quinta-feira, 31 de março de 2011

Buscando fundamentos para a fotografia


Primeiro definiremos o termo vindo do grego ( foto=luz e grafo=escrita) , ou escrever com a luz. Para o Dicionário Priberam, é (foto- + -grafia), ou substantivo feminino: Arte de fixar a imagem de qualquer objeto numa chapa ou película com o auxílio da luz .

Ligada ao registro de imagem, que muito bem fizeram nossos antepassados nas pinturas rupestres, a fotografia começa mesmo é após o ano de 1826. O litógrafo francês Joseph Nicéphore Niépce foi chamado por Louis Daguerre, de Paris, para gravar imagens. “Em 1829, tornaram-se sócios, mas Niépce morre em 1833. Seis anos depois, em 7 de janeiro de 1839, Daguerre revela à Academia Francesa de Ciências um processo que originava as fotografias ou os daguerreótipos” .

Segundo Eduardo Guerra é fácil esse trabalho com a câmera fotográfica: “Para tirar uma foto você precisa ajustar 3 parâmetros. A velocidade do obturador, a abertura do diafragma e a sensibilidade (ISO) do sensor ou do filme. Todos esses parâmetros, bem ajustados, produzem uma foto com fotometria correta, ou seja, nem muito clara (superexposta), nem muito escura (subexposta)” .

Entender os Princípios Básicos da Fotografia contribui com a melhor formação da imagem. Sobre a Velocidade do Obturador, o autor explica que ele seria como uma “cortina que bloqueia a passagem da luz enquanto permanecer fechada”. “Quanto mais tempo o obturador permanecer aberto, mais ‘quantidade de luz’ entrará em sua câmera, sensibilizando o sensor digital”. Caso deseje "congelar" um movimento, “como a cabeçada de um jogador de futebol, é necessário definir uma velocidade de obturador alta. Para congelar a maioria dos movimentos recomenda-se uma velocidade de 320 para cima”.

Já o “ diafragma é um orifício que regula a passagem de luz pela câmera”. “Quanto maior a abertura (o tamanho do orifício), menor será o número "f /". “Nos retratos, no entanto, não se deseja que o fundo apareça nítido. Deve-se selecionar uma maior abertura (valores baixos de f /) para gerar uma menor profundidade de campo”.

Por fim, ele fala sobre o fotômetro. “Forma de você saber se as escolhas de velocidade, abertura e ISO resultarão em uma imagem correta (nem muito clara, nem muito escura)”.

Enfim, ainda temos muita coisa a aprender. Sobre como tirar fotografia, ler imagens, mesmo quando descontextualizadas.

Para esse trabalho, consultei os seguintes sites:
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=fotografia
http://www.fotoserumos.com/histfoto.htm
http://www.blogfotografia.com.br/2010/principios-basicos-da-fotografia.html

sábado, 26 de março de 2011

Entendendo o design

Design = do inglês projetar, compor visualmente ou colocar um plano intencional.

Na realidade, o que se deve fazer para entender o design é estar atento ao processo de reprodução em série.

Fontes & Design

As fotes Times New Roman e Garamond são exemplos de famílias tipológicas conhecidas como romanas antigas.


Foi no chute que acertei a informação acima, feita por uma prova da FCC em 2009. Realmente não fazia ideia de quais eram as “romanas antigas”.

A questão complicada da Carlos Chagas me voltou à cabeça porque em “O que é design?” (Brasiliense, 2006), de Wilton Azevedo, estava vendo a definição de design gráfico, ou “parte de um projeto que se refere ao material impresso”.

Na parte gráfica, para entender o processo basta lembrar que os livros antes da invenção da imprensa eram copiados manualmente. Mesmo nessa época havia um certo trabalho de design para padronizar/deixar legível o livro. Mas com os tipos móveis de Gutenberg (1454) e a industrialização isso ganhou proporções maiores: “Desde os primeiros tipos gráficos de chumbo, a letra já ganhava um caráter de projeto”.

Hoje nos parece óbvio poder juntar, esticar ou inclinar as letras pelo computador, mas nem sempre foi assim. Agora basta comprar fontes para ter um bando de possibilidades maior. Um exemplo de fonte que Wilton cita é a Avant-Garde, criado pelo designer americano Herb Lubalin. “É um tipo extremamente fino em suas hastes, que só seria possível reproduzir através do processo fotográfico”.

Outra história interessante que o livro trás é quanto ao logotipo (design da escrita). Também a partir da industrialização, como acontecia às famílias tradicionais que possuíam brasões, também as empresas precisavam ser identificadas, daí surgem as marcas, ou logotipos, ou símbolos.

Wilton afinal se pergunta:
“O que é design?
Talvez essa pergunta não tenha mais importância no futuro, pois para se manter vivo o homem vai ter que se apoderar do simulacro que ele criou. A importância dessa informação só vai ter sentido para cobrir os poucos espaços que sobraram”.

Como ele próprio termina o livro, “o design é sempre uma forma de planejar uma saída”, por enquanto eu dou tchau.

domingo, 20 de março de 2011

Comunicação, motivação, liderança e relações interpessoais

Vou aproveitar esse espaço para ampliar minhas reflexões também sobre os conteúdos que estou vendo no Curso Técnico em Rádio e TV, da Fundação Rede Amazônica. Para começar, lembrarei da Pirâmide de Maslow, em que o indivíduo precisa satisfazer alguns níveis de necessidades, começando pela base:

Necessidades Fisiológicas: saúde, alimentação...
Segurança: casa própria, segurança material...
Contato Social: amor, relacionamento...
Autoestima: conquista, respeito aos outros...
Auto-realização: moralidade, criatividade...

Iniciei com essa reflexão, porque acredito que nosso convívio social e contato com o outro realmente está ligado ao nível de abastecimento dessas necessidades. Quanto mais nos aproximamos do topo da pirâmide, mais poderemos também compreender o outro, ter empatia. O que na maioria das vezes não ocorre, pelo contrário, temos tendência a nos fecharmos em nós mesmos. Ao ter como meta a auto-realização, muitas vezes, ainda, colocamos o outro como obstáculo.

É certo que temos percepções e vivências diferentes, a cada momento estamos nos transformando. Afinal, nada será do jeito que já foi um dia. Cada pessoa é, antes de tudo, produto do que, onde e quando viveu.

No curso aprendemos que possuímos uma área conhecida por nós mesmos, pelos outros e outra: desconhecida. Por isso, é importante a autodescoberta, o investigar a nós mesmos.

Vamos pensar juntos, existe coerência entre o que digo, penso e falo?

Aprendemos ainda sobre a Janela de Johari, que de acordo com a Wikipédia, é uma ferramenta conceitual criada por Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955. Auxilia na comunicação interpessoal e nos relacionamentos em grupo.

O retorno ou feedback tem que se dar de maneira que gostaríamos que acontecesse, para atingir uma comunicação eficaz.

Já para tratar do tema liderança e motivação, assistimos a cenas do filme Fomos Heróis (2002), em que tiramos os seguintes ensinamentos: saber utilizar motivações, liderar através de exemplos, reconhecer e treinar novos líderes, enfim, uma lição de liderança e trabalho em equipe.

Tudo isso é essencial para quem trabalha com comunicação, porque em qualquer meio para ser um bom líder ou um formador de opinião é preciso ser um bom ser humano. E uma comunicação eficaz sempre será símbolo de poder.

sábado, 19 de março de 2011

Wiki... o quê?

Um dos motivos da criação deste blog ainda no ano de 2009 foi o estudo que estava fazendo sobre a Web 2.0 e o jornalismo. Lendo a Revista Imprensa de Jan/Fev 2011 (nº 264) vi que uma das ferramentas interativas da internet completou uma década de existência. A Wikipédia nasceu para ser colaborativa, feita a várias mãos, conforme prega o conceito wiki.

O site entrou no ar em janeiro de 2001, e entre seus fundadores estava Jimmy Wales, que lembra que tudo o que está disponibilizado ali deve ser verificado por outros meios, ou seja, os internautas devem se aprofundar em outras fontes de pesquisa .

Segundo a Revista Imprensa, atualmente as versões da enciclopédia quase chegam a 280 línguas diferentes, resultando em mais de 17 milhões de artigos disponibilizados de forma colaborativa.

Outra Wiki – Outra forma de disponibilização das informações é o WikiLeaks. Muito comentado nos últimos meses, mas não utilizando verdadeiramente o modo wiki de edição colaborativa de site, segundo Jimmy Wales na reportagem da revista brasileiro, o WikiLeaks possui um “processo de aprovação e verificação do material é muito mais restrito que a Wikipédia original”, sendo necessário obter permissões adequadas para editar o seu conteúdo. Nele pode-se compartilhar “documentos, fotos e informações confidenciais de governo, empresas e organizações aos quais eventualmente tenham ganhado acesso”.



Criado em 2006, por Julian Assange, o WikiLeaks se define como uma organização de mídia sem fins lucrativos. A Revista traz um resumo das revelações feitas desde o surgimento do site:
“2008: Divulga um relatório da Comissão Nacional Queniana de Direitos Humanos sobre a política de extermínio no Quênia.
Novembro de 2009: Vazamento de e-mails de cientistas que colocavam em dúvida dados da ONU sobre aquecimento global.
Abril de 2010: Divulga um vídeo de julho de 2007 em que as forças militares dos EUA realizam, no Iraque, um ataque aéreo contra civis.
Julho de 2010: Revela mais de 90 mil documentos do governo americano sobre a Guerra no Afeganistão.
Outubro de 2010: Cerca de 400 mil documentos sobre a Guerra do Iraque vêm à tona.
Novembro de 2010: 250 mil telegramas de embaixadas do governo estadunidense são divulgados.”

Dentre os milhares de arquivos secretos, o que mais trouxe repercussão foi divulgado em novembro do ano passado, quando vazaram “251 mil despachos diplomáticos de embaixadas e diplomatas estadunidenses”.

A Revista Imprensa analisa que “os holofotes sobre o WikiLeaks têm despertado outras questões, como o papel do jornalismo, a relação entre as novas mídias e as tradicionais, e o interesse público por segredos de Estado”. Na matéria, o professor Rosental Calmon Alves (Fundação Knight) avalia que “certamente o WikiLeaks não é jornalismo, pelo menos não no sentido clássico. Não somos apenas correias de transmissão de informações que nos chegam”.

Talvez, por isso, o site divida responsabilidades com mídias tradicionais para divulgação de matérias a partir de seu conteúdo, a exemplo do New York Times, The Gardian, El Pais, Le Monde, a revista Der Spiegel e, no Brasil, a Folha de São Paulo.

Buscando outras informações sobre esse site na Wikipédia, já na primeira linhas está a nota “WikiLeaks não está associado à Wikipédia nem à Wikimedia Foundation”. Continuando as definições, se explica que a organização transnacional sem fins lucrativos está sediada na Suécia, e “publica, em seu site, posts de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis”.

Para alimentar o WikiLeaks, há especulações de que entre mil e dois mil voluntários façam contribuições ocasionalmente. Ainda de acordo com a Wikipédia, o “WikiLeaks recebeu vários prêmios para novas mídias, incluindo o New Media Award 2008 da revista The Economist. Em junho de 2009, a WikiLeaks e Julian Assange ganharam o Media Award 2009 (categoria New Media) da Anistia Internacional pela publicação de Kenya: The Cry of Blood - Extra Judicial Killings and Disappearances”.

O certo é que muito se está utilizando de informações da WikiLeaks pelos nossos veículos de comunicação, sejam impressos, virtuais ou televisivos.

segunda-feira, 7 de março de 2011

TV, Comunitária?

Fecharei o estudo sobre televisão comunitária me guiando especialmente pelo artigo “TV Com: Um canal comunitário?”, da aluna Denise Noal Beckmann, orientada por Daniela Aline Hinerasky (UNIFRA). Publicada na Revista Disciplinarum Scientia (2004) teve por base a TV Comunitária do Rio Grande do Sul, considerada a primeira a transmitir via cabo esse tipo de programação no Brasil. A pioneira foi ao ar no dia 15 de agosto de 1996, no canal 14 da Net Sul.

“O Grupo RBS, a partir da fundação da TV Com, lançou um forte apelo comunitário, intitulando-a inclusive de primeiro canal comunitário do Brsil, apesar das fortes bases empresariais”, cita o trabalho.

O texto recorre a Cecília Peruzzo para caracterizar um canal comunitário: “os participantes devem organizar a gestão e a operacionalização do canal, sendo que este deve ser bem estruturado com estatuto próprio”.

Indo mais fundo, fui procurar a definição de jornalismo comunitário de Ciro Marcondes Filho (Quem manipula quem? 5ª edição/Editora Vozes/1986): “é o meio de comunicação que interliga, atualiza e organiza a comunidade e realiza os fins a que ela se propõe”. Comunidade aqui é entendida como espaço em que se busca a realização de valores comuns e individuais.

Já Juan E. Dias Bordenave (Além dos meios e mensagens. 4ª edição/Ed. Vozes/1987) defende a comunicação participatória em que “todos os interlocutores exercem livremente seu direito à auto-expressão, como uma função social permanente e inalienável; geram e intercambiam seus próprios temas e mensagens; solidariamente criam conhecimento e saber, e compartilham sentimentos; organizam-se e adquirem poder coletivo; resolvem seus problemas comuns e contribuem para a transformação da estrutura social de modo que ela se torne livre, justa e participativa”.

No estudo da TV Com, a autora pretende observar se a proposta do canal gaúcho está relacionada ao conceito de canal comunitário. “Verificou-se que, mesmo que se autodenomine um ‘canal da comunidade’, trata-se de uma emissora comunitária por concessão, mas não em conformidade com as especificações da lei da TV a Cabo, pois atua com bases empresariais e segue as diretrizes do grupo RBS, do qual faz parte. Através da cobertura jornalística e alguns programas, observou-se que o conceito se comunidade foi ampliado – aspecto que acabou descaracterizando sua atuação na região metropolitana de Porto Alegre. Além disso, o acesso da população é limitado, reduzido a sugestões e opiniões no conteúdo dos programas, sem formas efetivas de participação – outra exigência dos veículos comunitários”.

“Mesmo assim, não se pode negar os méritos da TV Com. A regionalização da comunicação potencializa a democratização dos meios de comunicação”.

domingo, 6 de março de 2011

Um pouco de TV Comunitária

Que tal estudar um pouco das televisões comunitárias no Brasil? Sempre é bom obter novos conhecimentos. Buscando informações sobre o tema, encontrei na internet o texto “TV Comunitária no Brasil: Histórico e Participação Popular na Gestão e na Programação”, de Cicília M. Krohling Peruzzo.

Vou aumentar meu conhecimento seguindo as instruções da escritora, visto que, como ela mesma o descreve, o texto apresenta uma síntese dos resultados da pesquisa denominada “Televisão Comunitária no Brasil”, realizada de 1999 a 2001.

Entre os canais comunitários pioneiros na TV a cabo no Brasil, Peruzzo cita o Canal Comunitário de Porto Alegre, a TV Comunitária do Rio de Janeiro e o Canal Comunitário de São Paulo.

A primeira modalidade da TV comunitária foi no formato de uma “TV Livre”, ou “TV de Rua”, “caracterizada pela produção de vídeos educativo-culturais, que são exibidos em circuito fechado ou em praça pública, destinados a recepção coletiva”, explica do trabalho acima citado. “As primeiras experiências ocorrem nos anos de 1980 no contexto das lutas pela redemocratização do Brasil. Trata-se de uma espécie de TV móvel, mais exatamente de vídeo móvel. Com um videocassete, um telão (ou monitor de TV), amplificador de som e microfone sobre um meio de transporte (caminhão ou Kombi), exibem-se produções em vídeo em praça pública ou em salões de entidades sociais. A exibição é itinerante. Ou seja, dentro de determinada programação percorrem-se alguns locais previamente escolhidos para exibição e debates do audiovisual”.

Essa televisão feita de modo itinerante foi realizada por ONGs, igrejas, universidades e sindicatos.

Continuando seu texto, Peruzzo mostra que o outro tipo de TV comunitária no Brasil é “a de baixa potência transmitida na televisão aberta, ou seja na freqüência VHF (Very High Frequency). São transmissões televisivas de aproximadamente 150 watts, que atingem comunidades específicas. Não está regulamentada em lei, portanto são transmissões clandestinas”.

Elas “entram no ar em caráter ocasional, até pelos riscos decorrentes de sua ilegalidade. A primeira transmissão televisiva pirata em VHS foi a da TV Cubo no dia 27 de setembro de 1986, às 18:45 h., pelo canal 3, na região do Butantã, zona sul da cidade de São Paulo, com um transmissor de um watt de potência que cobria apenas
um raio de 1,5 km”.

Peruzzo lista nos seus exemplos a “transmissão em VHS no Rio de Janeiro, como a da TV Lama, na Baixada Fluminense; a da TV Vento Levou (1998), que transmitiu para a Gávea, Leblon, Ipanema e Copacabana; a da TV Canaibal (1990) e da TV Antena (1990) (Amaral, 1995)”.


Via cabo – “No Brasil somente na década de 1990 é que surge a TV comunitária propriamente dita, ou seja, aquela com transmissão regular e que participa do espectro televisivo nacional, na modalidade de canal comunitário, na TV a cabo. A televisão a Cabo é um dos sistemas de transmissão das chamadas TV por Assinatura, ou TVs Pagas. Consiste na transmissão de sinais por meio físico: o cabo”.

Mais um dado interessante é sobre a legislação que regulamenta esse tipo de transmissão:

Os canais comunitários foram viabilizados pela Lei 8.977 de 6 de janeiro de 1995, regulamentada pelo Decreto-Lei 2.206 de 14 de abril de 1997, que estabelece a obrigatoriedade das operadoras de TV a Cabo, beneficiárias da concessão de canais para, na sua área de prestação de serviços, disponibilizar seis canais básicos de utilização gratuita, no sentido dos canais de acesso público, como denominados nos Estados Unidos. Pelo Artigo 23 são três canais legislativos (destinados ao Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembléias Legislativas/Câmaras de Vereadores). Um canal universitário (para uso partilhado das universidades sediadas na área de prestação do serviço), um educativo-cultural (reservado para uso dos órgãos que tratam de educação e cultura do governo federal, governos estaduais e municipais) e um comunitário (aberto para utilização livre por entidades não governamentais e sem fins lucrativos).

“O primeiro canal comunitário instalado foi o de Porto Alegre-RS que realizou sua primeira transmissão no dia 15 de agosto de 1996, pelo canal 14 da NET Sul (Grupo Globo)”. Enfatizando que o canal comunitário gaúcho está sob a direção de uma associação denominada “Associação de Entidades Usuárias do Canal Comunitário em Porto Alegre”, permanecendo “no ar de 1 a 4 horas, numa média de 2 horas diárias, exceto domingo, sempre após às 19 horas. Sem contar o ‘Jornal Eletrônico’ que permanece no ar ininterruptamente durante o restante do tempo”.


“Em seguida, em 30 de outubro de 1996, estreou a TV Comunitária do Rio de Janeiro, inicialmente chamada de TV Carioca, transmitindo pelo canal 41 da NET/Cabo Rio. O Canal Comunitário de São Paulo está entre os que entraram no ar na terceira leva e realizou sua primeira transmissão no dia 01 de novembro de 1997. Transmite pelos canais 14 da Multicanal, 14 da NET e 72 da TVA”.

O trabalho revela ainda que “o Canal Comunitário de Belo Horizonte teria entrado no cabo no início de 1997. O Canal Comunitário de Brasília começou a operar em julho de 1997”. Mostrando que a experiência se espalhou pelo País, atualmente existe ABCCom (Associação Brasileira de Canais Comunitários). No site da ABCCom é possível acessar os canais comunitários transmitidos via web.

Para fechar esse pequeno histórico da TV comunitária tupiniquim, é interessante acompanhar um pouco mais sobre o que Peruzzo escreveu: “Por fim, há que se reconhecer que a TV comunitária no Brasil está em processo de construção. Não há um modelo único, nem um modelo que seja o melhor. Garantidos os princípios, as finalidades e as práticas que assegurem o acesso democrático à gestão e a programação, além do desenvolvimento de conteúdos condizentes com os interesses de desenvolvimento da cidadania e do controle coletivo da gestão, todas as experiências são válidas e tendem a ser aperfeiçoadas gradativamente”.

Em suma “a participação das pessoas pode tanto concretizar-se apenas em seu papel como ouvintes, leitores ou espectadores, quanto significar o tomar parte dos processos de produção, planejamento e gestão da comunicação. Os níveis mais avançados postulam a permeação de critérios de representatividade e de co-responsabilidade, já que se trata de exercício do poder e forma democrática ou compartida” (PERUZZO, 2004).

sexta-feira, 4 de março de 2011

Legitimação empresarial

A comunicação se ramifica em várias áreas de atuação, entre elas a empresarial. Tema que me interessei neste dia porque estava pensando sobre a construção da imagem das organizações junto ao público em que se atua. Público esse que vai de jornalistas a clientes e empregados. É uma tarefa que nós, os comunicadores, seremos fornecedores de material.

Como explica a professora Tereza Hilliday, somos apenas os ajudantes: a empresa seria apenas a fornecedora, contribuindo com seu discurso apenas como auxiliar, sendo necessário ter ação.

Integrar o que ela chama de ação discursiva, ação imanente e ação transcendente. Só assim se levantará o “edifício da legitimação”, ou “base de sustentação da empresa”, justificando sua razão de ser.


Porém, deve-se ter muita atenção nesse trabalho de construção, pois caso venha a manter um discurso com uma prática contrária, sua obra terá pouca consistência e poderá ruir a qualquer momento.

Público interno – Na construção da imagem empresarial, um dos aliados é o empregado/colaborador da organização. A ele vamos parar e analisar algo mais sobre a comunicação interna e interpessoal.

O primeiro elemento que devemos ter em mente é o ser humano. É a ele que deve ser orientado o trabalho, buscando uma política de comunicação organizada e preocupada com as relações humanas dentro da empresa. Para isso, o professor Jacques Vigneron lembra que é “necessário ter organogramas claros que deixem transparentes os circuitos oficiais e paralelos de comunicação, facilitando assim a interação horizontal e vertical na comunicação”.

Para uma melhor comunicação nas empresas outra dica é utilizar mais que os meios e tecnologias (internet, intranet, redes, PABX, fax e outros), mas saber aliar a formação realmente continuada, que torne a pessoa “autônoma” e “capaz de tornar as decisões adequadas”.

Veremos ao final que uma comunicação interna bem estruturada refletirá na construção da imagem empresarial, refletindo inclusive externamente. Aqui retomaremos o tema inicial de hoje, que é o nome/imagem da entidade, um dos maiores patrimônios da empresa. Atividade que tornou mais subjetivo o trabalho na comunicação. Um desafio para todos os dias!

Vale a pena ser jornalista?

Foi a pergunta feita em dezembro de 2006, na Revista Caros Amigos (nº 117), em texto de Fernando Evangelista. Reflexão que sempre gostei de reler, especialmente nos tempos que trabalhava nas redações.

Afinal, concordo com o historiador Guilherme Scalzilli, na página ao lado da mesma revista: “O mito da imparcialidade total serve à propaganda enganosa” (em “A ira da mídia vilã”).



Aproveitando o espaço de meu blog, revolvi deixar um pouco da mensagem de Evangelista registrado aqui também.

“Era sempre muito inquietante perceber que as notícias do dia – em muitíssimos casos – não correspondiam aos fatos que eu havia presenciado na véspera”. É uma das críticas que o autor faz aos problemas de distorção dos fatos, ao controle da informação, à autocensura e à falta de democracia que o mundo vive e que ele viu acontecer no cotidiano da profissão.

“Ao cobrir um confronto armado, por exemplo, o ideal seria estar em todos os fronts, ouvindo todas as versões, como se aprende na primeira lição de jornalismo na universidade”, nos ensina o jornalista e mestre pela Universidade de Coimbra/Portugal.

“Além de ter posição e deixar isso claro ao leitor, o jornalismo em que acredito deve saber costurar fios de uma história, descrevê-la da forma mais objetiva possível e contextualizá-la. Por que quando se fala sobre o MST se omitem dados importantes para entender a questão da luta pela terra?”

Dentro das assessorias de comunicação talvez nossas preocupações profissionais sejam outras, mas sempre vale a pena reforçar convicções e se perguntar se os versos do poeta servem também para nossa profissão: tudo vale a pena se a alma não é pequena?

“Ainda assim, vale a pena ser jornalista? Vale se tivermos ânimo para ultrapassar as fronteiras bloqueadas pela censura, pela ignorância, pela mentira. Vale se tivermos os olhos bem atentos, para ver o delicado, o diferente, o invisível. É preciso coragem para se comprometer, para dizer o que se vê e o que se sente, sem medos nem manuais. Só vale a pena ser jornalista se for – como cantou Torquato Neto – para “desafinar o coro dos contentes”.