Acabo de ler o livro Introdução à linguística 1: domínios e fronteiras (MUSSALIN, Fernanda; BENTES, Anna Christina (orgs.). Introdução à lingüística 1: domínios e fronteiras. 9 ed. São Paulo: Cortez editora, 2012).
Fazer este tipo de leitura mais “técnica”, ligada às áreas de linguagem, está me fazendo perceber o quanto nós jornalistas temos uma visão distorcida sobre o que é crucial quando se trata da língua portuguesa. Tenho visto o quanto fui (ainda sou) preconceituosa em relação aos “erros” de português. Nosso foco tem sido corrigir se deve ser escrito com “j” ou “g”, se “a nível de” é uma forma correta ou não. Enfim... Paramos nosso olhar sobre a superfície. Não conseguimos ver além, ou nem queremos discutir o problema estrutural sobre a qual nossa sociedade foi erguida.
Quantos alunos fora de sala de aula, quantas aulas "fora" dos alunos... ah, tudo isso tem razão e porquês.
Porém, temos preferido o mais fácil. Fazemos alarde se algum político utiliza uma palavra “nunca” utilizada antes, se o Ministério edita livros que "ensinam errado", se tal personalidade não segue ao pé da linha as regras gramaticais e se quem mora na área rural ou nas periferias da cidade falam de determinado modo.
Estamos fazendo o que deve mesmo ser feito, lutando contra o inimigo correto?
Bom, vamos ao livro e ao resumo que fiz (aqui esta apenas a primeira parte, os artigos virão em outros posts):
Escrito no início de 2000 e publicado em março de 2001, o livro “Introdução à Linguística” organizado pelas professoras Fernanda Mussalim e Anna Christina Bentes é leitura obrigatória em diversos programas de pós-graduação. Traz teorização das diferentes áreas de Linguística.
Em 2012 chegou à nona edição com prefácio do professor Sírio Possenti, que explica a estrutura do livro com diversos autores, da divulgação da área de linguística e que esta apesar de possuir um campo veterano de estudo é ainda desconhecido para muitos (caso dos jornalistas e outros). Até mesmo para acadêmicos de Letras, com suas experiências escolares com manifestações variadas e relevantes de linguagem e experiência com gramática “normativa".
Possenti ainda compara a gramática “normativa” a um manual de etiqueta “ruim”. Linguística não se resume à arbitrariedade do signo, às relações paradigmáticas e sintagmáticas, ou leitura festiva de Saussure. Livro, então, faz uma ruptura do saber “superior” de quem acredita que entende de “gramática”, da exclusão pela linguagem (a exemplo das aulas que tive com a professora Nair Gurgel). Ajuda a ver como fatos os casos de variação.
Com uma linguagem mais acessível, o livro prepara o nosso terreno conceitual para contatos posteriores que analisem o fenômeno da linguagem com mais aprofundamento, sendo importante para uma apresentação geral e gradual das principais áreas de Linguística no Brasil e mostrar como as diversas áreas abordam os fatos da linguagem. Em cada capítulo, os autores buscaram trazer um histórico de suas áreas, as bases epistemológicas que a sustentam, diferentes visões sobre o tema, realizando uma análise de dados. A linguagem humana é um fenômeno sociocultural, fundamentalmente heterogêneo e em constante processo de mudança (Linguística é um campo vasto, heterogêneo, multidisciplinar).
Mudando de assunto...
E já que estou falando de teorias, para não encerrar essa postagem sem analisar uma questão destinada a jornalistas, vamos a uma aplicada pela Cesgranrio em relação às teorias da comunicação.
Acertou a questão quem respondeu letra B.
Fazer este tipo de leitura mais “técnica”, ligada às áreas de linguagem, está me fazendo perceber o quanto nós jornalistas temos uma visão distorcida sobre o que é crucial quando se trata da língua portuguesa. Tenho visto o quanto fui (ainda sou) preconceituosa em relação aos “erros” de português. Nosso foco tem sido corrigir se deve ser escrito com “j” ou “g”, se “a nível de” é uma forma correta ou não. Enfim... Paramos nosso olhar sobre a superfície. Não conseguimos ver além, ou nem queremos discutir o problema estrutural sobre a qual nossa sociedade foi erguida.
Quantos alunos fora de sala de aula, quantas aulas "fora" dos alunos... ah, tudo isso tem razão e porquês.
Porém, temos preferido o mais fácil. Fazemos alarde se algum político utiliza uma palavra “nunca” utilizada antes, se o Ministério edita livros que "ensinam errado", se tal personalidade não segue ao pé da linha as regras gramaticais e se quem mora na área rural ou nas periferias da cidade falam de determinado modo.
Estamos fazendo o que deve mesmo ser feito, lutando contra o inimigo correto?
Bom, vamos ao livro e ao resumo que fiz (aqui esta apenas a primeira parte, os artigos virão em outros posts):
Escrito no início de 2000 e publicado em março de 2001, o livro “Introdução à Linguística” organizado pelas professoras Fernanda Mussalim e Anna Christina Bentes é leitura obrigatória em diversos programas de pós-graduação. Traz teorização das diferentes áreas de Linguística.
Em 2012 chegou à nona edição com prefácio do professor Sírio Possenti, que explica a estrutura do livro com diversos autores, da divulgação da área de linguística e que esta apesar de possuir um campo veterano de estudo é ainda desconhecido para muitos (caso dos jornalistas e outros). Até mesmo para acadêmicos de Letras, com suas experiências escolares com manifestações variadas e relevantes de linguagem e experiência com gramática “normativa".
Possenti ainda compara a gramática “normativa” a um manual de etiqueta “ruim”. Linguística não se resume à arbitrariedade do signo, às relações paradigmáticas e sintagmáticas, ou leitura festiva de Saussure. Livro, então, faz uma ruptura do saber “superior” de quem acredita que entende de “gramática”, da exclusão pela linguagem (a exemplo das aulas que tive com a professora Nair Gurgel). Ajuda a ver como fatos os casos de variação.
O livro deixará claro a seu leitor o quanto a linguagem é um campo de experiências riquíssimas, quer se trate de abordar os aspectos relativos ao que se poderia chamar de seus problemas estruturais (Fonologia, Morfologia, Sintaxe), quer se trate de tematizar suas relações com outros campos de saber. Ou como o mundo, que só conhecemos, de fato, ou que tentamos conhecer, por meio da linguagem – de alguma linguagem. (p. 15)
Com uma linguagem mais acessível, o livro prepara o nosso terreno conceitual para contatos posteriores que analisem o fenômeno da linguagem com mais aprofundamento, sendo importante para uma apresentação geral e gradual das principais áreas de Linguística no Brasil e mostrar como as diversas áreas abordam os fatos da linguagem. Em cada capítulo, os autores buscaram trazer um histórico de suas áreas, as bases epistemológicas que a sustentam, diferentes visões sobre o tema, realizando uma análise de dados. A linguagem humana é um fenômeno sociocultural, fundamentalmente heterogêneo e em constante processo de mudança (Linguística é um campo vasto, heterogêneo, multidisciplinar).
Mudando de assunto...
E já que estou falando de teorias, para não encerrar essa postagem sem analisar uma questão destinada a jornalistas, vamos a uma aplicada pela Cesgranrio em relação às teorias da comunicação.
Segundo Maria Immacolata Vassallo de Lopes, em seu livro Pesquisa em Comunicação, o paradigma funcionalista dos estudos de comunicação e cultura é regido pelos seguintes princípios metodológicos:
a) análise centrada no produto, nível ideológico elevado, modelo superestrutural e estudos de caso.
b) análise centrada no receptor, enfoque psicossociológico e psicolingüístico, conceitos operacionais e nível descritivo de estudo.
c) análise dos produtos da mídia, comparação entre modelos científicos, amostras significativas e pesquisa qualitativa.
d) análise de conteúdo, interpretação livre dos discursos, linhas ideológicas adotadas pelos veículos e estatísticas.
e) análise das mensagens midiáticas, frequência dos artefatos, decupagem da linguagem e livre interpretação.
Acertou a questão quem respondeu letra B.
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