Nesta semana peguei emprestado para uma leitura dinâmica (pois tinha que devolver já no outro dia) o livro "A ética jornalística e o interesse público", de Francisco José Karam (2004). Muito interessante o tema por ele estudado, pois desnuda a mídia quando esta subscreve-se em códigos e princípios que nas suas publicações são esquecidas. Entre os casos analisados pelo autor estão suicídios, Massacre de Eldorado dos Carajás, Previdência Social, leilão da Telebrás, entre outros acontecimentos.
Mas o pouco tempo que tive me levaram a guardar neste blog algo mais específico: suas breves anotações sobre a hipótese da agenda setting.
... "os relatos da mídia a respeito de assaltos e assassinatos serve não apenas para divulgá-los e levar à punição dos criminosos, mas também para investigar por que aumenta a criminalidade, tratando, por exemplo, do desemprego. Concordo, assim, com a ideia de que a mídia estabelece a agenda contemporânea. No entanto, concordo também com a ideia de que a mídia atua nos limites reais da realidade, mesmo que fuja seguidamente às suas responsabilidades de divulgar, apurar e manter em pauta um evento socialmente significativo".
A agenda setting function é estudada por pesquisadores americanos há mais de 30 anos, diz respeito a "como os meios de comunicação estabelecem a ordem do dia dos assuntos públicos e como pautam a sociedade nos temas que serão tratados e discutidos pública e cotidianamente". Para Clóvis de Barros Filho, a agenda seting, é um efeito social quase imediato da mídia. "A mídia, pela disposição e incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre os quais o público falará e discutirá".
Assim, a mídia não inventaria fatos, mas faria escolhas! É certo, também, que esse repassar informações selecionadas não seria absoluto para nenhuma das partes, nem para própria mídia, nem para a população em geral.
Um pouco do trabalho de Karam está justamente no mérito dessas mediações e nessa tentativa de agendamento por parte da mídia. Estaria ela trabalhando de acordo com os princípios que diz defender? "Há casos em que o acontecimento vem num pacote de fatos ou declarações, a título de interesse público, embalado numa retórica eficaz e, do ponto de vista ético, subsumido em certo cinismo, que resulta em consequências sociais graves".
Como conclui o autor sobre a essência do jornalismo: "as informações de interesse público, difundidas assim que ocorrem eventos, devem estar acima de interesses particulares".
Eis a nossa tarefa!
Mas o pouco tempo que tive me levaram a guardar neste blog algo mais específico: suas breves anotações sobre a hipótese da agenda setting.
... "os relatos da mídia a respeito de assaltos e assassinatos serve não apenas para divulgá-los e levar à punição dos criminosos, mas também para investigar por que aumenta a criminalidade, tratando, por exemplo, do desemprego. Concordo, assim, com a ideia de que a mídia estabelece a agenda contemporânea. No entanto, concordo também com a ideia de que a mídia atua nos limites reais da realidade, mesmo que fuja seguidamente às suas responsabilidades de divulgar, apurar e manter em pauta um evento socialmente significativo".
A agenda setting function é estudada por pesquisadores americanos há mais de 30 anos, diz respeito a "como os meios de comunicação estabelecem a ordem do dia dos assuntos públicos e como pautam a sociedade nos temas que serão tratados e discutidos pública e cotidianamente". Para Clóvis de Barros Filho, a agenda seting, é um efeito social quase imediato da mídia. "A mídia, pela disposição e incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre os quais o público falará e discutirá".
"As questões que recebem mais atenção dos meios de comunicação são vistas pelo público como as mais importantes. A mídia não diz o que se deve pensar, mas sobre o que se deve pensar".
Lorenzo Gomis
Assim, a mídia não inventaria fatos, mas faria escolhas! É certo, também, que esse repassar informações selecionadas não seria absoluto para nenhuma das partes, nem para própria mídia, nem para a população em geral.
Um pouco do trabalho de Karam está justamente no mérito dessas mediações e nessa tentativa de agendamento por parte da mídia. Estaria ela trabalhando de acordo com os princípios que diz defender? "Há casos em que o acontecimento vem num pacote de fatos ou declarações, a título de interesse público, embalado numa retórica eficaz e, do ponto de vista ético, subsumido em certo cinismo, que resulta em consequências sociais graves".
"A credibilidade da imprensa está ligada ao compromisso com a verdade, à busca de precisão, imparcialidade e equidade, e à clara diferenciação entre as mensagens jornalísticas e as comerciais. A conquista destes fins e observância destes valores éticos e profissionais não devem ser impostos. São responsabilidades exclusivas dos jornalistas e dos meios de comunicação. Em uma sociedade livre, a opinião pública premia ou castiga."
Declaração de Chapultepec, México 1994.
Como conclui o autor sobre a essência do jornalismo: "as informações de interesse público, difundidas assim que ocorrem eventos, devem estar acima de interesses particulares".
Eis a nossa tarefa!
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