Da mesma forma que o livro da Regina Villela, que estou lendo agora, nos perguntaremos neste estudo de hoje “Quem tem medo da imprensa? Como e quando falar com jornalistas – Guia básico de mídia training” (Editora Campus 1998).
Para a resposta, começaremos com o conceito de opinião pública, que segundo a autora “é a encruzilhada onde se encontram as ideias vindas dos mais diversos grupos e que se exprime e se modifica, sem que necessariamente os indivíduos estejam fisicamente juntos; a discussão livre de uma controvérsia e a decisão ou opinião coletiva que gera a imagem que desejamos ter”.
Para dizer a verdade, tenho algumas ressalvas a esta palavra, principalmente, porque tenho visto ela ser utilizada quase que como uma entidade, um ser personificado, a exemplo da frase: "A opinião pública está pressionando o governo". Uma vez que na prática, é muitas vezes é uma ideia falaciosa, quantas pessoas estão por trás dessa pressão, afinal? Não se pode mensurar com exatidão.
Por isso, permanece a dúvida sobre quem produz, reproduz ou a fixa a “opinião pública”? Ela é tão ampla e tão aprofundada nos mais variados temas como querem que seja, ou é criada pelos meios de comunicação de massa? Bom, de qualquer forma, existe sim a construção da imagem e uma opinião que paira pela sociedade. Por estarmos trabalhando com comunicação, que não é uma ciência exata, realmente é preciso tentar ver o subjetivo. Ainda mais porque atualmente existem ferramentas que tentam mensurar esses dados.
Assim, como lembra o livro “é fundamental aproveitar cada chance de mostrar a melhor face da sua imagem, sua carreira, sua política, sua empresa, quando a imprensa é o veículo ideal para isso”.
No texto da professora Sidinéia Gomes Freitas, Formação e Desenvolvimento da Opinião Pública, encontraremos que “a opinião tem sua origem nos grupos, mas só assim não caracterizaremos a opinião pública, porque esses grupos transformam-se em públicos quando se organizam em torno das controvérsias, com ou sem contiguidade espacial, discutem, informam-se, refletem, criticam e procuram uma atitude comum”. A autora ainda complementa “O tipo de sociedade ao qual pertencemos, nossa classe social e as várias relações estabelecidas interferem na formação da opinião pública”.
Voltando ao livro de Regina Villela, no tópico “quem se comunica errado se estrumbica”, para evitar tropeços, ela indica que deve-se preparar/conhecer o tema da entrevista, treinar com a equipe de assessoria, responder com objetividade, evitar bobagens (frases feitas, lugares-comuns e até mesmo divagações e frases técnicas sem contextualizações), não falar mentiras (honestidade deve ser a base da relação entre repórter e entrevistado), não falar em “off” (diga o essencial e não faça confidências ou passe dados ainda não confirmados que não queira ver publicado, mesmo que a responsabilidade do off seja de quem a publique, é preferível não pagar para ver).
Como explica a escritora, a imprensa não é amiga e nem inimiga, apenas está fazendo o trabalho dela na busca de informações. “A responsabilidade do jornalista, assim como da empresa onde ele trabalha, é oferecer ao público a apuração precisa da notícia, mostrando sempre as duas faces da moeda. Quem fornece propositadamente informações erradas ao seu público perde a credibilidade”.
Para fechar o questionamento inicial, pois ainda preciso ler o restante do livro, “jornalistas não mordem”, os profissionais estão atuando dentro de sua função e “por mais que a pergunta pareça inconveniente, alguém terá que fazê-la”. Para o entrevistado é necessário ter dados, mostrar suas razões e soluções quando o tema necessitar.
“O bom repórter além de perguntar, vai checar os dados que conseguiu, ouvindo, uma a uma, todas as pessoas envolvidas na matéria em pauta, anotando todas as informações necessárias para escrever a reportagem da forma mais completa possível”.
Trabalhar em assessoria é isso, é atender à imprensa e ao assessorado. E a cada dia aprender um pouco mais.
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