quinta-feira, 30 de junho de 2011

Pensando sobre jornalismo científico

Assinale a opção correta com relação a divulgação científica e jornalismo científico:

a) A relação do jornalismo científico com a ciência e com os fatos produzidos pelos cientistas deve basear-se estritamente na tradução desses fatos para o público, pois não é seu papel fazer leitura crítica da ciência.

b) Uma das funções do jornalismo científico é a transferência de informações científicas e tecnológicas, transcritas em códigos especializados, a um público seleto, formado por especialistas.

c) Quando a divulgação científica se apropria da cultura e dos meios jornalísticos, o jornalismo científico torna-se um gênero da divulgação científica.

d) O jornalismo científico é o meio de que dispõe a ciência para tornar públicas, em um contexto de interpares, as produções mais recentes do meio científico.

e) São mídias do jornalismo científico os veículos não tradicionais como histórias em quadrinhos, fascículos, livros, incluindo os didáticos, exposições e dias de campo.


Parabéns a quem respondeu a letra “C”. A questão caiu na prova da UnB/CESPE em 2010 para o cargo de jornalista da Defensoria Pública da União. Não fiz esse concurso, mas me interessou o tema jornalismo científico, pois tem muita relação com a área de educação, hoje trabalho em uma instituição em que se leciona do Ensino Médio Integrado ao Técnico à Pós-Graduação. E, portanto, desenvolve pesquisas.

Em evento que discutiu no início deste ano o tema água e a comunicação, em São Paulo, a Revista Imprensa (nº 266 – Abril/2011) trouxe uma fala da diretora técnica da Opersan mostrando que os jornalistas têm dificuldade em entender termos técnicos e institucionais. “Muitas vezes sentimos que o jornalista sente dificuldade até mesmo no tipo de pergunta que ele deve fazer. Isso acaba resultando em termos e informações equivocadas. Mas nós, como especialistas, devemos contribuir para uma aproximação”.

Essa foi a minha luva. Porque, em assessoria de imprensa, jornalista convive mais próximo ao pesquisador. Precisa realmente entendê-lo para passar informação a outros profissionais da imprensa e da comunidade.

Exame – Em outra prova, não sei precisar para qual instituição, foi cobrado o seguinte tema:

Jornalismo científico como característica de seus texto o uso de metalinguagem, exemplos e analogias, além de associações típicas do senso comum.

Quer dizer, tornar o texto mais claro, para que outros públicos entendam o tema. Pensa que é fácil? Quer saber mais sobre jornalismo científico deixo alguma dicas abaixo:

Aqui tem a opção do Curso On line de Jornalismo Científico: http://www.wfsj.org/course/pt/

Indicação de textos sobre Jornalismo Científico, especialmente de Wilson da Costa Bueno (professor da UMESP e USP): http://bit.ly/iKiWJy

Ou, caso tenha interesse em cursar uma pós na área, o Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte abriu este curso: http://bit.ly/jdAzkg

Com a força do vento

Vi postes de produção eólica no fim de semana. Depois descobri que aqueles cataventos se chamavam “aerogeradores” Enfim, o que me chamou a atenção mesmo foi muito além da possibilidade de serem fontes “limpas” de energia. Foi, sim, a sincronia dos braços/hélices ao girarem com a força do vento.


Localizados no alto de um morro, era o vai e vem do ar que os fazia produzir energia.

O que isso tem de ligação com meu blog. Tudo. Porque o meu compartilhar de conhecimentos com quem me lê inclui buscar forças para continuar estudando.

E aquela imagem me fez perceber a importância de termos sempre que renovar energias. Encontrar formas alternativas de manter a concentração e foco nos objetivos traçados. Nada melhor, então, que sincronizar - como aqueles aerogeradores - disciplina e ambiente nesse trabalho.

Portanto, decida qual melhor local para encontrar a brisa que movimenta o seu caminhar. E, não se esqueça, é para frente que se anda!

domingo, 19 de junho de 2011

Comunicação interpessoal direta ou indireta?

A Comunicação Interpessoal acontece quando pessoas trocam informações entre si. Essa troca pode ser direta e imediata ou pode ser indireta e mediada. Assinale a alternativa que representa uma situação direta e imediata:

a) Uma pessoa lendo uma notícia de um acidente num jornal.

b) Duas pessoas conversando no intervalo do trabalho, onde uma delas relata um acidente automobilístico vivenciado por ela.

c) Um fanático torcedor ouvindo um jogo do seu time pelo rádio.

d) Uma pessoa assistindo a uma novela pela televisão.

Essa questão caiu no Concurso Público do Instituto Federal de Rondônia (IFRO) no ano de 2010, para o cargo de jornalista. Se você como eu assinalou a letra B, acertou.

Relembrei dessa pergunta ao ler “Teorias da Comunicação, do PROFUNCIONÁRIO, Governo Federal/MEC/UnB. Foi o que me ajudou a construir o seguinte texto explicando as diferenças entre essa forma de comunicação que tanto utilizamos, afinal, somos seres sociais e precisamos nos comunicar com nosso próximo.

A Comunicação Interpessoal é direta e imediata quando os sujeitos estão cara a cara (fala, gesticulação), o que entre as alternativas apenas era encontrada na conversa exemplificada na letra B. As outras opções traziam uma comunicação feita através de algum meio. Fatores que demonstram uma comunicação indireta e mediada. Quer dizer, quando as pessoas não podem enxergar ou escutar uma a outra, necessitando, portanto, de algum meio para alcançar o outro.



Agora que você me lê, por exemplo, a comunicação está provavelmente sendo mediada por um computador.


Mais comunicação -
Até aqui falamos de uma comunicação mais informal, que podemos confrontar também com os modos mais formais, aqueles encontrados nas instituições, por exemplo.

Veremos que a Comunicação Institucional é sempre mediada, porque utiliza meios de comunicação para atingir seus objetivos. No caso de uma escola, ou mesmo do Instituto Federal que aplicou a questão inicial deste post, um dos meios pode ser o mural, uma carta, agenda escolar, caderno, boletim ou mesmo alunos, professores, funcionários, diretores, entre outros. Todos eles poderão ser portadores da Comunicação Institucional.

Por fim, temos a Comunicação de Massa, que também é feita de forma mediatizada. Ela não é feita entre pessoas, nem entre instituições e seus públicos, mas é feita entre meios de comunicação e “massa anônima” (grande alcance e audiência). Isso todos têm muitos modelos, afinal, quem nunca parou para pensar no poder da televisão, um dos meios mais massificadores da informação?

sábado, 18 de junho de 2011

Afiliada da Globo em RO inicia em julho transmissão digital

A partir do dia 04 de junho, começam as transmissões digitais da TV Rondônia. A afiliada da TV Globo faz parte da Rede Amazônica, que compreende ainda os estados do Amazonas, Acre, Amapá e Roraima. Equipamentos foram comprados e ilhas construídas para abrigar a nova tecnologia.

No Brasil, a TV digital teve sua primeira transmissão realizada no dia 02 de dezembro de 2007, de lá para cá os diversos canais vem se adaptando em busca de ampliar para todo o país o sistema que trará maior qualidade de imagem e som, além de uma maior possibilidade de interação entre público e empresas.

Segundo o Vice-Presidente da Rede Amazônica, Aluísio Daou, os cinco estados que fazem parte da organização estão nessa fase de mudança. Mas Aluísio explica que a programação analógica e digital conviverão juntas por mais oito anos.



“A TV digital tem a finalidade igualzinha à que a gente assiste em casa. A analógica”, afirmou ele durante passagem por Rondônia no dia 09 de junho. Ele compara o novo modelo em que os telespectadores verão a TV com o ter um fusca ou um carro do ano.

O Diretor Regional da TV Rondônia, Antônio Campanari, diz que cada emissora escolhe a tecnologia de ponta que mais atenda a região, levando em conta fatores como o clima e de acordo com a realidade de cada local. Mostrando que para assistir a algum programa em casa, o público vivenciou várias mudanças ao longo dos anos: passando pela transmissão por válvula, transistor e, agora, digital.

“Estudem”, aconselha Aluísio Daou. “Sai uma tecnologia, vem outra moderna, mas o que vocês aprenderam ficará sempre com vocês”, conclui.

Entendendo de “Filmadoras”

Para entender melhor sobre as atuais filmadoras que estão à venda no mercado fui pesquisar definições na internet para cumprir uma das tarefas da matéria Cinegrafia, do Curso Técnico em Rádio e TV que estou cursando. Acho que é interessante o tema para ficar registrado aqui, afinal é algo que tenho interesse em aprender.

Atualmente, com os preços passando a ser mais acessíveis, percebemos o quanto se popularizou o uso de câmeras digitais. Isso demonstra o acesso que temos à tecnologia e o uso que podemos fazer de toda a imagem que captamos (o Youtube que o diga!). Agora até uma webcam simples ou celular serve para criação de vídeos caseiros.

Assim, no nosso dia a dia registramos desde os primeiros passos de um bebê até nossas festas ou “videocassetadas” particulares. Para tanto, encontramos no mercado desde as máquinas que usam cartões de memória (como as das máquinas fotográficas) até HDs internos como os dos computadores.

Se voltarmos um pouco na história veremos que primeiro vieram as câmeras Super 8, em que os filmes eram mandados para revelar, assim como fotos. Depois surgiu a febre do VHS e, finalmente, chegamos aos modelos atuais. Ainda hoje convivem ambas: analógicas e digitais. As analógicas, conhecidas como Hi8, estão cada vez mais fora de uso, já que elas não possibilitam uma forma prática de edição das cenas. O fato de não poder transferir as imagens para a memória do computador, torna essa câmera muito limitada.

Para escolher, por exemplo, qual delas comprar será necessário determinar o uso que se fará do equipamento. Caso viaje muito, o mais indicado seria uma daqueles com mídias removíveis (MiniDVs e Memória Flash). Ou necessitando de qualidade final mais alta: adquira uma Full HD. Só para entender os fatores que podem influenciar diretamente no preço do produto estão a resolução de imagem no modo fotográfico, capacidade do zoom ótico, estabilizador de imagem, capacidade de gravar áudio em 5.1 canais e a duração da bateria.

Mais que uma ideia na mão e outra na cabeça, podemos dizer que temos mais acesso que no tempo de Glauber Rocha. É certo que ainda não é um acesso totalmente democratizado, mas já é “facilitado”.

De acordo com o site de compras do Magazine Luíza temos:



O formato Mini DV foi o primeiro lançado para uso doméstico e utiliza fitas menores que as VHS. É considerada uma tecnologia antiga, embora ainda seja bastante utilizada e requer uma conversão prévia para a criação de vídeos digitais. Alguns modelos possibilitam a transferência direta do vídeo para o computador.

As câmeras com formato DVD são as mais populares atualmente, pois já gravam o vídeo em uma mídia que pode ser reproduzida diretamente em seu tocador de DVD. São muito apreciadas por usuários domésticos, que as utilizam para registrar festas e eventos familiares.

Câmeras que utilizam cartões de memória são muito práticas e leves, sendo bastante úteis para gravação de imagens externas, além da fácil reutilização das mídias, que podem ser regravadas várias vezes. Muitos modelos já incluem softwares que transferem diretamente os vídeos para a internet.

Finalmente, as câmeras HDD são dotadas de disco interno, o que causa uma limitação do espaço, mas, em contrapartida, o vídeo costuma ser de alta qualidade e fácil de transferir para a internet. Ao optar por este modelo, tenha em mente o tamanho do HD, que definirá a quantidade de horas que você poderá gravar.

Se bem que dependendo do uso que você pretende fazer, uma boa câmera fotográfica ou smartphone pode dar conta do trabalho. Mesmo os modelos mais simples encontrados atualmente incluem a captura de vídeos, embora não tenham recursos básicos de ajuste de cor e luminosidade presentes nas filmadoras – se o seu objetivo é puramente doméstico, pode ser uma boa opção. Mas lembre-se: os vídeos serão sempre de baixa resolução, sendo assim o resultado final não será profissional.


Para fixar, veja os tipos de filmadoras
- Filmadoras com HD interno: este tipo de filmadora tem como recurso de armazenamento um disco rígido embutido. Existem modelos com HD que filmam MPEG2 em resolução standard e modelos com HD que filmam em alta definição, geralmente utilizando o formato AVCHD. A grande vantagem neste tipo de escolha é não precisar ficar trocando de fitas ou discos toda hora. No entanto, durante uma viagem, por exemplo, se o HD ficar cheio, o usuário necessita descarregar o conteúdo em um computador que o acompanhe na viagem.

- Memória Flash: já este tipo de filmadora utiliza os cartões de memória para armazenamento. Existem modelos que filmam em resolução standard utilizando os formatos MPEG2/MPEG4 e modelos que filmam em alta definição, utilizando geralmente o formato AVCHD. A grande vantagem é que, ao gravar em cartões de memória, este tipo de filmadora dispensa motores e mecanismos utilizados nos modelos tradicionais de fita, sendo mais silenciosos e menos vulnerável a falhas mecânicas. No entanto, é aconselhável ter um cartão de memória com grande capacidade (2Gb, 4Gb, 8Gb) para não limitar o tempo de filmagem.

- DVD: neste tipo de modelo o armazenamento fica ao encargo de pequenos DVDs de 8cm. Câmeras deste tipo têm a grande vantagem de que, assim que acabar a filmagem, você pode assistir o resultado em seu player de DVD ou direto em seu PC. Novamente aqui temos o caso da capacidade de armazenamento: apenas 20 minutos no modo SP – de maior qualidade. E se você gosta de imagens com tratamento profissional, vale lembrar que as câmeras que utilizam DVDs trabalham com o formato MPEG2, de qualidade mais modesta se comparada ao AVI DV das MiniDVs.

- MiniDV: e chegamos ao formato mais popular. Utiliza uma pequena fitinha (MiniDvs) que permite a gravação com qualidade (500 linhas na resolução standard) e até 60 minutos de gravação (com possibilidade de gravação de 90 minutos nessas fitas sem perda de qualidade). Uma grande vantagem é a variedade de modelos, desde aqueles básicos até semiprofissionais ou profissionais. Existem até mesmo modelos que já gravam em alta definição (720p/1080i) utilizando o formato HDV, que tende a se popularizar.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A vida e as redes sociais



Acordei filosófica. Deve ter sido isso que me motivou a escrever um posto sobre o estado de espírito de quem vive nas redes sociais.

Circula pela web o seguinte pensamento: "vc sai muito?" "saio sim, saio do twitter pra o msn do msn pra o orkut do orkut pra o facebook do facebook pra o twitter de novo e etc"

Só por esse passeio virtual podemos perceber o quanto levamos uma vida “solitária”. Não que seja regra, porque talvez até tenhamos, na verdade, evoluído para outros mundos.

Sim, quem disse que éramos totalmente felizes antes? Será que as conversas eram realmente de “qualidade”, ou também ditas no vazio? Pelo menos agora vejo que ao menos podemos “sonhar alto”, nem que seja com um ou outro amigo prestando atenção de fato no que queremos dizer.


Para Ciro Marcondes Filho "a sociedade mediatizada não é uma sociedade feliz". O estar “disponível” às novas tecnologias, passear do Orkut, Facebook e outros na verdade nos faz mal. "A vida na web depende da submissão do usuário à ditadura da conexão permanente; o sofrimento e a depressão de cada um se constroem pela pouca quantidade de visitas à sua página no Facebook", explicou o estudioso em entrevista à IHU On-Line em abril deste ano. Disponível em < http://bit.ly/kyX9dJ>.

Marcondes Filho completa: “A sociedade mediatizada não é uma sociedade feliz; ao contrário, é uma sociedade da compulsão, da cobrança invisível, dos apelos permanentes de estar conectado, pois, caso contrário, a pessoa estará ‘morta’”.

Como o próprio jornalista diz, “a esperança que nos dá o admirável mundo novo é o fato de que ainda podemos sair dele”.

E vamos que vamos, em busca de uma “vita bela”.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Comunicação, cultura e convergência

Adoro buscar informações. Numa dessas leituras das "relíquias" encontrei numa Revista Super Interessante de 2009 o tema Cultura da Convergência, que me fez lembrar de questões em que essa palavra é cobrada em concursos de comunicação.

“Convergência jornalística: processo multidimensional, facilitado pela implantação generalizada das tecnologias digitais de telecomunicação, afeta os âmbitos tecnológico, empresarial, profissional e editorial dos meios de comunicação, propiciando uma integração de ferramentas, espaços, métodos de trabalho e linguagens anteriormente desagregadas. Dessa forma, os jornalistas elaboram conteúdos que são distribuídos por multiplataformas, por meio de linguagens próprias a cada uma delas”

Ou:

“A mistura de mídias como tendência contemporânea de utilização da internet como plataforma para produzir e disseminar informação está permitindo o desenvolvimento de um novo processo para a comunicação em rede”.




Bom, com esses exemplos dos concursos públicos já conseguimos ver que a “convergência” no jornalismo diz respeito ao processo de integração, coordenação e combinação das diversas mídias, por isso ela é multimídia (pode utilizar-se do impresso, do visual, ser auditiva, e assim por diante).

Voltando à Cultura da Convergência, que iniciou essa conversa, acredito que ambos os temas caem no reeditar e distribuir uma informação em outro veículo, que muitas vezes é a própria internet.

No mundo atual “toda história que é contada a alguém passa por diversos veículos, como TV, cinema, celular, internet, videogames”. Já “o fluxo dessa história é moldado tanto por decisões tomadas pelas companhias que produziram o conteúdo quanto pelos indivíduos que o recebem”, afirma Henry Jenkins à Super, autor do livro “Cultura da Convergência”. Ele chama esse processo de interferência do público de “nova cultura participativa”.

E adaptação é a palavra-chave para esse momento da história da comunicação para produtores e para a mídia em geral.

Saímos do tempo em que apenas recebíamos informações pela TV, rádio ou impressos em geral. Agora também produzimos e participamos. O que me lembra outra questão de prova: “Jornalismo participativo, tendo como base a internet, compreende a participação do público no processo de coleta, produção e divulgação da informação”.

A previsão para a próxima década seria, segundo Jenkins, que se a “cultura da convergência continuar se desenvolvendo como está hoje, em uma década não vamos ter uma empresa que produza conteúdo para TV, outra para jornal, outra para rádio. Vamos ter apenas grandes indústrias de mídia, que deverá englobar tudo isso”.

Bom, como se vê, isso é apenas previsão, deixemos o futuro dar as respostas (assim como vem acontecendo no caso da possível extinção do livro impresso com a popularização da internet!). O certo é que a convergência (o assistir programa de TV no celular, por exemplo) já é realidade. Resta saber como aproveitar melhor tudo isso.

domingo, 12 de junho de 2011

Inscrições abertas para Curso Técnico em Rádio e TV

O Curso Técnico em Rádio e TV da Fundação Rede Amazônica está com inscrições abertas. De 06 de junho a 23 de julho os candidatos poderão se inscrever na seleção. A prova está marcada para o dia 24 de julho, na cidade de Porto Velho (RO). Ao todo são 80 vagas, divididas entre os turnos matutino e noturno.

Nas mil horas de carga horária do curso, que tem duração total de um ano, o aluno poderá atuar em locução, apresentação, noticiarista de rádio, organização e apresentação de eventos, coordenação de produção, produção executiva, operação de câmera ou edição de imagem.

Para participar do processo avaliativo, a taxa de inscrição é R$ 20. Já as mensalidades são 12 parcelas de R$ 280, que quando pagas até o dia 09 de cada mês têm desconto de R$ 30.

Nesta seleção o candidato será avaliado por meio de uma redação sobre temas atuais.

Mais informações pelo telefone (69) 3217-7024.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Jornalismo: coesão e coerência na escrita

Na produção de uma notícia, a coesão e a coerência promovem a inter-relação entre os elementos do discurso, respondendo pelo que é chamado de conectividade textual.

A afirmação acima fez parte do concurso para jornalista da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) em 2002 e me fez lembrar que ainda tenho informação da aula de Língua Portuguesa Aplicada à Comunicação da Fundação Rede Amazônica que ainda não compartilhei neste blog.

Segundo a professora Gisele Matos, existem normas universais para escrever na imprensa: ser claro, conciso, direto, preciso, simples e objetivo. Por isso, ela receitou a seus alunos muita leitura para enriquecer o vocabulário: “ler tira a gente da vala comum, ajuda a articular ideias”, resume ela.

Pensando nisso, vou utilizar este espaço para repassar a vocês minhas anotações:

Coerência – unidade do texto (harmonia). Ocorre uma incoerência narrativa quando a própria história se contradiz ou é absurda. Na coerência figurativa o que não pode ocorrer é exemplos contrariarem a narrativa, por exemplo, quando as partes não se articulam entre si. Já a coerência argumentativa prevalece quando se defende uma ideia sem contradizê-la a seguir.

Coesão – conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. São os elementos de coesão que determinam a transição de ideias entre frases e parágrafos.

Palavras de transição – são responsáveis pela coesão do texto, estabelecem a inter-relação entre os enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções, alguns advérbios e locuções adverbiais. Ex.: primeiramente, inicialmente, desde já, além disso, do mesmo modo, dessa forma, portanto, afinal, segundo, assim, por isso, em virtude de, por exemplo, isto é, ou seja, quer dizer...

Coesão por coerência – existem palavras que tem a função de fazer referência e ajudam a não deixar o texto muito repetitivo. Ex.: o qual, a qual, ele, esse, aquele.

Por hoje é só, porque agora vou seguir a dica da professora e continuar a leitura que estava fazendo há pouco. Como diria no twitter #FUI.

domingo, 5 de junho de 2011

Nossa língua em estudo

“Escrever é uma luta contínua com a palavra. Um combate que tem algo de aliança secreta”

Julio Cortázar



Esta é a frase que abre o estudo das Figuras de Linguagem do livro "Gramática da Língua Portuguesa para Concursos, Vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares...", de Nilson Teixeira de Almeida. A utilizei porque acredito que no jornalismo realmente precisamos dessa aliança, dessa troca com a escrita.

Em alguns concursos específicos da área de comunicação, ou mesmo como conhecimento básico, o tema figuras de linguagem é cobrado. Afinal, como explica Nilson Teixeira, “são recursos metalingüísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza, traduzindo particularidades estilísticas do emissor”.

Especialmente quando vamos editar as matérias, fazer títulos ou manchetes, conhecer essas ferramentas contribui com nosso trabalho. Para começar, vamos distinguir conotação e denotação.

“Ocorre conotação quando a palavra é empregada em sentido figurado, associativo, possibilitando várias interpretações”, escreve o autor. Exemplo dado: "Encontrei a chave desse problema".

Já a denotação é “quando a palavra é empregada em sua significação usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária”. No caso, quando queremos apenas uma interpretação. Exemplo: "Perdi a chave dessa gaveta".

No Guia do Estudante da Coleção Abril, “Curso Preparatório ENEM 2011”, estudando a matéria Redação encontrei algumas figuras de linguagem, que transcrevo a seguir:

Anáfora: repetição de uma palavra no início de orações. “Podemos importar veículos, podemos fabricar peças, podemos montá-los”.

Antítese: aproximação de termos com sentidos opostos: “Na última campanha eleitoral, coexistiram a verdade e a mentira”.

Elipse: Omissão de um termo identificável pelo contexto. “No posto de votação, só meia dúzia de eleitores” (omissão de havia)

Gradação: apresentação de ideias em progressão. “Suspiravam, choravam, gritavam por um copo d’água”.

Hipérbole: exagero de uma ideia com objetivo de enfatizá-la. “A caixa de correio do cantor explodiu com tantas mensagens”.

Paradoxo: raciocínio que evidencia uma contradição, um aparente contrassenso. “Há os que são verdadeiramente ricos em sua pobreza”.

Paronomásia: aproximação de palavras com sons semelhantes, mais significados distintos. Comumente chamada de trocadilho. “É bom que o Congresso tenha consciência: aprovar o projeto não é provar sua qualidade”.

Prosopopeia: atribuição, a seres inanimados, de predicativos próprios de seres animados. “Copos, talheres e toalha atônitos, sobre a mesa, observavam a tragédia anunciada”.

Agora, voltando ao livro de Nilson Teixeira, vamos completar os exemplos:

Comparação: aproximação entre dois elementos que se identificam. “E se acabou no chão feito um pacote bêbado”.

Metáfora: substituição de um termo por outro a partir de uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam. “Sua boca é um cadeado e meu corpo é uma fogueira”.

Catacrese: espécie de metáfora em que se emprega uma palavra no sentido figurado por habito ou esquecimento de sua etimologia. “Os braços do mar”.

Metonímia: uso de um nome por outro em virtude de haver entre eles algum relacionamento. “Vivo do meu trabalho” (a causa pelo efeito)

Antonomásia: designar uma pessoa por uma característica, feito ou fato que a tornou notória. “O Poeta dos escravos” (=Castro Alves)

Sinestesia: cruzamento de palavras que transmitem sensações diferentes (físicas ou psicológicas). “Um doce abraço indicava que o desculpara” (sensação gustativa e tátil, respectivamente)

Eufemismo: utilizado para atenuar um pensamento desagradável ou chocante. “Pôs termo à vida gradativamente” (= suicidou-se)

Perífrase: expressão que designa um ser por meio de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o tornou conhecido. “Visitaremos a cidade maravilhosa” (Rio de Janeiro)

Apóstrofe: interpelação enfática de pessoas ou seres personificados. “Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes”

Ironia: afirma o contrário do que se pensa, geralmente em tom depreciativo e sarcástico. “Vejam os magníficos feitos desses honestíssimos políticos”.

Elipse: omissão de termos facilmente identificáveis pelo contexto. “Estava à toa na vida...” (= eu)

Zeugma: omissão de termos já expressos no texto. “O meu pai era paulista, meu avô, pernambucano” (meu avô era pernambucano)

Pleonasmo: repetição de uma ideia ou de uma função sintática. Sua finalidade é enfatizar a mensagem. “Choramos um choro sentido”

Assíndeto: supressão de um conectivo entre elementos coordenados. “Todo coberto de medo, juro, minto, afirmo, assino.”

Polissíndeto: ao contrário do item anterior, aqui se repete intencionalmente o conectivo coordenativo (geralmente a conjunção e). “... e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre...”

Anacoluto: expressão que deixa um termo inicial sintaticamente desligado do restante do período. “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.”

Hipérbato: deslocamento dos termos da oração ou das orações do período. “Bendito o que, na Terra, fez o fogo, e o teto.” (= Bendito o que fez o fogo e o teto na Terra)

Hipálage: atribuir a uma palavra uma característica que pertence a outro da mesma frase. “Em cada olho um grito castanho de ódio” (= Em cada olho castanho um grito de ódio)

Silepse: quando a concordância se faz com a ideia subentendida, e não com os termos expressos. “Moro na velha Santos” (ideia subentendida é feminina e palavra expressa é masculina).

Aliteração: os fonemas consonantais se repetem ordenadamente na frase. “O vento vazava zunindo pelos vãos das velhas venezianas”.

Assonância: seqüencia ordenada de fonemas vocálicos ao longo frase. “Sou Ana, da cama, da cana, fulana, bacana...”

Onomatopeia: “Chocalhos tilintariam pelos arredores.”

É certo que não precisamos decorar todos esses nomes, mas conhecer as figuras de linguagem e outros temas referentes à gramática é entender melhor o processo de escrita.

Se quiser outras dicas sobre a língua portuguesa e a comunicação, indico um texto anterior.