que não se aplica à redação do lead de uma notícia é:
a) O lead corresponde à cabeça do repórter (quando ele aparece falando) no início de uma notícia em televisão.
b) No lead clássico, não se começa pelo verbo, mas sim pelo sintagma nominal ou circunstancial mais importante.
c) Nos leads sobre declarações, é obrigatório o uso do discurso direto.
d) O lead retrata o fato principal de uma série, o que é mais importante ou mais interessante.
e) O lead corresponde à primeira proposição de uma notícia radiofônica.


Aliás, pergunta parecida caiu na UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas) em 2009:

No lead clássico, é regra geral:
A) Não começar o texto pelas circunstâncias mais relevantes.
B) O complemento do verbo deve vir imediatamente após a notação mais importante.
C) Começar o texto pelo sintagma nominal ou circunstancial mais importante.
D) O ordenamento das frases deve ser feito a partir da notação menos importante.
E) No lead sobre declarações,

Em ambas as questões, a resposta correta está na letra “C”.

Mas o que me intriga ainda é a afirmativa de que o “o lead corresponde à cabeça do repórter (quando ele aparece falando) no início de uma notícia de televisão”.

Fui procurar outras bases para eu pudesse entender melhor a questão, encontrei no Repórter 24 Horas a seguinte explicação, que é uma definição contida no livro de Nilson Lage:

“O lead é o primeiro parágrafo da noticia em jornalismo impresso, embora possa haver outros leads em seu corpo. Corresponde à primeira proposição de uma notícia radiofônica, ao texto lido pelo apresentador ou à cabeça do repórter (quando ele aparece falando) no início de uma notícia em televisão.”

Eu sempre digo, leia mais! Se tivesse estudado mais o jornalista e professor Nilson Lage, saberia. Agora estudando e fazendo um curso técnico, talvez entenda melhor temas como este ligado à TV. Pois sempre compreendi o lead como sendo o início da matéria, a parte do relato do mais importante ou mais interessante, não sabia desse jargão televisivo.

Entendimento clássico - Conforme explicam Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa, o lead é “a abertura de texto jornalístico, na qual se apresenta sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial, o clímax da história. (...) Na construção do lead, o redator deve responder às questões básicas da informação: o quê, quem, quando, onde, como e por quê”.

A passagem acima encontrei no trabalho de Ana Rita Pires Tavares. No texto, ela traz os principais tipos de lides:

a) lead condensado – sumariza todos os fatos principais de maneira clara e sempre uniforme. Muito comum nos despachos internacionais.
b) lead de apelo direto – utiliza o interesse da participação do leitor, a ele se dirigindo diretamente.
c) lead circunstancial – dá ênfase às circunstâncias nas quais ocorre a história a ser narrada. Estilo característico das notícias com um toque humano.
d) lead de citação ou lead entre aspas – começa com uma declaração ou citação, que reflete o aspecto principal das ideias da pessoa focalizada. Esta prática é muito comum na maioria dos jornais, esteve condenada, por algum tempo, pelas normas de redação do Jornal do Brasil.
e) lead descritivo – apresenta uma visão do lugar onde a notícia ocorreu ou descreve a cena e as pessoas nelas envolvidas.

sábado, 15 de outubro de 2011

Blog: meio de comunicação e interação

Quando a gente cria um blog tem alguns objetivos a serem atingidos. O meu sempre foi o de trocar informações e estudar para concursos e para a área de comunicação no geral. Acredito que a troca de experiência enriquece cada dia mais o meu trabalho, pois esse é essencialmente um canal de comunicação que pode criar e manter um relacionamento entre quem escreve e o público.

Tenho atualizado sempre, inserindo artigos semanalmente, assim faço crescer as chances de ser bem vista pelos buscadores, atraindo visitantes. Não sei se consigo fidelizar meus leitores, ainda preciso estudar mais sobre como garantir que eles considerem o conteúdo daqui relevante. Mas já fico feliz em saber que esse investimento de tempo em meus escritos tem obtido resultado, pois sempre vejo que o número de acessos aumente.

Falar sobre blog também é estudar para concurso! Esta foi uma questão que caiu em prova: “Os BLOGS podem ser caracterizados como ferramentas de ambientes abertos, sem necessidade de hospedagem”. Viu, algo prático e teórico ao mesmo tempo!

Procurando outros subsídios para escrever esse texto de hoje, encontrei na web uma indicação que traz os sete passos para criar um blog bem-sucedido, confira no Ferramentas Blog.

Para quem quer uma dica para voltar a uma página que tenha interesse, eu sempre utilizo o FAVORITOS, sempre cadastro e deixo registrado o endereço no meu navegador. Aproveito e recomendo uma lista de blogs para blogueiros, indicado pelo Escritos Ideológicos.

Interatividade - Escrevendo para um blog também aprendemos que na troca de argumentos o internauta pode ser atuante, interagindo conosco. Isso é uma vantagem, mesmo sabendo que nem todos os brasileiros têm acesso à internet. Outro fato interessante é que muitos chegam ao meu espaço virtual sem nem ao menos me conhecer.

Foi o que aconteceu com uma publicação anterior minha, Histórias de vida. Há alguns dias recebi um contato via e-mail de alguém que leu a notícia e fez um comentário. Achei pertinente deixar registrado aqui essa interatividade, é quase uma carta:



Rosália,

Tenho uma história que retrata a fidelidade de seu texto sobre a vida do Sr. Ailton Arthur.

Não me recordo exatamente o mês, mas no ano de 1998 precisei viajar de Curitiba a Porto Velho para encontrar uma imobiliária que me prestasse consultoria na avaliação de uma fazenda em Ariquemes.

Eu tinha 25 anos na época e estava prestes a casar. Necessitava um serviço rápido e profissional para que pudesse chegar em Curitiba e fechar o negócio que me resultaria em uma excelente comissão. Como não tinha muito dinheiro em mãos busquei uma imobiliária que ficasse próxima ao hotel. Entrei em uma imobiliária que estava quase vazia, poucas mesas, apenas um corretor, sem computadores, ou seja, muito simples porém com um ambiente muitíssimo agradável. Comentei sobre o assunto e o corretor me falou que seria melhor falar com o uma pessoa chamada Ailton. Me disse que o Ailton retornaria após o almoço e assim agendei minha reunião.

Após o almoço fui até a imobiliária e me encontrei com o tal Ailton... Um rapaz muito simpático e prestativo. Olhou o mapa e me falou que conhecia muito bem a região e também conhecia a fazenda. Imediatamente chamou um corretor para que fizesse uma avaliação. Em questão de minutos estavam em minhas mãos: uma avaliação da área, um mapa detalhado da fazenda e confrontantes e mais documentos comprobatórios do valor de venda de 10 áreas praticamente vizinhas e que possuíam as mesmas características. Solicitou ainda ao Registro de Imóveis duas escrituras que haviam sido lavradas naquele mês de áreas semelhantes. Fiquei muito impressionado e perguntei ao rapaz o quanto eu devia e com um sorriso ele me disse: “ – Meu amigo, você veio de tão longe para fazer isso. Eu não me sinto bem em cobrar por algo que não tomou meu tempo. Faço pela sua amizade...” A última frase eu nunca esquecerei...

No mesmo dia saímos e pude conhecer toda a cidade. Fui até sua casa e me lembro de ser uma casa simples, com alguns brinquedos espalhados, sem luxo, contudo um verdadeiro e aconchegante lar. Fomos jantar a beira do Madeira e experimentei a famosa costela de tambaqui. À noite saímos com outros dois corretores e nos divertimos muito em uma festa típica da cidade e quando o dia estava amanhecendo e meu horário de vôo se aproximando, eles me levaram ao hotel.

Em um dia, resolvi o que, para um menino do sul do Brasil e sem experiência, era um enorme problema. Pude ainda conhecer uma pessoa extraordinária, uma família maravilhosa e me divertir muito. O que era para ser uma viagem de preocupações e medos se tornou uma de minhas mais agradáveis experiências. No mesmo ano casei e mandei os convites ao Ailton e seus dois corretores... Para minha surpresa, no dia de meu casamento, estavam lá os três. Foi uma festa maravilhosa e muito divertida e pude retribuir um pouco da alegria que me foi presenteada em Porto Velho. Há 14 anos não tenho contato com esse meu amigo. Hoje, procurando por um imóvel na internet, encontrei a home page da Social Imóveis.

Não consigo descrever a minha felicidade ao ver o que aconteceu na vida deste homem. Estou tão feliz que acordei minha esposa (não mais aquela da festa) para lhe contar a história. Tenho muito orgulho e me sinto muito honrado em ter conhecido o Ailton. Minhas palavras provam que vocês têm um grande homem para prestar homenagens. Eis um homem de caráter.

A história de sua vida nos mostra que vale a pena ser honesto, decente e prestativo. Vale a pena acreditar, empreender e lutar.

Um grande abraço e muito obrigado por me fazer recordar desta pessoa que muito me ajudou.

Se puder enviar ao meu amigo, agradecerei...

Cordialmente,

Renato Satyro

Jornalistas, fontes, concursos e outras questões

Cada dia mais acredito que estudar é uma arte. Algo a ser descoberto. Algo que devemos encontrar um contexto, um momento de prazer, a ser realizado. Sim, porque mesmo mantendo um ritmo de estudo frequente, colocar o desafio de prestar um novo concurso requer muita força de vontade. Especialmente para quem trabalha o dia todo e estuda à noite. Mas vamos lá!

Melhor mesmo é olhar pelo lado positivo: o salário oferecido para esse cargo, as possibilidades de viagens e passeios, entre outras vantagens.

Na área de comunicação, a minha dica é sempre recorrer às provas já aplicadas. Além de estudar o conteúdo exigido naquele edital, ver uma questão concreta ajuda a visualizar como os temas são cobrados.

Hoje vou recorrer a uma prova do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) de 2010. Uma das questões era sobre o relacionamento entre fontes e jornalistas, questionando qual a alternativa correta:

a) É interessante ligar para o chefe do repórter para orientar, pedir a veiculação de algumas informações ou a não veiculação de outras ou até mesmo cancelar a reportagem se ela não for oportuna. É preciso defender a todo custo a imagem da organização.
b) Entrevistado e jornalista travam uma espécie de luta, em que o jornalista tenta empurrar o entrevistado para além de sua linha de conforto e o entrevistado puxa o jornalista para onde estão as informações previamente discutidas com a assessoria.
c) Há sempre como se manter uma relação harmoniosa e pacífica entre organizações, imprensa e fonte.
d) Nada melhor para combater uma enxurrada de notícias desfavoráveis do que empreender uma política de silêncio. Há momentos em que recusar é essencial, especialmente diante de uma crise de imagem.
e) O assessor deve pressionar o veículo por meio de verbas de publicidade e inventar dados estatísticos favoráveis a sua organização. Os jornalistas gostam de pesquisas para dar suporte às informações que estão veiculando nas reportagens.

Naquela época, se tivesse lido a reportagem da Revista Imprensa (Agosto – nº 270) com a jornalista Helena Chagas, Secretária de Comunicação Social da Presidência da República, teria acertado a questão. Se bem que ainda acredito numa relação mais harmoniosa entre repórter e entrevistado!

À Revista Imprensa, Helena responde que “(...) É lógico. É normal que o jornalista reclame, bem como é normal a fonte não fazer tudo o que o jornalista pede. A relação entre jornalista e fonte tem que ser tensa (...).”

Diante disso, podemos perceber que a resposta correta para a questão é a letra “B”.

Continue fazendo arte e bons estudos!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Algo mais sobre cinegrafia

Nesta segunda parte sobre meus estudos de cinegrafia - sob orientação do professor Alexandre Rotuno na Fundação Rede Amazônica - vamos às anotações sobre os planos/tomadas que podem ser utilizados numa filmagem. Lembrando que fazer um contraplano significa filmar a pessoa de costas, recurso utilizado quando a câmera se alterna entre a imagem de um e de outro personagem durante um diálogo.

1) Plano Geral - "Plano que mostra uma área de ação relativamente ampla", conforme vocabulário organizado pelo roteirista Jorge Machado, por isso servem para os cenários abertos.
- Grande Plano Geral (Paisagem aérea, sem focar pessoas)
- Plano Geral (já é possível ver uma pessoa por inteiro mais o cenário)
- Plano de Conjunto (mostra-se uma parte do todo)

2) Plano Médio – “Plano que mostra uma pessoa enquadrada da cintura para cima”, segundo Machado. Esse tipo de filmagem é utilizado pelo jornalismo.
- Plano Americano (corta do joelho para cima)
- Plano Médio (mostra uma pessoa do umbigo para cima)
- Plano Médio Fechado (do busto para cima)

3)Plano Fechado – ou conforme classifica Jorge Machado - “Plano Próximo - Enquadramento da figura humana da metade do tórax para cima”. Por estar tão próximo, mostra melhor detalhes de expressividade e de intimidade.
- Primeiríssimo Plano (do ombro para cima)
- Primeiro Plano ou Close (do queixo para cima)
- Plano Detalhe ou Big Close (fecha em detalhes como, por exemplo, nos olhos)

Nos movimentos de câmera, estudamos:
Zoom In – (fechando a imagem, aproximando)

Zoom Out – (abrindo a imagem, se afastando)

PAN ou Panorâmica – Movimento horizontal/lateral da câmera ao mostrar um estádio de futebol ou vertical quando o tema é um prédio. Tem a opção de utilizar um tripé ou o corpo para fazer o giro.

Traveling – passeio, segura a câmera e anda em sentido reto, pode ser feito com trilho mais carrinho e tablado, com steady can (cinto que segura a câmera) e com grua (como se fosse um guindaste).

Dolly – Movimento tipo avião, quando se faz um ângulo lateral, pode ser feito com a mão ou com a grua.

E os ângulos plongée (visualiza de baixo para cima) e contraplongée (de cima para baixo). Saiba mais sobre os movimentos de câmera no vídeo abaixo:



Local da Filmagem – Antes de começar o trabalho é preciso fazer a arrumação ou o setup de estúdio. Depois de preparado é que se Bate o Branco, para ajustar a câmera.

Vamos ao posicionamento da luz para focar no personagem, a partir da iluminação de três pontos (mais informações, encontrei no Blog Sataridis):
1ª Luz é a Key-Light (luz chave ou luz principal) – fica a 45º da câmera. Em altura também é 45º.
2ª Luz é a Back-Light (luz de fundo) – fica exatamente atrás da pessoa ou do ponto a ser filmado. Oposto à câmera.
3º Luz é a Fill-Light (luz de preenchimento) – fica na lateral e na mesma altura para tirar a sombra do rosto.

Sabendo que uma luz dura cria sombras definidas, uma dica é utilizar o papel manteiga ou um plástico para suavizar as sombras. Esse papel é chamado difusor, sendo posicionado a um palmo de distância da luz.

Rebatedor: suaviza a sombra, podendo ser uma placa de isopor, que em alguns casos substituirá o Fill-Light. E se colocar a luz para cima, usará uma luz rebatida, deixando o ambiente homogêneo.

Um exemplo de checklist que utilizamos ao realizar nossas filmagens em estúdio:
1) Câmera: fita, bateria, tripé, microfone (lapela com ou sem fio e o de mão/picolé) e cabos.
2) Iluminação: 3 setups, difusor (papel manteiga ou gelatina), rebatedor (isopor)
3) Luzes de 1000, 500 e 300 wats.
4) Teleprompt (TP): no caso utilizamos as dálias (cartolinas)
5) Figurinos
6) Maquiagem
7) Elementos para compor o cenário
8) People Job (o que cada um vai fazer).

Entre as técnicas que podemos/devemos adotar na hora de iniciar uma gravação é a contagem “1, 2, 3”, pois ao utilizar um microfone direcional essa fala faz o aparelho reconhecer o som, impondo um tom e não apresentando falhas na voz.

Agora as últimas dicas para quem quer atuar nesse meio audiovisual: ler o livro “Vídeo da Emoção à Razão”, editado pela Paulinas, e buscar o feeling e a sensibilidade para entrar no ramo. Hoje em dia, com celulares e máquinas populares de filmar e fotografar, a atividade está ao alcance de todos. Basta apostar.

domingo, 9 de outubro de 2011

Contando a história das gazetas

No jornalismo impresso, você sabe o que eram as gazetas? Em uma prova de concurso, que não sei precisar qual (mas pode ser encontrada no Questões de Provas de Comunicação), caiu o seguinte tema:

As gazetas não traziam títulos, apenas data e local de procedência. As notícias eram veiculadas ao interesse mercantil, com informações sobre colheitas, chegadas de navios, cotações de produtos e relatos de guerra. Custavam uma moeda.

Essa época foi vivida em Veneza no século XVI, quando os manuscritos e periódicos custavam uma gazeta, a moeda corrente na época. E o nome se popularizou e hoje batiza diversos veículos de comunicação no Brasil: Rede Gazeta, TV Gazeta, Rádio Gazeta AM/FM, Gazeta Esportiva, Gazeta de Minas, entre outros.

Recorri a este tema ao ler no livro 1000 Perguntas – Jornalismo, de Felipe Pena (2005 – Editora Rio Sociedade Cultural LTDA). Confira as perguntas de número 15 e 16:

O que eram as gazetas?
As gazetas foram os primeiros jornais conhecidos. O termo é derivado do italiano gazzette, que era a moeda utilizada em Veneza no século XVI. Elas eram manuscritas, periódicas e apresentadas em quatro páginas de frente e verso, dobradas ao meio, como um pequeno fólio, de 20 cm de altura e 15 de largura. Custavam uma moeda, ou seja, uma gazeta.

Que tipo de notícias circulavam nas gazetas?
As notícias das gazetas eram vinculadas ao interesse mercantil, com informes sobre colheitas, chegadas de navios, cotações de produtos e relatos de guerras. Vinham de diversos países. Não traziam títulos, apenas data e local de procedência. As gazetas tinham leitores dentro e fora de Veneza, o centro comercial e informativo mais importante da Europa na época. De lá, eram produzidas e expedidas por correio, saindo todos os sábados para diversas cidades italianas.

Ter uma cultura geral ajuda na hora de responder temas históricos como esse. Especialmente na hora que estamos concentrados respondendo cada item do concurso público. Boa prova a todos!

Primeiros estudos de cinegrafia

Comecei a estudar essa semana Técnicas de Edição. Como o professor é o Alexandre Rotuno, que também ministrou a matéria Cinegrafia em julho deste ano, fui rever a matéria para relembrar o conteúdo, afinal, como disse Rotuno: “é a curiosidade que leva você a entender a câmera”.

Para falar de cinegrafia, vimos primeiro a luz – natural (sol, fogo) e artificial (lâmpada incandescente, fluorescente, led), porque não teríamos imagens/cores sem luz. Nossos olhos conseguem perceber cerca de 16 milhões de cores, detectadas a partir da mistura das três primárias (vermelho, verde e azul - RGB), sendo que o preto é a ausência de todas as cores (por isso atrai o calor/luz) e o branco a junção de todas elas (por isso refletindo as cores e não as atraindo). Ah, como curiosidade, foi nessa aula que aprendemos que o sol não é amarelo, o sol é branco! E dentro de uma filmagem, se um ambiente estiver muito branco, é possível que a imagem fique azul.

White balance é bater o branco = uma das técnicas básicas em cinegrafias, que corrige a câmera conforme a fonte de luz do ambiente. Segundo o site Fazendo Vídeo temos a seguinte explicação:

Bater o Branco consiste em apontar a câmera para uma superfície branca qualquer, no local onde a gravação será feita, enquadrando-a completamente no visor. A seguir pressiona-se durante alguns segundos um botão existente nas câmeras profissionais e na maioria das semi-profissionais: o botão white balance, até que apareça no visor a indicação de que o ajuste terminou. Durante esse tempo, o circuito eletrônico da câmera analisa o que ela está "vendo", decompondo o sinal lido em R+G+B, supondo que deveria ser um branco correto, ou seja, que R=G=B. Se no entanto o vermelho por exemplo for mais intenso do que as outras duas cores, ele diminui sua intensidade, até que R=G=B. A seguir o circuito "trava" a câmera nessa regulagem, até que uma outra seja feita. E você já percebeu então que para onde a câmera for apontada a partir de agora ela estará sempre corrigindo o excesso de vermelho.

Toda a filmagem que vai para a edição tem uma correção, só as que não têm como corrigir é que vão para o lixo, explica Rotuno. Desta forma, evite que seu trabalho seja em vão e siga corretamente os passos para iniciar uma filmagem:

1) Bata o branco;
2) Controle o contraste (regular a íris da câmera/entrada de luz); e
3) Regule o foco (fazer a lente da câmera se ajustar ao foco do momento).

Frames – Cada foto em um filme é um frame/quadro. O filme Matrix teve cenas que resultam do estudo do frame. Confira a velocidade de captura da imagem para formar cada estilo:

- 8 fotos por segundo (fps): onde tudo começou, imagem em movimento.
- 15 fps: cinema mudo, exemplo das filmagens de Charlie Chaplin.
- 24 fpt: imagem de cinema.
- 30 fps: imagem da televisão.
- 60 fps: imagem da TV digital.
- 50 fps: imagem do cinema digital.

No stop motion, uma técnica de animação feita fotograma a fotograma, ou quadro a quadro, quanto mais fotos tiver, mas perfeito fica. Exemplo da técnica está no filme “A fuga das galinhas”.

Outro ponto importante a se lembrar é que a TV HD possui uma tela com resolução padrão em 1440x720 pixels/pontos. Já a Full HD é de 1920x1080, ou 2.073.600 pixels (2 megapixels). Enquanto nas televisões comum/padrão são 720x480, o que totaliza 345.600 pixels.

Em 60 minutos de vídeos teremos cerca de 13 gigabytes de informação. Um DVD armazena 4 gigas ou 120 minutos. E o blueray usa 25 Gb para 24 horas, em uma qualidade superior.

Bom, essa foi a primeira parte da aula. Antes de concluir, abaixo ficará um vídeo que encontrei no Youtube sobre algumas técnicas de filmagem, com dicas que interessa ao meu trabalho como jornalista, numa gravação de entrevista.

sábado, 8 de outubro de 2011

30 anos do SBT


Em 2011, o Sistema Brasileiro de Televisão completou 30 anos. A TV do Silvio Santos nasceu como TVS (TV Studios), iniciando as transmissões em 19 de agosto de 1981, no Rio de Janeiro. Foi rebatizada em 1987 como SBT, atualmente uma rede com 108 emissoras que cobrem 96% do território nacional.

O fundador é um dos comunicadores mais populares do País: Silvio Santos. Senor Abravanel é carioca, nascido aos 12 de dezembro de 1930. Entre suas atividades empresariais também constam a Liderança Capitalização (Tele Sena) e Jequiti Cosméticos. Na verdade, recomendo conhecer a história de Silvio Santos, pois ele é um ícone da televisão brasileira. Mas no momento vamos a um de seus produtos. A Revista Imprensa (Agosto/2011 – nº 270) traz um resumo das principais passagens históricas do SBT, confira:

1985 – Hebe Camargo assina contrato com a emissora.
1987 – Estreia A Praça é Nossa, com Carlos Alberto de Nóbrega, Ronald Golias, Jorge Lafond e outros.
1988-1990 – São contratados Boris Casoy e Jô Soares, que reforçam a audiência na casa.
1991 – Inicia o programa Aqui Agora, jornalismo policial na TV.
1993 – Estreia o Domingo Legal com Gugu Liberato.
1996 – Inauguração do conglomerado de estúdios com 231 mil metros quadrados em Osasco (Complexo Anhanguera).
2003 – Programa Domingo Legal se envolve na polêmica um quadro com supostos integrantes do PCC – depois se revelou que a entrevista era uma fraude.
2005 – A reformulação no jornalismo resulta na contratação de Ana Paula Padrão.
2010 – Silvio Santos descobre o rombo no Banco Panamericano, um de seus empreendimentos.

No portal do SBT há um link especial para matérias sobre as três décadas de atividade do SBT, confira em www.sbt.com.br/festival30anos.

Neide Duarte e o jornalismo

Assistindo ao Jornal Hoje deste 08 de outubro vi uma reportagem de Neide Duarte sobre o dia das crianças. Interessante foi vê-la no meio da multidão, entrevistando os compradores/revendedores de brinquedos, em que sentíamos de casa a lotação daquelas ruas em São Paulo, tão procuradas em épocas de datas comemorativas (Natal, Dia das Mães e outros). Logo me lembrei de outras boas reportagens feita pela profissional, que para mim sempre foi um exemplo de bom trabalho em relação a texto, entrevista, reportagem, direção e produção, integração de todos os recursos da notícia: som e imagem.


Neide Duarte é jornalista, se formou pela Faculdade de Comunicação e Artes Armando Álvares Penteado, e segundo contam em sua biografia na web, depois de trabalhar por três anos como repórter do jornal Folha de São Paulo, ingressou na Rede Globo. Ficou por 16 anos fazendo matérias especiais para o Jornal Nacional, Fantástico e Globo Repórter. Depois passou um tempo Programa Caminhos e Parcerias da TV Cultura e agora está novamente na Globo.

Realmente, uma jornalista da poesia, que se envolve e nos envolve na matéria. No Caminhos e Parcerias, que eu fiz questão de assistir a praticamente todos os episódios, pois na época que iniciou eu já era estudante de comunicação. Eles foram exibidos de 1998 a 2005, sempre mostrando projetos sociais pelos mais diversos estado do Brasil. Ao todo foram mais de 10 prêmios dedicados à jornalista por essa série de matérias (Líbero Badaró, Vladimir Herzog, Mídia da Paz, Prêmio Ethos de Jornalismo, dois prêmios internacionais na Argentina e em Portugal).

Confira uma pequena parte do Caminhos e Parcerias aqui.

Ela também é documentarista, faz produção de vídeos, reportagens, locução, roteiros, redação final e edição. Encontrei uma frase interessante (mais interessante é como classificam Neide, “contadora de histórias de vida”, pois ela narra a simplicidade do ser humano): “Tudo está no outro. Tudo o que você quer ver é a história de alguém para você se reconhecer, ir mudando sua história, repensar a sua vida. É tudo a partir do outro. É o outro que te dá a existência na verdade.”

Para ver um trabalho de Neide Duarte no Jornal Hoje, aqui está o link.

domingo, 2 de outubro de 2011

Imparcialidade, objetividade e isenção

Sempre procuro escrever meus posts com algum texto de concurso. Este abaixo é um enunciado não me lembro de qual banca:

“As bases conceituais para a objetividade jornalística estão fundamentadas no jornalismo inglês do século XIX que determina que o jornalista não deve interferir na apresentação dos fatos, tem o dever de reproduzi-los com fidedignidade, exatidão e precisão. Também é importante observar, para fundamentar a necessidade da objetividade no jornalismo, as características da portabilidade do jornal impresso, da agilidade na produção da notícia e da necessidade de diminuir o tempo de produção do jornal. A objetividade também implica no conceito de neutralidade e imparcialidade”.

Voltei a esse conceito porque comecei a ler o livro Manual de Radiojornalismo (Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima – 2003) e logo na introdução há a diferenciação entre imparcialidade e isenção.

Segundo os autores, o conceito de imparcialidade “nasceu no século XVIII e se desenvolveu até hoje por meio do liberalismo, que parte do ponto de vista de que o jornalista pode trabalhar de forma imparcial sem se envolver nos acontecimentos que descreve”.

Mas em seguida, os Heródoto e Paulo refutam essa ideia, mostrando que atuamos em uma área subjetiva: “a imparcialidade não existe. É utópica. O jornalista tem seu próprio mundo e valores. Toma sempre, de uma forma ou de outra, partido nas notícias que divulga ou comenta. Ainda não inventaram um jornalista absolutamente imparcial”.

Para colocar fim à discussão, eles colocam a isenção como objetivo do trabalho jornalístico, pois “ela não é estática, é dinâmica, daí sua busca constante pelo jornalista. A isenção é o respeito ao contraditório, o espaço para que todos os lados envolvidos nos fatos tenham condições de dar sua própria versão. É a proteção aos inocentes, o respeito pelas pessoas que pensam de forma diferente e o combate constante contra a instrumentação da imprensa a favor de quem quer que seja”.

A credibilidade, portanto, pode vir com a realização de um “jornalismo pluralista, apartidário, democrático e aberto aos diversos segmentos sociais. A informação de qualidade só existe se for correta e precisa”.

Encerrando, deixou uma questão da UnB/CESPE, de 2008, para o cargo de Analista em Comunicação Social da SERPRO. Certo ou errado?

“No que se refere aos princípios de objetividade e imparcialidade, é correto associá-los à teoria do espelho, concepção focada no papel dos meios de comunicação de retratar a realidade, sem intervenção ideológica. Nessa concepção o jornalismo é espelho da sociedade e não interfere na realidade retratada”.

Ganhou ponto caso a tenha marcado como certa.

Conhecendo a Rádio Transamazônica FM

Quando a gente é estudante tem vontade de aprender e começar a praticar o mais rápido possível. Assim não seria diferente com quem faz um curso na área de rádio e televisão.

Há uns dois meses fui à Rádio Comunitária Transamazônica. Que pode ser ouvida pela frequência 105,9 FM. O programa do horário, das 06 às 08 horas da manhã dos finais de semana, é o Remexendo o Som, feito pelo Compadre Xavier. No dia 01 de outubro voltei à rádio (me fazendo rever minhas anotações anteriores), desta vez fui para falar sobre o Processo Seletivo do IFRO, em cursos técnicos e de graduação.

Na técnica, estava Jamiscleiton de Souza. É ele quem opera o “Rádio Pró 2006” e mantém a programação matutina da rádio no ar. Ele explica que na mesa são oito canais e que não podem dar problemas. Jamiscleiton tem dois serviços, já que é operador de áudio na Rádio Universal, a 104 FM, no período da tarde. Quando pergunto sobre folga, já que as rádios dependem dele para levar aos ouvintes a programação, logo responde que a terça é seu dia de descanso, quando quem trabalha é o “folguista”.

Figura conhecida nos meios de comunicação, o folguista é aquele que está sempre apto a assumir em caso de algum imprevisto com o titular. “E não pode trabalhar em outra rádio”, sentencia Jamiscleiton.

Há cinco anos trabalhando na Universal e um na Transamazônica, Jamiscleiton explica que começou em 1999, na Rádio Parecis FM, onde atuou por quatro anos. Depois passou outros três anos na Vitória Régia. Mas para conquistar sua vaga no mercado de trabalho, foram seis anos como office-boy na Caiari AM, onde diz ter aprendido muita coisa. “Já peguei no tempo do computador. Têm outros que reclamam, pois pegaram a cartucheira, o disco”, completa.

Entendendo toda a operacionalização, pois desde a hora certa que é toda automatizada, o play list que diz ser fácil, ele mostra todas as funções que a mesa, botões e computadores podem realizar.

Comunitária – A Rádio Transamazônica iniciou suas atividades em agosto de 2001, portanto, são dez anos de Porto Velho. A presidente da Associação de Rádio Comunitária Transamazônica é Neiva Alves da Guia. Localizada ao lado do Clube Botafogo, no Bairro Liberdade, os ouvintes contam com a opção de acompanhar pela internet, no www.radiotransamazonica.fm.br, ou entrar em contato por e-mail radiotransamazonica@ibest.com, ou pelo telefone (69) 3221-1039.

Já o radialista Compadre Xavier é um profissional de muitos anos de estrada. Casado com a professora de educação física Mileni, com quem tem o Luiz Eduardo, um garotão de quatro anos. Em festas particulares, Compadre Xavier também é músico e toca forró pé de serra. Na rádio ele diz levar só “música boa”. No dia que fui, além das brincadeiras e bom humor com o ouvinte, ele rodou Beleza da Rosa, de José Ribeiro e várias do Roberto Carlos. Se quiser saber mais sobre o locutor, fiz um post em agosto sobre ele, basta clicar e ler o artigo “Compadre Xavier, quase 30 anos de rádio”.


Sobre sua memória para falar dos comerciais sem ler, ele diz que como profissional sabe gravar “bem gravadinho na cabeça”.Processo esse que leva de uma até duas semanas, mas depois os textos ficam decorados. Daí é só ele ir para o estúdio fazer o programa, saber controlar a voz quando está com o fone e levar informações para quem está em casa.

“Aos que ligaram e aos que não ligaram”, despede-se Compadre Xavier, uma vez que até no momento de encerrar tem uma música especial. Para finalizar esse relato de visita que fiz, fica a frase que está no mural da rádio:

“Não se afaste das pessoas negativas andando, corra”.