quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Media Training

“A imprensa representa parte da sociedade e por isso precisa ser atendida”.

“Não se deve tentar enganar o jornalista, pois, se ele descobrir, o resultado vai ser dos piores para a organização e para a marca”.

É com essas frases de Heródoto Barbeiro, no Livro Media Training: como usar a mídia a seu favor (Saraiva, 2011), que eu te pergunto: por que devemos atender à mídia?

Várias podem ser as respostas, mas vamos analisar junto com Heródoto olhando pelo lado de uma corporação:

“A imprensa pode contribuir para que sua organização obtenha o atributo da credibilidade”.

Portanto, neste ponto podemos colocar a importância de conhecer melhor a mídia e saber como utilizar de maneira mais precisa suas ferramentas e atributos.

“Comunicação não é o que você diz, mas o que o outro entende”
(David Ogilvy)

Especialmente em momentos de crise é importante trabalhar sempre com a verdade, sem se esconder da reportagem. Aqui se eu pudesse ilustrar, colocaria o vídeo em que o pessoal do CQC da Rede Bandeirantes procura a assessoria e o prefeito de Porto Velho em novembro de 2012 para falar das obras dos viadutos da cidade. Quem assistiu ao programa sabe do que estou falando! (em uma das passagens, o repórter bate na porta e grita algo do tipo: estamos aqui, sabemos que vocês estão aí dentro)

“É comum que em momentos de crise a atitude da empresa seja se encolher, imitando um avestruz que esconde a cabeça na areia. Isso, perdoe-me o avestruz, abre um leque extraordinário de notícias que atingem a marca e o dirigente da empresa”.

“Nada melhor para combater uma crise do que uma transparente visão estratégica, definições claras e conduta correta. Não há crise que resista a essa receita da vovó. Afora isso, é só mais confusão e noticiário negativo. Esconder é o pior remédio. A pior opção. A imprensa de uma forma ou de outra descobre, e a enxurrada de notícias desfavoráveis é antecedida por questionamentos de ordem ética e moral. Pode ter certeza de que o estrago vai ser muito maior”.

Bom, a receita da vovó e do Heródoto está registrada acima, agora é só lembrar sempre. Colocando-a em prática, é claro.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Escrever...


“Não quero um aluno copista, quero um sujeito do discurso próprio. Aprender a escrever é dar voz ao sujeito para que ele possa usar aquilo de modo criativo.”
Silvia Colello (USP)

“Ler significa ver o mundo pelos olhos dos outros. Escrever significa expressar a própria identidade. QUERER QUE TODO MUNDO ESCREVA E SE COMUNIQUE É QUE É REVOLUCIONÁRIO”.

Elvira Souza Lima (antropóloga e neurocientista)


Tirei as declarações acima de uma matéria que discutia uma nova forma proposta para a educação dos Estados Unidos, e que de certa maneira movimentou o Brasil: escolas encerrarem o ensino da letra cursiva.

Eu, jornalista que adoro um bloquinho de anotações, não imagino como poderia ser possível abandonar de vez a prática da escrita a mão. Por mais que a tecnologia esteja à nossa porta!

Meu método de aprendizagem envolve todos os estímulos, especialmente os visuais, auditivos e táteis. Tenho que escrever enquanto ouço e vejo o professor/palestrante. Acredito que dessa forma “sinto”, talvez “toque” o conhecimento/entendimento/memória.

Não tenho letra bonita e nunca tive, apesar dos vários cadernos de caligrafia que preenchi no primário. Se bem que, no jornalismo, o importante (na maioria das vezes) é a velocidade desta escrita. Quem sabe é, por isso, que gosto de escrever aqui neste meu blog, porque pensando rápido para anotar, quase conseguimos acompanhar o pensamento por meio da escrita. Eu digo que a letra de repórter tem perfil próprio, diferenciada da de médico!

Agora, sobre escrever somente com o auxílio de uma máquina que não o lápis ou caneta, realmente me preocupo com a nova geração que virá. Eu escrevi primeiro em casa e agora estou digitando minhas anotações. Isso aconteceu dia 02/12/12, se tivesse que aguardar ter um computador para fazer esta postagem, talvez já tivesse esquecido o tema.

O pensamento teria vindo e partido, sem ficar registrado.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Estudando oratória

Falar em público sempre me deixa muito nervosa. E fazia tempo que planejava fazer um curso específico de oratória. Mesmo estando em um momento de correria, me inscrevi no treinamento ofertado pelo Sebrae, com a facilitadora Marasella Macedo.O curso de uma semana começava às 19 horas e nunca terminava antes das 23h. Valeu pelo aprendizado que tive.


Um dado importante para quem fará algum tipo de apresentação é que apenas falar (mensagem verbal), depois de três dias, deixará gravado aos ouvintes somente 10% do que foi passado. “Se, entretanto, expuser o tema verbalmente, mas com o auxílio de um recurso visual, depois do mesmo período, as pessoas se lembrarão de 65% do que foi transmitido”.

Falar de modo natural é uma das principais dicas do curso, porque a espontaneidade pode transmitir mais credibilidade à sua defesa que a mera aplicação de técnicas. Outros pontos importantes são:

  • Não confiar na memória/memorização. Ter um roteiro de apoio é o melhor meio de transmitir ideias que apenas ser um leitor de slides.
  • Use linguagem correta e evite repetição de sons (né, ah, entendeu).
  • Conheça o público que te ouvirá.
  • Tenha começo e fim em sua apresentação. Conte antes sobre o tema que irá abordar, desta forma a plateia acompanha melhor sua linha de raciocínio.
  • Mantenha uma postura correta durante a exposição do tema, evite excesso de movimento com os pés e as mãos (vamos dizer assim!).
  • Seja bem-humorado.
  • Prepare-se, se for falar 15 minutos, tenha assunto para o dobro do tempo.
  • Fale com emoção, coloque-se no lugar de quem está te assistindo e acredite, antes de tudo, no que está dizendo. Para persuadir, pode-se usar como argumentos: exemplos, comparações, dados estatísticos e pesquisas/estudos.

Do retorno que tive dos colegas no teste final, uma apresentação individual feita por todos os alunos no último dia de curso do Sebrae, entendi que preciso realmente ter mais calma e falar mais pausadamente, assim poderei ser natural, ser "eu mesma". Eles consideraram que dominei o tema, faltou apenaa me atentar para alguns detalhes, como “vender melhor meu produto”.

Solicitei à professora, em e-mail posterior, uma avaliação minha. Marasella me respondeu que minha “introdução foi excelente”, fiz um bom “contato corporal e visual com a plateia” e demonstrei “profundo conhecimento" sobre o que apresentei. Para melhorar, ela ponderou que devo “falar um pouco mais alto e tomar cuidado com os vícios de linguagem, pois apareceram alguns ééééé”. Como dica, me falou que posso fazer uma pausa ao terminar as frases de minha fala, “para que o público possa refletir sobre o que escutou”.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Estagiando

Cheguei ao meu último período de estágio para concluir o Curso Técnico em Rádio e TV da Fundação Rede Amazônia. Estou acompanhando a Rádio Caiari AM de Porto Velho (RO), onde terei 80 horas de aprendizagem. Nesta semana estive na companhia dos radialistas e esportistas Pompeu e Pereira. Eles fazem o Caiari Esportes.

O Programa Caiari Esportes vai ao ar diariamente entre 11 horas e meio dia, de segunda a sexta-feira, pelas ondas média e tropical, AM 1.430 khz.

Outro dia fiz uma gravação com um atleta que foi até a Rádio, o Fabrício, ele estava indo representar o Estado no Circuito Paraolímpico Caixa de Atletismo, no Ceará, e não tinha patrocinador. Foi um grande aprendizado fazer a matéria, minha primeira aula prática trabalhando o Programa Sound Forge e gravando em estúdio. Contei com a colaboração dos jornalistas Taís Leite e Arian Oliveira.

Caiari AM – No ar desde o dia 18 de dezembro de 1961, a Rádio Caiari teve entre seus primeiros programas: Transmitindo o Pensamento e o Bico do Arara - relativo ao Bronca é Livre. Hoje em dia, além do A Bronca é Sua, a Ajuda é Nossa (do Sérgio Gomes), também vai ao ar o Voz de Rondônia (do Edson dos Anjos) e o Jornal da Integração, e uma grande variedade de temas que preenche a grade de programação.

Para sintonizar a rádio, basta acessar: http://www.radiocaiari.com/

Bom, é isso.

Para saber mais sobre o esporte rondoniense, acompanhe o Umas & Outras, o blog do Luis Carlos Pereira.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Contar história para quê?

Com o tema “Contar história para quê?”, participei da oficina com a atriz Karla Kristina Oliveira Martins nos dias 07, 08 e 09 de novembro, em Porto Velho (RO). A atividade fez parte da programação do Fest Cine Amazônia 10 anos.

A ideia era aperfeiçoar quem já trabalha com o audiovisual na região e colaborar na criação de roteiros através da habilidade de contar histórias. Quis aprender mais porque tenho o objetivo de produzir vídeos institucionais com a história do IFRO (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia).

Em Campo Grande, tempos atrás, eu já havia iniciado um curso de contação, o qual não pude continuar na época. Mas recomendo a todos fazerem, terem esse incentivo de ler mais para outras pessoas, adultos e crianças!!

Utilizando leituras, audições e a prática de contar histórias, Karla nos mostrou que é preciso descobrir nosso jeito, forma e estilo de contar história. “Se fosse receita, estava pronto”, lembra. “Não tem um caminho só, são muitos. Vai buscando ferramentas para interagir com o público”.

Oficinista - A acreana Karla é atriz formada no Rio de Janeiro, produtora e contadora de histórias. Ela integra a Rede Latino-Americana de Contadores de História e desenvolve desde 94 um trabalho contínuo envolvendo o folclore brasileiro.

No Acre existe o projeto Agente de Leitura. Fazendo uma comparação, o aluno do nosso curso lembrou que em Rondônia diz que está sendo criada a Casa de Leitura – que, inclusive, precisa de doação de livros!

Como comparou Ziraldo na abertura do Fest Cine, o mapa do Estado de Rondônia tem a forma de um beija-flor: com tanta beleza, por que não transformar também esta terra em um estado de leitores?

#ficaadica
Leia um livro para ler melhor a vida!

Então, assim, como fez Sherazade , nas Mil e Uma Noites, mantenha-se vivo, conte uma história.

Abaixo está a minha sugestão de história, Menina Bonita do Laço de Fita.
 

sábado, 3 de novembro de 2012

Teorias e Jornalismo


Tenho fugido do tema teoria do jornalismo, apesar de saber a importância que tem em meu trabalho ou mesmo na hora de prestar um concurso.

Hoje tomei a decisão de pelo menos revisitar anotações que fiz em uma época de mais afinco aos estudos. Uma vaga pode estar me esperando, para isso preciso permanecer pronta para os testes.

Vamos lá!

Teoria do espelho - “jornalismo reflete a realidade através do trabalho de mediadores DESINTERESSADOS, que não omitem opinião”

Teoria do espiral do silêncio - “reflete as opiniões dominantes, o que leva as pessoas a não manifestarem opiniões contrárias ao senso comum”

Teoria do newsmaking - “produz notícias através da submissão a determinados processos produtivos de caráter INDUSTRIAL”

Teoria do agendamento - “o jornalismo DETERMINA os assuntos que serão discutidos coletivamente”

Teoria do gatekeeper - “determinados sujeitos detém o privilégio de FILTRAR as informações que serão noticiadas”

Gate em inglês é portão/porta e Keeping significa manutenção, alimento, sustento!

Segundo caiu em um concurso que agora não sei dizer qual: entre as abordagens que estudam os critérios de seleção dos elementos da notícia estão os estudos sobre o gatekeeping, que consistem na análise dos procedimentos relacionados à escolha de temas e enfoque para as notícias. Os estudos sobre agentes chamados gatekeepers surgiram no campo da psicologia e foram adaptados à análise comunicacional por Dadid Manning White na década de 50 do século passado, com ênfase à ação pessoal dos jornalistas no processo de seleção.

Acho que foi um bom começo. Até a próxima!


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O título e a matéria

Fui questionada sobre um título de matéria de algum site rondoniense, que trazia o verbo no presente. Lembrei que já estudei algo sobre a construção de títulos e que o tempo verbal estava correto. Pesquisei mais algumas dicas sobre o tema e acreditei ser interessante deixar registrado aqui no blog. Vamos lá!

Em jornalismo, o básico é escrever com objetividade e com clareza, por isso, indica-se que ao escolher um título para o texto se dê preferência é que o verbo esteja na voz ativa e no presente do indicativo. Ah, e na seguinte ordem: sujeito, verbo e complemento. Tudo bem, os títulos que escolho para meus posts não são exemplo para nenhuma publicação noticiosa, pois normalmente uso apenas uma dupla de substantivos para tentar atrair o leitor.

Por outro lado, dificilmente uso alguma pontuação no final - o que também é outra recomendação. E também sempre prefiro as construções afirmativas, porque “o leitor quer saber o que aconteceu, e não o inverso”, conforme explica Anabela Gradim, da Universidade da Beira Interior, em seu Manual de Jornalismo. Ela completa: “e interrogativos, que sugerem que o jornal veicula rumores ou boatos”, portanto, nada de interrogações: “o jornal informa, responde às perguntas dos leitores, tira a limpo rumores e, portanto, não os veicula”.
http://bocc.ubi.pt/pag/gradim-anabela-manual-jornalismo-2.html

Outra dica do que se deve evitar: parêntesis, ponto e vírgula, ponto final e reticências. Mas ainda podem ser utilizados, de forma comedida, a vírgula, o travessão e os dois pontos. “Os títulos não fazem trocadilhos, não brincam com as pessoas ou com os cargos que ocupam, nem servem para mandar recados”, explica o Manual.

A máxima a ser lembrada é que bom o título é aquele que cativa e prende a atenção dos diversos tipos de leitores. Afinal, muitas vezes quem está apressado apenas passa o olho nas chamadas das matérias e nas fotos.


Para finalizar, uma reflexão:

"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota.

Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa.

A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."
 
Graciliano Ramos

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Jornalista e Concurseira

Quem não sonha em passar em um concurso público ultimamente é porque está muito bem empregado na iniciativa privada. Em jornalismo acredito que muitos sonham com novos horizontes, pois é mais fácil encontrar profissionais da área ralando e fazendo pescoção para manter as contas em dia.

Então, para contribuir com nossa classe mantenho esse blog, em que disponibilizo um pouco do que estudo com todos da rede. Para aumentar a minha contribuição, fiz uma pesquisa no Google e descobri outros espaços voltados para a comunicação. Lógico, se souber de outros links, me passa o endereço também!!! Assim contribuímos mutuamente com o estudo, meu e seu!!

O primeiro que vou falar, está sem atualização há um ano, porque a blogueira pelo jeito passou no concurso dos Correios. Falo do “Dica para jornalistas concurseiros”. Um exemplo do que ela escreveu é o “Fundamentos e Teorias da Comunicação

Seria interessante que outro colega desse continuidade a esse trabalho, quem se habilita a manter um espaço dedicado a nós comunicadores?

Um outro endereço é o Jornalistas Concurseiros, que era Blog e se tornou Site. Faça uma leitura interessante em Como se Preparar para Concurso de Jornalistas - um dos posts que recomendo. Assim, poderá pegar algumas dicas de preparação. Já o site está meio desatualizado, mas vale a pena conferir mesmo assim, pra animá-lo. Quem sabe o criador volta a escrever e partilhar ideias.


Ah, nem vou falar sobre PCI Concursos, esse todo mundo já pesquisa, não é?

Outra dica é fazer os cursos a distância da Comtexto, que são de atualização ou extensão. Conteúdo de jornalismo sempre é bom ser revisto, cai em prova!!!  Ah, e tem esse sobre jornalismo científico, eu já li uma vez e voltei a estudar a apostila de novo.

Sobre o tema ética, tem o site do Senado com um curso específico sobre Ética e Administração Pública, para adiantar, o conteúdo pode ser visto por aqui.

Estudar para ser jornalista concursado requer também o domínio da nossa maior ferramenta: a língua portuguesa. Existe uma variedade de endereços que poderiam ser citados, escolhi neste momento dois: Passei Web, sobre a nova ortografia, e o  Concurseiro Solitário, que traz dicas de livros para estudar gramática, redação e interpretação de textos (básico para nós!).

Agora, se sua intenção é dar um tempo e rir um pouco sobre nossa profissão, nada melhor que acompanhar o Desilusões Perdidas, do Duda Rangel.

Para encerrar, tenha foco! Pensar no futuro, escolha uma frase para te animar.


“Me interessa o futuro porque é o lugar onde vou passar o resto da minha vida.”

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Religião e Comunicação

“O homem, em seu orgulho, criou Deus à sua imagem e semelhança.”
Friedrich Nietzsche


Acompanhamos recentemente os protestos violentos contra um filme considerado ofensivo ao profeta Maomé, feito por norte-americanos. Uma das respostas era: "não há outro Deus que não Alá e Maomé é seu profeta".

Não vou discutir religião. Meu interesse é apenas deixar registrado que aconteceram as manifestações e o quanto elas movimentaram e movimentam a mídia todos os dias. Uma dessas matérias pode ser acessada por aqui: BBC.

“Uma prova de que Deus está conosco não é o fato de não cair, mas de se levantar depois de cada queda.”
Santa Teresa de Ávila

A Revista Super Interessante fez em 2009 um resumo de quatro conflitos de fundo religioso e que deixaram muitas vítimas. Confira:

Judeus e Mulçumanos se enfrentam desde 1947, no Oriente Médio, em um conflito que começou após a criação do Estado de Israel. Só entre os anos de 2000 e 2009 foram mais de 7,5 mil mortos.

Hindus e Muçulmanos tiveram como campo de batalha a Índia e o Paquistão no final da década de 50, deixando saldo de 500 mil mortos. A violência eclodiu com o fim do domínio colonial britânico sobre a Índia, em 1947. Os muçulmanos se negaram a integrar um país com os hindus, foram à guerra e criaram o Paquistão.

Católicos e Protestantes numa rixa histórica, na Irlanda do Norte, nas décadas de 60 e 80, mataram quase quatro mil pessoas. De um lado estava a maioria protestante (chamada unionista) querendo continuar ligada ao Reino Unido. De outro, a minoria católica (nacionalista), que almejava o fim do domínio britânico.

Cristãos e Muçulmanos entre os anos 80 e 90 tiveram mais de 100 mil mortos, na região dos Bálcãs. Durante décadas, o ditador comunista Josip Tito manteve as províncias da Iugoslávia unidas à força. Com sua morte, em 1980, o nacionalismo religioso explodiu numa espécie de luta de todos contra todos – incluindo sérvios (ortodoxos), bósnios (muçulmanos) e croatas (católicos).

Neste ano, o site da Super Interessante trouxe, numa lista mais atualizada, as maiores religiões do mundo. O cristianismo segue na frente.

Independente da quantidade de pessoas, que a crença sirva para compartilharmos respostas, não para a guerra.

“Segurei muitas coisas em minhas mãos, e perdi todas. Mas tudo que coloquei nas mãos de Deus ainda tenho.”
Martin Luther King

Outro tema interessante que envolve o jornalismo e religião é o debate sobre a liberdade de imprensa e a liberdade religiosa, garantidas constitucionalmente. Mas isso é assunto para outra pauta...

sábado, 27 de outubro de 2012

Jornalismo em tempos de campanha


“A ética não é uma condição ocasional e deve acompanhar sempre o jornalismo, como um zumbido acompanha o besouro”.
Gabriel Garcia Márquez

Já pensou se a imprensa fosse tão livre ao ponto de mentir? E lógico que não é isso o que a sociedade deseja, por isso tem o direito e o dever de permanecer de olho nas atividades da mídia em geral, sempre.

Nós cidadãos queremos sim a liberdade de pensamento em nosso País, desde que resguardados os direitos e a básica transmissão dos dois lados da informação. Especialmente quando a notícia é vendida como isenta e objetiva.

Mas em certos tempos, não é isso que ocorre. Em períodos eleitorais, ficam mais claro alguns desvios cometidos. Tenho notado nos últimos dias uma propaganda subliminar aqui em Rondônia - já que não tenho visto o noticiário de outros estados. São manchetes e fotos de capa dando mais destaque, ou menos, a candidatos do pleito municipal.

Minha decisão de voto do primeiro e, agora, do segundo turno tomei com base em minhas convicções. Pensamento próprio todo jornalista deve ter e pode se manifestar sobre suas crenças. Totalmente correto.

O erro está em colocar essa opinião disfarçada de matéria, colocando o foco positivo/negativo no que lhe interessa pessoalmente ou à sua empresa.

Acredito ser uma derrota (ou golpe baixo, como queiram) no jogo democrático cada tipo de conduta  profissional não adequada ao comunicador de rádio, televisão ou impresso/virtual. Conforme orienta o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros:

“A divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e diretores ou da natureza econômica de suas empresas”.

Fica a dica #

sábado, 13 de outubro de 2012

A escrita, sempre ela!


“Os povos podem o que querem. Uma raça, uma nacionalidade ou um povo só não é capaz do que não sabe querer”.

Rui Barbosa


Assim também acontece conosco, em nossa vida: precisamos saber querer.

No trabalho com jornalismo vivo preocupada com a escrita dos textos que divulgo. Desta forma, procuro ler mais para entender os processos de produção textual. Por exemplo, o que fazer quando temos um lapso e não conseguimos iniciar uma redação? Um relatório?

Colocando minhas leituras em dia, estou com a Revista Língua Portuguesa do ano passado, que trata do assunto.

“A mente divaga, palavras faltam, parece que tudo o que aprendeu perde a eficácia e a forma, incapaz de ser transformada em frase”.

Já passou por isso também? Mesmo que seja numa prova, ou mesmo em concurso público?

Anotar e organizar as ideias é uma das primeiras dicas dada. Eu incluiria uma pesquisa sobre o tema, se tiver acesso à internet, tudo fica facilitado.

Escrever não é uma tarefa simples como falar, esclarece a Revista. Portanto, em alguns momentos é preciso evitar o perfeccionismo. Isso mesmo: “seus alunos de exatas escrevem com muito mais facilidade do que os aprendizes de escritor. Tudo porque não se autocensuram e veem a tarefa com mais objetividade, e por isso sofrem menos no processo de construção do texto”. Bom, acho que já fica explicado o motivo pelo qual alunos de engenharia estavam escrevendo melhor que os de jornalismo, conforme li tempos atrás.

“O pintor diante de uma tela, quantas vezes não desistiu? Mas se fosse fácil não seria tão profundo e qualquer um faria”. É a provocação da cantora Zélia Duncan sobre as dificuldades de escrever.

Assim como ensina a professora Aparecida Custódio, também na Revista Língua Portuguesa: “faísca, inspiração, insight só surgem com esforço e dedicação, que precedem em muito tempo o ato de escrever”. Significa, então, que é escrever e escrever...

“Nada na vida deve ser temido, apenas compreendido”.
Marie Curie

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Media training e poder da mídia


Fazendo estágio para finalizar meu curso técnico em Rádio e TV, acompanhei uma equipe a um distrito policial para ver os boletins registrados na noite anterior. Ao mostrar uma arma e explicar o que era uma bala picotada, demonstrando o poder de polícia, a repórter retruca mostrando sua caneta: minha arma mata mais pessoas!

Realmente, eis o poder da imprensa.

“Ainda hoje não se pode fazer a menor ideia da devastação provocada pela imprensa.” 
 (Karl Kraus)

Depois de dois anos, vi uma luz no fim do túnel e acho que vão contratar (finalmente) o curso de media training solicitado pela assessoria em que trabalho, destinado aos dirigentes da instituição. Por isso este post, uma comemoração (espero que desta vez seja de verdade)!!!

“Acontece que esse executivo pode ser muito bom para falar em reuniões fechadas de diretoria, mas não está nem um pouco preparado para falar em público, principalmente para dominar microfones”, esclarece Rivaldo Chinem em Assessoria de Imprensa – Como fazer (Summus Editorial – 2003).

“Media training é um treinamento elaborado por uma Assessoria de Imprensa ou empresa por ela contratada, dirigido a executivos, políticos e lideranças. Visa desenvolver competências comunicativas para lidar com a mídia impressa e eletrônica (jornais, revistas, tevê e rádio), garantindo a representação das empresas para o grande público por intermédio dos meios de comunicação como instituição de cultura empresarial transparente e democrática”.

Como complementa Chinem, este curso, ou “laboratório de jornalismo”, “serve para explicar para o empresário que nunca se deve perguntar para o repórter ou o editor se a sua matéria vai sair”, muito menos “pedir favores de espécie alguma para um repórter. Não se gabar para o repórter que conhece o dono do jornal. Não insistir para que o repórter leia o que anotou – não tem coisa que irrite mais o jornalista do que se ver posto à prova. O fato de ele estar à frente do executivo indica que o jornalista é um profissional preparado para exercer sua tarefa”.

Dentro de um media training são feitas simulações de entrevistas e de como deve ser o comportamento diante das câmeras. Para manter um bom relacionamento profissional, deve-se atender às solicitações de entrevistas feitas pelos jornalistas. “A entrevista é uma boa oportunidade de apresentar seu trabalho ou sua ideia à sociedade”, explica o autor.

sábado, 15 de setembro de 2012

Estudando em Rondônia


Nos cursinhos de Brasília descobri que devemos estudar não para passar, mas ATÉ PASSAR. Portanto, esse é o lema que adotei nesta jornada. Quando passar no concurso que desejo, aí vou estudar para o mestrado, doutorado...

Comparando a motivação de estudo entre os concurseiros de Brasília e os de Rondônia, com certeza vejo que se respira mais competição é no Planalto Central. Afinal, há muito mais opções de escolas e de materiais para se empenhar (e até se “profissionalizar” na busca por ser servidor público dos melhores cargos!!!).

Pela pesquisa do Top of Mind/O Estadão de 2011 percebe-se o baixo interesse da população rondoniense por matricular-se ou mesmo em conhecer as opções existentes em Porto Velho (RO). A amostragem traduz a baixa lembrança guardada entre os habitantes da cidade a respeito do tema:

“Os cursos preparatórios para concursos têm a liderança do Mestre Vestibulares nesta primeira avaliação em Porto Velho do Top of Mind. Ao atingir apenas 14%, pontuação que representa até as últimas colocações em outras categorias, a pesquisa mostra que esses cursos ainda não são lembrados naturalmente pela população da Capital.  Também foram citados o Giga Vestibulares, o Interação e o Classe A”.

2011:
14,2% Mestres
13,5% Giga Vestibulares
7,3% Interação
3,0% Classe A

Só para comparar, quando se falou de Churrascaria, a primeira colocada obteve 42% de citação. No quesito refrigerante, a marca Dydyo obteve mais de 44% de votos). Bom, é uma pena que as escolas preparatórias da cidade estejam no cotidiano das pessoas... Mas acredito também que é uma realidade que pode estar mudando. Tenho visto muitos colegas que estudam com afinco, em casa ou em bibliotecas, as matérias para as próximas provas.

Sorte para todos nós... Que a sede por conhecimento e por novos horizontes nos guiem também aqui na Região Norte do País. Vida nova, já!

Clique AQUI e veja matéria da TV Rondônia falando sobre concurseiros e cursinhos.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Assessoria e estudo


Outro dia fui assistir ao filme À Beira do Caminho, nele o pequeno protagonista fala ao seu companheiro de viagem que é necessário fazer como o caminhoneiro: olhar para frente, o que ficou para trás já era.


Por isso, vamos olhar para o horizonte que nos aguarda, afinal é preciso continuar o caminho. Estou com algumas situações que me tiram a atenção do estudo, mas não é o momento de parar... continuemos!


“Jornalismo é separar o joio do trigo. E publicar o joio”. 
(Mark Twain)

Trabalho com uma área em que a atividade  vem se profissionalizando e ganhando forma há alguns anos.

“Nas décadas de 1960 e 1970 vivíamos numa ditadura militar e a atitude das empresas era de omitir da opinião pública fatos de difícil e complicada explicação. A comunicação estava longe de ser entendida como instrumento estratégico de gestão, seja em empresas públicas ou privadas”.

Ainda bem que os tempos são outros e essa mentalidade, descrita por Rivaldo Chinem no livro Assessoria de Imprensa – Como Fazer (Summus Editorial – 2003), vem mudando.

O nada a declarar caiu em desuso, e segundo Chinem, “a história dessa mudança de posicionamento das empresas marcou tanto as relações empresa/opinião pública, que a comunicação empresarial mudou no Brasil”.

Hoje, “o trabalho exercido pela assessoria de imprensa não é uma função do amortecedor ou parachoque e sim, de intermediação responsável, adequada à realidade social”. Portanto, o assessorado e sua assessoria devem manter um relacionamento produtivo com a imprensa em geral. Tentar fugir ou maquiar situações não é a melhor saída.

“É preciso dar espaço ao livre embate de ideias, pois a verdade terminará encontrando seu caminho e vencendo o erro”. 
(John Milton)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Imagem e mensagem

Nas últimas duas postagens deste blog falei sobre as mensagens que podem estar implícitas em um texto.  Agora tentarei mostrar como isso ocorre com as imagens, pois todos os dias estamos expostos a uma diversas delas, sejam divulgadas pelas TVs, impressos ou internet em forma de fotografias, charges, vídeos e outros. Precisamos sempre fazer uma leitura crítica do que nos chega, com atenção, criatividade e estudo.

"Um livro aberto é um cérebro que fala; 
Fechado, um amigo que espera; 
Esquecido, uma alma que perdoa; 
Destruido, um coração que chora"
(Voltaire)

Lendo o livro Vídeo da Emoção à Razão, da SEPAC (Serviço à Pastoral da Comunicação), Editora Paulinas – 2007, encontrei a seguinte afirmação:

“Embora não seja difícil operar a câmera e cuidar da gravação, é importante lembrar que cada vez que ela for apontada para uma pessoa, um fato, um cenário, esse gesto traduz um olhar, uma visão sobre aquilo que é gravado. Além disso, esse apontar a câmera delimita um espaço de observação, um ponto de vista para o espectador. Captar imagens é um processo ideológico, portanto”.


Conforme estudei na aula de Psicologia, da professora Eunice Helena, o comunicador é um agente de informação, sensibilização e persuasão. Sendo a persuasão a capacidade de fazer alguém agir, usando algum  tipo de comunicação. A persuasão (apela para a vontade e para as emoções) é diferente do convencimento (apela para a razão e para a inteligência).

É isso que ocorre também no audiovisual. Quem está recebendo a mensagem pode ser persuadido e/ou convencido daquela realidade, porque está acompanhando o “olhar” da câmera e de quem a opera/dirige e é quem escolhe os seguintes elementos: “o trabalho de câmera, a decisão do que permanece dentro ou fora do quadro, a própria posição da câmera em cena (que é o ponto de vista escolhido pelo diretor), a profundidade da cena, a iluminação, a direção dos atores, a edição, a organização de ruídos, a utilização da música, entre outros”.

“Um determinado enquadramento traduz um julgamento sobre o que é representado, ao valorizá-lo, ao desvalorizá-lo ao atrair a atenção para um detalhe ou outro”. 

Também existe a chamada mensagem subliminar, que o site Brasil Escola explica ser  “aquela que trabalha com o subconsciente das pessoas”, e consiste, por exemplo, em trazer dentro de uma projeção de cinema “discretamente” frases como “beba …” ou “coma pipoca”.

“No Brasil, não existe nenhuma lei que proíba de forma direta qualquer tipo de propaganda subliminar, no entanto, a legislação acredita que a propaganda subliminar fere o que diz o artigo 20 do Código de Ética dos Publicitários, onde diz que todas as mensagens devem ser ostensivas e assumidas (explícitas)”.

Já que cheguei ao fim deste texto falando de publicidade, vou fechar o assunto de hoje com uma questão que caiu no concurso público do TRT do Mato Grosso no ano passado e que fala do acordo com o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária: “no anúncio, todas as descrições, alegações e comparações que se relacionem com fatos e dados objetivos devem ser comprobatórias, cabendo aos anunciantes e agências fornecer as comprovações, quando solicitadas”.

domingo, 19 de agosto de 2012

Viés e comunicação


Em outras das minhas postagens disse não acreditar na neutralidade do que a imprensa divulga. Volto ao tema porque encontrei na lição de Platão e Fiorin (Para entender o texto) a noção de viés.

“Todo relato, já na escolha dos fatos relatados, já nos pormenores omitidos ou enfatizados, intencionalmente ou não, traz o viés do julgamento do produtor do texto, que pode influenciar a opinião do leitor desatento”.

Em outro capítulo do livro, os autores acrescentam que:

“Sabemos que nenhum texto é um evento isolado. Ele se insere num momento histórico e é marcado pelas condições desse momento. As condições de produção textual imprimem nele suas marcas.”

Sempre é bom ressaltar que de acordo com nosso código de ética “a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independente da linha política de seus proprietários e/ou diretores ou da natureza econômica de suas empresas”.

Mas, então, por que não há neutralidade? Porque a simples seleção de fatos, de enquadramentos, de formatos, entre outros, é uma escolha e como tal está rodeada de subjetividades.

“Mesmo relatando dados objetivos, o produtor do texto pode ser tendencioso e ele, mesmo sem estar mentindo, insinua seu julgamento pessoal pela seleção dos fatos que está reproduzindo ou pelo destaque maior que confere a certos pormenores. A essa escolha dos fatos e à ênfase atribuída a certos tipos de pormenores dá-se o nome de viés”.

Ao adotar certo viés, coloca-se em evidência certas qualidades e/ou defeitos, sem necessariamente mentir. Porém, levando o leitor a acreditar naquilo que foi dito.

Eleições 2012 - Estamos novamente em período eleitoral, portanto, esta passagem dos autores é interessante para acompanharmos o trabalho da imprensa e sabermos se utilizam a prática do viés:

“Se o jornalista põe em destaque que um certo candidato não acredita em Deus; liberaria o uso da maconha se eleito; gastou boa parte do seu tempo em pesquisas teóricas e teve pouco contato com a prática, isso tudo pode ser verdade e concorre para desmerecer o candidato diante da maioria dos eleitores”.

“Se, por outro lado, o jornalista revelasse que esse mesmo candidato mantém ótimas relações com os religiosos e os respeita profundamente; é contrário ao uso das drogas, mas acha que não é pela proibição legal que devemos combatê-las; lecionou em universidade de renome internacional e desenvolveu pesquisas no campo da sociologia, da economia e da política, isso também é verdade e apresenta o contraponto do relato anterior.”

Ainda segundo os autores, “o relato manipulado pelo escritor pode levar o leitor a tirar deduções positivas ou negativas sobre o que leu”. Diante dessas possibilidades, eles afirmam que

“Essa verificação destrói a ilusão da imparcialidade: sempre que relatamos algo, nosso julgamento está distorcendo ou enviesando a realidade. Até os jornais que alardeiam imparcialidade, isenção ou neutralidade não conseguem atingir totalmente suas intenções, já que, mesmo sendo verdadeiros, interferem na mensagem de algum modo. É possível, com cuidado e reta intenção, conseguir uma boa dose de imparcialidade, tentando reproduzir tanto os dados favoráveis quanto os desfavoráveis de uma realidade qualquer. Mesmo nesse caso, nunca podemos assegurar a total neutralidade.”

Bom, nosso papel como cidadãos é permanecer em estado de alerta. Agora para encerrar, achei interessante propor o exercício do livro a vocês, assim poderão na prática entender as possibilidades de viés.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

“Suponha que você tenha sido solicitado a fazer uma reportagem de um banquete oferecido pelo prefeito da cidade às personalidades locais.

a) Sem se declarar abertamente contrário a tudo o que você presenciou, procure relatar pormenores que sirvam para ridicularizar a figura do prefeito e de seus convidados.

b) Ainda sem se dizer abertamente entusiasmado com o que presenciou, selecione pormenores que sirvam para enaltecer a figura do prefeito e de seus convidados.

sábado, 18 de agosto de 2012

Implícito?


Trabalhadores rurais pedem  justiça no campo

Ao ler uma manchete assim você diria que existe ou não justiça no campo? Não que todo o texto jornalístico seja composto por dupla interpretação, mas devemos ficar atentos ao que uma publicação realmente que passar ao leitor.

De acordo com o livro Para Entender o Texto, de Platão & Fiorin, é necessário ser perspicaz e ler as entrelinhas:

“Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos”.

Muitas vezes o que está implícito é apenas questão de separá-lo do entendimento explícito, conforme estudamos em aulas de português sobre o tema pressupostos. Um exemplo dado pelo livro é “quando se diz 'O tempo continua chuvoso', comunica-se de maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo 'continuar' deixa perceber a informação implícita de que antes o tempo já estava chuvoso”.


Para que haja coerência é necessário que o pressuposto seja verdadeiro/aceito, para que aí sim sejam feitos argumentos favoráveis ou contrários. “A aceitação do pressuposto é que permite levar à frente o debate”, caso contrário, “qualquer argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer dizer que, com pressupostos distintos, não é possível diálogo ou não tem sentido algum”.

Sempre me lembro de alguns textos/imagens da época da ditadura que traziam – hoje revelados de forma hoje mais “explícita” - a denúncia contra o regime de exceção implantado no Brasil. E que podem ser encontrados em periódicos ou mesmo nas músicas daquela época. Um delas está na letra de Roberto Carlos: “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”. A composição era solidária a Caetano Veloso, pois este havia sido exilado em Londres, depois de ser deportado em 1969 pela Ditadura Militar. Sem citar o nome do amigo, muito menos deixar de lado o romantismo de suas canções, o Rei fez um protesto solidário, enfatizando características pessoais de Caetano (cabelos logos e encaracolados) e coisas da qual ele estava distante, como o mar da Bahia.

Leia a letra completa e escute a interpretação de Caetano da música clicando AQUI.

Para encerrar, a melhor indicação que posso deixar é: A vida é um oceano onde sempre navegamos na superfície (Leonardo da Vinci), portanto, vale a pena na vida e nas nossas leituras, nos aprofundarmos um pouco mais!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Compartilhando a nota do SINDJOR-MS

"É com grande pesar e consternação que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul comunica o falecimento da jornalista Margarida Gomes Marques, a primeira mulher a ocupar a presidência desta Instituição. Enquanto integrante do Sindicato, uma de suas lutas foi pela criação do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Margarida Marques deixa sua marca na história do Jornalismo do Estado. O SindJor-MS se solidariza aos familiares e amigos neste momento de tristeza".

 SINDJOR-MS

 Em homenagem à companheira Margarida Marques, fica o vídeo em que ela falou dos 20 anos do curso da UFMS, comemorados em 2009. Ambos fazem parte da minha história, ou eu na deles em alguma pequena passagem, sei lá.


 


 Margarida Marques partiu em 17 de agosto de 2012, mas continuará sempre presente!

sábado, 11 de agosto de 2012

Entendendo o que é marca


Comecei a ler a Revista Top of Mind/O Estadão do Norte, aqui de Rondônia, e me interessei em buscar mais informações sobre o tema marca. A publicação divulgou as empresas/marcas mais lembradas espontaneamente em 2011, em vários ramos comerciais, em Porto Velho.

“Marca não é um ativo inatingível. Ela se materializa em bens, em serviços e fica clara a sua contribuição para a empresa quando se olha o resultado financeiro ao longo dos anos”. (Bruno Mello – Revista Mundo do Marketing)

Às vezes fico tentando mensurar o valor da marca Coca-Cola, imaginando que caso coloquem o rótulo dela em outro refrigerante, ainda sim muita gente consumiria, isso em função de ver sua logo estampada no frasco. Só para se ter uma ideia, em pesquisa divulgada neste ano, a marca Coca-Cola  vale mais de US$ 70 bilhões.

Para o administrador de empresas José Roberto Martins, “uma marca é um produto ou serviço ao qual foram dados uma identidade, um nome e adicional de uma imagem de marca. A imagem é desenvolvida pela propaganda ou em todas as outras comunicações associadas ao produto, incluindo a sua embalagem”.

Entre as empresas brasileiras, a Petrobras é o destaque, figurando como a  75ª mais valiosa do mundo,  chegando a US$ 10,5 bilhões.

A pesquisa que mostra o desemprenho das marcas está disponível no site Folha.UOL. E para você, qual a marca de maior valor atualmente?


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Verdade e Mídia


Como o tempo passa. Faz quatro meses que participei do I Seminário de Comunicação Pública “A verdade com mídia”, organizado pelo Governo de Rondônia. O evento aconteceu em 16 de abril e trouxe, entre outros, Jorge Duarte a Porto Velho.

Como guardei algumas anotações escritas, melhor passá-las para este meu arquivo virtual, pois este é um mês de limpeza e mudança.

Segundo Fred Perillo do Decom/RO, a comunicação de governo não é apenas sinônimo de publicidade. Ela é mais visível e mais abrangente. “Estamos buscando abrir um diálogo de comunicação de mão dupla”, explica o assessor. “Envolve também a ouvidoria, que tem que ter atuação muito próxima da comunicação”.

Durante o seminário, foi apresentada a primeira edição do Jornal Olha Aí, “não é carrancudo, tem a cara da comunidade, com utilidade pública e conteúdo relevante”, mostra Perillo. Quem também fez esteve presente no evento e comentou o lançamento do boletim impresso foi o Governador Confúcio Moura: “Normalmente se pensa que gastar dinheiro com mídia é desperdício. Comunicação deve ser obrigatória, é preceito constitucional”.

Para o Governador comunicação interna é essencial, “comunicação não é só o que sai nos jornais, comunicação é o que está nas pessoas. Um servidor bem informado levará para a sociedade, fará a defesa do governo, poderá ajudar. Como queremos transmitir para o povo se nem os nossos sabem? E tem muita coisa nova para divulgar”.

Nacionalmente, o governo brasileiro possui a Secom, que tem sob sua responsabilidade 265 órgãos e entidades do executivo (ministérios, agências, governos, universidades, entre outros). Apresentando o Núcleo de Comunicação Pública, da Secom/Presidência da República, Jorge Duarte explica que foi criado há cinco anos, é único no Brasil, sendo que se formos ver bem, a comunicação de governo também é muito jovem no Brasil, começando na verdade em 1988. O Núcleo segue o pressuposto de que “todo cidadão tem direito de acesso, informação e participação, bases para sua inserção na sociedade e exercício da cidadania”. Seus princípios são imprensa livre, comunicação integrada, perspectiva do cidadão, muitas imprensas/todas importantes, critérios de regionalização e técnica, transparência, institucionalização, profissionalização e fluidez.

Conforme lembra Duarte, 60% de todos os problemas administrativos resultam da ineficiência da comunicação. E o exemplo que ele fornece é o de que 83% dos funcionários do governo não se preocupam com o que a população vai pensar. Em contrapartida, é importante que cada integrante saiba o que está acontecendo, conheça as políticas públicas para poder explicá-las.

Falando especificamente de assessoria de imprensa, ele recorre a Luis Nassif para dizer que de maneira geral os jornalistas não são preparados para outra coisa que não o jornalismo. “Quem é bom com martelo acha que tudo é prego”, diz citando Maslow.

“Terceirizar a comunicação é deixar para a imprensa informar às pessoas sobre o que estamos fazendo”, alerta Duarte. Por isso é necessário tentar atingir diretamente as pessoas, com boletins, sites, mídias sociais e outros canais próprios, além de pensar a comunicação como algo integrado e não pontual. “Dar acesso é o grande desafio”, comentava ele sobre a Lei de Acesso à Informação, que passou a valer em maio deste ano.

Uma dica de construção de texto que Duarte passa é que no lide o destaque deve ser o cidadão, não o governo.

domingo, 5 de agosto de 2012

Projetos e Pitching

Sabe aquelas manhãs que acordamos com uma ideia na cabeça (só falta uma câmera na mão!!!!!), pois é. Está sendo assim nos últimos dias. Foi daí que descobri a palavra pitching, alguém a conhece?

Navegando pela internet vi que a TV Cultura havia lançado pitching para produção independente... Justamente ter uma ideia e conseguir “vende-la” é a interpretação dessa expressão. Segundo o desenvolvedor web Alfred Reinold Baudisch, pitching é o “ato de convencer os outros a fazerem algo com sua ideia, principalmente em termos de um novo negócio / site / startup, ou melhor, adquirir investidores e financiadores para sua nova ideia-que-será-o-próximo-Google. Mas, não para por aí, você pode usar técnicas de Pitching para qualquer situação: convencer um editor a publicar o seu livro, entrevistas de emprego, um artigo, etc. Pitching pode ser definido como: um jeito efetivo e rápido de convencer as pessoas de que sua ideia é sensacional”.

No caso da TV Cultura, havia espaço (as inscrições encerraram dia 1º de agosto) para “projetos de animação, ficção, documentários e séries para a TV Cultura e também para o canal infantil fechado TV Rá-Tim-Bum. Entre os temas de maior interesse para o canal estão humor, programas para a faixa jovem, programas musicais de todos os gêneros e principalmente animação, já que a faixa infantil ocupa 65% da programação da TV Cultura”.

Outro canal que fez concurso para produção independente foi a EBC/TV Brasil, com o projeto Nova África. O resultado está neste endereço: http://www.tvbrasil.org.br/pitching/

Bom, o jeito é continuar sonhando e planejando para conseguir emplacar uma ideia neste mundo televisivo... a esperar pra ver o que é que será.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Comunicação e contexto social


Ouvindo hoje o comentário do Arnaldo Jabor na Rádio CBN (“Tecnologia conseguiu o papel de personagem principal no cinema”) me lembrei de uma análise sobre história, cinema e comunicação.

Nem comentarei o atentado ocorrido nos Estados Unidos, em que um  jovem atirou contra a plateia de um cinema em Aurora, no Colorado, em 20 de julho, durante a estreia do filme "Batman: o Cavaleiro das Trevas". Isso também daria um artigo, tamanha brutalidade...

Voltando ao Jabor, ele analisa que este lançamento do Hollywood é quase um “Rock do Americano Doido”, haja vista que nos anos 80 tiveram os filmes da safra pós-Vietnã - um verdadeiro show de força pra compensar a derrota na guerra, uma espécie de vingança  - e depois entrou a fase dos filmes catástrofe, que mostram o estranho desejo de autoextermínio (Godzilla, Armageddon e outros, sempre colocando algo abaixo nos EUA). Nesta nova fase, em Batman mais especificamente, não é uma estória de mocinho versus bandido, e sim  personagens que são coisas, onde se valoriza a tecnologia.

Procurei na internet e encontrei uma tese que fala do período da  Guerra Fria (1945-1991) e de que muitos foram os cineastas norte-americanos a abordarem esse período histórico, trazendo às telas conteúdos ideológicos. Por exemplo: Top Gun, Top Secret, Nascidos em 4 de Julho e a Trilogia Rambo (1982-1985-1988). “Através dos mesmos refletimos sobre de que maneira o cinema norte-americano foi utilizado como ferramenta defensora não apenas do modo de vida norte- americano, mas também como colaborador na sua proposta de intervenções no mundo. Em todos os filmes Rambo, um soldado-máquina, apresenta contradições, ora defendendo, ora criticando a guerra, mas sempre ao lado dos valores e da visão de mundo dos Estados Unidos da América”.

Da leitura que estou fazendo de Platão & Fiorin “Para entender o texto – leitura e redação” (Editora Ática – 2006) relembrei que o texto mantém uma grande relação com a história/tempo social em que é escrito, assimilando as ideias da época em que for produzido. Além de revelar ideais, concepções, anseios e temores do povo. Segundo os autores:

“Nesse sentido, a narrativa do Super-homem mostra os anseios dos homens das camadas médias das sociedades industrializadas do século XX, massacrados por um trabalho monótono e  por uma vida sem qualquer heroísmo. Esse homem, mediocrizado e inferiorizado, nutre a esperança de tornar-se um ser todo-poderoso assim como Clark Kent, que se transforma em Super-homem. As condições de impotência do homem diante das pressões sociais geram um ideal de onipotência refletido na narrativa do Super-homem”.

“Como nota Humberto Eco, famoso escritor italiano, um indivíduo dotado dos poderes do Super-homem poderia acabar com a fome, a miséria e as injustiças sociais do mundo. No entanto ele não faz nada disso. Ao contrário, o bem que pratica é a caridade, e o mal que combate é o atentado à propriedade privada. Lutar contra o mal é assim combater ladrões. Dedica sua vida a isso”.

Por isso sempre digo, é necessário desconfiar do que parece natural...

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Compartilhando minhas leituras


Estou lendo o livro de Platão & Fiorin “Para entender o texto – leitura e redação” (Editora Ática - 2006) e me chamou muito o capítulo inicial que faz considerações sobre a arte de ler e escrever. Acredito que tenha muito a relacionar-se com a profissão do jornalista, contribuindo com uma melhor leitura de mundo para nós e, quiça, para quem nos acompanha.

Para os autores, “o significado das partes depende das correlações que elas mantêm entre si”, isto quer dizer que “para entender qualquer passagem de um texto, é necessário confrontá-la com as demais partes que o compõem sob pena de dar-lhe um significado oposto ao que ela de fato tem”.

Portanto, que fique claro:

“Para fazer uma boa leitura, deve-se sempre levar em conta o contexto em que está inserida a passagem a ser lida. Entende-se por contexto uma unidade linguística menor. Assim, a frase encaixa-se no contexto do parágrafo, o parágrafo encaixa-se no contexto do capítulo, o capítulo encaixa-se no contexto da obra toda”.

Para o jornalismo, os autores trazem esta matéria como exemplo:

CRIME
TIRO CERTEIRO
Estado americano limita porte de armas

No começo de 1981, um jovem de 25 anos chamado John Hinckley Jr. entrou numa loja de armas de Dallas, no Texas, preencheu um formulário do governo com endereço falso e, poucos minutos depois, saiu com um Saturday Night Special – nome criado na década de 60 para chamar um tipo de revólver pequeno, barato e de baixa qualidade. Foi com essa arma que Hinckley, no dia 30 de março daquele ano, acertou uma bala no pulmão do presidente Ronald Reagan e outra na cabeça de seu porta-voz, James Brady. Reagan recuperou-se totalmente, mas Brady desde então está preso a uma cadeira de rodas. (…)

Sobre este texto eles afirmam que “seguramente, por trás da notícia, existe, como pressuposto, um pronunciamento contra o risco de vender arma para qualquer pessoa, indiscriminadamente. Para provar essa costatação, basta pensar que os fabricantes de revólveres, se pudessem, não permitiriam a veiculação dessa notícia. O exemplo escolhido deixa claro que qualquer texto, por mais objetivo e neutro que pareça, manifesta sempre um posicionamento frente a uma questão qualquer posta em debate.”

Fica a dica, busque o contexto do que se lê. Mais que isso, busque o porquê de algumas matérias veiculadas pela mídia (matérias estas que nós jornalistas estamos contribuindo para sua divulgação). Eis aqui na prática o que digo:

Clique para ler: O jornalismo cego às armadilhas do discurso oficial – Observatório da Imprensa.



Precisamos saber usar melhor as armas que temos!




domingo, 22 de julho de 2012

Palavras pra que as quero...


Palavra eu preciso
Preciso com urgência
Palavras que se usem
em caso de emergência”


Estou num período de emergência!!!! Problemas técnicos e falta de tempo me afastaram da escrita para o meu blog. Mas não pensem que deixei de estudar em casa. Continuo lendo e me atualizando sempre. Tanto que emprestei na biblioteca a gramática dos professores Pasquale & Ulisses.

Conversando com uma amiga professora de português, ela me indicou investir em uma Novíssima Gramática do Cegalla.

Neste momento estou revendo as concordâncias nominais e verbais. A língua portuguesa é assim, precisamos estudá-la todos os dias e ainda  enfrentaremos dificuldade em sua utilização. O bom é que errar continua sendo humano.

Vou partilhar uma parte desta minha revisão com vocês:

Haver e fazer são impessoais quando indicam ideia de tempo (cronológico ou meteorológico)”, por isso devem permanecer na terceira pessoa do singular, a exemplo de há anos mudei para esta nova cidade ou fazia anos que não tinha férias de verdade. De tempos em tempos eu me esqueço deste uso do verbo fazer, aí é necessário recorrer à internet.



sexta-feira, 20 de julho de 2012

Estagiando


Sou formada em jornalismo. Mas ano passado voltei aos bancos escolares para o Curso Técnico em Rádio e TV da Fundação Rede Amazônica. O qual agora estou em fase de conclusão, fazendo o estágio curricular. São 60 horas em jornalismo, mais 30 em edição e 30 em cinegrafia, além de 80 horas acompanhando as atividades desenvolvida em alguma rádio da cidade.

A primeira emissora que me recebeu para o estágio foi a Amazon Sat (que pode ser assistida ao vivo por este endereço eletrônico http://www.amazonsat.com.br/). Agradeço à repórter Marina Espíndola e ao cinegrafista Cledson Paiva pela dicas passadas.




sábado, 30 de junho de 2012

Como fazer assessoria de imprensa

Terminei de ler o livro Assessoria de Imprensa – Como fazer, de Rivaldo Chinem. Fiz algumas anotações que deixarei aqui, caso queiram me ajudar a comentar, o espaço é livre para interações.

“Não é possível ser jornalista sem entender a sociedade.”
I. F. Stone

Quem trabalha em assessoria faz a ponte entre o jornalista e a fonte, pois “não está a serviço da imprensa mas faz o contato a partir da empresa e se relaciona permanentemente com ela”.

Passamos do período em que veículos tradicionais eram os grandes empregadores, atualmente empresas, sindicatos, clubes, associações de classe, entidades científicas, religiosas ou culturais abrem vagas para jornalistas. Afinal, esta é a era da comunicação total, que “consiste no uso combinado de todas as formas de comunicação para atingir alvos determinados.”

“Quem trabalha com comunicação sabe que informação tem uma função social, não deve ser apenas um negócio. Como toda função social, a informação não deve ficar sujeita ao arbítrio de quem a opera, porque a transformação da informação outorga poder, e toda a sociedade está vigilante e organiza-se para que esse poder seja totalmente exercído”.

Como diz Alberto Dines, “a comunicação faz parte da condição humana” e talvez seja por isso que a notícia não tenha preço, diferente da publicidade. Sendo que “ambos têm interesses distintos”, apesar de trabalharem com o mesmo produto: comunicação e marketing.

“O bom assessor deve contribuir para que a informação possa chegar ao público, seja ela boa ou desfavorável para a corporação ou entidade que representa”.

Para finalizar, como enfatiza Chinem, é nosso dever enquanto assessores nos preocuparmos em informar corretamente o público, sempre!

Acredito que isso seja o básico da nossa função.

domingo, 24 de junho de 2012

Movimento sindical e comunicação

Tenho tido pouco tempo para alimentar meu blog. Como estou participando da greve dos Institutos Federais de Educação, a minha dedicação a estudar e a escrever anda dispersa. Confesso.

Na noite passada saí para dançar e ouvi uma música que há muito não ouvia, do Biquini Cavadão:

Os que me conhecem há mais tempo sabem que sempre fico do lado das ditas “minorias” e agora participo em outra instância, sou do movimento sindical - e aqui em baixo as leis também nos são diferentes, necessitando reivindicar para sermos ouvidos. Mesmo porque, no meu caso concordo com I. F. Stone, “não é possível ser jornalista sem se entender a sociedade”.

Vivemos a maior greve de professores do ensino superior dos últimos tempos. O Andes que os representa parou no último dia 17 de maio. A Fasubra dos técnicos das universidades federais parou em 11 de junho e o Sinasefe dos institutos federais dois dias depois.

Para dar visibilidade à paralisação e às dificuldades enfrentadas no campo da educação, muito se utiliza de técnicas comunicativas. Na seção sindical de Porto Velho, por exemplo, existe blog, facebook e twitter, além de panfletagem, uso de e-mails e os eventuais contatos com a imprensa local. Tudo para manter sociedade, servidores e alunos informados, contribuindo para pressionar o governo a atender as demandas das entidades nas mesas de negociação.

Disso, voltei no tempo e fiquei pensando na época quando os trabalhadores tinham pouco acesso aos meios de comunicação mais massivos. O Estado de Rondônia vive o ano do centenário da EFMM (Estrada de Ferro Madeira-Mamoré), em que mais de 22 mil trabalhadores vieram para esta região amazônica construir os trilhos da “ferrovia do diabo”. Em números oficiais mais de 1,5 mil trabalhadores morreram em função de doenças tropicais e condições de trabalho (mas na contagem que leva em consideração do trajeto ao retorno deles, a conta passa de seis mil pessoas mortas).

Outro nome que leva a EFMM é Estrada dos Trilhos de Ouro, pois cada dormente representa uma vida. No Cemitério da Candelária, onde muitos foram enterrados, há uma frase de Fernando Pessoa:

“O esforço é grande
O homem é pequeno
A alma é divina e
A obra imperfeita”

É por estes e outros acontecimentos que acredito na luta da classe trabalhadora, devendo se utilizar sim das armas da comunicação, de nunca desistir de buscar dignidade e melhores condições de trabalho, seja em que setor for, afinal, tudo vale a pena se a alma não for pequena!

sábado, 23 de junho de 2012

Sonhos

Há tempos vinha guardando impressões – encontradas entre uma leitura e outra – para escrever sobre os sonhos: parar de sonhar, significa para mim, parar de viver!!! Mas perdi várias anotações e recuperei a intenção de fazer este postagem após ler a Revista Sexto Sentido Especial Sonhos (2011). (Ah, e também porque hoje meu filho disse que a avó iria vender sonhos – os doces.Eu pedi a ele que comprasse o sonho mais bonito!!! Será que podemos comprá-los também!?! Lógico que aos que se referem este texto de hoje, não.)

Dormimos cerca de um terço da nossa vida, período em que o corpo e a mente podem repousar. Para alguns é momento de se “armar” para o combate do outro dia. Estudos feitos com ratos mostram que quando são privados durante dias do sono REM (em que os sonhos acontecem) e expostos a situações comuns de perigo, eles ficam desorientados e falham na busca de abrigos.

Somos assim também, precisamos desse tempo criativo, quantos já não aproveitaram para estudar enquanto dormem (com áudios ligados) ou utilizaram ideias e percepções obtidas dos sonhos no dia a dia? Paul McCarthey criou a música Yesterday a partir de um sonho inspirador.

Já dizia o poeta:
“Sonho que se sonha só
É só um sonho que se sonha só
Mas sonho que se sonha junto é realidade”

Prelúdio - Raul Seixas


Contando sobre os sonhos na história da humanidade, a Sexto Sentido traz que “de maneira geral as antigas civilizações consideravam os sonhos como mensagens dos deuses e os usavam como formas de conselhos, para resolver problemas ou até para curar doenças”.

Enfim, não importa qual crença a seguir. O importante é sonhar, se puder, realizando-os!

Segundo conta a lenda indígena norte-americana, dormir acompanhado de um filtro de sonhos ajuda a conduzir até nós os bons sonhos e a prender os maus, até o nascer do sol, dissipando energias negativas a cada amanhecer.
   

sábado, 9 de junho de 2012

Agora sim: fechando o meu maio



Havia preparado este texto para ser lançado no último dia 31, fechando o meu mês de maio. Já que tive problemas com computador e internet, segue agora, nove dias depois!!!

Para uma geminiana como eu, o mês de maio é muito simbólico, porque além de tudo é mês das mães, mês de Maria, em que me lembro de diversas mulheres e lutadoras do povo, e ainda é o aniversário de vários amigos e familiares.

Pensando em comemorar o encerramento de mais um maio em minha vida por que não me juntar à Articulação Mulher e Mídia e mostrar como na verdade somos “vendidas” pelos meios de comunicação. Podemos sim falar em comércio de uma imagem distorcida nossa, afinal, o que se divulga é um modelo padrão de beleza e de valores.

“Desde as mobilização do 08 de Março de 2007, diversas entidades feministas vem debatendo e atuando em torno de uma ação estratégica pela visibilidade da mulher na mídia. De diversas iniciativas que vão de Seminários, Audiências Públicas com emissoras de TV e ações na Justiça nasceu a Articulação Mulher e Mídia, que reúne entidades do movimento de mulheres de todo o estado de São Paulo”, explica o site do Intervozes sobre o surgimento da Articulação Mulher Mídia, que reúne homens e mulheres.

Hoje em dia dá até para dizer que nos mulheres temos um valor de mercado. Basta olhar as capas de revista em qualquer banca, parar e zapear os canais de tv... bom, já pode-se definir a linha que se segue.

Com certeza não valoriza mulheres negras, pobres, acima do peso, lésbicas...

Porém, quem esta do outro lado da telinha não aceita essa padronização de modo pacifico. A pesquisa “Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Públicos e  Privados“ (2010 – Perseu Abramo/SESC-SP) mostrou que não nos vemos representadas, não aceitamos esses estereótipos. Divulgada pelo Especial Mídia da Revista Caros Amigos, mostra que das 2.365 entrevistadas em 25 estados brasileiros, 80% consideraram negativa a forma como é exposto o corpo feminino e 51% julgam que tal exposição desvaloriza todas as mulheres.

Para ajudar a denunciar o fato e também colocar a boca no trombone solicitando maior controle social sobre formas como esta de utilização das concessões que são publicas, fica aqui mais uma voz em denúncia a tais atos antidemocráticos.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Reportagem em oficina

Jornalistas de TV Rondônia ministraram a Oficina de Técnicas de Reportagem e TV. O evento foi dia 28 de abril, durante a Semana de Comunicação Uniron 2012.

“A maneira de obter informações afeta seu teor”. (Alberto Dias)

Vendo que se tratava de uma turma iniciante, do primeiro semestre de comunicação, o jornalista e apresentador José Gadelha disse que considerava importante aquela vivência, “porque possibilita ver a prática com colegas que um dia estiveram sentados aí”.

Indicando o Manual de Telejornalismo de Heródoto Barbeiro, Gadelha explica: “a reportagem em si é a matéria-prima de todo o telejornal”. 

Fade: tamanho do jornal, sendo que o material informativo do Jornal Nacional é de 33 a 35 minutos, incluindo matérias, stand ups, notas secas e cobertas. Tudo começa na pauta, o repórter vai para a rua, apura, organiza o material, é corrigido, editado até ir para o ar. “Em média abordam 25 assuntos todos os dias. Quem assiste quer saber o que acontece no Brasil e no mundo”. Já o tempo do Bom Dia Amazônia é de uma hora.

Pedindo boa memória e comunicação fluente, um stand up pede repórter no local, versatilidade, capacidade de articular diretamente a linguagem falada, porque serve para suprir uma necessidade muito rápida, que o jornal precisa mostrar determinada matéria. “O repórter e o cinegrafista chegam com o cartão na TV, não precisa de muita correção, tá pronto para ir ao ar”.

Gadelha ressalta, no entanto, que precisa se atentar porque imagem e palavra andam juntas, há imagem e informação coerente para desenvolver o texto? Além do cenário é indicado usar o som ambiente, mostrar a insatisfação, o protesto, caso contrário pode até comprometer a matéria.

Outra exigência é o rigor na apuração dos fatos para não afetar a qualidade do texto. Finalizando, ele comentou sobre a utilização de uma linguagem adequada, “confortável para quem fala e quem ouve”.

Na segunda parte da manhã, o comando da aula ficou com Divino Caetano, para quem uma boa pauta é o pontapé: roteiro, direcionamento e informação. “Trabalha-se com um pressuposto, esta é a ferramenta da pauta”. Tirado das reuniões de pauta, o roteiro traz o nome, função, endereços e contatos, tudo bem explicado. No direcionamento está a ideia da pauta, a abordagem pretendida, a informação a ser extraída da fonte. E, por fim,  na informação se coloca o que realmente é necessário.

Segundo Caetano, normalmente são os estagiários que ficam como pauteiros, enquanto os produtores de pauta são pessoas com mais experiência profissional, que conhecem o processo interno e externo.

“Uma boa pauta é capaz de provocar mudanças na vida da comunidade e/ou das pessoas. Por isso, tudo começa na pauta”, resume Caetano.

“A palavra é o único ser vivo que nasce, cresce, morre e ressuscita. Trate-a com respeito” (Voltaire)

Também foram indicados para consulta os livros Manual de Redação e Estilo da Lance, de Armando Nogueira, e Manual de Redação e Estilo para Mídias Convergentes, de Dad Squarisi.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Assessoria de comunicação em Porto Velho

Quando trabalhamos em determinada área é necessário conhecer as experiências e formas de atuação do mercado local. Durante a Semana de Comunicação Uniron 2012 (23 a 28/04), participei da palestra “Assessoria de Comunicação em Porto Velho”, com Suzy Hassem. Dona da Comunica Assessoria de Comunicação, que tive oportunidade de conhecer a estrutura logo depois, em contato intermediado pelo relações-públicas Adalberto Pintan.

Apresentando o trabalho feito pela única empresa específica do ramo na cidade, Suzi mostra que entre os produtos ofertados estão o boletim enviado três vezes ao dia para clientes do clipping e, também, a produção de vídeos-relises, dependendo da necessidade, tudo sempre definido após um estudo prévio de cada demandante. E essa ação inicial pode indicar que tipo de trabalho será necessário para se chegar às metas estabelecidas em contrato.

Sobre gerenciamento de crise, a jornalista mostra que é na hora da calmaria o momento de fazer o plano de comunicação, envolvendo:

1 – Fazer o engajamento do stakholders;
2 – Análise do cenário;
3 –Pesquisas;
4 – Índice de reputação;
5 – Desenvolver relação de confiança entre assessoria e assessorado.

Durante a crise é importante manter a serenidade, transparência e o equilíbrio. Para melhor desenvolver a função da assessoria, deve-se entender o perfil do cliente, estudando a organização. Suzy diz que quando se estabelece um laço de confiança evita-se o fator surpresa.

“Crise é notícia. E quanto maior a empresa, marca, personalidade, mais interesse gera”, comenta. Se a reputação está em jogo, ela ensina que o pior é tentar esconder os fatos.  “Informe o que está acontecendo e as providências que estão sendo tomadas”.

Outras dicas dela é realizar o media training com o porta-voz e não comentar assuntos em off, “o trabalho do jornalista é noticiar os fatos”, conclui a empresária da comunicação.

Para conhecer mais sobre a Comunica, acesse o SITE.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Comunicação e pesquisa

Participei em abril da Semana de Comunicação Uniron 2012, aproveito para  guardar anotações que fiz de algumas discussões em que estive presente.

Sobre pesquisa de mercado, com Luiz Gabriel Medeiros (Data Norte), vimos que durante os debates eleitorais os presidenciáveis recebem apoio também de grupos de pesquisa. Reunidos em salas especiais, pessoas acompanham a transmissão do debate e comentam o que estão vendo em cada candidato. O “feedback” é repassado aos assessores que podem orientar cada debatedor sobre as impressões observadas pelo público.

Entre as formas de pesquisa que Medeiros expôs está a qualitativa (discussões em grupo, entrevistas em profundidade, clínicas e cozinhas experimentais). Nessa forma de trabalho as discussões são realizadas em profundidade e podem mostrar percepções ainda não vistas sobre o próprio negócio/empreendimento.

Entre as pesquisas quantitativas estão: entrevistas pessoais, por telefone, pro correspondência e interativas.

Falando sobre as especificidades de Porto Velho (RO), o pesquisador explica que aqui é considerada uma margem de erro maior, em função do público flutuante hoje residente na cidade. Duas grandes obras mantêm atualmente trabalhadores de outros estados na região: Usinas de Santo Antônio e Jirau.

De acordo com o último censo, são 428 mil habitantes na capital rondoniense, desses cerca de 390 mil só na área urbana. Como não existem bairros bem definidos por classes sociais (A, B, C...), Medeiros explica que a pesquisa precisa ser feita em plano amostral, o que “dá mais trabalho”.

Ele complementa dizendo que seus clientes são principalmente de fora de Rondônia, quase uma forma de terceirização, uma vez que empresas de outros estados preferem subcontratar e ter gente que conheça melhor cada região, a precisar deslocar pessoal de outros centros para cá. “Estamos constituindo um mercado”.