segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Mobilizar conhecimentos, escrever melhor

De fato, a atividade da linguagem é muito complexa. Talvez porque junto a ela devam ser mobilizados diferentes saberes e competências, e quando temos que fazer isso mais conscientemente (que não em bate-papo ou conversas informais), travamos... que tal refletir sobre isso com parte do livro de Irandé Antunes "Muito além da gramática"?

No Capítulo 5 (intitulado "Não basta saber gramática para falar, ler e escrever com sucesso") encontraremos que:

"Se LÍNGUA e GRAMÁTICA  não se equivalem, saber gramática não é suficiente para uma atuação verbal eficaz".

O que a professora tenta nos mostrar com isso? É que conhecer a gramática é "apenas" parte do que se precisa para dominar o desempenho ao fazer um relatório, artigo, carta, editorial, texto dissertativo/narrativo em uma seleção, etc. e etc. Lógico, ela não diz para que deixemos de estudar gramática, mas enfatiza que a escola não deve ensinar APENAS gramática (muito menos nós ficarmos restrito a ela).

A interação verbal, requer, segundo os ensinamentos de Irandé Antunes:
- Conhecimento do real ou do mundo;
- Conhecimento das normas de textualização;
- Conhecimento das normas sociais de uso da língua.

Para a autora, o conhecimento que temos do que nos cerca - o que já vivenciamos/escutamos/guardamos na memória, e de tudo o que está em nosso repertório de vida - contribui para que muito do que se diga/escreva fique implícito dentro do texto: "a interação verbal mobiliza mais  que o conhecimento linguístico". No mínimo, usamos as regras linguísticas (gramatical e lexical), as textuais e as sociais.

Portanto, no ensino da língua, mais que o aprendizado restrito à gramática é necessário: leitura de bons textos, acesso à literatura, experiência de troca verbal (textos orais e escritos)... E isso não somente dentro dos muros da escola (isso serve para todos nós, todos os dias).

LEMBRE-SE:
"Pessoas são movidas por intenções comunicativas diversas", com vistas á interação, à troca de sentidos e de intenções.


Abaixo segue um fichamento sobre o livro e disponível no Skoob:


Língua: identidade
O livro Muito além da gramática foi escrito por Irandé Antunes. Doutora em linguística na UECE, escreveu obras e textos na perspectiva da linguística aplicada.
O livro tem 166 páginas e divide-se em: prefácio, introdução, quatorze capítulos e bibliografia. Trazendo um debate sobre o ensino da gramática nas escolas.
No prefácio, escrito por Marcos Bagno, também linguísta, ele conta que Irandé perguntou-lhe se deveria publicar o livro, pois repetia muitas coisas que ele mesmo já havia escrito. Bagno respondeu-lhe que sim, pois água mole em pedra dura tanto bate até que fura e um dia conseguirão ser eliminados os velhos padrões do ensino.
Irandé pretende, neste livro, eliminar os equívocos sobre a língua e a gramática provocados por quem não está bem informado sobre elas. E suas reflexões originam-se de conversas com professores.
 

No capítulo 1, Irandé explica que língua é uma questão de identidade cultural que um povo carrega e, que existem muitos olhares tortos para a gramática, que no caso da história, é onipotente e contraria-se à gramática simplificada dos dias atuais.
No capítulo 2, é possível reconhecer que não existe língua sem gramática e que aprendemos a gramática sem ter consciência, ou seja, involuntariamente. Por isso é tão difícil aprender a língua na escola, pois já carregamos uma bagagem.
Ainda no capítulo 2, como em outras partes do livro, a autora critica a separação que é feita entre gramática, literatura e produção textual no ensino das escolas.
 

Nos capítulos 3 e 4, Irandé comenta que língua e gramática não são a mesma coisa. Língua refere-se ao uso, à interação e à modificação. Portanto, o professor deve dominar a língua e não a gramática.
Complementando as ideias dos capítulos anteriores, nos capítulos do 5 ao 8, a escritora critica a ideia de que é preciso saber gramática e as suas normas.
Muitos pais cobram da escola a gramática, quando deveriam cobrar leitura e interpretação. Estudar a língua é ir além das nomenclaturas e dos certos e errados que a maioria dos livros didáticos apresentam.
 

Para ela, nem tudo deve seguir a norma culta e seus mandamentos de que nada pode ser feito; nada pode ser ensinado.
O foco principal dos capítulos 9 ao 13 é: a escola e os professores. A escola mantém os velhos padrões de ensino por medo de errar e acaba por tornar a gramática uma pedra no caminho.
Os próprios professores ensinam a gramática, mas também acham que não serve para nada.
No capítulo 12, a autora sugere um programa para que os professores vão além da gramática e pede para que eles não se fixem em uma única possibilidade, pois um texto, por exemplo, pode conter várias interpretações.
 

De fato, a maioria dos alunos não sabe ler e interpretar textos, independentemente da disciplina escolar, ou seja, não somente em língua portuguesa quanto em biologia, artes, geografia etc. Está certo, também, que o tempo passa e, assim, mudam os métodos de ensino, que precisam ser renovados. Porém, Irandé, muitas vezes, torna-se muito radical em suas ideias sobre a gramática.
 

O livro é indicado a professores de línguas, português e todos os que se preocupam com o ensino da gramática na escola.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Leitura

Esta semana fiquei feliz, descobri que ganhei o volume 2 do livro Introdução à linguística, de Fernanda Mussalin e Anna Christina Bentes (orgs.).

Melhor voltar a ter foco nos estudos da obra! Vamos lá, inserir e reler uma nova parte do resumo que fiz...

Na apresentação, veremos que o livro foi escrito no início de 2000 e publicado em março de 2001.

Introdução à Linguística, organizado pelas professoras Fernanda Mussalim e Anna Christina Bentes, é leitura obrigatória em diversos programas de pós-graduação. Traz teorização das diferentes áreas de Linguística.

Em 2012 chegou à nona edição com prefácio do professor Sírio Possenti, que explica a estrutura do livro com diversos autores, da divulgação da área de Linguística e que esta apesar de possuir um campo veterano de estudo é ainda desconhecido para muitos (caso dos jornalistas e outros profissionais).

Até mesmo para acadêmicos de Letras,com suas experiências escolares com manifestações variadas e relevantes de linguagem e experiência com gramática “normativa". Possenti ainda compara a gramática “normativa” a um manual de etiqueta “ruim”. Linguística não se resume à arbitrariedade do signo, às relações paradigmáticas e sintagmáticas, ou leitura festiva de Saussure.

Livro, então, faz uma ruptura do saber “superior” de quem acredita que entende de “gramática”, da exclusão pela linguagem (a exemplo das aulas da professora Nair Gurgel). Ajuda a ver como fatos os casos de variação. O livro deixará claro a seu leitor o quanto a linguagem é um campo de experiências riquíssimas, quer se trate de abordar os aspectos relativos ao que se poderia chamar de seus problemas estruturais (Fonologia, Morfologia, Sintaxe), quer se trate de tematizar suas relações com outros campos de saber. Ou como o mundo, que só conhecemos, de fato, ou que tentamos conhecer, por meio da linguagem – de alguma linguagem. (p. 15)

Já na seção de introdução veremos que possui uma linguagem mais acessível, prepara o nosso terreno conceitual para contatos posteriores que analisem o fenômeno da linguagem com mais aprofundamento, sendo importante para uma apresentação geral e gradual das principais áreas de Linguística no Brasil e mostrar como as diversas áreas abordam os fatos da linguagem.  Em cada capítulo, os autores buscaram trazer um histórico de suas áreas, as bases epistemológicas que a sustentam, diferentes visões sobre o tema, realizando uma análise de dados.

A linguagem humana é um fenômeno sociocultural, fundamentalmente heterogêneo e em constante processo de mudança (Linguística é um campo vasto, heterogêneo, multidisciplinar).

Por isso, é importante para o jornalista também o estudar!! 

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Introdução à linguística 1: domínios e fronteiras

Continuando a falar sobre o livro: MUSSALIN, Fernanda; BENTES, Anna Christina (orgs.). Introdução à linguística 1: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez editora, 2000.

Na verdade, esta postagem de hoje será mais sobre pesquisa que eu fiz a respeito da obra na internet. Não tem a intenção de ser científico, ou seguir qualquer norma, apenas trazer mais informações para servir como referencial em algum momento que necessite tratar sobre o livro.

O livro Introdução à linguística 1: domínios e fronteiras foi publicado pela Cortez Editora, fazendo parte da Coleção Introdução à Linguística. Para a professora Ingedore Kock, "para que o leitor tenha uma visão do conjunto global e coerente, seria de recomendar-se a leitura de todos os textos que compõem os dois volumes desta coletânea, evidentemente na ordem em que lhe aprouver e que mais vier a satisfazer seus objetivos e interesses".

Sobre as organizadoras, texto de seus currículos Lattes e mais algum dado que eu tenha acreditado ser importante de aqui ficar guardado:

Fernanda Mussalim: Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (1987), mestrado (1996), doutorado (2003) e pós-doutorado (2009) em Linguística pela mesma universidade. É professora associada 3 da Universidade Federal de Uberlândia, atuando na graduação e pós-graduação. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Análise do Discurso, e realiza pesquisas em torno dos seguintes temas: identidade linguística nacional; constituição de posicionamentos discursivos no campo da arte (abrangendo literatura, música e pintura); relações entre estilo e ethos; autoria; processos de constituição de identidades femininas no discurso publicitário; fórmulas discursivas; e gêneros discursivos e ensino. Coordena, junto ao Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de Uberlândia e a seu Programa de Pós Graduação em Estudos Linguísticos, o projeto ?Análise do discurso literário: o funcionamento da autoria na produção epistolar de Mário de Andrade?. É líder do Grupo de Pesquisa CED (Círculo de Estudos do Discurso), também filiado a essa universidade, membro do CEPELP (Centro de Pesquisa em Ensino de Língua Portuguesa - UFU) e do Centro de Pesquisa FEsTA (Fórmulas e estereótipos: teoria e análise), filiado ao Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É coordenadora da coleção ?Tradução de Estudos Linguísticos? da Editora da UFU (EDUFU); membro do Conselho Editorial da Cortez Editora (na área de Linguagem) e dos conselhos editoriais das seguintes revistas científicas: Revista da ABRALIN; Língua(gem) em Discurso - UNISUL; Cadernos de Estudos Linguísticos - IEL, UNICAMP; Letras & Letras - UFU; Linguasagem - UFSCar; Percursos Linguísticos - UFES; Todas as Letras - MACKENZIE; e Coleção Mestrado em Linguística - UNIFRAN. É membro das seguintes sociedades científicas: GEL (Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo); ABRALIN (Associação Brasileira de Linguística); ALFAL (Associação de Linguística de Filologia da América Latina); e ALED (Associação latino-americana de Estudos do Discurso). É bolsista PQ - nível 2 - pelo CNPq.


Anna Christina Bentes: Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Pará (1986), mestrado em Lingüística pela Universidade Federal de Santa Catarina (1992), doutorado em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas (2000). Fez pós-doutorado no Departamento de Antropologia da Universidade da California, Berkeley (2006). Atualmente é professora do Departamento de Linguística da Universidade Estadual de Campinas. Seu Grupo de Pesquisa no CNPq intitula-se "Linguagem como prática social: analisando a produção, a recepção e a avaliação de interações, gêneros do discurso e estilos lingüísticos". Atua nas áreas de Sociolinguística, Linguística do Texto e do Discurso e Linguística Aplicada. Seus principais temas de pesquisa são o fenômeno de narratividade, as práticas de linguagem nos contextos sociais, os gêneros do discurso e os estilos de fala. Organizou, com Fernanda Mussalim a coleção "Introdução à Lingüística", volumes 1, 2 e 3; com Ingedore Koch e Edwiges Morato, a obra "Referenciação e Discurso"; e com Marli Quadros Leite, "Linguística Textual e Análise da Conversação: panorama das pesquisas no Brasil." É autora do livro didático "Linguagem: práticas de leitura e escrita", volume 2, e é co-autora, com Ingedore Koch e Mônica Cavalcante, da obra "Intertextualidade: diálogos possíveis". Organizou e traduziu, com Renato Rezende e Marco Antônio Machado, a obra "Lingua como prática social: sobre as relações entre língua, cultura e sociedade a partir de Bourdieu e Bakhtin", composta por artigos de William Hanks. Foi coordenadora do Grupo de Trabalho "Linguística Textual e Análise da Conversação" da ANPOLL nos Biênios 2008-2010 e 2010-2012. É membro do Comitê Gestor e Editorial da Cortez Editora. Também coordena o Centro de Pesquisa "Margens", do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP (Biênio 2009-2011), do qual fazem parte os pesquisadores Suzi Sperber, Sandoval Nonato Gomes Santos, Renato Cabral Rezende e Rosane Alencar. Tem atuado desde 2010 como parecerista das seguintes agências: CAPES, FAPESP e CNPq. Coordena, com Márcia Mendoinça e Marcos Lopes, o Programa PIBID Letras Unicamp, iniciado em 2014.

Sobre seu capítulo no livro, em que ela trata sobre a Linguística Textual, Anna Bentes explica que é um campo que “abrange três momentos com preocupações teóricas bastantes distintas entre si. No primeiro momento é voltado para a análise transfrática onde não conseguiam explicar as teorias sintáticas que ficassem limitadas ao nível da frase; no segundo houve a competência textual do falante, ou seja, a construção de gramáticas textuais e no terceiro o texto é visto não como um produto acabado, mas como um processo, resultante de operações comunicativas e processos linguísticos em situações sociocomunicativas”. E ela complementa explicando que a construção dos sentidos no texto diz respeito ao modo como os elementos dão sentido quando chega aos interlocutores.

Na página Scielo encontrei um resumo que trata dos dois volumes do livro. O resumo foi escrito por  Maria Aparecida Caltabiano-Magalhães (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo):

 
Introdução à Linguística: Domínios e Fronteiras é uma coletânea de textos que cobre "as diversas ramificações da Linguística, aqui entendida como a ciência da linguagem verbal humana" (Ingedore Koch, capa da obra), destinada a leitores iniciantes ou não especializados, escrita por pesquisadores especialistas em suas respectivas áreas.
O Volume 1 inicia com textos sobre Sociolinguística (Tania Alkmim (parte I) e Roberto Gomes Camacho (parte II)) e Linguística Histórica (Nilson Gabas Jr.), seguidos das "áreas que fazem parte daquilo que é tradicionalmente concebido como descrição gramatical das línguas naturais" (Introdução das organizadoras): Fonética (Gladis Massini-Cagliari e Luiz Carlos Cagliari), Fonologia (Angel Corbera Mori), Morfologia (Filomena Sandalo), Sintaxe (Rosane de Andrade Berlinck, Marina R. A. Augusto e Ana Paula Scher). Finaliza com o artigo de Anna Christina Bentes sobre Linguística Textual.
O Volume 2 abrange mais 8 áreas: Semântica (Roberta Pires de Oliveira), Pragmática (Joana Plaza Pinto), Análise da Conversação (Ângela Paiva Dionísio), Análise do Discurso (Fernanda Mussalim), Neurolinguística (Edwiges Morato), Psicolingüística (Ari Pedro Balieiro Jr.), Aquisição da Linguagem (Ester Miriam Scarpa) e Língua e Ensino: Políticas de Fechamento (Marina Célia Mendonça).
Vale ressaltar a importância das reflexões apresentadas por Sírio Possenti ao prefaciar a obra, que além de salientar a relevância da publicação, traz à tona discussões recentes sobre o papel da Linguística nos meios não-acadêmicos.
Segundo as organizadoras (na Introdução), apesar da vasta bibliografia de estudos no campo, o propósito da obra é, em uma linguagem acessível, apresentar uma amostra de como as diversas áreas abordam os fatos de linguagem, principalmente no Brasil. "Propõe-se a ser uma porta de entrada para o campo de Lingüística, um campo vasto, heterogêneo, multidisciplinar".

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Lendo e registrando

Acabo de ler o livro Introdução à linguística 1: domínios e fronteiras (MUSSALIN, Fernanda; BENTES, Anna Christina (orgs.). Introdução à lingüística 1: domínios e fronteiras. 9 ed. São Paulo: Cortez editora, 2012).

Fazer este tipo de leitura mais “técnica”, ligada às áreas de linguagem, está me fazendo perceber o quanto nós jornalistas temos uma visão distorcida sobre o que é crucial quando se trata da língua portuguesa. Tenho visto o quanto fui (ainda sou) preconceituosa em relação aos “erros” de português. Nosso foco tem sido corrigir se deve ser escrito com “j” ou “g”, se “a nível de” é uma forma correta ou não. Enfim... Paramos nosso olhar sobre a superfície. Não conseguimos ver além, ou nem queremos discutir o problema estrutural sobre a qual nossa sociedade foi erguida.

Quantos alunos fora de sala de aula, quantas aulas "fora" dos alunos... ah, tudo isso tem razão e porquês.

Porém, temos preferido o mais fácil. Fazemos alarde se algum político utiliza uma palavra “nunca” utilizada antes, se o Ministério edita livros que "ensinam errado", se tal personalidade não segue ao pé da linha as regras gramaticais e se quem mora na área rural ou nas periferias da cidade falam de determinado modo.

Estamos fazendo o que deve mesmo ser feito, lutando contra o inimigo correto?


Bom, vamos ao livro e ao resumo que fiz (aqui esta apenas a primeira parte, os artigos virão em outros posts):

Escrito no início de 2000 e publicado em março de 2001, o livro “Introdução à Linguística” organizado pelas professoras Fernanda Mussalim e Anna Christina Bentes é leitura obrigatória em diversos programas de pós-graduação. Traz teorização das diferentes áreas de Linguística.

Em 2012 chegou à nona edição com prefácio do professor Sírio Possenti, que explica a estrutura do livro com diversos autores, da divulgação da área de linguística e que esta apesar de possuir um campo veterano de estudo é ainda desconhecido para muitos (caso dos jornalistas e outros). Até mesmo para acadêmicos de Letras, com suas experiências escolares com manifestações variadas e relevantes de linguagem e experiência com gramática “normativa".

Possenti ainda compara a gramática “normativa” a um manual de etiqueta “ruim”. Linguística não se resume à arbitrariedade do signo, às relações paradigmáticas e sintagmáticas, ou leitura festiva de Saussure. Livro, então, faz uma ruptura do saber “superior” de quem acredita que entende de “gramática”, da exclusão pela linguagem  (a exemplo das aulas que tive com a professora Nair Gurgel). Ajuda a ver como fatos os casos de variação.

O livro deixará claro a seu leitor o quanto a linguagem é um campo de experiências riquíssimas, quer se trate de abordar os aspectos relativos ao que se poderia chamar de seus problemas estruturais  (Fonologia, Morfologia, Sintaxe), quer se trate de tematizar suas relações com outros campos de saber. Ou como o mundo, que só conhecemos, de fato, ou que tentamos conhecer, por meio da linguagem – de alguma linguagem. (p. 15)

Com uma linguagem mais acessível, o livro prepara o nosso terreno conceitual para contatos posteriores que analisem o fenômeno da linguagem com mais aprofundamento, sendo importante para uma apresentação geral e gradual das principais áreas de Linguística no Brasil e mostrar como as diversas áreas abordam os fatos da linguagem. Em cada capítulo, os autores buscaram trazer um histórico de suas áreas, as bases epistemológicas que a sustentam, diferentes visões sobre o tema, realizando uma análise de dados. A linguagem humana é um fenômeno sociocultural, fundamentalmente heterogêneo e em constante processo de mudança (Linguística é um campo vasto, heterogêneo, multidisciplinar).


Mudando de assunto...

E já que estou falando de teorias, para não encerrar essa postagem sem analisar uma questão destinada a jornalistas, vamos a uma aplicada pela Cesgranrio em relação às teorias da comunicação.

Segundo Maria Immacolata Vassallo de Lopes, em seu livro Pesquisa em Comunicação, o paradigma funcionalista dos estudos de comunicação e cultura é regido pelos seguintes princípios metodológicos:
a) análise centrada no produto, nível ideológico elevado, modelo superestrutural e estudos de caso.
b) análise centrada no receptor, enfoque psicossociológico e psicolingüístico, conceitos operacionais e nível descritivo de estudo.
c) análise dos produtos da mídia, comparação entre modelos científicos, amostras significativas e pesquisa qualitativa.
d) análise de conteúdo, interpretação livre dos discursos, linhas ideológicas adotadas pelos veículos e estatísticas.
e) análise das mensagens midiáticas, frequência dos artefatos, decupagem da linguagem e livre interpretação.

Acertou a questão quem respondeu letra B.