Se a palavra serve ao mesmo tempo para nos aproximar e nos diferenciar, como nós jornalistas vemos a questão do erro ao gravar uma entrevista, por exemplo.
Não vou discutir erros de gravação ou outros problemas técnicos. Minha preocupação é, para quem não acompanhou, com a polêmica gerada no ano passado a partir da publicação do livro “Por uma Vida Melhor”, pelo Ministério da Educação.
Na verdade não li e nem vi a publicação até hoje, sei que fazia parte do material didático da Educação de Jovens e Adultos e que trazia muitas passagens em que demonstravam o “português” não oficial, aquele utilizado em boa parte do Brasil. Coisas como “nós pega o peixe”, “os menino pega o peixe”, entre outras. Para mim, normal, escutamos - e até mesmo falamos - em vários momentos construções desse tipo.
São formas que não estão de acordo com a norma culta certamente, mas que demonstram um problema social. A quantos brasileiros foi negado o direito ao estudo?
Mas, a minha pergunta é: o que o profissional de jornalismo deve fazer durante a gravação de uma matéria ao notar que entrevistado “errou”? Devemos tentar uma nova gravação, buscando resposta uma nova pergunta com o mesmo teor da primeira, devemos falar a ele qual frase deve ser melhorada? Ou em alguns casos a frase da forma que está para demonstrar a realidade local?
Trabalho em assessoria de comunicação e sei que meu dever é buscar uma melhor maneira de que meus “clientes” saiam-se bem. Num caso desses seria minha tarefa pedir para se regravar. Porém, fiquei outro dia pensando o que faria se eu fosse a repórter e visse esse erro no momento da entrevista, o que deveria ser feito. Depois de editada, a matéria é vista por um número incontável de espectadores.
Para você que atua em televisão ou rádio, conhece o tema, já viveu algo parecido, pode contribuir com a minha formação? Deixe um comentário abaixo, assim não só eu, como outros comunicadores poderemos saber como agir.
Antes de encerrar, só gostaria de lembrar que os brasileiros leem uma média inferior a cinco livros por ano. Eu nem vou procurar dados do analfabetismo funcional...
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