segunda-feira, 13 de maio de 2013

Simulacro, poder e Marilena Chauí


Preste atenção meu país
Desperta pra realidade
O que está acontecendo
No campo e na cidade
Só a força popular
Mudará a sociedade
(Hino da Marcha)

Participei dos últimos dias da Marcha Nacional pela Reforma Agrária em 2005. Sempre acreditei que um dia seremos capazes de mudar a sociedade, JUNTOS. Mudarmos a exclusão em que vivemos hoje. Como disse o geógrafo Milton Santos: "É o sonho que obriga o ser humano a pensar."

"Ideologia: um mascaramento da realidade social que permite a legitimação da exploração e da dominação."
Marilena Chauí

Essa filósofa fez parte de meus estudos de educação popular e tenho uma afirmativa sobre o livro dela que caiu em um concurso público:

"No Ensaio Simulacro e Poder: uma análise da mídia, Marilena Chauí diz que o jornalismo impresso vem passando, gradualmente, de um órgão de notícias a um órgão de opinião. Assim, os jornalistas passam a ocupar lugar que, tradicionalmente, cabia a organismos representativos e a grupos escolares".

Em 2008, durante um Encontro de Mulheres, em Belo Horizonte, comprei o livro de Marilena Chauí, "Simulacro e poder -  uma análise da mídia" (1996, Editora Perseu Abramo), em que tenho as seguintes anotações registradas:

Os hábitos (do sexo a brinquedos) tudo está na TV. Big Brother. Pergunta-se o que acha, sente, gosta? Não se pergunta o significado das coisas...



Tudo se resume a gosto ou preferência. Não nos informam sobre fatos, acontecimentos e situações.



Estado aumenta propositalmente a obscuridade do discurso para que o cidadão se sinta mais informado quanto menos puder raciocinar, convencido de que as decisões políticas estão com especialistas - críveis e confiáveis - que lidam com problemas incompreensíveis para os leigos.



As relações sociais e políticas... divisão social de classes... perdem sua especificidade e passam a operar sob a aparência da vida privada...



Em lugar de opinião pública, tem-se a manifestação pública de sentimentos.



Constrangedor - meios tentam dizer a incompetência dos participantes e envolvidos para compreender e explicar fatos e acontecimentos que são protagonistas.



Esclarecedor - esse procedimento (o locutor explica e interpreta o que se passa) permite, no instante mesmo em que se dão, criar a versão do fato e acontecimento.



Século XXI começou com 10 ou 12 conglomerados de mass media de alcance global.



Jornalismo destruiu a opinião pública: se tornou rápido, barato, inexato, partidarista, mescla de informação aleatoriamente obtidas e pouco confiáveis, não investigativo, opinativo ou assertivo, detentor da credibilidade e da plausibilidade.



Passagem do espetáculo ao simulacro: nulificação do real e dos símbolos pelas imagens e pelos sons enviados aos expectadores.



Meios de comunicação - de formas de conhecimento que desvendavam relações com o verdadeiro, tornaram-se dissimulações, ilusões falsificadas, publicidade e propaganda.

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