quarta-feira, 19 de junho de 2013

Revolução sim, desde que lenta e gradual


Ao mesmo tempo em que o Brasil passa por um período de ascensão das massas (nestes dias as notícias que ocupam a mídia são principalmente sobre protestos que se espalham por diversas cidades após diversos fatos ocorridos com manifestantes do Movimento Passe Livre de São Paulo), eu leio "Jornal Nacional: a notícia faz história".

Por que estou fazendo esta correlação neste momento histórico? Na verdade porque ainda tento entender o que se passa país afora. Eu quero sim mudanças, desde que sejam estruturais, não apenas nas superfícies. Vendo as passagens anteriores dos vários movimentos que buscaram mudanças no País, ao logo de mais de 500 anos do Brasil, vejo que nunca de fato nos organizamos para realizarmos a revolução necessária. Não fomos realmente concebidos para o planejamento. Mas ainda torço, torço mesmo, que o "jeitinho brasileiro" de protestar tenha êxito e conquiste melhorias para todos (na política, educação, saúde, economia, segurança...).

Bom, o alinhamento deste texto está no fato do livro sobre o jornal produzido há mais de 30 anos pela TV Globo abordar o "enfrentamento" de sua redação à censura militar nos Anos de Chumbo. "Já na estreia, o telejornal foi censurado. A notícia do derrame do presidente Costa e Silva, por exemplo, teve que ser negociada, pois os militares queriam escondê-la".

Há muitos indícios do apoio dos milicos ao grupo dos Marinhos, não vou me alongar neste fato hoje. Só quero refletir sobre a conjuntura atual, em que ainda vejo a tevê e outros meios de comunicação "guiando" muitos dos atos que estão acontecendo. A mídia não concordou com a violência dos primeiros protestos (do lado policial e dos manifestantes) e pelo que noto nas redes sociais e nas conversas informais a população concordou com os veículos: devemos sim fazer a revolução, desde que esta seja lenta e gradual. Bem ao estilo brasileiro.

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