Estou animada, me matriculei em três cursos a distância. Um por necessidade de trabalho, um para estudo e aprofundamento em um projeto que estou desenvolvendo e o terceiro para conhecimento geral.
Lendo a ambientação de um desses cursos, o Programa de Formação em Gestão Cultural para os Pontos de Cultura do Brasil, encontrei um passagem retirada do Curso “Educação em Valores” da OEI que mostra estudo da Universidade de Barcelona sobre as habilidades do estudante no ambiente virtual. Entre elas estão a autonomia (o aluno tem que assumir as responsabilidades de maneira autônoma e refletir sobre suas próprias necessidades e sobre seu processo de aprendizagem), a organização (que significa organizar seu próprio plano de trabalho, ser constante e disciplinado na gestão do tempo pessoal, do espaço do estudo) e as habilidades comunicativas (solicitar sempre a ajuda que requer, por iniciativa própria, procurando professores, monitores e colegas).
É nesta interatividade, troca de experiências e no fato de termos o “comando” é que também vai se construindo uma aprendizagem paralela, de “autoinstrução”. Nova se formos pensar o papel que desempenhamos por anos no ensino primário/secundário e na faculdade, de nos adaptarmos a horários e modelo próprio da educação presencial. Agora somos nós também construtores desses momentos de estudo.
Realmente, devemos estar atentos em cumprir os prazos e não deixar acumular tarefas. Espero que eu consiga!
Caso tenha interesse em fazer um curso a distância, a Associação Brasileira de Educação a Distância possui um Catálogo de Cursos.
Outra dica é o site do Senado, que também possui opções para os cidadãos, incluindo um curso sobre o novo acordo ortográfico.
O SEBRAE também possui opções para os pequenos empreendedores aprenderem virtualmente.
segunda-feira, 26 de março de 2012
domingo, 18 de março de 2012
Jornalismo, erros gramaticais e outras discussões
Se a palavra serve ao mesmo tempo para nos aproximar e nos diferenciar, como nós jornalistas vemos a questão do erro ao gravar uma entrevista, por exemplo.
Não vou discutir erros de gravação ou outros problemas técnicos. Minha preocupação é, para quem não acompanhou, com a polêmica gerada no ano passado a partir da publicação do livro “Por uma Vida Melhor”, pelo Ministério da Educação.
Na verdade não li e nem vi a publicação até hoje, sei que fazia parte do material didático da Educação de Jovens e Adultos e que trazia muitas passagens em que demonstravam o “português” não oficial, aquele utilizado em boa parte do Brasil. Coisas como “nós pega o peixe”, “os menino pega o peixe”, entre outras. Para mim, normal, escutamos - e até mesmo falamos - em vários momentos construções desse tipo.
São formas que não estão de acordo com a norma culta certamente, mas que demonstram um problema social. A quantos brasileiros foi negado o direito ao estudo?
Mas, a minha pergunta é: o que o profissional de jornalismo deve fazer durante a gravação de uma matéria ao notar que entrevistado “errou”? Devemos tentar uma nova gravação, buscando resposta uma nova pergunta com o mesmo teor da primeira, devemos falar a ele qual frase deve ser melhorada? Ou em alguns casos a frase da forma que está para demonstrar a realidade local?
Trabalho em assessoria de comunicação e sei que meu dever é buscar uma melhor maneira de que meus “clientes” saiam-se bem. Num caso desses seria minha tarefa pedir para se regravar. Porém, fiquei outro dia pensando o que faria se eu fosse a repórter e visse esse erro no momento da entrevista, o que deveria ser feito. Depois de editada, a matéria é vista por um número incontável de espectadores.
Para você que atua em televisão ou rádio, conhece o tema, já viveu algo parecido, pode contribuir com a minha formação? Deixe um comentário abaixo, assim não só eu, como outros comunicadores poderemos saber como agir.
Antes de encerrar, só gostaria de lembrar que os brasileiros leem uma média inferior a cinco livros por ano. Eu nem vou procurar dados do analfabetismo funcional...
Não vou discutir erros de gravação ou outros problemas técnicos. Minha preocupação é, para quem não acompanhou, com a polêmica gerada no ano passado a partir da publicação do livro “Por uma Vida Melhor”, pelo Ministério da Educação.
Na verdade não li e nem vi a publicação até hoje, sei que fazia parte do material didático da Educação de Jovens e Adultos e que trazia muitas passagens em que demonstravam o “português” não oficial, aquele utilizado em boa parte do Brasil. Coisas como “nós pega o peixe”, “os menino pega o peixe”, entre outras. Para mim, normal, escutamos - e até mesmo falamos - em vários momentos construções desse tipo.
São formas que não estão de acordo com a norma culta certamente, mas que demonstram um problema social. A quantos brasileiros foi negado o direito ao estudo?
Mas, a minha pergunta é: o que o profissional de jornalismo deve fazer durante a gravação de uma matéria ao notar que entrevistado “errou”? Devemos tentar uma nova gravação, buscando resposta uma nova pergunta com o mesmo teor da primeira, devemos falar a ele qual frase deve ser melhorada? Ou em alguns casos a frase da forma que está para demonstrar a realidade local?
Trabalho em assessoria de comunicação e sei que meu dever é buscar uma melhor maneira de que meus “clientes” saiam-se bem. Num caso desses seria minha tarefa pedir para se regravar. Porém, fiquei outro dia pensando o que faria se eu fosse a repórter e visse esse erro no momento da entrevista, o que deveria ser feito. Depois de editada, a matéria é vista por um número incontável de espectadores.
Para você que atua em televisão ou rádio, conhece o tema, já viveu algo parecido, pode contribuir com a minha formação? Deixe um comentário abaixo, assim não só eu, como outros comunicadores poderemos saber como agir.
Antes de encerrar, só gostaria de lembrar que os brasileiros leem uma média inferior a cinco livros por ano. Eu nem vou procurar dados do analfabetismo funcional...
segunda-feira, 12 de março de 2012
Realiização de Media Training
Desde que cheguei à assessoria de imprensa aqui em Rondônia sonho em conseguir que nossos dirigentes façam um curso de media training. Já estou há um ano e meio na ASCOM, vamos ver se durante o decorrer de 2012 enfim o curso seja contratado e realizado sob nossa organização.
Luciane Lucas, organizadora do livro “Media Training: como agregar valor ao negócio melhorando a relação com a imprensa” (Summus Editorial, 2007) mostra que:
Fui buscar na internet mais informações sobre este “treinamento de mídia”, até para conhecer melhor as “regras do jogo nos bastidores do jornalismo” e “preparar quem deseja se expor nos veículos de comunicação”. Encontrei o Escritório de Comunicação, que atua nesta área e disponibiliza algumas dicas, tendo em vista que o “contato estreito e permanente com a mídia proporciona benefícios mútuos: por um lado, facilita a divulgação dos serviços da instituição pública ou privada e, por outro, permite à imprensa o acesso rápido e seguro aos colaboradores que trabalham na corporação”.
Sobre quem precisa deste curso, o site diz:
Segundo o site AG Comunicado, entre os objetivos do treinamento, estão:
Proteger a imagem da organização; Prevenir crises disparadas por entrevistas mal sucedidas; Conhecer o potencial de cada executivo; Oferecer treinamento especializado com vistas ao aprimoramento da comunicação corporativa.
Luciane Lucas, organizadora do livro “Media Training: como agregar valor ao negócio melhorando a relação com a imprensa” (Summus Editorial, 2007) mostra que:
“A prática do media training tem crescido no Brasil. Cada vez mais as empresas percebem a necessidade de preparar suas lideranças para o relacionamento cotidiano com os profissionais da imprensa, sabendo que grande parte da percepção pública a respeito das organizações e marcas acontece neste território por vezes inóspito e misterioso – a mídia”.
Fui buscar na internet mais informações sobre este “treinamento de mídia”, até para conhecer melhor as “regras do jogo nos bastidores do jornalismo” e “preparar quem deseja se expor nos veículos de comunicação”. Encontrei o Escritório de Comunicação, que atua nesta área e disponibiliza algumas dicas, tendo em vista que o “contato estreito e permanente com a mídia proporciona benefícios mútuos: por um lado, facilita a divulgação dos serviços da instituição pública ou privada e, por outro, permite à imprensa o acesso rápido e seguro aos colaboradores que trabalham na corporação”.
Sobre quem precisa deste curso, o site diz:
Se você já gaguejou durante entrevistas, teve a sensação de estar num beco sem saída ou até se negou a responder perguntas de jornalistas realmente precisa ser treinado para o contato com a imprensa. Não adianta adiar, negar ou deixar para segundo plano: a necessidade da prática existe e quem não treina não aprende. Falar com a imprensa requer a mesma dinâmica de qualquer outro desafio: conhecer como deve funcionar o relacionamento e aprender a se relacionar. Em toda relação existem particularidades que, se familiarizadas, são facilmente vencidas”.
Segundo o site AG Comunicado, entre os objetivos do treinamento, estão:
Proteger a imagem da organização; Prevenir crises disparadas por entrevistas mal sucedidas; Conhecer o potencial de cada executivo; Oferecer treinamento especializado com vistas ao aprimoramento da comunicação corporativa.
domingo, 11 de março de 2012
Público-alvo e stakeholder
Estou tentando criar ânimo para escrever um projeto. Um projeto de pesquisa. Nesta primeira fase estou delimitando meu objeto de estudo, por isso estava lendo o livro “Relações Públicas - História, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas” (Organizado por Margarida M. Krohling Kunsch, Editora Saraiva, 2009). Bom, como preciso definir o público-alvo da minha pesquisa (apesar de não gostar deste termo, porque para mim o alvo é para ser abatido), vamos ao tema de hoje.
A certa altura do livro, Fábio França traz alguns conceitos de público e explica o termo stakeholder, que considerei importante trazer para este meu espaço público de compartilhamento de ideias. Afinal, é um termo que diz respeito a um “grupo que tem interesse ou um impacto potencial na empresa”, conforme Kotler, em que podem ser citados os clientes, funcionários, acionistas, imprensa etc.
Assim, conforme Fábio França, devemos sempre lembrar que os stakeholders incluem todos aqueles indivíduos ou grupos que possuem legitimidade e/ou poder em relação a uma organização.
A certa altura do livro, Fábio França traz alguns conceitos de público e explica o termo stakeholder, que considerei importante trazer para este meu espaço público de compartilhamento de ideias. Afinal, é um termo que diz respeito a um “grupo que tem interesse ou um impacto potencial na empresa”, conforme Kotler, em que podem ser citados os clientes, funcionários, acionistas, imprensa etc.
“Termo idiomático inglês que define todas as pessoas que possuem interesse em relação às empresas ou organizações: shareholders (acionistas), o governo, os consumidores e os grupos ativistas de consumidores, funcionários, as comunidades representativas e a mídia”. (Archie B. Carroll)
“As pessoas são stakeholders porque se situam em uma categoria afetada pelas decisões de uma organização ou porque suas decisões afetam a organização”. (Hunt e Grunig).
“As pessoas são stakeholders porque se situam em uma categoria afetada pelas decisões de uma organização ou porque suas decisões afetam a organização”. (Hunt e Grunig).
Stakeholders são pessoas ou grupos que estão lincados (linked, mais do que apenas ligados) a uma organização porque entre as duas partes há interesses recíprocos. Quem tem um link com uma organização tem um stake com ela, faz uma aposta nela, o que se pode entender como uma quota nela aplicada”. (Kunsch)
Assim, conforme Fábio França, devemos sempre lembrar que os stakeholders incluem todos aqueles indivíduos ou grupos que possuem legitimidade e/ou poder em relação a uma organização.
sábado, 10 de março de 2012
Mais sobre as notícias duras e brandas
Mais uma vez o Caderno de Mídia publicado na edição da Revista Imprensa (nº 275) me fez lembrar as hard e soft news. Para começar, fui procurar alguma definição nova na internet.
Encontrei em um fichamento feito por Kadu Xavier na Universidade Presbiteriana Mackenzie que mostra que o termo é uma denominação ‘tradicional’ anglo-saxônica, sendo que “as notícias podem subdividir-se em hard news (notícias “duras”, respeitantes a acontecimentos) e soft news (notícias “brandas”, referentes a ocorrências sem grande importância e que, geralmente, são armazenadas e apenas difundidas quando tal é conveniente para a organização noticiosa)”.
Ainda segundo essa definição acima, as hot news seriam notícias “quentes”, ou “aquelas que, sendo hard news, se reportam a acontecimentos muito recentes. As spot news são as notícias que dizem respeito a acontecimentos imprevistos. Finalmente, as running stories são notícias em desenvolvimento”.
Na pesquisa deste início de ano do Caderno de Mídia, o Mapajor, foi a TV Globo quem mais teve notícias tipo “brandas”, aquelas de comportamento. Foram 34% contra os 20% da TV Record. Já as de hard news (incluindo Cidades, Internacional, Jurídica, Nacional, Opinião, Política e Polícia) houve empate entre as duas emissoras, ficando a Band em terceiro lugar com 18% de sua grade destinada a esse tipo de notícias.
Se quiser mais informações sobre as soft e hard news, acesse um post meu do ano passado, CLICANDO AQUI.
Encontrei em um fichamento feito por Kadu Xavier na Universidade Presbiteriana Mackenzie que mostra que o termo é uma denominação ‘tradicional’ anglo-saxônica, sendo que “as notícias podem subdividir-se em hard news (notícias “duras”, respeitantes a acontecimentos) e soft news (notícias “brandas”, referentes a ocorrências sem grande importância e que, geralmente, são armazenadas e apenas difundidas quando tal é conveniente para a organização noticiosa)”.
Ainda segundo essa definição acima, as hot news seriam notícias “quentes”, ou “aquelas que, sendo hard news, se reportam a acontecimentos muito recentes. As spot news são as notícias que dizem respeito a acontecimentos imprevistos. Finalmente, as running stories são notícias em desenvolvimento”.
Na pesquisa deste início de ano do Caderno de Mídia, o Mapajor, foi a TV Globo quem mais teve notícias tipo “brandas”, aquelas de comportamento. Foram 34% contra os 20% da TV Record. Já as de hard news (incluindo Cidades, Internacional, Jurídica, Nacional, Opinião, Política e Polícia) houve empate entre as duas emissoras, ficando a Band em terceiro lugar com 18% de sua grade destinada a esse tipo de notícias.
Se quiser mais informações sobre as soft e hard news, acesse um post meu do ano passado, CLICANDO AQUI.
domingo, 4 de março de 2012
Rádio CBN em Rondônia
Desde dezembro passsado ensaio para escrever sobre a vinda da CBN (Central Brasileira de Notícias) para Rondônia (aqui ela entrou no ar dia 19 de dezembro de 2011 e já pode ser ouvida em municípios como Vilhena e Presidente Médici). Mas as férias e outras atividades adiaram meus planos. Nessa semana tive a oportunidade de conhecer seu estúdio e uma parte da equipe, pois há correspondentes no interior e outros profissionais colaboradores. Acompanhei uma entrevista sobre o Instituto Federal de Rondônia e os projetos de extensão desenvolvidos por ele. A entrevistadora foi a Alisângela Lima, que de segunda à sexta-feira apresenta o CBN Entrevista, das 13 às 14 horas. Em seguida, ela comanda o Acontece em Rondônia, até as 16 horas.
Esta é a programação local da tarde, sendo que de manhã o âncora Solano Ferreira apresenta o CBN Rondônia e o Dalton di Franco traz o CBN Segurança.
Na cerimônia de lançamento, o diretor-geral do SGC (Sistema Gurgacz de Comunicação), Sérgio Demomi, explicou que a CBN é mais um veículo de informação que veio para somar com outros do grupo, como a RedeTV!, Rádio Alvorada AM e o jornal Diário da Amazônia.
A rádio AM, em Porto Velho, está na sintonia 1.310. Nacionalmente, pertencente ao Sistema Globo de Rádio, segundo a Wikipédia, esta rede de rádio brasileira foi “criada em 1º de outubro de 1991, como projeto de rádio all-news, ou seja, com programação jornalística 24 horas por dia, além de se dedicar às transmissões de futebol”. Atualmente, a rádio tem 30 emissoras no Brasil com quatro filiais em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.
Para ouvir a programação local basta acessar www.cbnro.com.br
Esta é a programação local da tarde, sendo que de manhã o âncora Solano Ferreira apresenta o CBN Rondônia e o Dalton di Franco traz o CBN Segurança.
Na cerimônia de lançamento, o diretor-geral do SGC (Sistema Gurgacz de Comunicação), Sérgio Demomi, explicou que a CBN é mais um veículo de informação que veio para somar com outros do grupo, como a RedeTV!, Rádio Alvorada AM e o jornal Diário da Amazônia.
A rádio AM, em Porto Velho, está na sintonia 1.310. Nacionalmente, pertencente ao Sistema Globo de Rádio, segundo a Wikipédia, esta rede de rádio brasileira foi “criada em 1º de outubro de 1991, como projeto de rádio all-news, ou seja, com programação jornalística 24 horas por dia, além de se dedicar às transmissões de futebol”. Atualmente, a rádio tem 30 emissoras no Brasil com quatro filiais em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.
Para ouvir a programação local basta acessar www.cbnro.com.br
sábado, 3 de março de 2012
Sociedade, amor e comunicação...
Vamos às reflexões iniciais que motivaram o tema de hoje, extraída de uma parte de entrevista concedida tempos atrás por Luc Ferry:
Lógico que também concordo com o filósofo na seguinte passagem: “a vida moderna, democrática e livre tem um custo, que é fazer e até mesmo inventar a vida sozinho, arranjar um sentido para a própria vida”.
Não vou discutir aqui sentimentos, mas realmente vejo que a opção de fazer escolhas é uma conquista. Sou mulher e trabalho com jornalismo. Amo tudo isso: fazer parte deste momento da história, aprender todo dia, buscar novas bases/parâmetros e as mil atividades que fazemos diariamente. Só que algumas decisões levam a consequências, a novas experiências, nos mantém ou nos afastam de determinadas atividades, e aí acho que o amor influencia muito.
Acredito que seja por essa diversidade de motivações que dedico meu trabalho à minha família. Mesmo que dela não tenha todas as compreensões, mas como diz o próprio título da matéria publicada pela Revista Super Interessante: “Nunca amamos tanto os nossos filhos”.
Para encerrar, só mais um trecho da análise de Luc Ferry:
“O mundo de hoje é marcado por relações amorosas que têm uma origem muito recente. Antes do capitalismo, as pessoas se casavam à força e nunca por amor. O casamento tinha duas funções: manter a linhagem familiar e tocar a vida rural – fazer a roça, construir cercas para os animais, preparar a comida e até fazer as próprias roupas. Com o capitalismo, surge o povo assalariado e o mercado de trabalho. As mulheres saem da roça para trabalhar nas cidades, vão ser operárias, domésticas em casas burguesas e se descobrem como indivíduos. Largam a bolha em que vivem e descobrem duas liberdades: o anonimato – ninguém mais as vigia – e o salário, um pouco de dinheiro que significa a autonomia material. Coloque-se no lugar dessa moça que escapa do olhar da família e do padre da vila: é uma liberdade formidável! Essa mulher passa a recusar a se recusar a ser casada à força. Ele vai querer “se” casar – e com alguém de que ela goste. Surge assim o casamento por amor, e desse casamento vem o amor pelos filhos e depois a sacralização das pessoas. Foi assim que o amor familiar virou um grande traço que nos define hoje em dia”.
Lógico que também concordo com o filósofo na seguinte passagem: “a vida moderna, democrática e livre tem um custo, que é fazer e até mesmo inventar a vida sozinho, arranjar um sentido para a própria vida”.
Não vou discutir aqui sentimentos, mas realmente vejo que a opção de fazer escolhas é uma conquista. Sou mulher e trabalho com jornalismo. Amo tudo isso: fazer parte deste momento da história, aprender todo dia, buscar novas bases/parâmetros e as mil atividades que fazemos diariamente. Só que algumas decisões levam a consequências, a novas experiências, nos mantém ou nos afastam de determinadas atividades, e aí acho que o amor influencia muito.
Acredito que seja por essa diversidade de motivações que dedico meu trabalho à minha família. Mesmo que dela não tenha todas as compreensões, mas como diz o próprio título da matéria publicada pela Revista Super Interessante: “Nunca amamos tanto os nossos filhos”.
Para encerrar, só mais um trecho da análise de Luc Ferry:
“Na história, o sagrado (aquilo pelo qual somos capazes de arriscar nossa vida) mudou muito. Os europeus já morreram por três grandes motivos: Deus, a pátria e a revolução (...) Os jovens ocidentais de hoje não são capazes de morrer nem pela pátria, nem por Deus, nem pela revolução. Acabou. (...) No entanto, os únicos seres pelos quais seríamos capazes de arriscar nossa vida são os outros seres humanos – nossos filhos, nossos amigos ou mesmo pessoas que passam por situações graves de miséria”.
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