segunda-feira, 30 de julho de 2012

Comunicação e contexto social


Ouvindo hoje o comentário do Arnaldo Jabor na Rádio CBN (“Tecnologia conseguiu o papel de personagem principal no cinema”) me lembrei de uma análise sobre história, cinema e comunicação.

Nem comentarei o atentado ocorrido nos Estados Unidos, em que um  jovem atirou contra a plateia de um cinema em Aurora, no Colorado, em 20 de julho, durante a estreia do filme "Batman: o Cavaleiro das Trevas". Isso também daria um artigo, tamanha brutalidade...

Voltando ao Jabor, ele analisa que este lançamento do Hollywood é quase um “Rock do Americano Doido”, haja vista que nos anos 80 tiveram os filmes da safra pós-Vietnã - um verdadeiro show de força pra compensar a derrota na guerra, uma espécie de vingança  - e depois entrou a fase dos filmes catástrofe, que mostram o estranho desejo de autoextermínio (Godzilla, Armageddon e outros, sempre colocando algo abaixo nos EUA). Nesta nova fase, em Batman mais especificamente, não é uma estória de mocinho versus bandido, e sim  personagens que são coisas, onde se valoriza a tecnologia.

Procurei na internet e encontrei uma tese que fala do período da  Guerra Fria (1945-1991) e de que muitos foram os cineastas norte-americanos a abordarem esse período histórico, trazendo às telas conteúdos ideológicos. Por exemplo: Top Gun, Top Secret, Nascidos em 4 de Julho e a Trilogia Rambo (1982-1985-1988). “Através dos mesmos refletimos sobre de que maneira o cinema norte-americano foi utilizado como ferramenta defensora não apenas do modo de vida norte- americano, mas também como colaborador na sua proposta de intervenções no mundo. Em todos os filmes Rambo, um soldado-máquina, apresenta contradições, ora defendendo, ora criticando a guerra, mas sempre ao lado dos valores e da visão de mundo dos Estados Unidos da América”.

Da leitura que estou fazendo de Platão & Fiorin “Para entender o texto – leitura e redação” (Editora Ática – 2006) relembrei que o texto mantém uma grande relação com a história/tempo social em que é escrito, assimilando as ideias da época em que for produzido. Além de revelar ideais, concepções, anseios e temores do povo. Segundo os autores:

“Nesse sentido, a narrativa do Super-homem mostra os anseios dos homens das camadas médias das sociedades industrializadas do século XX, massacrados por um trabalho monótono e  por uma vida sem qualquer heroísmo. Esse homem, mediocrizado e inferiorizado, nutre a esperança de tornar-se um ser todo-poderoso assim como Clark Kent, que se transforma em Super-homem. As condições de impotência do homem diante das pressões sociais geram um ideal de onipotência refletido na narrativa do Super-homem”.

“Como nota Humberto Eco, famoso escritor italiano, um indivíduo dotado dos poderes do Super-homem poderia acabar com a fome, a miséria e as injustiças sociais do mundo. No entanto ele não faz nada disso. Ao contrário, o bem que pratica é a caridade, e o mal que combate é o atentado à propriedade privada. Lutar contra o mal é assim combater ladrões. Dedica sua vida a isso”.

Por isso sempre digo, é necessário desconfiar do que parece natural...

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Compartilhando minhas leituras


Estou lendo o livro de Platão & Fiorin “Para entender o texto – leitura e redação” (Editora Ática - 2006) e me chamou muito o capítulo inicial que faz considerações sobre a arte de ler e escrever. Acredito que tenha muito a relacionar-se com a profissão do jornalista, contribuindo com uma melhor leitura de mundo para nós e, quiça, para quem nos acompanha.

Para os autores, “o significado das partes depende das correlações que elas mantêm entre si”, isto quer dizer que “para entender qualquer passagem de um texto, é necessário confrontá-la com as demais partes que o compõem sob pena de dar-lhe um significado oposto ao que ela de fato tem”.

Portanto, que fique claro:

“Para fazer uma boa leitura, deve-se sempre levar em conta o contexto em que está inserida a passagem a ser lida. Entende-se por contexto uma unidade linguística menor. Assim, a frase encaixa-se no contexto do parágrafo, o parágrafo encaixa-se no contexto do capítulo, o capítulo encaixa-se no contexto da obra toda”.

Para o jornalismo, os autores trazem esta matéria como exemplo:

CRIME
TIRO CERTEIRO
Estado americano limita porte de armas

No começo de 1981, um jovem de 25 anos chamado John Hinckley Jr. entrou numa loja de armas de Dallas, no Texas, preencheu um formulário do governo com endereço falso e, poucos minutos depois, saiu com um Saturday Night Special – nome criado na década de 60 para chamar um tipo de revólver pequeno, barato e de baixa qualidade. Foi com essa arma que Hinckley, no dia 30 de março daquele ano, acertou uma bala no pulmão do presidente Ronald Reagan e outra na cabeça de seu porta-voz, James Brady. Reagan recuperou-se totalmente, mas Brady desde então está preso a uma cadeira de rodas. (…)

Sobre este texto eles afirmam que “seguramente, por trás da notícia, existe, como pressuposto, um pronunciamento contra o risco de vender arma para qualquer pessoa, indiscriminadamente. Para provar essa costatação, basta pensar que os fabricantes de revólveres, se pudessem, não permitiriam a veiculação dessa notícia. O exemplo escolhido deixa claro que qualquer texto, por mais objetivo e neutro que pareça, manifesta sempre um posicionamento frente a uma questão qualquer posta em debate.”

Fica a dica, busque o contexto do que se lê. Mais que isso, busque o porquê de algumas matérias veiculadas pela mídia (matérias estas que nós jornalistas estamos contribuindo para sua divulgação). Eis aqui na prática o que digo:

Clique para ler: O jornalismo cego às armadilhas do discurso oficial – Observatório da Imprensa.



Precisamos saber usar melhor as armas que temos!




domingo, 22 de julho de 2012

Palavras pra que as quero...


Palavra eu preciso
Preciso com urgência
Palavras que se usem
em caso de emergência”


Estou num período de emergência!!!! Problemas técnicos e falta de tempo me afastaram da escrita para o meu blog. Mas não pensem que deixei de estudar em casa. Continuo lendo e me atualizando sempre. Tanto que emprestei na biblioteca a gramática dos professores Pasquale & Ulisses.

Conversando com uma amiga professora de português, ela me indicou investir em uma Novíssima Gramática do Cegalla.

Neste momento estou revendo as concordâncias nominais e verbais. A língua portuguesa é assim, precisamos estudá-la todos os dias e ainda  enfrentaremos dificuldade em sua utilização. O bom é que errar continua sendo humano.

Vou partilhar uma parte desta minha revisão com vocês:

Haver e fazer são impessoais quando indicam ideia de tempo (cronológico ou meteorológico)”, por isso devem permanecer na terceira pessoa do singular, a exemplo de há anos mudei para esta nova cidade ou fazia anos que não tinha férias de verdade. De tempos em tempos eu me esqueço deste uso do verbo fazer, aí é necessário recorrer à internet.



sexta-feira, 20 de julho de 2012

Estagiando


Sou formada em jornalismo. Mas ano passado voltei aos bancos escolares para o Curso Técnico em Rádio e TV da Fundação Rede Amazônica. O qual agora estou em fase de conclusão, fazendo o estágio curricular. São 60 horas em jornalismo, mais 30 em edição e 30 em cinegrafia, além de 80 horas acompanhando as atividades desenvolvida em alguma rádio da cidade.

A primeira emissora que me recebeu para o estágio foi a Amazon Sat (que pode ser assistida ao vivo por este endereço eletrônico http://www.amazonsat.com.br/). Agradeço à repórter Marina Espíndola e ao cinegrafista Cledson Paiva pela dicas passadas.