domingo, 2 de novembro de 2014

Media Training e Comunicação Interna

Não havia parado para pensar exatamente nisso: o que faz a comunicação interna num treinamento de Media Training? Você saberia me dizer?

Sim! O mundo mudou... a comunicação, junto com o relacionamento com a mídia, deve ser estratégica para as corporações.  E por que não treinar também a função imprescindível de se comunicar com os diferentes públicos que fazem parte de seu rol de colaboradores? Para chegar a uma convergência sustentável com as demandas sociais, para se alcançar o maior nível de recepção de suas mensagens, não basta “apenas recrutar um batalhão de porta-vozes passivos, disparar press releases ou exercer lobby sobre jornalistas-contatos”, como afirmam Nancy Assad e Reinaldo Passadori em Media Training: como construir uma comunicação eficaz com a imprensa e a sociedade (2009).

Em tempos de facilidade e acesso à mídia, especialmente as sociais, em que todos produzem conteúdo, o diálogo passa a ser essencial e mesmo inevitável. Aqui veremos que quem não buscar se comunicar, se estrumbicará, e muito! Como exemplo, basta lembrar período de greve, de reivindicação, de solicitação pública de informação feita por funcionários por meio de denúncias de toda a sorte. Atualmente, todos são capazes de se comunicar com o público externo, não só o dirigente no momento em que concede uma entrevista. A produção de conteúdo é muito rápida e incontrolável.

Neste “novo media training” trazido pelos autores vem o alerta de que é esse o treinamento a conscientizar dirigentes e colaboradores sobre a urgência de se implantar uma cultura sólida e verdadeira de diálogo, de informação. E aqui eles enfatizam que é esse o maior público no que diz respeito à formação da opinião pública.

Não há mais espaço para o Media Training de características defensivas, que se preocupa somente com o contato pontual da empresa com a mídia. Para que a exposição aos públicos externos seja de qualidade, o líder treinado e acostumado a se comunicar deve estar familiarizado com a prática da comunicação, assim como todos que fazem a organização e atuam na elaboração diária de sua cultura.
A lição é: não há Media Training sem o “olhar para dentro” da organização. E olhar para dentro é com a Comunicação Interna.

Para a comunicação interna não ser decretada como se fosse uma lei de cima para baixo, mas ser resultado de uma troca, de um feedback, a receita inclui:

Vontade de ouvir, tendência a crer no que se ouve e entendimento das necessidades de cada colaborador. Também é preciso harmonia, envolvimento, reconhecimento, experiência e competência por parte do comunicador.

 Todas as relações humanas passam por mudanças, o que não é diferente para o líder. Esta é uma figura e um papel também em plena transformação.
 Para manter a conversação sadia com a organização inteira, o líder deverá ser aquele que fala em público de maneira organizada e planejada, assessorado por uma equipe capaz de transformar seus comunicadores em ações para manter acesa a comunicação direta e respeitada.

Da mesma forma que iniciei o texto com um questionamento, o encerro: como, então, motivar equipes?


“Acredito que, em última análise, a função do líder é espalhar esperança” (Bob Galvin)

sábado, 1 de novembro de 2014

Comunicação interna é estratégia

“O público interno não é apenas um público. É também uma poderosa mídia”. 
“Público interno merece respeito. E respeito significa a mesma coisa que se deve oferecer ao público externo: informação clara e precisa para garantir credibilidade” 

Estes são alguns dos ensinamentos de Mário Rosa, no livro A era do escândalo: lições, relatos e bastidores de quem viveu as grandes crises de imagem (2007). Alguns anos depois, ainda podemos dizer que é uma “novidade” trabalhar de fato com comunicação interna. Afinal de contas, quantas empresas dedicam tempo e algum recurso para esta forma de transmissão de mensagem, escuta dos colaboradores, feedback e demais necessidades de uma comunicação integrada.

No livro Media Training: como construir uma comunicação eficaz com a imprensa e a sociedade (2009), de Nancy Assad e Reinaldo Passadori, há um capítulo dedicado à comunicação interna, em que se enfatiza positivamente esse olhar “para dentro” da organização, desde que feitos com canais planejados e abertos.

Infelizmente, percebemos que na maioria dos ambientes em que a comunicação é pensada em ser desenvolvida, ela tem sido reduzida a um aparelho de mera divulgação marqueteira de produtos e serviços ou a mis um mecanismo de controle do corpo funcional. Ora, nenhuma confiança nascerá entre os colaboradores com canais que não inspiram confiança. É preciso afinar as expectativas.

Por isso, a importância de se saber lidar com o cliente interno. A palavra-chave, portanto, é “aproximação”, sendo necessário envolver da diretoria à área operacional. Entre as principais ferramentas da comunicação interna estão:

Os kits de boas-vindas; o manual de políticas e procedimentos; campanhas de conscientização; incentivo e motivação; programas culturais, sociais e esportivos; vídeos institucionais; publicações eletrônicas e digitais; intranet; TV corporativa; web cat; chat; blog corporativo; newsletters; publicação impressa; workshops; e jornal mural. (Assad e Passadori)

Outro aviso dos autores, é que a comunicação interna se aperfeiçoa na prática, em que podemos corrigir rumos, melhor orientar os trabalhos e acompanhar o clima organizacional.

Como hoje falamos de comunicação interna, procurei alguma dica para nos ajudar nesse trabalho. Encontrei essas dez ações que pode melhor nos conduzir para alcançar metas, elas estão no site RH.com.br


CRISE
E já que iniciei com um livro relacionado à crise de imagem, encerro com algumas anotações sobre o tema arquivadas no meu computador:

A pior reação em momentos de crise é o silêncio:
“Uma organização deve informar ao público a maneira mais rápida, completa e objetiva possível sobre uma ocorrência prejudicial, a fim de acalmar os nervos, acabar com os boatos e restaurar a confiança. Corrado (1994)

Unformação correta sempre:
“A melhor arma nessas horas é ser o mais transparente possível. Sobressaltos, instabilidade e segurança são mais bem combatidos quando há um fluxo de informações precisas e no volume necessário circulando dentro da organização.” Rosa (2008)

Sobre as crises
Crises ocorrem nas organizações independente de seu tamanho, área de atuação ou origem. São inerentes à própria natureza da operação e quase sempre não podem ser eliminadas, mas minimizadas, se medidas adequadas forem tomadas antes, durante e após ocorrência (BANDEIRA, 2006).

Gerenciamento de crise
O gerenciamento de uma crise, quando bem conduzido, controlado e superado, posteriormente, pode criar até diversas oportunidades de crescimento para a organização (GERENCIAMENTO, 2009).

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Crise é a pauta

Continuo minha leitura ao livro Media Training: como construir uma comunicação eficaz com a imprensa e a sociedade (Nancy A. Assad e Reinaldo Passadori). Neste ponto que estou lendo, muito me interessa, por isso, este post. Trata-se de entrevistas durante períodos de enfrentamento da crise. Aqui, tanto podem estar relacionados “processos de mudança, conflitos institucionais e situações de contingência”, como outros problemas que afetem a imagem da instituição.

O caso é que neste momento será imprescindível (mais que em todos os outros contatos com a imprensa) ser objetivo, para a declaração obter maior credibilidade e buscar sanar as dificuldades enfrentadas naquele momento (para não aumentar o problema), portanto, vá direto ao ponto!

Esta será a hora de passar “informações sobre perspectivas e ações emergenciais da empresa, as decisões em curso para solucionar os problemas mais urgentes e os procedimentos adotados para preservar a comunidade dos impactos gerados”, “dizer o que está sendo feito para corrigir os problemas e como a solução está reduzindo o impacto social”.

Entre as sugestões a serem usadas como preparação ao contato com a mídia estão:

- apresentar as estatísticas do setor;- fornecer exemplos da qualificação corporativa, como certificações;- oferecer materiais impressos com os dados resumidos para que o jornalista tenha suporte na hora de redigir a matéria;- manter por perto seu assessor de imprensa para recorrer a ele em algum momento de necessidade;- preparar-se para responder às questões polêmicas; - reunir com antecedência os números e os dados dos investimentos da empresa. 

domingo, 21 de setembro de 2014

Empatia, palavra-chave

Essa semana havia pensando em escrever sobre empatia, porque é uma palavra que admiro muito.

Tenho em mente que comunicar é escutar, e empatia demonstra a capacidade de se colocar no lugar do outro. Dessa forma, vejo que esse vocábulo está no prestar atenção e compreender o que nos é dito. Não seriam essas as características do verdadeiro e bom diálogo, portanto, de uma boa comunicação?

Depois vi que de fato era uma boa ideia deixar esse registro aqui.

Uma das minhas postagens mais lidas foi justamente Comunicação, motivação, liderança e relações interpessoais, em que trato de empatia. Das quase 55 mil visualizações que o Blog possui, mais de três mil se remeteram ela. Escrita há três anos, quando fazia ainda o curso da Fundação Rede Amazônica, continha anotações que fiz da disciplina relacionada à Psicologia e Comunicação.

Mais que significado de empatia, sugiro a busca pelo cumprimento fiel da palavra.  Enquanto isso, vejamos o que diz o Dicionário Informal:

1. Empatia:
Capacidade de compreender o sentimento ou reação da outra pessoa imaginando-se nas mesmas circunstâncias.
Capacidade de se identificar com outra pessoa; faculdade de compreender emocionalmente outra pessoa.
De em+phatos(Gr)+ia(estado de alma)
Em Marketing: Para compreender melhor o cliente e saber os seus desejos, é necessário ter empatia.
Sinônimos:  simpatia,   identificação,   afinidades...
Antônimos:  apatia,   insensibilidade,   indiferença,   egoísmo,   antipatia,   repulsa,   afastamento...
Relacionadas:  altruísmo,   sentimento,   simpatia,   outro,   afinidade,   harmonia,   acordos,   compreensão,   amor ao próximo,   compaixão,   humildade,   empático...

2. Empatia:
Tendência para sentir o que sentiria caso estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa. Ex.: Ela tem empatia pela mãe.


Profissionais de uma redação

Já que procurei outro dia explicar um pouco o trabalho das redações, no texto Por dentro de uma redação jornalística, nada melhor que trazer uma explicação que encontrei no livro Media Training: Como construir uma comunicação eficaz com a imprensa e a sociedade, de Nancy Alberto Assad e Reinaldo Passadori (Gente Editora, 2009).

Ao tratar do mundo dos jornalistas, eles demonstraram um pouco do mundo dos jornalistas trazendo a “hierarquia na televisão” por meio dos principais profissionais que estão envolvidos na produção da notícia. Vamos a eles:

Diretor de Jornalismo: se preocupa com a personalidade do jornal, por isso é o encarregado de decidir quais matérias serão veiculadas e determinar a linha editorial, o tom do telejornal.

Buscando na internet, encontrei no site Infojobs que faz parte da formação desejada para esse profissional: ser graduado em jornalismo, Rádio e TV, Teoria da Comunicação ou Letras, possuir pós-graduação ou MBA. Além de que, é o Diretor de Jornalismo que dentro da emissora faz a ponte com os outros departamentos, orienta as abordagens editoriais, define orçamentos e contratações e promoções. Segundo Assad e Passadori, é comum que cada telejornal conte com um Diretor de Jornalismo.

Chefe de Reportagem: além de distribuir e coordenar o trabalho da equipe de repórteres, decide o que deve ser prioritário e o motivo de cada reportagem.

Tendo em vista que seu trabalho garantir o cumprimento dos prazos das pautas e que a rotina do jornal se mantenha organizada para que não ocorram problemas na hora de fechar a edição, o site Explicaki mostra que “a função de chefe de reportagem não é uma profissão independente, na verdade esse é um posto ocupado por um jornalista”, uma promoção na carreira do repórter.


Pauteiro e produtor: seleciona as notícias em potencial e apura informações prévias para elaborar a pauta. Também agenda entrevistas.
Editor: cuida da preparação da matéria, monta e formata o telejornal. Cabe a ele a escolha das melhores imagens, os cortes e as falas das entrevistas que irão ao ar.
Repórter: acompanhado do repórter cinematográfico e o câmera, vai a campo para entrevistar, colher dados e produzir a reportagem. Quando retorna para a redação, monta o texto da matéria que será coberto por imagens.

Enfim, outras informações interessantes estão no livro Media Training, indico a leitura. Já quem quer obter mais informações sobre o interior de uma TV, encontrei dois sites com mais informações sobre o tema: Casa dos Focas e Jornalismo e Produção de TV.

Vamos a algumas questões, especialmente sobre o trabalho da pauta!

Em prova para o Ministério das Comunicações, caiu a seguinte afirmativa:

A pauta deve indicar, obrigatoriamente, o lide, o sublide, o título, o enquadramento e as fontes. Assim, o repórter jamais pode fugir aos elementos previstos na pauta, independentemente da natureza do veículo de comunicação.

Gabarito: Errada, pauta é sugestão. Se fosse uma obrigação para o jornalista seguir, acredito que nem seria necessário sair à rua para investigar e conseguir novas informações.

Na prova do IFPR (2010), aos jornalistas foi questionado:

Sobre planejamento e pauta, considere as seguintes afirmativas:
1) As pautas podem ser frias, quentes ou suítes.
2) O planejamento de pauta pode ser um instrumento de controle editorial.
3) A pauta só existe em grandes veículos, que podem destinar profissionais para essa função.
4) A pauta de veículos impressos deve conter editoria, repórter, contextualização, enfoque, fontes, sugestão de perguntas e retranca.

Como resposta, somente as afirmativas 1 e 2 eram verdadeiras. Mesmo porque até em redações muito enxutas, a pauta é uma ferramenta muito útil na produção da notícia. Já a última alternativa traz quesitos que só serão feitos na edição da matéria já concluída, como é o exemplo de retranca. 

Para finalizar, mais uma do CESPE, que em 2010 cobrou dos aspirantes à ABIN (Oficial Técnico de Inteligência – Área de Comunicação Social – Jornalismo):

Do mesmo modo como, no telejornalismo, a pauta precisa trazer um planejamento pormenorizado do que será noticiado, no jornalismo veiculado na Internet, a pauta deve ser elaborada com muito rigor, apresentando orientações detalhadas que guiem o trabalho do repórter.

Gabarito: Errado





domingo, 24 de agosto de 2014

Assessoria de imprensa

Segundo Carlos Hilsdorf há uma diferença entre ouvir e escutar: ouvir está relacionado à audição e escutar é algo mais profundo, exige prestar atenção no que o outro diz. E para ele, “saber escutar tem impacto decisivo na carreira e na qualidade dos relacionamentos”, sendo, portanto, uma virtude e uma competência a ser alcançada.

Por que comecei o post com essa reflexão, porque sempre gosto de questionar o papel de uma assessoria de comunicação e quão grande é a dificuldade de se chegar a resultados satisfatórios quando somos pouco entendidos, melhor dizendo, não gostam de nos escutar.  Precisamos descobrir mecanismos de sermos mais incisivos nos nossos "assessoramentos". Aproveito que estamos falando do tema e indico a leitura deste artigo no Observatório da Imprensa: “Assessoria de imprensa ou de comunicação?”, da jornalista Andreza Galiego.

Bom, agora é a hora de testar conhecimento com questões de concursos da área e manter o foco nos estudos!

Em 2009, o IFPE fez o seguinte questionamento:

O principal desafio de uma assessoria de comunicação é legitimar-se diante dos demais setores de uma instituição (seja ela privada ou pública), passando do trabalho operacional, para o estratégico. Assinale a alternativa correta, no que se refere a esse processo.
a) A comunicação eficaz é resultado de atividades distintas de jornalismo, relações públicas e publicidade, que se unem sob uma gestão unificada.
b) As mudanças organizacionais percebidas nos últimos tempos nas instituições não afetaram o trabalho da assessoria de comunicação.
c) Do ponto de vista estratégico, o trabalho de mensuração de valores perde importância no âmbito da assessoria de comunicação.
d) A comunicação integrada apóia-se num tripé de descentralização de autoridade, avaliação de feedbacks e proximidade com a área-fim da organização.
e) As estratégias mercadológicas adotadas pelas instituições enfraqueceram o trabalho das assessorias de comunicação.

A resposta é letra D, e já demonstra o poder do diálogo, do escutar o outro, incluindo aí colegas de trabalho ou mesmo departamentos, chefias e subordinados.


Para Analista de Documentação - Comunicação Social do MPU, a FCC cobrou em 2007:

Sobre a atuação da assessoria de imprensa, é INCORRETO afirmar que
a) facilita o acesso dos grupos externos às realizações de uma empresa ou instituição, por meio de uma linguagem simples e organizada, mediada pelos meios de comunicação.
b) ela não pode atuar como lobista que defende os interesses da organização em que trabalha.
c) frente às novas demandas, a assessoria de imprensa deixou de ser mera emissora de releases.
d) o envio de releases, o agendamento de entrevistas e o serviço de clipping são tarefas operacionais das assessorias de imprensa, que devem estar apartadas das políticas e planos de ação das organizações.
e) o papel das assessorias de imprensa inclui um trabalho educativo interno, destinado a sensibilizar os membros da organização para a importância de relações transparentes e honestas com seus diversos públicos.

Resposta é B. Aqui merece o debate sobre o entendimento de lobby, que nada mais é do que a tentativa de influenciar as esferas do Executivo ou Legislativo em busca de alguma causa privada, fazendo parte do Estado democrático a existência do lobby. Pelo que estudei: o que não pode haver é a troca escusa de favores, do tipo "toma lá, dá cá". Em outros países, principalmente nos Estados Unidos é muito comum a ação de grupos de interesses organizados por vários estratos da sociedade. Aqui no Brasil, basta pensar na Bancada Ruralista, na Bancada Evangélica ou na pressão dos produtores de bebidas alcoólicas para a liberação da venda de bebidas na copa.

E, por fim, outra questão da FCC, esta de 2012 para o TRT da 6ª Região (PE):

Há muitos motivos que levam uma empresa, ou uma instituição, a contratar uma Assessoria de Comunicação. Entre eles pode- se apontar:
I. o fortalecimento da imagem do assessorado, buscando a criação de uma massa crítica a partir do que é divulgado na mídia.
II. a defesa do assessorado ou esclarecimento ao público em geral sobre problemas ou acusações anteriormente publicados.
III. a atuação preventiva visando uma blindagem por problemas ou crises que já se sabe que vão acontecer.
IV. a reestruturação do setor produtivo, pois ele é de suma importância para o desenvolvimento da empresa em todos os seus escalões.
V. a administração do setor de Recursos Humanos, que deve investir na formação profissional do seu quadro de colaboradores.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e IV.
b) I, III e V.
c) II, III e IV.
d) I, V e IV.
e) I, II e III.

Resposta correta: E.

domingo, 20 de julho de 2014

Por dentro de uma redação jornalística

Ainda antes de Cristo, os romanos afixavam folhas de notícias, denominadas Acta Diurna, em lugares públicos. Além disso, os chineses e coreanos utilizavam tipos móveis e papeis de impressão centenas de anos antes do surgimento desse tipo de material na Europa.

Com essa informação, Ellis Regina Araújo e Elizete Cristina de Souza iniciam o tema A sociedade e a imprensa de massa, no livro Obras Jornalísticas: uma síntese. Pensar o jornalismo e pensar os profissionais que o fazem nos remete a uma certa mística. Quem nunca quis conhecer a redação de jornais televisivos, como o JN da Rede Globo? Tanto que se observarmos, os novos cenários privilegiam esse “olhar” do público ao espaço interno de trabalho de repórteres, editores, cinegrafistas, fotógrafos e outros. 

É mais fácil definir uma redação jornalística pelo que ela não é. Em primeiro lugar, uma redação não é o local onde acontecem as notícias, mesmo que alguns jornalistas às vezes pensem (e ajam) na construção desse axioma. A notícia acontece nas ruas, nas sedes do poder, nos escritórios bancários, nas competições esportivas e eventos culturais, entre outros. Na redação não deve acontecer nada além do mero trabalho braçal e intelectual (infelizmente, cada dia mais braçal e menos intelectual) de organizar as informações de forma que o público jornalístico seja um construtor de dada realidade.
Neste extrato do texto “Produção da notícia: a redação e o jornalista”, de Roberto Seabra, no livro Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia, demonstra um pouco da complexidade do espaço de trabalho de uma redação. Apesar de todo chamariz que há, segundo o autor, não é ali simplesmente que se decide o que é ou não notícia. “Entre a ocorrência de um fato e sua divulgação na imprensa, existem inúmeros canais intermediários (sociedade, Estado, igrejas, empresas, sindicatos etc.), e outros interesses externos subjetivos (ideológicos, éticos, técnicos etc.) que influenciam na decisão final de se dar ou não uma notícia”.



Enfim, retiradas as especificidades de cada meio (impresso, televisivo, radiofônico ou tecnológico), o que importa é mesmo a divulgação e propagação das informações, muito mais que o espaço ocupado por uma redação, pois nessa atividade participam diversos profissionais. A ilustração ao lado é do Professor Artur Araújo, em sua aula de Introdução ao Jornalismo Impresso, e demonstra um pouco este organograma. 

A revista Mundo Estranho também buscou resposta para a questão: Como funciona a redação de um telejornal? E além de mostrar o dia a dia de uma equipe em busca de notícia, traz a seguinte definição do cenário onde se apresenta o jornal do dia:

 As redações que servem de cenário para os telejornais parecem estúdios. A bancada fica em um palco, mais alta que o resto da redação. Há vários holofotes e três câmeras: uma para cada apresentador e uma geral, que mostra os dois.

Até a próxima!

terça-feira, 15 de julho de 2014

Comunicação Pública

Lendo o texto de Amarildo Baesso e Débora Pinheiro: “Comunicação na administração Pública Federal: Práticas e desafios nas assessorias dos ministérios”, voltou à minha cabeça o debate sobre o que é de fato a comunicação pública, uma vez que o artigo defende que “a comunicação pública deve se apresentar como instância a serviço do governo e não do Estado”, sendo que “a comunicação pública pode ser entendida, grosso modo, como uma atividade que envolve informação, formação de opinião e prestação de contas, tendo sempre um caráter de interesse público”.

Ao reduzir a noticia ao interesse privado do assessorado, o assessor perde a ocasião de promover o debate público e de catapultar nele as pessoas que podem representar publicamente interesses que concernem à res publica, ainda que trate-se de interesses privados. Se a informação é um requisito essencial para o exercício da democracia e para a existência do Estado de direito, não seria exagero julgar que, ao confundir interesses privados e públicos, sem ao menos distingui-los, a comunicação pública fracassa e se torna um desserviço à sociedade.

Em debate sobre a conceituação deste tema, o jornalista Jorge Duarte explica que

A comunicação pública ocorre no espaço formado pelos fluxos de informações e de interação entre agentes públicos e atores sociais (governo, Estado e sociedade civil – inclusive partidos, empresas, terceiro setor e cada cidadão individualmente) em temas de interesse público. Ela trata de compartilhamento, negociações, conflitos e acordos na busca do entendimento de interesses referentes a temas de relevância coletiva. A Comunicação Pública ocupa-se da viabilização do direito social coletivo e individual ao diálogo, à informação e expressão. Assim, fazer comunicação pública é assumir a perspectiva cidadã na comunicação envolvendo temas de interesse coletivo.

Percebe-se que a comunicação pública está, portanto, a serviço de todos. Para Elisabeth Brandão: “A comunicação pública […] se instaura na esfera pública entre o Estado, o governo e a sociedade […]. [Propõe-se] a ser um espaço […] de negociação entre os interesses das diversas instâncias de poder constitutivas da vida pública no país”.  

No artigo de Débora Pinheiro, ainda vemos que segundo Kucinski, “assim como temos um direito difuso a um meio ambiente despoluído, temos um direito difuso a um ambiente de comunicação sadio, pluralista, democrático, de acesso amplo, que estimule a participação e garanta o diálogo”. Por estar inserida em divulgação da política pública, Kucinski defende uma política que é “Policy, significando uma ou várias linhas de ação na execução de política pública, e politics, significando, grosso modo, a maneira como a sociedade distribui o poder”.

Logicamente o debate sobre comunicação pública não se encerra aqui. Mas por enquanto, vamos finalizar respondendo a esta questão aplicada pelo CESPE em 2013 (INPI - Analista de Planejamento - Comunicação Social):

Comunicação pública é um conceito com múltiplos significados, mas uma acepção pertinente para as relações públicas é a de comunicação no âmbito da sociedade civil organizada.

RESPOSTA: Certa

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Atitude para continuar a caminhada

Estou na estrada dos concursos novamente. Em 2009 iniciei meus estudos tendo como objetivo ser jornalista em órgão público. De fato consegui. Agora, quero voos maiores. Estou “focada” em estudar e estudar. Mas sei que este é um trabalho árduo, dedicar parte do tempo de nossa vida a livros, apostilas, aulas... Por outro lado, há ganhos futuros que me incentivam! Além das utilizações no tempo presente, que só de ler clássicos do jornalismo já me dão novo fôlego no trabalho diário em assessoria de comunicação.

 Outro dia ganhei de um amigo da imprensa (o Luis Carlos Pereira, da Rádio Caiari AM) o livro “51 Atitudes para Vencer na Vida e na Carreira“, do autor e palestrante Carlos Hilsdorf. Procurei e encontrei o site do autor, lá está escrito que este é, entre os livros de autoajuda, “2º livro mais vendido da categoria no Brasil, segundo as Revistas Veja e Época, e o jornal Folha de São Paulo. O jornal O Estado de São Paulo também destaca a obra”.

Acompanho o facebook de Carlos Hilsdorf e estou de acordo com suas palavras-chaves: superação, atitude, carreira, metas, objetivos, negócios e motivação. Lógico, não faço isso de maneira descontextualizada de outros fatos e necessidades, porém, busco me motivar cada vez mais, pois numa sociedade competitiva como a atual, a gente precisa também se reafirmar enquanto seres humanos.

Assim como a lembrança que Luis Carlos me entregou, desejo sempre que alcance seus objetivos: “abra um livro e estará abrindo novas portas para novos conhecimentos”. Ainda segundo Hilsdorf:

Quando mantemos a humildade, compreendemos que a vida está repleta de professores. Passamos a aprender com as pessoas, com as emoções, sentimentos e acontecimentos.

Pratiquemos, portanto, atitudes libertadoras.

Boa sorte a todos nós!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Cobertura, independência, ética e outros temas

Ao ler a afirmação de Jorge Duarte de que “no período pós-democratização, metade dos repórteres credenciados no Congresso fossem identificados como funcionários da Câmara e do Senado”. Na verdade, o jornalista fazia uma comparação entre a ética da atuação dos jornalistas em decorrência da dupla jornada (jornalismo era atividade complementar), realizada especialmente nas décadas de 60 e 70, quando não havia piso salarial para os jornalistas, e no caso das assessorias de imprensa era a “ditadura” do noticia somente o que eu quero. Mas a pergunta que fiquei me fazendo o quanto ainda há de ligação entre jornalistas e possíveis “chefias”, emprego ou renda, em possíveis fontes de suas notícias?

É certo que isso envolve questões éticas. Na prática, já sabemos dividir essa forma de envolvimento? Tendo em vista que está entre os impedimentos da profissão, de acordo com o Código de Ética dos Jornalistas:

Realizar cobertura jornalística para o meio de comunicação em que trabalha sobre organizações públicas, privadas ou não-governamentais, da qual seja assessor, empregado, prestador de serviço ou proprietário, nem utilizar o referido veículo para defender os interesses dessas instituições ou de autoridades a elas relacionadas;

Mas o que pensei mesmo em relacionar com esta postagem foi um estudo que encontrei do Centro de Formação da Câmara dos Deputados. Em monografia apresentada em 2010, Fabyanne Nabofarzan Rodrigues tratou de “A importância da assessoria de imprensa para a representação e qualidade da democracia”. No estudo ela defende que

Um relacionamento saudável, cooperativo e permanente é essencial para a boa imagem do político e contribui de sobremaneira para a consolidação democrática brasileira, instigando o cidadão, a partir do conhecimento adquirido nas mídias, a participar de nosso atual sistema de governo.

Por que considerei esse estudo interessante ao analisar a questão da ligação entre fontes e jornalistas? Porque é na política a maior chuva de reclamações que vejo hoje partindo do povo brasileiro. É aqui que a imprensa deve manter mais o foco de sua atenção, porque no parlamento é que se define muito da nossa vida cotidiana. Lugar em que o jornalista deve focar sua atenção para ser o verdadeiro olho da sociedade no trabalho lá desenvolvido. E o trabalho de Fabyanne trata justamente da prestação de contas à sociedade, na chamada accountability, só que por parte das assessorias.

O levantamento mostrou que dos 513 gabinetes, 441 responderam ao questionário feito em 2010. Dos entrevistados, 71 não tinham profissionais atuando especificamente em assessoria de imprensa/comunicação. Enquanto 345 haviam contratado jornalistas e em 25 gabinetes atuavam outros profissionais na comunicação. Da localização das assessorias: 177 mantinham esse profissional somente em seu estado (sua base eleitoral), 63 possuíam assessorias apenas em Brasília e 103 é que abrigavam dois “escritórios”, um em Brasília e outro no Estado de origem.

Aproximando para a Região Norte, uma das que possuem, ao lado do Nordeste, pior tratamento profissional quando a questão é assessoria de imprensa. No Norte do Brasil, foi verificado que 17% dos deputados federais não possuíam nenhuma estrutura que fizesse a ponte mandato-mídia. Comparando com o Centro-Oeste, de fato, a situação é preocupante. Melhor avaliada, lá se tem 81% com atuação de jornalistas, contra 6% que não destinam nenhuma pessoa para esta tarefa. Tanto, que a pesquisadora chega a afirmar que “através da análise destes dados, podemos perceber que a importância que se dá a assessoria de imprensa tende a estar relacionada com o desenvolvimento das regiões brasileiras”. Por outro lado, as assessorias contribuiriam para auxiliar no diálogo com a mídia e chegar ao cidadão-eleitor, “aumentando a accountability e incentivando a participação cidadã. Conceitos imprescindíveis na relação entre o representante e representado, pois a prestação de contas das atividades desenvolvidas no Congresso pode instigar o conhecimento, gerar debate e fazer com que haja maior fiscalização por parte da sociedade”.

Vejamos os números de forma mais próxima aos rondonienses:

Dos sete entrevistados de Rondônia, cinco deputados têm assessoria de imprensa realizado por jornalistas, um possui assessoria mas não era realizado por um profissional formado em jornalismo e um deputado não possuía o serviço de assessoria de imprensa. E dos seis que mantém a assessoria específica em comunicação, três estão estabelecidos apenas em RO, um somente em Brasília e apenas dois mantém a assessoria em Brasília e em Rondônia.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Jornalismo e conteúdo


A permeabilização do jornalismo às fontes profissionais leva a que se possa falar crescentemente de um jornalismo de acesso (das fontes aos jornalistas) em detrimento de um jornalismo de cobertura e investigação.
Ana Viale Murtinho
Jorge Pedro Sousa

A frase acima faz parte do livro Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia (organizado por Jorge Duarte). No texto, ao comparar o trabalho de assessoria de imprensa na Europa e no Brasil, se faz ao final uma reflexão sobre os inegáveis benefícios para fontes, jornalistas/jornais e público quando existe uma relação de honestidade, confiança e veracidade. E o quanto as informações terão melhor tratamento nesse meio.

O atual quadro legal, ético e de costumes da assessoria de imprensa e do jornalismo na União Europeia permite manter esperança na independência dos jornalistas e do sistema jornalístico, assegurando ao mesmo tempo a qualidade da informação que circula no espaço público.

O tema me interessou para o debate sobre como as Assessorias de Imprensa podem colaborar com as redações, mas jamais retirar delas o trabalho de edição, apuração e todos os demais que fazem parte do jornalismo. Conforme afirma Alberto Dines no livro O Papel do Jornal: Uma Releitura – em que ele compara a crise no papel-jornal com a crise de conteúdo, em não se desperdiçar espaço editorial com reportagens sem interesse social e melhor apuração:

“O papel do jornal(ismo) é a busca de circunstâncias”. Sejam estes circunstâncias as clássicas, as sugeridas por Rudyard Kipling – fatores de identificação imediata – sejam elas as mais elaboradas como referências, comparações, remissões, inferências e motivações. Sem investigar e expor circunstâncias, não se exercita o jornalismo.

E é o próprio Dines quem questiona o que colocar sobre as laudas.

Papel, papéis: o problema não é onde colocar a informação, dada a carência de matéria-prima para imprimir, mas o que colocar na folha em branco, desafiando a censura e autocensura.
(...)
O único compromisso de jornais e jornalistas é com a informação. Seu empenho nesta tarefa faz, de um jornal qualquer, um jornal livre, logo um grande jornal. Uma nação de grandes jornais é uma grande nação. Sem este valor intrínseco, sem este quilate que advém de um entendimento superior de suas funções, um jornal, por melhor que seja organizado e constituído, será apenas um catálogo de notícias.

Debater o que se publica nos jornais faz parte da minha vida, como cidadão e jornalista. Não é porque sou de assessoria atualmente, que vou defender apenas o uso integral dos textos. Mais que isso, as sugestões das assessorias são para que surjam outras pautas, outros textos. Aí sim meu trabalho terá tido maior significado, a partir dessa “releitura”.

Nos anexos do livro de Dines há uma série de conselhos. Como o tema de hoje foi conteúdo, podemos refletir juntos sobre alguns desses pensamentos da publicação:

- Há situações verossímeis que não são verdadeiras. E vice-versa. A tarefa do jornalista é fazer coincidir ou dissociar os dois termos.
- Se todos estão olhando para o céu, dê uma olhadinha para o chão. Certamente, você encontrará assuntos que os competidores estão descurando.
- Todos os jornais e todos os jornalistas têm acesso às mesmas fontes e aos mesmos fatos. A única coisa que distingue um jornal do outro é a criatividade.
- Comunicação é criatividade. Alguém diz alguma coisa quando tem algo novo a dizer.

domingo, 6 de julho de 2014

Queijos, vermes e imprensa

Terminei hoje a leitura do livro de Carlo Ginzburg, O Queijo e os Vermes (2006, 6ª reimpressão), conforme recomendado pelo professor Artur Moret (Universidade Federal de Rondônia). No final, tive a impressão de ter voltado aos bancos universitários e estar vendo o filme O Nome da Rosa, baseado no romance de Umberto Eco. Na história, os crimes investigados pelo frade franciscano William de Baskerville, com ajuda do noviço Adso de Melk, mostram o que se igreja da época para impedir a livre distribuição de conhecimentos, no caso as obras apócrifas, os livros “proibidos”.  



Isso, de alguma maneira, se liga ao poder da imprensa em difundir o conhecimento, conforme podemos observar na fala do estudioso David Gitlitz, que é especialista em História Medieval,  no documentário (acima) que faz um resumo sobre a época e sobre o livro de Ginzburg:

Era mais fácil para a igreja manter o controle da teologia quando os livros custavam caro demais e os únicos que podiam compra-los eram igrejas e monastérios. Assim que a imprensa tornou o livro de bolso disponível a qualquer um que juntasse algumas moedas, ficou muito mais difícil manter o “Cabresto”.

E se é necessário continuar a refletira, a recordar para não repetir erros passados, vale lembrar que na mesma época que o Menocchio (Domenico Scandella), o moleiro perseguido pela inquisição, também era condenado o teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano Giordano Bruno (morto na fogueira pela Inquisição romana em 17 de fevereiro de 1600). E, tempos depois, o físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano Galileu Galilei (queimado vivo em 8 de janeiro de 16422 ), especialmente por defender que era a terra quem girava em torno do sol.

No prefácio à edição inglesa, Carlo Ginzburg traz como análise de número 9:

Dois grandes eventos históricos tornaram possível um caso como o de Menocchio: a invenção da imprensa e a Reforma. A imprensa lhe permitiu confrontar os livros com a tradição oral em que havia crescido e lhe forneceu palavras para organizar o amontoado de ideias e fantasias que nele conviviam. A Reforma lhe deu audácia para comunicar o que pensava ao padre do vilarejo, conterrâneos, inquisidores – mesmo não tendo conseguido dizer tudo diante do papa, dos cardeais e dos príncipes, como queria. As rupturas gigantescas determinadas pelo fim do monopólio dos letrados sobre a cultura escrita e do monopólio dos clérigos sobre as questões religiosas haviam criado uma situação nova, potencialmente explosiva.

Antes de voltar ao livro de Ginzburg, no site Palavra da Verdade há a seguinte definição que se torna importante neste momento:
Inquisição - do latim Inquisitio, é um termo que deriva do ato judicial de inquirir, que significa perguntar, averiguar, pesquisar, interrogar. A Inquisição foi uma operação oficial conduzida pela Igreja Católica a fim de apurar e punir pessoas que não comungavam com os princípios ortodoxos da Igreja Católica.
Hereges - pessoas que pensavam, ou agiam, de forma conflitante com o que a Igreja apregoava como verdade.

De acordo com o livro, Menocchio teve a ousadia de “afirmar que o mundo tinha origem na putrefação”:
Tudo era um caos, isto é, terra, ar, água e fogo juntos, e de todo aquele volume em movimento se formou uma massa, do mesmo modo como o queijo é feito do leite, e do qual surgem os vermes, e esses foram os anjos.

Concordo com o Posfácio escrito por Renato Janine Ribeiro nesta edição: “Menocchio é um herói, ou mártir da palavra”. Ele, um homem simples que leu muito (certo que não sabia escrever muito bem, uma vez que estava inserido ainda numa sociedade ainda com fortes traços de oralidade), e de fato, não só leu, refletiu. Ah, precisamos disso também hoje, ler, ter ideias, discordar, concordar com fundamento, enfim, pensar! Assim, como tenta esclarecer Ginzburg há uma ambiguidade em relação à “cultura popular”, em que ele conclui afirmando que há também “a impressionante convergência entre as posições de um desconhecido moleiro friulano e as de grupos de intelectuais dos mais refinados e conhecedores de seu tempo repropõe com toda força o problema da circularidade da cultura formulado por Bakhtin”. 

Segundo enfatizado por Renato Janine, “suas palavras são um protesto, são a recusa desse horror. Sua curiosidade, opiniões e destino fazem dele um desses homens para quem dizer o que pensam é tão importante que, por isso, arriscam a própria vida. Nem toda confissão é uma vitória da tortura; porque às vezes a pior tortura é ter a voz silenciada”. Dessa maneira de Menocchio, que tudo tenta entender  e questionar, o escritor afirma:

O importante não é o que o Menocchio leu ou recebeu – é como leu, é o que fez de suas experiências; o que diminui a distância que se costuma propor entre leitura e escrita, entre uma postura passiva e outra ativa diante do conhecimento.

Para saber mais sobre o autor Carlo Ginzburg e sobre a obra O Queijo e os Vermes, leia o livro ou acesse a resenha de William Cirilo.

sábado, 5 de julho de 2014

Assessoria aqui e em Portugal

 “Os assessores tornaram-se efetivo ponto de apoio de repórteres e editores (como um tipo de extensão das redações) ao agirem como intermediários qualificados, estabelecendo aproximação eficiente entre fontes de informação e imprensa. De um lado, auxiliaram os jornalistas, ao fornecer informações confiáveis e facilitar o acesso. Do outro, orientaram fontes na compreensão sobre as características da imprensa, as necessidades e vantagens de um relacionamento transparente. O salto de qualidade ocorre particularmente pela presença de profissionais com experiência em redações e disposição de estimular o diálogo”.
Jorge Duarte

Minhas últimas postagens foram sobre assessoria de imprensa. Nesta, para complementar o assunto, trarei uma comparação com Portugal. O tema me interessou ao ler o capítulo “Assessoria de Imprensa na Europa”, de Ana Viale Murtinho e Jorge Pedro de Sousa, no livro “Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia” (organizado por Jorge Duarte,  4ª edição, 2011). Nele se mostra a diferença existente entre as duas regiões, enquanto nos países europeus a atividade é entendida como um campo de atuação dos relações públicas, aqui é exercida por jornalistas, na maioria das vezes.

Um assessor é considerado um profissional de relações públicas, uma vez que gere as relações de uma entidade com a imprensa e elabora publicações empresariais, entre outras tarefas da assessoria.
A lei portuguesa, por seu turno, reforça a distinção entre jornalismo e jornalistas, por um lado, e assessoria de imprensa, por outro.
(...)
Em Portugal, os jornalistas não podem, assim, exercer ao mesmo tempo a assessoria de imprensa, em razão do conflito de interesses que pode emergir dessa situação.

Os autores mostram que para exercer a função em alguma assessoria, os jornalistas devem suspender temporária ou definitivamente o exercício da profissão, inclusive devolvendo as Carteiras Profissionais aos órgãos de controle para evitar a incompatibilidade de atuação.

Busquei na internet  mais informações e encontrei um trabalho interessante de  Marcela Ribeiro: Assessor de Imprensa e seu Relacionamento com a Mídia, em que a autora traça um “Retrato Comparativo desta Profissão entre Brasil e Portugal e sua relação com a Mídia”. De acordo com o trabalho, há uma grande diferença dos profissionais aptos a desenvolverem a profissão de Assessor de Imprensa entre os dois países.

O Brasil é o único país do mundo onde a profissão de assessor de imprensa está enquadrada dentro de uma das funções exercidas pelos jornalistas, segundo os decretos 972/69 e 83.284/79,que regulamentam a profissão de jornalista. Já em Portugal, como em qualquer outra parte do mundo, a profissão está enquadrada dentro das funções exercidas pelo profissional de Relações Públicas. No Brasil um jornalista pode exercer as duas funções desde que atue com rigor ético. Ou seja, não beneficiando seu assessorado dentro da empresa jornalística para qual atua. Em Portugal o jornalista também pode exercer a função de assessor de imprensa, mas deve cancelar sua licença de jornalista, a qual será liberada quando voltar ao cargo.

Marcela Ribeiro mostra que de acordo com o Estatuto do Jornalista de Portugal, “a profissão de jornalista é incompatível com as funções remuneradas de marketing, relações públicas, assessoria de imprensa e consultoria em comunicação ou imagem, bem como de orientação e execução de estratégias comerciais”.

Considerei muito pertinente registrar essa diferença na profissão exercida aqui no Brasil quando comparada com outras nacionalidades porque isso, de alguma forma, nos faz parar e refletir nossa ética, nossa atuação do dia a dia.



História – Já que estamos falando de Portugal, por que não ver um pouco do histórico da profissão e conhecer o “pai das Relações Públicas em Portugal”: Avellar Soeiro. Em 1960, segundo estudo de Marcela Ribeiro, foi “criado o primeiro cargo de Relações Públicas, assumido por Avellar Soeiro, pioneiro da profissão em Portugal. O Laboratório Nacional de Engenharia Civil foi o primeiro organismo da Administração Pública a perceber a necessidade de um profissional para tratar das relações exteriores”. Mas o primeiro contato de Soeiro com as Relações Públicas ocorreu nos anos 40, quando trabalhava como em uma importante companhia britânica de telecomunicações internacionais e entre as mensagens que transmitia ou recebia, apareceu a sigla P.R.O. (Public Relations Officer ), que anos depois veio a exercer.

Encerro com uma dica de livros do professor Wilson da Costa Bueno, disponível no site da COMTEXTO Comunicação Empresarial.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Conhecendo termos de assessoria de imprensa

Ampliar o vocabulário e ao mesmo tempo conhecer instrumentos de trabalho é sempre importante, especialmente para nós que lidamos com comunicação. Outro dia li uma questão sobre “embargo” em jornalismo e considerei importante dividir com todos que visitam meu blog. Vamos lá.

Na busca que fiz na internet, encontrei uma definição de Ricardo Machado sobre os tais embargos:

Definem a data e hora antes das quais uma notícia não pode ser publicada. Deve estar no alto da primeira página.

De acordo com o assessor, “os jornalistas que não respeitarem os embargos devem ser removidos da sua lista de distribuição à imprensa”. Até hoje não utilizei dessa forma de trabalho, mas que é importante saber de sua existência e possibilidade,  pois pode algum dia servir para mim e também meus colegas das redações. Entre os exemplos de utilização dos embargos estão anúncio do resultado de pesquisa do IBGE e outras instituições, prestação de contas do Governo Federal e, eu ainda acrescentaria, a publicação de lista dos aprovados em vestibulares.

Que tal agora resolver algumas questões que caíram em concursos?

Nesta, aplicada pelo CESPE/UNB em 2011, para a EBC:
Com relação a técnicas de entrevistas, reportagens e redação para TV, rádio e Web, julgue os itens subsequentes.
Informações com embargo — repassadas ao jornalista pelo assessor de imprensa — são aquelas que podem ser veiculadas no momento em que o jornalista achar conveniente.   
Certo
Errado

Resposta: Incorreta, afinal, não é por conveniência que se acorda com o jornalista a publicação de tal informação somente após tal período, mas é porque a instituição como um todo trabalhará aquele dado a partir de tal data. E a informação antecipada à imprensa serve para melhorar a divulgação e aumentar possiblidade de aprofundamento do tema, caso haja interesse daquela editoria.

Outra do CESPE, de 2012, para Analista Judiciário - Comunicação Social do TJ-AL:
Assinale a opção correta no que concerne à atuação do assessor de imprensa em entrevistas coletivas.
a) O planejamento de entrevista coletiva requer checklist apurado, contendo as providências importantes, como o ensaio do assessorado com relação a eventuais perguntas embaraçosas.
 b) A prática de embargo faz parte de acordo tácito entre assessor e jornalistas, de modo que nenhuma das partes faça referências, nas entrevistas, a conteúdos não estipulados previamente.
c) Jornalistas não credenciados devem ser impedidos de participar de entrevistas coletivas, para evitar a redução no tempo cronometrado para cada pergunta e resposta.
d) É lícito que o assessor de imprensa exija, antecipadamente, cópia das questões elaboradas pelos jornalistas, pois o assessorado tem o direito de prevenir-se ou mesmo eximir-se de responder às perguntas indesejáveis.
e) Em entrevista coletiva monotemática, deve-se exigir credenciamento prévio, presença de jornalistas especializados e manutenção do tema proposto pelo assessor.
Resposta: Letra A. Sendo que no caso do embargo, não existe esse tal acordo citado na alternativa.

Da CESGRANRIO, tente esta:
Um problema comum nas redações e nas assessorias de comunicação é o jornalista ter conhecimento de uma informação relevante, mas estar impedido de divulgá-la logo. Denomina-se essa informação:
A)    com proibição.
B)    com embargo.
C)    sem exclusividade.
D)    sem apuração.
Resposta: B

Finalizo mostrando que também o jornalista Jorge Duarte, referência na área de comunicação, lista o embargo entre os instrumentos a serem utilizados por uma assessoria de imprensa:
- Áudio-Release
- Release Digital
- Press Kit
- Exclusivo
- Especial (um dossiê do bem, em que se cativa um jornalista para determinada matéria)
- Embargo (informação com data certa para divulgar)
- Produção e distribuição de artigos (de interesse público e bons textos)
- Criação de uma “cultura de comunicação” e de valorização e atendimento da imprensa
- Ronda de novas pautas
- E conheça os veículos (no caso do Globo Rural, o fechamento ocorre 45 dias antes!)

Enfim, aprenda a agendar o futuro, antecipe necessidades e demandas. Pois nós assessores de fato assessoramos é a sociedade, trabalhemos, portanto, para que não ocorram crises. Nossa meta deve ser trabalhar com riscos e não com crises!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Assessoria de Imprensa


“A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alveja, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça”.
Rui Barbosa -  A Imprensa e o Dever da Verdade

Continuando a minha série de aprendizagem com o jornalista Jorge Duarte – e que estava guardada em um rascunho – hoje o tema será destinado à assessoria de imprensa, da qual na época assistimos a um vídeo que continha as seguintes informações passada pelos entrevistados:
- Imprensa acaba descobrindo a verdade, não adianta esconder.
- Assessor de imprensa não é pago para defender o governo, mas para atender à sociedade. A instância que ele trabalha é a pública.
- Num momento delicado, deve dar a informação exata ao repórter. Se tem negativa do assessor, aí sim que se vai atrás para descobrir se tem alguma coisa.
- Assessor de imprensa é papel especializado para fazer intercâmbio entre a mídia e a instituição. É um grande espaço público. É um especialista.
- Serve para prestar informação à sociedade.
- É um facilitador, uma ponte para chegar à informação, viabilizar contato, uma vez que o jornalismo é para já.



Falando sobre media training, Duarte passou as seguintes informações sobre o treinamento dos porta-vozes institucionais: Quem faz o media training, o treinamento das fontes no dia a dia, somos nós. É uma atividade permanente, tendo em vista que não se vai a uma entrevista para responder perguntas, se vai para levar uma mensagem. Se utilizar de mensagens estratégicas, a fala dos gestores construirá sentido em quem está ouvindo ou assistindo, é algo subjetivo, muito maior que responder a indagações dos profissionais da imprensa.

“Influência não se improvisa, se planeja”! E o maior exemplo disso é Rosane Jatobá, que levava de seis a sete horas se preparando para falar os 45 segundos de sua “aparição” no Jornal Nacional na hora da previsão do tempo. Quando se tem um objetivo e se prepara, se planeja, tem-se muita mais chance de passar  a mensagem. Portanto, reflita: qual minha mensagem para a entrevista? Quais palavras-chaves nortearão minha fala? Qual manchete gostaria de ver sobre este assunto? O que é importante ser destacado? O que quero chamar a atenção?

Logicamente não vai se usar a técnica de Maluf, de ser questionado sobre “limão” e responder “maçã”. O conceito é não ludibriar o repórter, mas não interessa a pergunta e sim a resposta. As respostas são dadas, e juntamente com elas as mensagens que gostaria de passar, relacionadas ao questionamento inicial. E não use frases construídas, mas conceitos a serem passados. Lembre-se que uma resposta deve ser clara, objetiva e concisa.

Tem estratégia para fazer esse contato, fazer simulação com os gestores para prepará-los (pode ser por escrito). Ter como prática a preparação, discutir respostas, já que se espera que o representante da instituição seja o famoso “curto e grosso”, sendo sereno ao mesmo tempo. Afinal, ele é uma fonte, representa a empresa e a mostra como ela “é”. E a capacitação da fonte gera resultados mais efetivos com a imprensa, cria e fortalece a cultura da comunicação, reduz preconceitos e medos, aumenta a compreensão do papel e da atuação da imprensa e do jornalista.

O objetivo de um media training é aprender a atender à imprensa, tendo como modelos básicos de aplicação palestras, oficina, simulação e orientação individual.  Na sociedade atual, a palavra-chave é acesso, transparência!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

“Respeito é uma conquista”

A frase acima é do jornalista Jorge Duarte, e foi dita durante o curso Gestão da comunicação e assessoria de imprensa, realizado em Brasília em 2013. Nesta parte da aula, vimos que entre os desafios do gestor da área estão:
- mudança de paradigmas
- iniciativa, proatividade
- atualização permanente
- manter senso crítico (avaliar contextos)
- conquistar credibilidade (responsabilidade técnica)
- aprender a aprender
- além de participar dos processos decisórios, explicar a empresa para os públicos e os públicos para a empresa.

Para comparar nosso atual desafio, ele cita o caso dos advogados, que passam a noite analisando casos para chegar a uma solução. Devemos da mesma forma deixar de ter “ideias”, fazer “notinhas” ou “jornaizinhos”.  Essa forma de tratamento deprecia nosso próprio trabalho, o esforço que empreendemos. Daremos, assim, pareceres, projetos, enfim, concretude à complexidade do tema que lidamos em cada instituição.

Podemos dizer que esse conhecimento de Jorge Duarte também veio do processo vivido pelo setor de comunicação da EMBRAPA, hoje um dos mais consolidados e respeitados do serviço público brasileiro. Mas ele lembra que no início da década de 90 se vivia um período complicado, tanto que na época do presidente Collor se havia a tese de que era preciso modernizar o País, especialmente o setor público. Com isso, a Embraer foi fechada e o risco de extinção da EMBRAPA durante o governo FHC era grande. De pouco conhecida (era boa em pesquisa, não em comunicação), iniciou no ano de 1994 a se pensar na política de comunicação do órgão.

Obtendo o envolvimento direto da Diretoria Executiva, da elaboração dos documentos orientadores – a partir de um diagnóstico organizacional e de um debate interno, que contemplou conceitos, princípios, valores, diretrizes, procedimentos e ações estratégicas de comunicação – a EMBRAPA virou o jogo. Agora se segue um conjunto de ações com objetivo específico, que vai do programa de recepção de novos servidores ao atendimento à mídia.

As estratégias de elaboração da política de comunicação seguem o seguinte passo: diagnóstico organizacional, consultoria externa, discussão interna por meio de grupos de trabalho e outros, alinhamento com outras políticas de comunicação, validação em seminários regionais com aporte das outras áreas e setores. Concluída a política, chega a hora da implantação, por meio de campanhas, lançamento de manuais operacionais, programas de imagem institucional, entre outros. Jorge Duarte explica que de uma comunicação fragmentada no ano de 1996 chegou-se a uma visão integrada de comunicação na atualidade.

Após a implantação da Política de Comunicação, a EMBRAPA alcançou:
- maior presença na imprensa
- maior e melhor interação com o público
- conscientização da importância da comunicação
- fortalecimento da imagem e marca
- comunicação inserida na administração
- integração entre áreas

O que aprenderam:
- necessidade de apoio institucional
- necessidade de visão de futuro
- necessidade de diagnóstico
- participação de todos/engajamento
- processo de médio e longo prazo
- prazos e metas definidos

Pra resumir o processo de organização das assessorias:
1 – Planejamento Estratégico da Organização
2 – Política de Comunicação
3 – Planejamento Estratégico/Geral/Básico/Anual da Comunicação
4 a – Programas de Comunicação
4 b – Planos Setoriais
5 – Projetos (algo específico)
6 – Ações e Rotinas

Agora é só colocar em prática!
:)

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Desafios da comunicação

“Como faço para a informação ter relevância, estar disponível e ser acessada por quem interessa?” foi um dos questionamentos feitos por Jorge Duarte durante o curso Gestão da comunicação e assessoria de imprensa, que participei ano passado em Brasília. Mesmo tendo sido há um ano, a pergunta ainda faz sentido, é mais que atual, pois continua sendo nosso desafio levar informação a quem precisa.  

No contexto em que vivemos, as pessoas voltaram a se comunicar, a conversar umas com as outras – mesmo que mediadas por tecnologias – e a comunicação de massa perdeu o peso e a relevância anterior, a informação mediada perdeu o status e até mesmo a edição deixou de ser necessária para se levar ao conhecimento público determinados fatos.

Duarte cita Mark Zuckerberg: “Uma vez a cada cem anos a mídia muda. Os últimos cem anos foram definidos pelos meios de comunicação de massa. Nos próximos cem anos, a informação não será simplesmente empurrada para cima das pessoas. Ela será compartilhada por meio das milhões de conexões que ligam os cidadãos (...) Nada influencia mais as pessoas do que a recomendação de um amigo de confiança (...) Uma referência confiável é o santo graal da publicidade”.

Durante o curso, estudamos que há uma diluição das fronteiras entre as disciplinas, com tendências à multidisciplinariedade, à transdisciplinariedade. Tanto, que o livro de Paulo Freire (Comunicação ou Extensão) continua sendo referência na busca por outra maneira de se ver a comunicação.  

O jornalista ainda provoca, falando que assessoria de imprensa é commodity, é arroz com feijão, quem está colocando notícia no site é estagiário. Para ele, nossa competência a ser alcançada é liderança, ter visão e estratégia. E para se destacar vai ser necessário trabalhar junto com as outras áreas (Relações Públicas, Publicidade, Jornalismo, Administração, Legislação...).

No esquema a ser seguido, o modelo da comunicação pública, por exemplo, teria os seguintes campos: comunicação organizacional (ABERTURA – receptividade, atitude de serviço, trabalho corporativo, visão compartilhada), comunicação informativa (INTERLOCUÇÃO – sistematização e socialização da informação) e prestação de contas à sociedade (VISIBILIDADE – publicidade e posicionamento). Nós deveríamos trabalhar somente eixos de sistematização e socialização.

Portanto, são quatro os papéis da comunicação nas organizações públicas:
- Ajudar a viabilizar as políticas públicas (comunicação de uma indústria ou comércio ajuda a vender algum bem, como estamos ajudando no setor público?)
- Qualificar os processos de comunicação (informação e inteiração)
- Apoiar o cidadão em sua relação com o Estado
- Expressar conceitos e ações do governo

Para tanto, será necessário também que o órgão se preocupe com o atendimento geral (em que todos os que compõem a estrutura, dos terceirizados aos superiores, sejam capacitados no atendimento ao público e tenham informações sobre o que a instituição desenvolve). Também deve estar no foco a definição dos públicos prioritários. Gestão é administração e o trabalho de relações públicas é essencialmente administração (gestão e coordenação), tendo em vista que estratégia é saber o que quero e o que farei para alcançar.  Uma dica passada para se adquirir competência em gestão é ler os clássicos de outras áreas, como o mestre Peter Druker.

Assim, a “incompetência” e o desconhecimento dos chefes em relação à comunicação é culpa nossa, porque eles não sabem o que querem da gente, nós é que devemos mostrar a eles. Como disse Steve Jobs “as pessoas não sabem o que querem, até você mostrar a elas”.

Encerrando, vamos colocar os conhecimentos com Jorge Duarte em prática nas provas de concurso,  tente, então, resolver estas questões que caíram na prova de 2011 para o cargo de jornalista da Fundação Municipal de Saúde – FMS, em Teresina (PI):
O autor Jorge Duarte é conhecido por apresentar sugestões para ajudar políticos, autoridades,  técnicos do setor público a estabelecer um relacionamento eficiente com jornalistas. Leia um fragmento de um de seus textos.
“Tanto o jornalista quanto o homem público têm um compromisso comum, a informação da sociedade. O jornalista trabalha com o exercício da verificação da informação, para apresentar um relato veraz dos acontecimentos de interesse público. Já o agente público está originalmente ligado à necessidade de prestar conta de seus atos, a partir dos princípios do direito administrativo e de sua responsabilidade social.”
 (DUARTE, Jorge. Pequeno guia de relacionamento com a imprensa para fontes da área pública. In: SEABRA, Roberto e SOUSA, Vivaldo de. Jornalismo Político: Teoria, História e Técnicas. Rio de Janeiro: Record, 2006, p. 275)
 Agora, com base nas orientações do autor, identifique a alternativa que apresenta um exemplo de recomendação INCORRETA ao agente público.
  a) Ser acessível, a fim de manter um bom relacionamento com a imprensa.
 b) Encarar o assessor de comunicação como alguém responsável por colocar a autoridade na mídia.
c) Investir na comunicação com públicos segmentados, na integração de áreas e no planejamento, em capacitação.
d) Estabelecer formas de prever e atender com eficiência às demandas da imprensa.
e) Favorecer o desenvolvimento de uma “cultura de comunicação”, que estimule a circulação de informações. 

Gabarito: B


“Um conceito frequentemente citado nos debates sobre comunicação pública é o de direito à  informação. Ele é particularmente relevante, porque é um meio para acesso e uso dos outros direitos referentes à cidadania. Informação é a base primária do conhecimento, da interpretação, do diálogo, da decisão.”
 (DUARTE, Jorge. Instrumentos de comunicação pública. In: DUARTE, Jorge (org.) Comunicação pública: estado, mercado, sociedade e interesse público. São Paulo: Atlas, 2009, p.62)
Segundo o mesmo autor, no âmbito da Comunicação Pública, a informação poderia ser agrupada nas seguintes categorias:
a) de interesse público e de interesse privado;
b) institucionais e de interesse privado;
c) institucionais, mercadológicas e de interesse público;
d) institucionais, corporativas, mercadológicas, de interesse público e de interesse privado;
e) institucionais, de gestão, de utilidade pública, de interesse privado, mercadológicas, de  prestação de contas e dados públicos.  

Gabarito: E


“A Comunicação Empresarial brasileira experimentou, na última década, um grande desenvolvimento, caminhando em direção a novos patamares de excelência. Esta realidade se deve a inúmeros fatores, dentre os quais o reconhecimento da importância da comunicação para as organizações e a qualificação dos profissionais da área. É necessário, também, destacar a contribuição da Academia e do mercado no sentido de propor e construir novas metodologias para a avaliação da eficácia das ações e estratégias de comunicação empreendidas pelas organizações modernas.”
 (BUENO, Wilson da Costa. Auditoria de imagem na mídia. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio. Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas, 2009, p.345)
 Uma dessas metodologias é a auditoria de imagem na mídia. Sobre ela, é CORRETO dizer que:
 a) trata-se da simples mensuração da presença de uma organização na mídia;
 b) incorpora apenas aspectos qualitativos da presença de uma organização na mídia;
 c) requer, de quem a executa, conhecimento aprofundado de Comunicação Empresarial e de produção jornalística;
d) exige planejamento, mas dispensa conhecimento prévio dos veículos que integrarão a mostra analisada;
 e) os resultados de uma auditoria de imagem na mídia realizada em um período específico podem ser aplicados em um período de tempo maior.  

Gabarito: C

“A expressão comunicação pública (CP) vem sendo usada com múltiplos significados, frequentemente conflitantes, dependendo do país, do autor e do contexto em que é utilizada. Tamanha diversidade demonstra que a expressão ainda não é um conceito claro, nem mesmo uma área de atuação profissional delimitada. Pelo menos por enquanto, comunicação pública é uma área que abarca uma grande variedade de saberes e atividades e pode-se dizer que é um conceito em processo de construção.”
(BRANDÃO, Elizabeth Pazito. Conceito de comunicação pública. In: Duarte, Jorge (org.) Comunicação pública: estado, mercado, sociedade e interesse público. São Paulo: Atlas, 2009, p.1)
Sobre “comunicação pública”, julgue os itens abaixo como V (VERDADEIROS) ou F (FALSOS).
I) A expressão “comunicação pública”, nas últimas décadas, passou a substituir outras denominações como comunicação governamental e propaganda política.
II) Entre os três poderes, o Legislativo sempre teve maior presença junto à população no que diz respeito à comunicação governamental.
III) A proposta atual de “comunicação pública” no Brasil recebeu influência da concepção de comunicação da Igreja Católica latino-americana.
 Está(ão) CORRETO(S).
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) Apenas I e III 

Gabarito: E

domingo, 29 de junho de 2014

Mais informação guardada

Continuando meu relato sobre o que aprendi com o curso feito com Jorge Duarte (Gestão da comunicação e assessoria de imprensa) , iniciarei a postagem com o tema comunicação digital. É inegável que nova mídia trouxe como impacto uma ruptura do modelo da comunicação de massa, basta ver que o Jornal Nacional tenha em média a audiência diminuída a um terço do que já teve em outras épocas.

Segundo Duarte, essa nova plataforma tem como resultado um conteúdo baseado também no “eu-mídia”, em que a audiência também produz conteúdo, uma autocomunicação de massa. Já a multiplicidade de públicos traz empoderamento e aumenta a criticidade. Por fim, é um momento também de transparência, que nos remete à responsabilidade social, acesso à informação, comunicação horizontal e participativa.

- Assessoria não tem mais como público somente outros jornalistas, mas um público muito grande (sociedade).
- Audiência produz, edita, distribui.
- Formador de opinião, se algum dia existiu, acabou. A vez é dos influenciadores!
- Cada vez mais falar com grupos de interesse, personalização, segmentação de espaços de comunicação. Hoje entregamos as coisas para quem precisa.
- Imprensa tradicional todo dia está sendo cobrada, agora as pessoas questionam. Eles estão sendo vistos (manipulação x transparência).
- Reputação e confiança – apesar dos ataques que a instituição recebe, é necessário mostrar transparência, esse é o nosso trabalho.
- Informar a sociedade ou o jornalista? Saber lidar com a sociedade.

Outro ponto destacado por Jorge Duarte foi sobre a atuação dos assessores e a conquista de espaço, afinal, é reclamação geral de que a comunicação normalmente é deixada de lado na hora do planejamento, ficando apenas como cumpridora das tarefas: “Comunicação nas organizações é território de conquista, não é como em RG ou outros setores”, resume ele. A estratégia, portanto, seria fazer as chefias “descobrirem” o papel da assessoria de comunicação, nada de enfrentar, é ir “comendo pelas beiradas”, porque o problema não está em nós, mas faz parte de uma tradição do modelo que ainda está em construção, em que necessitamos aprender a ser liderança também. “É do jogo... o adestramento do chefe, fazê-lo entender o que é nosso trabalho”.

E agora vamos praticar com mais uma questão de concurso envolvendo o cargo de jornalista e assessoria de comunicação. No caso, esta pergunta caiu no Concurso Público da UFMG em 2010:
“Tomando como referência a perspectiva de Moulliaud (1997, p. 38) de que a
informação é o que está marcado para ser percebido, como num quadro, em que a
moldura delimita o que pode e deve ser visto, comecemos pelo que deve ficar fora
do quadro, aquelas ocorrências a respeito das quais existem restrições ou interesses de que não se tornem conhecimentos públicos.” (Retirado de MONTEIRO, Graça França. A notícia institucional. In: DUARTE, Jorge. Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia – teoria e técnica. São Paulo: Editora Atlas, 2010. 3ª Edição Revisada e Ampliada.)
Considerando esse trecho, é legítimo que uma organização, dentro das especificidades da sua atuação social, inclua dentre os eventos passíveis de não  virem a público, EXCETO:
A) Informações sobre movimentação bancária, envolvendo dívida contraída por pessoa jurídica em banco privado.
B) Informações sobre a descoberta de uma nova forma de cultivo de soja, até que ela esteja patenteada.
C) Resultados provisórios de pesquisas científicas desenvolvidas em universidade  pública, com financiamento do CNPq.
D) Informações sobre investigações relativas à conduta de funcionário público no exercício de suas funções. 

Gabarito: D

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Aprendizados com Jorge Duarte

“A rotina devora a estratégia no café da manhã”

Tive a honra de participar de um curso com o jornalista e relações-públicas Jorge Duarte no ano passado. Voltei para casa com muito aprendizado novo e desafios pessoais na cabeça. Enfim, metas são sempre bem-vindas.  Hoje tomei coragem de rever meu bloco de anotações e passar o rascunho aqui para o blog. 

O treinamento “Gestão da comunicação e assessoria de imprensa”, realizado nos dias 23 e 24 de agosto de 2013, em Brasília, me deixou a herança de buscar profissionalizar cada vez mais a atuação, sermos gestores-comunicadores:
- Provocar e abrir possibilidades, discutir direcionamentos, fazer pausas para pensar o que se está fazendo.

Duarte que trabalha com comunicação organizacional desde 85, mostra que vamos sim enfrentar problemas de articulação interna, mas que também não vamos chegar a lugar nenhum dando carteiraço, dizendo que sabemos tudo.  Ele ainda enfatiza que é válida para a área de comunicação a velha máxima de que quando aprende-se as respostas, mudam as perguntas, o que ocorre especialmente ao deixar os bancos da faculdade.  Para comparar, é como se tivéssemos nos preparado para uma partida de basquete, mas as regras passam a ser de vôlei: “precisa de reposicionamento completo de você como profissional, precisa se reciclar, ler”. 

“Nossas faculdades não nos preparavam para isso. Nossas formações são de comunicação massiva, comunicação bomba atômica – para acertar muita gente. Fala na TV e Rádio para alcançar muita gente, mas a sociedade mudou”.

Fazendo um retrospecto histórico sobre a atuação das assessorias de imprensa, Jorge Duarte lembra os seguintes pontos:
- DIP (na época de Getúlio Vargas, 1939/1945): comunicação autoritária de controle
- Regime Militar até 1988 – manipulação, propaganda e controle: amam até hoje ver no jornal notícias sobre eles (os “chefes”), faz parte da nossa tradição autoritária, “militares” estão espalhados por aí
- Redemocratização  - liberdade de imprensa, Constituição de 88, valorização da cidadania, movimentos sindical e social, novo papel do Estado, direitos do consumidor, opinião pública passa a existir
- Não quero ser jornalista de estimação! – tradição brasileira do pós-ditadura
- Antes a propaganda sugeria “Mude sua poluição para Goiás” e ninguém ligava. Hoje mudou!
- Redemocratização – comunicação pública, organizações precisam se comunicar com seus públicos
- Anos 90 – entre outros, boom dos concursos (algo impensável ocorreu: jornalistas contratados  por concurso)
- Entre as mudanças de hoje estão: sociedade crítica, vigilante; terceirização; ser profissional/habilitado; foco no diálogo (antes só emitia informação, hoje dupla via, foco no receptor); intervir em estratégia (só pode fazer planejamento quando sabem o que querem); comunicação  segmentada em que o mais importante é o trabalho focado;  comunicação organizacional como força produtiva/comunicação interna; de assessor de imprensa para a comunicação de gestão de processos de comunicação (assessoria é auxiliar, dá conselhos e recomendações. Só que ninguém faz só isso, pois negociamos, representamos a instituição, levantamos valores...).

Sobre como enfrentar crises, ele deixou como sugestão o livro de Pedro Sousa, pela Universidade de Santa Catarina: Planejamento em Relações Públicas.

Para encerrar, que tal fazer um teste com essa questão da ESAF  (2009 - ANA – Jornalismo):
A respeito de técnica de assessoria de imprensa, avalie os itens abaixo e marque a opção correta.
( ) Um acordo tácito firmado pela assessoria de imprensa com jornalistas para que determinado material seja divulgado a partir de data previamente combinada é chamado de Embargo.
( ) Na divulgação de um evento, o esquema de interpretação que organiza mensagens e ocorrências com vistas à obtenção de sentido é chamado Enquadramento.
( ) O trabalho de assessores de imprensa é difundir notícias de interesse da organização em que atua. Nesse sentido, a divulgação jornalística é sua tarefa essencial.
( ) Turbinar a notícia, em assessoria de imprensa, é uma atitude considerada desonesta, já que busca enganar o jornalista.
a) V, F, V, V
b) F, V, F, F
c) V, V, F, F
d) F, V, V, F
e) V, V, F, V

RESPOSTA C

domingo, 22 de junho de 2014

Relendo o livro de Assessoria de Imprensa


Estou animada (confesso que não andava assim não para os estudos) e resolvi reler o livro “Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia – Teoria e Técnica”, organizado por Jorge Duarte. Em especial, porque o exemplar é uma quarta edição (2011), portanto há novidades acrescentadas e revistas do livro que li há algum tempo.

Estou ainda no capítulo da história e caracterização, escrito por Manuel Carlos Chaparro (Cem Anos de Assessoria de Imprensa). Como não é possível falar da atividade sem citar o americano Ivy Lee, procurei algumas questões que exploraram a experiência dele no início do século passado. Enfatizando que Chaparro lembra ainda a proposta de Jean Chaumely e Denis Huisman, no livro As relações Públicas de 1964, de incluir nomes como Homero, Xenofonte, Sócrates, Virgílio e Luís XIV como pensadores mais “antigos” das relações públicas.

Começo pela questão para jornalista das Forças Aéreas, em 2010 (CIAAR – EAOT):
Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta. A comunicação empresarial teve origem no ano de _________ , pelo jornalista ______________ que estabeleceu o primeiro escritório de _____________________ em __________________.
a) 1906 / Ivy Lee / Relações Públicas / Nova Iorque
b) 1875 / Mark Twain / Assessoria de Imprensa / Nova Iorque
c) 1918 / Thomas Lawson / Relações Públicas / Chicago
d) 1915 / Ivy Lee / Assessoria de Imprensa / Paris
Só pela leitura inicial do texto de Chaparro temos a resposta em mãos: letra A.

Avaliando a questão da TRANSPETRO, abaixo, veremos que é uma afirmação correta:
O press-release, criado por Ivy Lee, o 'pai' da relações públicas e da assessoria de imprensa, é ainda hoje uma das principais estratégias para "liberar" informações para imprensa. Para que sua ação seja eficiente, ele não deve: ser redigido em pelo menos três páginas, fornecendo toda as informações de interesse da empresa, priorizando o uso do vocábulo técnico.

Já a FGV (2010 - CAERN – Jornalista) fez a seguinte questão:
A assessoria de imprensa, função criada pelo jornalista americano Ivy Lee em 1906 para transformar a imagem de John Rockfeller, integra a gestão de Comunicação e convive hoje com ampla abordagem midiática. Qual das ações descritas abaixo NÃO pertence ao escopo divulgado das atividades que caracterizam a ação profissional de um bom assessor?
a) Detectar o que numa organização é de interesse público e o que pode ser aproveitado como material jornalístico, com o objetivo de tornar seus assessorados fonte de informação respeitada e requisitada.
 b) Colaborar para a compreensão da sociedade a respeito do papel da organização e criar situações para gerar cobertura sobre as atividades do assessorado: alcançar e manter - e, em alguns casos, recuperar - uma boa imagem junto à opinião pública.
c) Revisar as matérias produzidas pela imprensa junto ao assessorado antes de sua publicação para garantir a qualidade da mensagem a ser divulgada para o público.
d) Estabelecer uma imagem comprometida com os seus públicos: apresentar e consolidar informações pertinentes aos interesses do assessorado no contexto da mídia local, nacional e internacional.
e) Implementar a cultura de comunicação midiática interna e externa por meio de condutas proativas, capacitando o assessorado a entender e lidar com o jornalismo em suas diversas plataformas.
Resposta: C

Também considerei interessante à alternativa lançada pela FUNIVERSA, concurso de 2010 para o MPE-GO, na prova do pessoal de Relações Públicas:
Assinale a alternativa que apresenta o principal fator que motivou a origem da atividade de relações públicas, cujo precursor foi o jornalista Ivy Lee, nos Estados Unidos do início do século XX, e que hoje se repete frequentemente.
 a) Falta de planejamento da comunicação nas organizações.
 b) Desconhecimento das ações sociais desenvolvidas pelas empresas por parte da opinião pública.
 c) Incipiência das campanhas publicitárias.
 d) Necessidade das empresas de se relacionarem de forma direta com seus públicos-alvo.
 e) Denúncias contra más práticas de gestão empresarial, por parte da imprensa.
Resposta: E

A seguir, duas questões do CESPE, para certo e errado:
As relações públicas, cujo surgimento confunde-se com o da assessoria de imprensa, foram desenvolvidas com base no trabalho de Ivy Lee — considerado o fundador das relações públicas —, que substituiu as matérias pagas pelo que se denomina, atualmente, de mídia espontânea.
Certo?       Errado?
Pelos serviços prestados ao empresário Ivy Lee, em 1906, Rockefeller é considerado pioneiro das atividades de assessoria de imprensa.
Certo?       Errado?

Na primeira afirmativa, válida para o SERPRO (2013), há uma assertiva correta.  E na segunda, do concurso da UNIPAMPA (2009) o CESPE  troca as informações na tentativa de nos confundir, sendo portando errada a ideia de que o empresário era Ivy Lee e o atendimento era feito por Rockefeller.
   

Esta questão da ESAF (2009 - ANA -  Jornalismo) acabei de errar, pois apenas a primeira alternativa estava correta. Confira:

Sobre a história da assessoria de imprensa, avalie os itens abaixo e marque a opção correta.
( ) Ivy Lee trabalhou na imprensa americana antes de atuar na intermediação do relacionamento entre imprensa e empresários. Ele tornou-se uma referência mundial em assessoria de imprensa e chega a ser apontado como o pai das relações públicas. Isto não é estranho, já que relacionamento com a imprensa é considerado por muitos autores como atividade de relações públicas.
( ) A prática de assessoria de imprensa no Brasil teve grande impulso durante o regime militar. A censura política fez com que o noticiário econômico e empresarial tivesse ampliado o espaço no noticiário, potencializando o interesse das organizações em dialogar com a sociedade.
( ) A oficialização das práticas de relacionamento com a imprensa na área pública no Brasil surge no governo Nilo Peçanha, com a criação de um serviço de prestação de informações no gabinete do Presidente.