domingo, 4 de dezembro de 2011

Jornalismo x Literatura

Fui a uma premiação de poesias no SESC/RO, com poemas de pessoas daqui e de outras terras, como Carlos Drummond de Andrade (que, frise-se, iniciou como redator na imprensa mineira). Depois folheando em casa algumas anotações, me lembrei que havia planejado escrever sobre algumas questões que caem em concurso envolvendo jornalismo e literatura.

Entre os que tenho guardado, está este:

Publicado no Jornal O Estado de São Paulo como reportagem sobre a Guerra de Canudos, o livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, tornou-se um clássico da literatura brasileira.

O Estadão foi fundado em 1875, vivia de anúncios e sorteios nas loterias. Vendia avulso nas ruas e crítica pela mercantilização da notícia. Júlio Mesquita assume a direção em 1890, tornou-se o Estado de São Paulo. É neste jornal que trabalhava Euclídes da Cunha, de onde será escrito Os Sertões.

Já esta questão, de um concurso para o Ministério do Planejamento, que fiz em 2010, confesso que não acertei:

Na virada do século XIX para o XX, o cronista João do Rio publicou na imprensa narrativas que alteraram a forma de se perceber a cidade. João do Rio era o pseudônimo do escritor:
a) Olavo Bilac
b) Oswald de Andrade
c) Paulo Barreto
d) Machado de Assis
e) Raul Pompéia


Acertou quem falou Paulo Barreto. Segundo a Wikipédia, João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 5 de agosto de 1881 e faleceu em 23 de junho de 1921. Foi “jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo brasileiro”. Ele representou o surgimento de um novo jornalista na imprensa, pois “move a criação literária para o primeiro plano e passa a viver disso, empregando seus pseudônimos (mais de dez) para atrair diversos públicos consumidores”. (A imagem ao lado é do site http://bit.ly/svYOUL)

Para fechar, vamos lembrar modernista Oswald de Andrade, que fundou diversos veículos de imprensa. Não vi em concurso, mas em uma reportagem da Revista Imprensa do último mês de agosto. Mostra que ele possuía “opiniões sempre ácidas e o gosto por vingar-se de seus desafetos por meio de suas colunas” e desta forma leva o título de “pai dos polemistas brasileiros”. Entre os jornais criados por Oswald está O Homem do Povo.

Para o jornalista Mário Drumond, na matéria de Imprensa, “Oswald é pouco conhecido como jornalista porque há um certo preconceito com nosso trabalho em relação ao romance, literatura, poesia. Sempre há um tratamento um pouco elitista em relação ao jornalismo, mas Oswald não era assim. Ele considerava o jornalismo um trabalho tão nobre quanto a literatura e a base de sustentação de todo seu trabalho foi o jornalismo. Em 45 anos de carreira, publicou em mais de 50 grandes veículos de imprensa e fundou outros”.

Teríamos muito a falar, mas fica o espaço do comentário para as complementações que quiserem fazer, ou aberto a um novo post sobre o assunto.

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