domingo, 3 de julho de 2011

Imprensa Nanica x Imprensa Marrom

“A imprensa alternativa, reconhecida pelos periódicos que se tornaram uma opção de leitura crítica em relação à grande imprensa, especialmente no período da ditadura militar no Brasil nos anos setenta, é chamada de imprensa nanica”.


“Luís Alberto Caldeira, em matéria publicada no dia 8/6/06, no site do Observatório da Imprensa, afirma que o cadáver exposto nas bancas da cidade (e que posteriormente será também posto à vista em nossas casas ou na biblioteca próxima) é o maior exemplo da sujeira que insiste em coexistir no jornalismo. É a carne podre vendida como filé a baixos preços para quem tem fome de manchetes sangrentas. Imundice que poderia aparentar o amarelo da covardia – ou do yellow journalism, mas que no Brasil, é caracterizado pelos tons da imprensa marrom”.

Dois temas diferentes, mas que envolvem denominações do jornalismo.

O primeiro caiu em prova da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) em 2002 e o segundo fez parte do concurso para Analista de Comunicação Social do MPUND, em exame elaborado pela Fundação Carlos Chagas. Enquanto um fala de um jornalismo mais crítico, o outro é o exemplo do noticiário “espreme que sai sangue”, “vendedor de desgraças” ou de “ética duvidosa”.

O blog do jornalista Jonas Gonçalves traz imprensa marrom como “rótulo dado aos veículos de comunicação que utilizam tragédias, sexo, violência, fatos bizarros, diagramação escandalosa (em especial, jornais no formato tabloide) e panfletarismo político continua a existir, embora em uma forma mais amena do que o finado NP (Notícias Populares)”.

Já a Wikipédia mostra que esse tipo de jornalismo (que também pode classificado de Imprensa Cor-de-rosa) “é a forma como podem ser chamados órgãos de imprensa considerados publicamente como sensacionalistas e que busquem alta audiência e vendagem através da divulgação exagerada de fatos e acontecimentos”.

Enfim, podemos perceber que nesse tipo de publicação realmente há transgressão da ética jornalística tradicional, pois a notícias é divulgada com pouco escrúpulo, apenas visando lucro.

Revolucionário – Por outro lado, existe um jornalismo mais engajado, feito de forma alternativa. De acordo com o site Web Artigos:

A Ditadura Militar implantada no Brasil entre 1964 e 1985 com seus instrumentos de exceção, tais como a Lei de Segurança Nacional, a famosa Lei de Imprensa, a censura prévia e outros, acabou impulsionando um dos fenômenos que marcou a história do jornalismo brasileiro e, por que não afirmar, a própria história do País: a chamada imprensa alternativa ou imprensa nanica.

Como tudo no país estava amordaçado pelo regime militar, a única forma de a sociedade tomar conhecimento do que estava acontecendo era pela imprensa alternativa, que noticiava, em seus periódicos, quando furava o cerco da ditadura, os graves crimes praticados no Brasil, como as mortes de presos políticos, as formas de torturas, a ostensiva conivência do Estado com grupos nacionais e multinacionais que controlavam a economia, a violação dos direitos humanos, a dívida externa e outros temas de interesse geral da população.


São exemplos daquela época de imprensa nanica: O Pasquim, Extra, Verve e outras. Em texto da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande) temos que “João Antônio Ferreira Filho (1937 - 1996) contista brasileiro nascido em São Paulo (SP)” ... “criou a expressão imprensa nanica no jornal O Pasquim”.


João Antônio, conforme a Revista 14, “cunhou a expressão “imprensa nanica”, num artigo pr’O Pasquim. Em 1968, na (Revista) Realidade, ele criou também o primeiro conto-reportagem do jornalismo brasileiro, chamado Um dia no cais. Sina de pioneiro, como se vê”.

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