Tenho tido pouco
tempo para alimentar meu blog. Como estou participando da greve dos
Institutos Federais de Educação, a minha dedicação a estudar e a
escrever anda dispersa. Confesso.
Outro nome que leva a EFMM é Estrada dos Trilhos de Ouro, pois cada dormente representa uma vida. No Cemitério da Candelária, onde muitos foram enterrados, há uma frase de Fernando Pessoa:
Na noite passada saí
para dançar e ouvi uma música que há muito não ouvia, do Biquini
Cavadão:
Os que me conhecem
há mais tempo sabem que sempre fico do lado das ditas “minorias”
e agora participo em outra instância, sou do movimento sindical - e
aqui em baixo as leis também nos são diferentes, necessitando
reivindicar para sermos ouvidos. Mesmo porque, no meu caso concordo com I. F. Stone, “não é possível ser
jornalista sem se entender a sociedade”.
Vivemos a maior
greve de professores do ensino superior dos últimos tempos. O Andes
que os representa parou no último dia 17 de maio. A Fasubra dos
técnicos das universidades federais parou em 11 de junho e o
Sinasefe dos institutos federais dois dias depois.
Para dar
visibilidade à paralisação e às dificuldades enfrentadas no campo
da educação, muito se utiliza de técnicas comunicativas. Na seção
sindical de Porto Velho, por exemplo, existe blog, facebook e
twitter, além de panfletagem, uso de e-mails e os eventuais contatos
com a imprensa local. Tudo para manter sociedade, servidores e alunos
informados, contribuindo para pressionar o governo a atender as
demandas das entidades nas mesas de negociação.
Disso, voltei no
tempo e fiquei pensando na época quando os trabalhadores tinham
pouco acesso aos meios de comunicação mais massivos. O Estado de
Rondônia vive o ano do centenário da EFMM (Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré), em que mais de 22 mil trabalhadores vieram para
esta região amazônica construir os trilhos da “ferrovia do
diabo”. Em números oficiais mais de 1,5 mil trabalhadores morreram
em função de doenças tropicais e condições de trabalho (mas na
contagem que leva em consideração do trajeto ao retorno deles, a
conta passa de seis mil pessoas mortas).
Outro nome que leva a EFMM é Estrada dos Trilhos de Ouro, pois cada dormente representa uma vida. No Cemitério da Candelária, onde muitos foram enterrados, há uma frase de Fernando Pessoa:
“O esforço é
grande
O homem é pequeno
A alma é divina e
A obra imperfeita”
É por estes e
outros acontecimentos que acredito na luta da classe trabalhadora,
devendo se utilizar sim das armas da comunicação, de nunca desistir
de buscar dignidade e melhores condições de trabalho, seja em que
setor for, afinal, tudo vale a pena se a alma não for pequena!
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