Outro livro dos tempos de faculdade que peguei para ler durante as férias deste início de ano foi Televisão: a Vida Pelo Vídeo de Ciro Marcondes Filho (Editora Moderna).
Entre as reflexões que abrem o capítulo, está a de que “por que as pessoas, hoje, são magnetizadas pela TV?”
Sou mãe. E sei o quanto as crianças são fascinadas pela televisão, sei que se elas pudessem permaneceriam o dia todo diante do aparelho. Talvez não só ligadas na programação normal, mas acrescidas de jogos e filmes no DVD (por causa da programação adulta que também vai ao ar, afinal, a grade de programação na TV aberta ainda não exibe desenhos o dia todo!!). Pequenas variações, mas tudo ainda mediado pelo veículo televisão.
De acordo com Marcondes Filho, vivemos “normalmente em dois mundos. Um deles e o das coisas práticas”. “Ao lado desse mundo, há outro, o da fantasia”.
“Efetivamente a televisão não funciona somente como distensão ou desligamento entre o trabalhador e seu trabalho mecânico e repetitivo. Ao contrário, ela prolonga o ritmo da fábrica, do banco, da empresa, só que de uma outra forma, pois mesmo durante o tempo de reparo, ou enquanto assiste à TV, o sujeito mantém seu ritmo de produção”.
Contextualizado no mundo capitalista, “a empresa vive também de apoio geral da sociedade que ela constrói ao seu redor e que visa, por sua vez, lucrar com ela”.
Diferente das formas parciais de comunicação – aquelas que deixam espaço para a criação do receptor, a exemplo da literatura, teatro e outras – a TV é uma forma totalizadora. Isto porque fornece “cenários completos, prontos, terminados”.
Apesar de afirmar que nenhuma das formas acima foi analisada de forma positiva ou negativa, o autor mostra que a “indústria da comunicação é mais complexa (atinge mais pessoas, possui mais recursos, produz mais aparelhos eletrônicos)”.
Atualmente a TV Globo faz propaganda sobre as discussões que promove por meio das novelas (combate à violência, ética, deficiência física, entre outras). O fato pode ser comparado com o que diz Marcondes Filho, ao recordar os tempos em que se falava que a TV simplesmente suprimiria o diálogo. “Por ser um meio totalizante, ela inova, apresentando exemplos de vida, de ambientes, de situações que acabam funcionando como modelos”.
Zapeando pela net descobri um site interessante e que também comentou o livro... vale a pena fazer uma visita ao Leitura (mais que) Obrigatória.
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