domingo, 2 de outubro de 2011

Imparcialidade, objetividade e isenção

Sempre procuro escrever meus posts com algum texto de concurso. Este abaixo é um enunciado não me lembro de qual banca:

“As bases conceituais para a objetividade jornalística estão fundamentadas no jornalismo inglês do século XIX que determina que o jornalista não deve interferir na apresentação dos fatos, tem o dever de reproduzi-los com fidedignidade, exatidão e precisão. Também é importante observar, para fundamentar a necessidade da objetividade no jornalismo, as características da portabilidade do jornal impresso, da agilidade na produção da notícia e da necessidade de diminuir o tempo de produção do jornal. A objetividade também implica no conceito de neutralidade e imparcialidade”.

Voltei a esse conceito porque comecei a ler o livro Manual de Radiojornalismo (Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima – 2003) e logo na introdução há a diferenciação entre imparcialidade e isenção.

Segundo os autores, o conceito de imparcialidade “nasceu no século XVIII e se desenvolveu até hoje por meio do liberalismo, que parte do ponto de vista de que o jornalista pode trabalhar de forma imparcial sem se envolver nos acontecimentos que descreve”.

Mas em seguida, os Heródoto e Paulo refutam essa ideia, mostrando que atuamos em uma área subjetiva: “a imparcialidade não existe. É utópica. O jornalista tem seu próprio mundo e valores. Toma sempre, de uma forma ou de outra, partido nas notícias que divulga ou comenta. Ainda não inventaram um jornalista absolutamente imparcial”.

Para colocar fim à discussão, eles colocam a isenção como objetivo do trabalho jornalístico, pois “ela não é estática, é dinâmica, daí sua busca constante pelo jornalista. A isenção é o respeito ao contraditório, o espaço para que todos os lados envolvidos nos fatos tenham condições de dar sua própria versão. É a proteção aos inocentes, o respeito pelas pessoas que pensam de forma diferente e o combate constante contra a instrumentação da imprensa a favor de quem quer que seja”.

A credibilidade, portanto, pode vir com a realização de um “jornalismo pluralista, apartidário, democrático e aberto aos diversos segmentos sociais. A informação de qualidade só existe se for correta e precisa”.

Encerrando, deixou uma questão da UnB/CESPE, de 2008, para o cargo de Analista em Comunicação Social da SERPRO. Certo ou errado?

“No que se refere aos princípios de objetividade e imparcialidade, é correto associá-los à teoria do espelho, concepção focada no papel dos meios de comunicação de retratar a realidade, sem intervenção ideológica. Nessa concepção o jornalismo é espelho da sociedade e não interfere na realidade retratada”.

Ganhou ponto caso a tenha marcado como certa.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Fernando, obrigada por comentar. E é verdade, está correta a questão feita naquele concurso.

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