sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Verdade e Mídia


Como o tempo passa. Faz quatro meses que participei do I Seminário de Comunicação Pública “A verdade com mídia”, organizado pelo Governo de Rondônia. O evento aconteceu em 16 de abril e trouxe, entre outros, Jorge Duarte a Porto Velho.

Como guardei algumas anotações escritas, melhor passá-las para este meu arquivo virtual, pois este é um mês de limpeza e mudança.

Segundo Fred Perillo do Decom/RO, a comunicação de governo não é apenas sinônimo de publicidade. Ela é mais visível e mais abrangente. “Estamos buscando abrir um diálogo de comunicação de mão dupla”, explica o assessor. “Envolve também a ouvidoria, que tem que ter atuação muito próxima da comunicação”.

Durante o seminário, foi apresentada a primeira edição do Jornal Olha Aí, “não é carrancudo, tem a cara da comunidade, com utilidade pública e conteúdo relevante”, mostra Perillo. Quem também fez esteve presente no evento e comentou o lançamento do boletim impresso foi o Governador Confúcio Moura: “Normalmente se pensa que gastar dinheiro com mídia é desperdício. Comunicação deve ser obrigatória, é preceito constitucional”.

Para o Governador comunicação interna é essencial, “comunicação não é só o que sai nos jornais, comunicação é o que está nas pessoas. Um servidor bem informado levará para a sociedade, fará a defesa do governo, poderá ajudar. Como queremos transmitir para o povo se nem os nossos sabem? E tem muita coisa nova para divulgar”.

Nacionalmente, o governo brasileiro possui a Secom, que tem sob sua responsabilidade 265 órgãos e entidades do executivo (ministérios, agências, governos, universidades, entre outros). Apresentando o Núcleo de Comunicação Pública, da Secom/Presidência da República, Jorge Duarte explica que foi criado há cinco anos, é único no Brasil, sendo que se formos ver bem, a comunicação de governo também é muito jovem no Brasil, começando na verdade em 1988. O Núcleo segue o pressuposto de que “todo cidadão tem direito de acesso, informação e participação, bases para sua inserção na sociedade e exercício da cidadania”. Seus princípios são imprensa livre, comunicação integrada, perspectiva do cidadão, muitas imprensas/todas importantes, critérios de regionalização e técnica, transparência, institucionalização, profissionalização e fluidez.

Conforme lembra Duarte, 60% de todos os problemas administrativos resultam da ineficiência da comunicação. E o exemplo que ele fornece é o de que 83% dos funcionários do governo não se preocupam com o que a população vai pensar. Em contrapartida, é importante que cada integrante saiba o que está acontecendo, conheça as políticas públicas para poder explicá-las.

Falando especificamente de assessoria de imprensa, ele recorre a Luis Nassif para dizer que de maneira geral os jornalistas não são preparados para outra coisa que não o jornalismo. “Quem é bom com martelo acha que tudo é prego”, diz citando Maslow.

“Terceirizar a comunicação é deixar para a imprensa informar às pessoas sobre o que estamos fazendo”, alerta Duarte. Por isso é necessário tentar atingir diretamente as pessoas, com boletins, sites, mídias sociais e outros canais próprios, além de pensar a comunicação como algo integrado e não pontual. “Dar acesso é o grande desafio”, comentava ele sobre a Lei de Acesso à Informação, que passou a valer em maio deste ano.

Uma dica de construção de texto que Duarte passa é que no lide o destaque deve ser o cidadão, não o governo.

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