Continuando o estudo anterior, quando falei sobre a “editorialização”, vamos ao que alguns outros blogueiros falaram. Assim, estudamos o tema e veremos uma parte mais política da prática jornalística (afinal, tomar ou não decisões diz respeito à política).
Em setembro de 2004, Luiz Weis, escreveu sobre a tolerância zero que tem a prática do jornalismo editorializado. Ele comentava a campanha em São Paulo, em que o ombudsman da Folha de S.Paulo, Marcelo Beraba, criticou "o tratamento diferenciado" que o jornal dava aos candidatos a prefeito da Capital. Prova, segundo ele, de que a editorialização do noticiário na imprensa diária brasileira (nas revistas semanais, nem falar) está indo além do aceitável.
Naquele contexto, Weis achou que o termo editorialização parece mais apropriado do que os genéricos desequilíbrio ou parcialidade. A prática também estaria dentro da autocensura: “É a velha história: ou as coisas saem do jeito que o patrão gosta porque ele tomou a iniciativa de orientar a cúpula da redação – ou, o que é pior e talvez mais frequente hoje em dia – editores e mesmo repórteres se antecipam”.
Ele encerra o texto mostrando que “ênfase nos juízos de valor é própria dos editoriais e aceitável nos artigos das páginas Op-Ed” (ao lado oposto dos editoriais, na seção de artigos e opiniões). “Nas colunas (políticas, econômicas, esportivas), a análise dos assuntos do dia e o aporte de fatos novos devem predominar sobre o pensamento dos signatários – sem excluir a crítica. O que não se pode é vender opinião disfarçada de notícia ou de análise.”
O pensador Emir Sader, em Setembro de 2009, também se questionou “Informar ou editorializar?”.
Ele começa mostrando ser “uma pena que a falta de prioridade ou a disposição de vetar aos brasileiros a possibilidade de assistir, diretamente, fazendo seus próprios juízos políticos, sem depender das versões que os órgãos da mídia dariam do importante evento”, referindo-se aos debates da reunião da Unasul.
A editorialização é ligada à “forte dose de ideologização e de preconceito que carregam” os veículos de comunicação.
“Triste papel da imprensa que se faz, não instrumento de informação, mas de filtro pelo qual só passa o que lhe interessa, da maneira que lhe interessa. Pobres leitores, ouvintes e telespectadores, vítimas dessa imprensa mercantil e ideologizada, que confunde editorial com informação, editorializa tudo e se transforma em panfletos ideologizados no lugar de instrumentos para uma cidadania informada e capaz de construir democraticamente a opinião pública que o Brasil requer”.
Vejamos agora uma lição enviesada, que comenta como a Revista Veja ensina a editorializar uma reportagem, retirado do Observatório da Imprensa ((Luiz Antonio Magalhães, 12/12/2006). Segundo o autor, a "matéria" poderia ser utilizada como exemplo para as escolas de comunicação do que não se deve fazer, uma vez que a revista adotou um tom editorializado em seu lide.
Estes foram alguns exemplos do que li sobre editorialização, parcialidade ou manipulação das mensagens... quem sabe você que está lendo tenha outros exemplos...
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