Continuando a partilhar as minhas "Noções de Jornalismo Comparado", encontrei uma boa conexão entre o livro e a passagem neste ano do Jornal do Brasil exclusivamente para a versão on-line.
Visto ter sido exatamente esse veículo que A. Vivaldo de Azevedo escolheu para apresentar o funcionamento de um jornal. Segundo ele, à época que foi escrito, era aquela uma das maiores empresas do ramo no mundo. Fundado em 09 de abril de 1891, o JB fez história no País com a "revolução gráfica e editorial da publicação" nos anos 50. Nisso, o escritor vai explicando como era cada fase de preparação, incluindo a ação das rotativas, atividade de cada editoria e distribuição. Sobre a forma de entrega, vale enfatizar que no seu início o JB inovou com a utilização de carroças, agilizando a chegada dos exemplares até as mãos do leitor.
Na Wikipédia consta que "o Jornal do Brasil é um tradicional jornal brasileiro, publicado diariamente na cidade do Rio de Janeiro" (e que agora só pode ser lido via internet, de forma paga). Além de mostrar que o jornal apoiou o golpe militar de 1964, conforme editorial publicado no dia 1º de abril de 1964: "Desde ontem se instalou no país a verdadeira legalidade... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas".
Por outro lado, Miriam Leitão (O Globo) ao relembrar a história do JB, fala de algumas capas históricas e outras formas que os profissionais de lá utilizavam para driblar a censura. Entre estas, está o dia em que estavam proibidas "fotos no dia da morte do presidente do Chile, Salvador Allende. Então o JB não colocou foto alguma na primeira página, que veio toda só com texto".
Sobre a crise, a Wikipédia remete ao ano de 2001, quando "a família Nascimento Brito arrendou o título do jornal para o empresário Nelson Tanure por 60 anos, renováveis por mais 30. A intenção do empresário, conhecido por comprar empresas pré-falimentares, saneá-las e depois revendê-las, era recuperar o prestígio do jornal. Naquele ano, as vendas do jornal eram de 70 mil em média durante a semana e 105 mil aos domingos. Recuperou-se a partir de 2003, atingindo 100 mil exemplares em 2007, quando então as vendas novamente começaram a cair, chegando a 20.941 em março de 2010.
Mais interessante ainda foi o blog
Pude, dessa forma, comparar desde movimentos contra e pró JB. Quem sabe as lições que podemos tirar desse exemplo sejam de um jornalismo mais plural... Que caiam todos sim, mas que quem suba seja o povo!
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