"Para obter algo que você nunca teve, precisa fazer algo que nunca fez".
Gosto muito da frase acima, do Chico Xavier. Até porque acredito que sempre estamos fazendo algo diferente, buscando algo diferente.
Há dois anos estudo para concursos. Acredito que valeu a pena mudar o rumo de minha vida. Tenho aprendido muito sobre minha área. Aprendido muito, na verdade, sobre a vida.
Neste momento, não há nenhum concurso nacional para a área de jornalismo. Mas as expectativas sempre são grandes de que uma nova concorrência se abra. O importante é continuar a formação, os estudos.
Para quem quiser acompanhar se novos concursos se abrirão para jornalistas, indico o site Concursos Públicos Online. Lá as opções estão divididas por área de formação, no nosso caso, jornalismo. Além de mostrar inscrições por regiões do Brasil e as opções nacionais.
Existem testes para os comunicadores também no Questões de Concurso. Basta fazer o cadastro e ir somando os pontos e verificando o nível de conhecimento. Algumas questões - quando fazemos uma busca - não são bem jornalismo, mas como em geral as bancas fazem perguntas extremamente diversificadas, é uma boa forma de ir se preparando.
No fim do ano, eu escrevi sugerindo fazer as provas disponibilizadas pelo PCI Concursos, outra página na internet que vale a pena ser sempre consultada. Leia o meu artigo anterior.
Ou confira no próprio PCI as opções de prova em jornalismo do ano passado.
É isso. Ao estudo sempre.
Para mim o ano preparou um curso de Produção de Rádio e TV aqui mesmo em Porto Velho. Bom aprendizado a tod@s.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
sábado, 12 de fevereiro de 2011
TV & Guerra
Veja esta questão do Ministério Público Estadual de Rondônia, aplicada pela Cesgranrio em 1995:
A presença do sistema televisivo na sociedade gerou a expressão “primeira guerra televisual”. Essa expressão teve origem na cobertura televisiva da guerra da(o):
(A) Bósnia
(B) Coreia
(C) Vietnã
(D) Golfo
(E) Laos
Acertou quem marcou a opção C. Buscando explicação para a pergunta, encontrei o trabalho da aluna Paula Jung Rocha (PUC/RS). No trabalho ela cita McLuhan:
“Na obra War and peace in the global village (apud McLUHAN, 1964), McLuhan descreve o efeito da transmissão de imagens da guerra do Vietnã, considerada a primeira guerra televisual. O evento militar torna-se um acontecimento/espetáculo. Os cidadãos se transformam em plateia.”
A tese continua fazendo outras conexões entre guerra e televisão:
“Na década de 90, com o episódio da Guerra do Golfo, constata-se similar situação. A rede de TV norte-americana CNN transmite, ao vivo, os ataques dos Estados Unidos ao Oriente Médio, para milhões de telespectadores ao redor do mundo. A diferença, dessa vez, são os recursos de edição: apenas as “melhores” partes da guerra são transmitidas. A guerra editada abre caminho, mais tarde, para a guerra do Iraque, a primeira ‘guerra blogueada’.”
Se a Guerra do Vietnã foi a primeira guerra televisal, muita relação terá com a primeira guerra transmitida ao vivo pela televisão para o mundo todo: Guerra do Golfo. Tema que fez parte da entrevista feita com Gunther Rudzit, coordenador do curso de relações internacionais da FAAP, feita pela Revista Imprensa, de fevereiro de 2011 (nº 264).
No site Brasil Escola, explica que a disputa no Golfo Pérsico foi um conflito que teve início em agosto de 1990, entre o Iraque e o Kuwait. Mas que também envolveu os Estados Unidos e alguns países do Oriente Médio. “O objetivo do Iraque era anexar seu vizinho Kuwait ao seu território como uma província, de forma a controlar o petróleo kuwaitiano. Com isso em 1990, começaram os ataques da imprensa de Bagdá contra o pequeno país.”
Segundo Rudzit, “os correspondentes ficavam à mercê dos filtros impostos pelas Forças Armadas estadunidenses”, e essa maquiagem feita pelos EUA se deu justamente porque “na visão dos militares, a cobertura livre que os jornalistas fizeram no Vietnã minou o apoio da população. Em 1991, as informações foram ‘instantâneas’, mas filtradas pelas Forças Armadas. É bom fazermos essa ressalva porque a guerra foi tratada como estéril e sem vítimas, e de precisão, quase como se não houvesse mortos”.
A Wikipédia traz informações de que esse foi possivelmente um dos maiores massacres da história do Médio Oriente. Mais de 100 mil soldados iraquianos foram mortos contra cerca de mil baixas das forças da coalizão. A guerra foi encerrada no dia 28 de fevereiro, quando o presidente norte americano, George Bush, declarou o cessar-fogo.
Para o professor Sérgio Mattos, em “Censura de Guerra - Da Criméia ao Golfo Pérsico”,
A síndrome do Vietnã afetou a todos. Qualquer comandante de esquadrão, se entrevistado, não hesitaria em dizer que a TV foi a culpada pela derrota no Vietnã. Na verdade não foi a CBS quem perdeu a ofensiva de Tet; foram os vietcongues que ganharam a guerra. Desta forma, como a guerra do Vietnã foi a guerra mais televisionada do mundo, transmitindo cenas sem qualquer censura, tanto os civis como muitos militares passaram a pensar, como uma verdade absoluta, que qualquer outra guerra que viesse a ser televisionada também seria perdida.
O primeiro conflito armado de proporções que testou as intenções militares em relação à televisão, ao sigilo, à censura e à imprensa, foi a Guerra das Malvinas. Quando o navio Sheffield, considerado como uma fortaleza, foi atingido por um míssil Exocet, a imprensa só teve acesso ao primeiro revés da guerra para os ingleses, três dias depois. Quando a imprensa retornou da visita ao navio, as fitas gravadas e os filmes fotográficos foram confiscados e os despachos jornalísticos submetidos à censura. O material só foi liberado um mês depois.
Após inúmeras negociações com os censores, equipes de filmagem da BBC puderam participar da invasão de Porto Stanley, mas as imagens só foram liberadas, na Inglaterra, várias semanas depois.
Sobre a Guerra do Golfo, Sérgio Mattos escreve:
“Logo após o início da guerra, os assessores de Bush começaram a trabalhar na campanha presidencial para 92, impulsionados pelos resultados das pesquisas do Gallup, apontando que 87% dos americanos estavam apoiando as atitudes do presidente. A Guerra do Golfo também foi ótima para o presidente da França, François Mitterrand, que, segundo o jornal Fígaro, melhorou sua popularidade. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Sofres registrou que 65% da população apoiava as atitudes do presidente francês.
Se a guerra e o seu resultado final foram bons para Bush o mesmo não se pode dizer em relação à imprensa. Isto porque a primeira vítima da Guerra do Golfo foi a imprensa que, submetida a uma radical censura, dos dois lados, foi manipulada para exercer as funções de relações-públicas, tanto das forças coligadas como das de Saddam Hussein.”
(...)
Os jornais brasileiros denunciaram o sistema de censura militar implantado na Guerra do Golfo. Segundo A Folha, "os informes militares divulgados pelos 28 países que integram a frente antiiraque, bem como os noticiários emitidos pelo Iraque e por Israel, estão sendo submetidos à censura pelos respectivos governos ou comandos militares. Os jornalistas e enviados especiais só podem fazer a cobertura em sistema de "pool" (grupos previamente selecionados) submetidos à orientação militar".
(...)
A Guerra do Golfo é muito recente e os dados sobre a mesma foram acompanhados através da televisão e jornais. Muitos não sabiam que o que viam ou liam era fruto da censura, pois poucos foram os jornais e as emissoras de televisão que tiveram o cuidado de informar às suas respectivas audiências que o que estavam assistindo ou lendo e ouvindo era apenas a versão dos militares, de ambos os lados e que não representavam, necessariamente, a verdade.
A presença do sistema televisivo na sociedade gerou a expressão “primeira guerra televisual”. Essa expressão teve origem na cobertura televisiva da guerra da(o):
(A) Bósnia
(B) Coreia
(C) Vietnã
(D) Golfo
(E) Laos
Acertou quem marcou a opção C. Buscando explicação para a pergunta, encontrei o trabalho da aluna Paula Jung Rocha (PUC/RS). No trabalho ela cita McLuhan:
“Na obra War and peace in the global village (apud McLUHAN, 1964), McLuhan descreve o efeito da transmissão de imagens da guerra do Vietnã, considerada a primeira guerra televisual. O evento militar torna-se um acontecimento/espetáculo. Os cidadãos se transformam em plateia.”
A tese continua fazendo outras conexões entre guerra e televisão:
“Na década de 90, com o episódio da Guerra do Golfo, constata-se similar situação. A rede de TV norte-americana CNN transmite, ao vivo, os ataques dos Estados Unidos ao Oriente Médio, para milhões de telespectadores ao redor do mundo. A diferença, dessa vez, são os recursos de edição: apenas as “melhores” partes da guerra são transmitidas. A guerra editada abre caminho, mais tarde, para a guerra do Iraque, a primeira ‘guerra blogueada’.”
Se a Guerra do Vietnã foi a primeira guerra televisal, muita relação terá com a primeira guerra transmitida ao vivo pela televisão para o mundo todo: Guerra do Golfo. Tema que fez parte da entrevista feita com Gunther Rudzit, coordenador do curso de relações internacionais da FAAP, feita pela Revista Imprensa, de fevereiro de 2011 (nº 264).
No site Brasil Escola, explica que a disputa no Golfo Pérsico foi um conflito que teve início em agosto de 1990, entre o Iraque e o Kuwait. Mas que também envolveu os Estados Unidos e alguns países do Oriente Médio. “O objetivo do Iraque era anexar seu vizinho Kuwait ao seu território como uma província, de forma a controlar o petróleo kuwaitiano. Com isso em 1990, começaram os ataques da imprensa de Bagdá contra o pequeno país.”
Segundo Rudzit, “os correspondentes ficavam à mercê dos filtros impostos pelas Forças Armadas estadunidenses”, e essa maquiagem feita pelos EUA se deu justamente porque “na visão dos militares, a cobertura livre que os jornalistas fizeram no Vietnã minou o apoio da população. Em 1991, as informações foram ‘instantâneas’, mas filtradas pelas Forças Armadas. É bom fazermos essa ressalva porque a guerra foi tratada como estéril e sem vítimas, e de precisão, quase como se não houvesse mortos”.
A Wikipédia traz informações de que esse foi possivelmente um dos maiores massacres da história do Médio Oriente. Mais de 100 mil soldados iraquianos foram mortos contra cerca de mil baixas das forças da coalizão. A guerra foi encerrada no dia 28 de fevereiro, quando o presidente norte americano, George Bush, declarou o cessar-fogo.
Para o professor Sérgio Mattos, em “Censura de Guerra - Da Criméia ao Golfo Pérsico”,
A síndrome do Vietnã afetou a todos. Qualquer comandante de esquadrão, se entrevistado, não hesitaria em dizer que a TV foi a culpada pela derrota no Vietnã. Na verdade não foi a CBS quem perdeu a ofensiva de Tet; foram os vietcongues que ganharam a guerra. Desta forma, como a guerra do Vietnã foi a guerra mais televisionada do mundo, transmitindo cenas sem qualquer censura, tanto os civis como muitos militares passaram a pensar, como uma verdade absoluta, que qualquer outra guerra que viesse a ser televisionada também seria perdida.
O primeiro conflito armado de proporções que testou as intenções militares em relação à televisão, ao sigilo, à censura e à imprensa, foi a Guerra das Malvinas. Quando o navio Sheffield, considerado como uma fortaleza, foi atingido por um míssil Exocet, a imprensa só teve acesso ao primeiro revés da guerra para os ingleses, três dias depois. Quando a imprensa retornou da visita ao navio, as fitas gravadas e os filmes fotográficos foram confiscados e os despachos jornalísticos submetidos à censura. O material só foi liberado um mês depois.
Após inúmeras negociações com os censores, equipes de filmagem da BBC puderam participar da invasão de Porto Stanley, mas as imagens só foram liberadas, na Inglaterra, várias semanas depois.
Sobre a Guerra do Golfo, Sérgio Mattos escreve:
“Logo após o início da guerra, os assessores de Bush começaram a trabalhar na campanha presidencial para 92, impulsionados pelos resultados das pesquisas do Gallup, apontando que 87% dos americanos estavam apoiando as atitudes do presidente. A Guerra do Golfo também foi ótima para o presidente da França, François Mitterrand, que, segundo o jornal Fígaro, melhorou sua popularidade. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Sofres registrou que 65% da população apoiava as atitudes do presidente francês.
Se a guerra e o seu resultado final foram bons para Bush o mesmo não se pode dizer em relação à imprensa. Isto porque a primeira vítima da Guerra do Golfo foi a imprensa que, submetida a uma radical censura, dos dois lados, foi manipulada para exercer as funções de relações-públicas, tanto das forças coligadas como das de Saddam Hussein.”
(...)
Os jornais brasileiros denunciaram o sistema de censura militar implantado na Guerra do Golfo. Segundo A Folha, "os informes militares divulgados pelos 28 países que integram a frente antiiraque, bem como os noticiários emitidos pelo Iraque e por Israel, estão sendo submetidos à censura pelos respectivos governos ou comandos militares. Os jornalistas e enviados especiais só podem fazer a cobertura em sistema de "pool" (grupos previamente selecionados) submetidos à orientação militar".
(...)
A Guerra do Golfo é muito recente e os dados sobre a mesma foram acompanhados através da televisão e jornais. Muitos não sabiam que o que viam ou liam era fruto da censura, pois poucos foram os jornais e as emissoras de televisão que tiveram o cuidado de informar às suas respectivas audiências que o que estavam assistindo ou lendo e ouvindo era apenas a versão dos militares, de ambos os lados e que não representavam, necessariamente, a verdade.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Reflexões sobre Mídia e Educação
Aproveitar a interatividade da nova internet para criar uma maior reflexão frente às mídias.
Esta deve ser a visão do educador e da educadora, especialmente, no processo de educação a distância. Se a televisão ou o rádio são feitos para um monólogo e para o estímulo à passividade, a sociedade deve aproveitar as ferramentas da chamada "Web 2.0", em que é o cidadão o centro das atenções. É ele o novo produtor da informação.
Mais que deixar o aluno “solto” é importante discutir o uso de E-mails, Orkut, Twytter, Facebook, Youtube, Frickr ou MSN, porque muitos dos alunos já estão inseridos nessas redes sociais.
Assim, o aprendizado do professor deve também se voltar para esses meios. Levar o trabalho freiriano de ação-reflexão-ação para essas novas tecnologias. Lógico, a escola, educadores e estudantes devem construir, juntos, formas de leitura dessas mídias.
Como nada que se faz, seja na escola ou no trabalho, está desligado da vida em sociedade, o uso de qualquer tecnologia só faz sentido para quem o utiliza se voltado para temas reais, humanizados, localizados e contextualizados. E, nisto, a cidadania, formação cultural, deveria vir associadas a qualquer formação oferecida.
Por fim, os profissionais da educação só serão “educados” - conforme questiona Maria Luiza Belloni - se existirem iniciativas conjuntas para enfrentamento do problema: discutindo a fundo essas e outras questões com os educandos.
Esta deve ser a visão do educador e da educadora, especialmente, no processo de educação a distância. Se a televisão ou o rádio são feitos para um monólogo e para o estímulo à passividade, a sociedade deve aproveitar as ferramentas da chamada "Web 2.0", em que é o cidadão o centro das atenções. É ele o novo produtor da informação.
Mais que deixar o aluno “solto” é importante discutir o uso de E-mails, Orkut, Twytter, Facebook, Youtube, Frickr ou MSN, porque muitos dos alunos já estão inseridos nessas redes sociais.
Assim, o aprendizado do professor deve também se voltar para esses meios. Levar o trabalho freiriano de ação-reflexão-ação para essas novas tecnologias. Lógico, a escola, educadores e estudantes devem construir, juntos, formas de leitura dessas mídias.
Como nada que se faz, seja na escola ou no trabalho, está desligado da vida em sociedade, o uso de qualquer tecnologia só faz sentido para quem o utiliza se voltado para temas reais, humanizados, localizados e contextualizados. E, nisto, a cidadania, formação cultural, deveria vir associadas a qualquer formação oferecida.
Por fim, os profissionais da educação só serão “educados” - conforme questiona Maria Luiza Belloni - se existirem iniciativas conjuntas para enfrentamento do problema: discutindo a fundo essas e outras questões com os educandos.
Histórico da EaD
A maioria dos sites disponíveis na internet traz praticamente os mesmos dados da evolução da Educação a Distância (EaD), alguns com mais detalhes, outros mais resumidos. O Instituto Universidade Virtual da Escola de Comunicação e Artes (KURC) mostra que o histórico da EaD inicia com a invenção da imprensa na Alemanha, por Guttenberg. A utilização de caracteres móveis para a composição de palavras seria um facilitador para a posterior difusão do ensino a distância.
No Brasil, a universidade virtual, compreendida como ensino superior a distância com uso de Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC), surgiu na segunda metade da década de 1990. E foi a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB), em dezembro de 1996, que oficializou a EaD como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino. Em 1997, universidades e centros de pesquisa passaram a gerar ambientes virtuais de aprendizagem, iniciando a oferta de cursos de pós-graduação latu sensu via internet, demarcando, assim, entre 1996 e 1997, o nascimento da universidade virtual no Brasil.
Em um quadro cronológico da EaD, a Universidade Federal do Ceará apresenta os marcos históricos internacionais da modalidade nos últimos três séculos (Landim, 1997, pp. 2, 3 e 4). Desta forma, ampliando o que o curso “Capacitação de Tutores em EaD” da UFPR (Universidade Federal do Paraná) nos apresenta, também inclui-se:
- 1858 - A Universidade de Londres passa a conceder certificados a alunos externos que recebem ensino por correspondência.
- 1891 - Nos EUA são criadas as Escolas Internacionais por Correspondência;
- 1894 – O Rutinsches Fernelehrinstitut de Berlim organiza cursos por correspondência para obtenção do Abitur (aceitação de matrícula na Universidade);
- 1903 - Julio Cervera Baviera abre, em Valência, Espanha, a Escola Livre de Engenheiros; As Escolas Calvert de Baltimore, EUA, criam um Departamento de Formação em Casa, para acolher crianças de escolas primárias que estudam sob a orientação dos pais;
- 1910 - Professores rurais do curso primário começam a receber material de educação secundária pelo correio, em Vitória, Austrália;
- 1911 - Ainda na Austrália, com a intenção de minorar os problemas das enormes distâncias, a Universidade de Queensland começa a experiência da EaD;
- 1922 - A New Zeland Correspondence School começa suas atividades com a intenção inicial de atender a crianças isoladas ou com dificuldade de freqüentar as aulas convencionais. A partir de 1928, atende também a alunos do ensino secundário;
- 1938 - No Canadá, na cidade de Victória, realiza-se a Primeira Conferência Internacional sobre a Educação por Correspondência;
- 1939 - Nasce o Centro Nacional de Ensino a Distância na França (CNED), que, em principio, atende, por correspondência, a crianças refugiadas de guerra.
- 1946 - A Universidade de Sudafrica (UNISA) começa a ensinar também por correspondência; e em 1951 essa instituição (atual Universidade a Distância na África) dedica-se exclusivamente a desenvolver cursos a distância;
- 1962 - Inicia-se, na Espanha, uma experiência de Bacharelado Radiofônico; e a Universidade de Dehli cria um Departamento de Estudos por Correspondência, como experiência para atender aos alunos que, de outro modo, não podem receber ensino universitário;
- 1974 - Criada a Universidade Aberta de Israel, que oferece, em hebreu, cerca de 400 cursos em domínios variados;
- 1975 - Criada a Fernuniversitätt, na Alemanha, dedicada exclusivamente ao ensino universitário;
Vendo esse complemento da cronologia da EaD, e relendo o material oferecido pelo curso, nota-se que o desenvolvimento da modalidade está dividida em três gerações (WIKIPÉDIA), que usam diferentes tecnologias:
- Primeira Geração: marcada pelo ensino por correspondência com material impresso (séc. XIX). No Brasil, o pioneiro é o Instituto Monitor, que, segundo a Wikipédia, em 1939, ofereceu o primeiro curso por correspondência, de Radiotécnico.
- Segunda geração: cursos pela televisão, chamados de Teleducação ou Telecursos, com o recurso aos programas radiofônicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de vídeo e material impresso. Por exemplo, em MS (1983/1984) foi criada a “TV Educativa do Mato Grosso do Sul”.
- Terceira geração: é a que utiliza os ambientes interativos das novas tecnologias, especialmente da internet, a mais atual e que mais se expande.
Pode-se concluir que um curso à distância pode utilizar apenas uma das tecnologias disponíveis, ou somar a ela outras tecnologias: um curso via internet pode realizar um momento síncrono de debate na TV ou materiais via Correios.
REFERÊNCIAS
KURC, Sheila. Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem e Prática. São Paulo: ECA-USP, 2006. Disponível em
LANDIM. Quadro cronológico da EaD no mundo e no Brasil. Disponível em
WIKIPÉDIA. Educação a Distância. Disponível em
Comunicação e EaD
Li um texto que fala sobre os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) ou sistemas LMS. As “novas” ferramentas estão incluídas nos avanços tecnológicos da hoje chamada Web 2.0. No caso dos AVAs, essa internet mais interativa permite um ensino e aprendizagem colaborativos, especialmente para cursos de Ensino a Distância (EaD).
Universo esse que mistura informação e comunicação voltados para o processo de aprendizagem (conhecimento, habilidade e atitude), envolvendo professores, tutores e alunos, que têm à disposição vários mecanismos para troca de experiência e ensino baseada em um certo “diálogo” entre as partes.
Essas plataformas e-learning permitem a organização do trabalho não da mesma forma que em um ambiente presencial. Mas adaptando-se e buscando ser mais que um apanhado de textos com tarefas definidas a serem feitas no decorrer de um curso. Mais que isso, os alunos podem ser divididos em grupos de usuários, acessarem conteúdos de aprendizagem com design e interatividade diferenciados – que conduzem a outros conhecimentos – , serem avaliados pela participação e acesso também em espaços mais “livres”, como os chamados “cafés-virtuais”, em que pode-se traçar um outro perfil – mais subjetivo – de cada participante, confrontando-se com as avaliações das atividades regulares.
No curso de Tutores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), por exemplo, utiliza-se o Moodle. Este software livre permite o gerenciamento dos cursos a distância.
Entre as ferramentas disponibilizadas, dividem-se nas que utilizam momentos síncronos (chats ou bate-papos, áudio e vídeo-conferências e outros) e assíncronos (mural, edital, fórum, bibliotecas virtuais, glossários colaborativos, conteúdo, wikis/links, notas, perfil dos alunos e dos tutores e professores, correio eletrônico, cronogramas, lembretes e calendário etc). Todos permitindo que os usuários estejam constantemente amparados, de forma individualizada, e quando necessário seja dado retorno em menor tempo possível.
Como os AVAs proporcionam uma construção colaborativa, o trabalho desenvolvido ganha amplitude, pois há interação e colaboração também como retorno dos aprendizes. Da mesma forma que a Web 2.0 “conquista” as pessoas pela sua simplicidade e auto-realização, os ambientes servem ainda para promover a autonomia dos alunos.
Quem sabe, alunos da EaD vejam “indiretamente” o uso de blogs, twitters e outros espaços disponibilizados nessa nova corrente virtual como continuidade de sua aprendizagem, pois de alguma forma começaram a “dominar” o uso de muitos instrumentos, desmistificando-os.
Pelas dimensões territoriais que o Brasil possui, o uso dessa tecnologia em cursos EaD ainda está aquém do que pode realizar. Mas a cada dia novas portas se abrem a este universo virtual de aprendizagem. Soma-se a essa dificuldade, a recente história dos cursos a distância no País.
E com a formação de cada vez mais profissionais para essa área, espera-se que toda a nação tire proveito dessa experiência educacional colaborativa, visto que o que é lido ou ouvido e feito ao mesmo tempo, é aprendido.
Universo esse que mistura informação e comunicação voltados para o processo de aprendizagem (conhecimento, habilidade e atitude), envolvendo professores, tutores e alunos, que têm à disposição vários mecanismos para troca de experiência e ensino baseada em um certo “diálogo” entre as partes.
Essas plataformas e-learning permitem a organização do trabalho não da mesma forma que em um ambiente presencial. Mas adaptando-se e buscando ser mais que um apanhado de textos com tarefas definidas a serem feitas no decorrer de um curso. Mais que isso, os alunos podem ser divididos em grupos de usuários, acessarem conteúdos de aprendizagem com design e interatividade diferenciados – que conduzem a outros conhecimentos – , serem avaliados pela participação e acesso também em espaços mais “livres”, como os chamados “cafés-virtuais”, em que pode-se traçar um outro perfil – mais subjetivo – de cada participante, confrontando-se com as avaliações das atividades regulares.
No curso de Tutores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), por exemplo, utiliza-se o Moodle. Este software livre permite o gerenciamento dos cursos a distância.
Entre as ferramentas disponibilizadas, dividem-se nas que utilizam momentos síncronos (chats ou bate-papos, áudio e vídeo-conferências e outros) e assíncronos (mural, edital, fórum, bibliotecas virtuais, glossários colaborativos, conteúdo, wikis/links, notas, perfil dos alunos e dos tutores e professores, correio eletrônico, cronogramas, lembretes e calendário etc). Todos permitindo que os usuários estejam constantemente amparados, de forma individualizada, e quando necessário seja dado retorno em menor tempo possível.
Como os AVAs proporcionam uma construção colaborativa, o trabalho desenvolvido ganha amplitude, pois há interação e colaboração também como retorno dos aprendizes. Da mesma forma que a Web 2.0 “conquista” as pessoas pela sua simplicidade e auto-realização, os ambientes servem ainda para promover a autonomia dos alunos.
Quem sabe, alunos da EaD vejam “indiretamente” o uso de blogs, twitters e outros espaços disponibilizados nessa nova corrente virtual como continuidade de sua aprendizagem, pois de alguma forma começaram a “dominar” o uso de muitos instrumentos, desmistificando-os.
Pelas dimensões territoriais que o Brasil possui, o uso dessa tecnologia em cursos EaD ainda está aquém do que pode realizar. Mas a cada dia novas portas se abrem a este universo virtual de aprendizagem. Soma-se a essa dificuldade, a recente história dos cursos a distância no País.
E com a formação de cada vez mais profissionais para essa área, espera-se que toda a nação tire proveito dessa experiência educacional colaborativa, visto que o que é lido ou ouvido e feito ao mesmo tempo, é aprendido.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Accountability = responsabilização ou prestação de contas
O universo de nosso conhecimento precisa ser amplo. Em provas de concurso público isso pode garantir uma questão correta, o que muitas vezes decide o certame.
Na prova da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) de 2010, para o cargo de jornalista, uma das questões era sobre o conceito de “accountability”. Errei. Deveria ter marcado essa alternativa: “Conduta transparente, interação constante com atores sociais, responsabilidade e prestação de contas das organizações”.
Para entender melhor o tema, mais uma vez recorri à Wikipédia. A enciclopédia virtual me mostrou que não existe uma tradução exata desse termo inglês para o nosso português. Seria algo do tipo “responsabilização”, “prestar contas”, o que também nos “remete à obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados”.
“Significa que quem desempenha funções de importância na sociedade deve regularmente explicar o que anda a fazer, como faz, por que faz, quanto gasta e o que vai fazer a seguir. Não se trata, portanto, apenas de prestar contas em termos quantitativos mas de autoavaliar a obra feita, de dar a conhecer o que se conseguiu e de justificar aquilo em que se falhou. A obrigação de prestar contas, neste sentido amplo, é tanto maior quanto a função é pública, ou seja, quando se trata do desempenho de cargos pagos pelo dinheiro dos contribuintes”.
Resumindo: envolve ética, transparência, democracia, gestão, publicidade, responsabilidade social, obrigações e governança.
Continuando a busca na net, encontrei que accountability envolve capacidade de resposta (answerability) e capacidade de punição (enforcement). Para a professora Ângela Albuquerque, answerability "englobaria a dimensão relativa à obrigatoriedade de informação sobre as decisões e a necessidade de os governantes explicarem como e por que tais decisões foram tomadas".
Passei pela biblioteca ontem e peguei uma publicação da Revista Você S/A, “Como tornar-se um líder”, de John Adair (Editora Nobel, 2001). Daí, um termo se ligou a outro: “liderança é essencialmente uma atividade centrada no outro – e não em si mesma”. Se uma organização ou indivíduo tem responsabilização perante a sociedade, ele o tem perante o outro.
Continuando na questão da liderança, fui unindo os pontos com a responsabilização, já que também vi interatividade com “instrução ou briefing é a função de comunicar objetivos e planos à equipe” ou “a comunicação é irmã da liderança” e, por isso, também, “o líder precisa ser bom ouvinte”.
Estou costurando esse texto, porque me entendo também responsável na divulgação e publicização do que acontece em um órgão público. Busco encontrar sentido para o meu papel como jornalista e o contato que preciso fazer com a sociedade. Nisso, cheguei às qualidades de uma (não sei se esse termo seria adequado para o que quero abordar, mas vamos lá) liderança: entusiasmo, integridade, firmeza, imparcialidade, zelo, humildade e confiança. Lógico que vou enquadrar isso dentro dos princípios públicos, o “LIMPE” (Legalidade, Imparcialidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência).
Concluo analisando essa função de quem está inserido ou em uma instituição pública ou privada, que é de observar os cenários. Seja em qual nível for, concordo com John Adair, de que o papel das lideranças está inserido dentro do contexto: REALIZAÇÃO DA TAREFA, FORMAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA EQUIPE e DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO. (ao desenvolver uma atividade prática logo veremos que se não temos a participação/motivação do indivíduo dificilmente será bem executada – do planejamento à ação).
Enfim, somos nós seres humanos que estamos por trás das estruturas, sendo sempre bom ter em mente as seguintes funções: definição da tarefa, planejamento, instrução, controle, avaliação, motivação, organização e apresentação de um exemplo/modelo.
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