Depois de ter estudado linguística, gosto de pensar na força da palavra. Mas gosto mais ainda de reconhecer que temos diferentes modos de falar. Quem sabe eu ainda estude mais sobre sociolinguística ou pragmática. Por hora vou me contentar em registrar uma pequena notícia da Revista Nova Escola, de novembro de 2011 que trata da relação professor-aluno em sala de aula no que diz respeito à fala, como o profissional deve encarar essa variação:
São muitas as maneiras de falar uma língua. Do ponto de vista linguístico, todas as variedades são válidas. Muitas vezes, no entanto, a escola reproduz um comportamento social comum: atribuir valor a um estudante pelo seu modo de se expressar. Considera-se inteligente quem domina a variedade de prestígio e limitado aquele que usa a fala popular. A escola deve ensinar a linguagem culta – uma exigência para o exercício da cidadania, o ingresso no mercado de trabalho etc. Isso não é sinônimo, no entanto, de menosprezar ou desconsiderar a maneira como as crianças falam no meio social em que vivem. Para um aluno vindo de um ambiente não letrado, apropriar-se da norma de prestígio pode ser difícil. Cabe à escola ajuda-lo nesta trajetória. Sem taxar a fala do estudante de “errada”, o professor deve ensina-lo a traduzir suas expressões para a variedade culta nas modalidades oral e escrita. Esse domínio ocorre de modo gradual, pela intensa e constante relação com diferentes textos e pela reflexão sobre a língua. Para a apropriação das características da escrita, o oral precisa estar presente.
Naquela edição, a revista
iria trabalhar mais sobre o tema em seu site. Acredito que seja importante não
só para o professor em sala de aula, mas para diversos segmentos profissionais
da sociedade ter essa compreensão. A discriminação de pessoas ou segmentos sociais
por seu modo de falar é, como explica muito bem o professor Marcos Bagno, preconceito
linguístico.
Para conhecer mais sobre o
tema, acesse sobre o termo preconceito
linguístico na página da UFMG.
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